De: Alis R. Clow (aka Reila no Amigo Oculto)
Para: Dany
Classificação: NC 17
Personagens: Draco x Remus, traços de Draco X Harry, Harry x Remus e mais um que eu não vou contar ;P
Disclaimer: Os personagens não são meus. É da loiro rica e psicótica que matou meu Sirius T.T)
Avisos 1: Agradecimentos a, Yuukale Narmo, que me ajudou quando bateu crise de falta de criatividade e de tempo. ;; Love ya!
Aviso 2: Sem betagem
Loveless
Capítulo Um – Memories that I would like to forget
A primeira coisa que Draco sentiu quando acordou foi o gosto de sangue. Tentou se mexer, em vão. Cada músculo do seu corpo parecia pesar que nem chumbo e ele sentia um cansaço milenar. Sua mente estava completamente em branco e sua visão borrada. Suspirou e tentou por os pensamentos em ordem. O que tinha acontecido para estar se sentindo tão mal? E onde estava...? E onde diabos estava...
Harry.
Num tranco tudo o que tinha acontecido voltou a sua mente. A batalha, o sangue. As pessoas caindo a sua volta, mortas... Os olhos... Expressões congeladas em rostos cujos olhos nada carregavam. Tão frios. Tão... Vazios.
Sentiu um desespero assaltá-lo, o pânico. Harry. Precisava chegar até Harry. Precisava vê-lo! Harry... Harry...
Alguém entrou no quarto onde estava. A princípio Draco não percebeu quem era, tomado pelo medo, incapaz de raciocinar. A pessoa pousou uma mão em seu ombro e sussurrou algo. O loiro parou, forçando-se a prestar atenção.
-- Acalme-se, por favor. Draco, por favor, acalme-se.
Ele conhecia aquela voz. Tentou forçar os olhos, mas estava tão escuro...
-- Draco. Você consegue me ouvir? Consegue me entender?
Draco tentou levar a mão aos cabeços, mas não conseguiu.
-- Sim. – sua voz estava tão rouca e frágil que nem parecia dele.
-- Graças a Merlin. – respondeu a voz, visivelmente aliviada. – Como se sente?
-- Quem...? – começou Draco, mas a voz o interrompeu.
-- Desculpe-me. Você não consegue me ver?
-- Está escuro...
-- Sim, bem, os ferimentos que você sofreu, os feitiços... Você terá sensibilidade à luz por algum tempo, por isso está escuro.
-- Ah...
Draco se remexeu desconfortável. Tinha sido atingido? Ele não se lembrava disso... E Harry?
-- Harry. Onde ele está?
A voz ficou em silêncio.
O coração de Draco gelou. "Não", pensou com raiva.
Os segundos escorreram devagar. Dolorosamente devagar.
-- Esqueci de dizer quem sou. – disse a voz. Estava mais baixa, mais trêmula. – Sou eu, Lupin... Lembra-se de mim, não?
Draco não respondeu. Os olhos fechados, os lábios contraídos. Sua mente só tinha uma pessoa. Não.
Draco sentiu a pessoa, Lupin, se afastar. Ouviu os passos dele irem até aonde ele sabia que estava a porta. Escutou a porta abrir com um rangido...
-- Draco... Eu sinto muito. Mesmo.
A porta se fechou.
-- NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃOOOOOOOOOO!
Lupin ouviu o grito de Draco. Encostou-se na porta, os olhos fechados, as lágrimas escorrendo livremente. Doía. Ele sabia que não seria fácil, sabia que dar a notícia ao adolescente seria devastador, mas aquilo... Aquilo era quase insuportável. Não apenas por ver a dor de Draco, mas pela sua própria, perder Harry. E por Sirius. E por todos aqueles que perdera no caminho. Levou a mão à boca, sufocando um soluço. E então foi para o seu quarto.
Draco ofegava, desesperado. No acesso de raiva, conseguira finalmente sair de seu torpor e se mexer. Agora cobria o rosto com as mãos, as lágrimas molhando o travesseiro. Harry estava... Não. Não estava. Não podia. Aquele lobisomem estúpido devia ter se enganado, era isso.
Respirou fundo e se sentou. Estava tonto e enjoado, mas conseguia ao menos se levantar. Pôs os pés no chão, o carpete macio sob seus dedos. Olhou em volta. Depois de uns momentos, sua visão tinha se acostumado à escuridão e podia distinguir a cama, a mesa de cabeceira, um armário antigo, a janela coberta por uma grossa cortina... E a porta. Caminhou até ela.
Segurou a maçaneta por uns instantes, absorvendo o choque do metal gelado na palma de sua mão, fechou os olhos e a abriu.
O primeiro sentimento foi de dor. A luz do corredor parecia absurdamente ofuscante e dolorosa, cambaleou pra trás, e se segurou firmemente na parede para não cair. Cada centímetro de sua pele parecia arder sob a luz, seus olhos contraíam-se, mesmo com as pálpebras fechadas. Draco sentiu uma onde de náuseas e seu corpo se dobrou para frente. Vomitou no chão. Se estivesse de olhos abertos, teria visto o sangue. Perdeu o equilíbrio novamente e dessa vez caiu de joelhos, convulsionando, o estômago se contraindo, tentando expulsar o que não tinha mais no estômago.
Por instantes Draco achou que ia ficar ali até perder os sentidos e morrer. Não conseguia gritar, estava sem ar... Definitivamente ia perder a consciência quando duas mãos o puxaram para dentro do quarto, e fechou a porta. O alívio foi quase imediato. No escuro, todo seu corpo parecia bem, como a sensação de conforto quando se entra debaixo das cobertas num dia muito frio. Relaxou.
-- Você não devia ter saído do quarto! Lupin não falou da sua hipersensibilidade a luz?
Draco foi colocado na cama e se ajeitou. Não precisou, como da outra vez se esforçar para descobrir de quem era a voz. Dessa vez era muito fácil.
-- Severus... É, eu acho que o Lupin comentou algo sobre isso... – ele pressionou os olhos com as palmas das mãos. – Severus, Harry...
-- Morto. Seu pai também, Draco. Também está morto.– respondeu Snape com o mesmo tom de voz que usaria para criticar um trabalho de Poções em aula. Frio, seco, controlado...
Draco se sentou na cama e encarou o seu ex-professor, chocado.
-- Isso é uma piada muito ruim, não é?
Snape forçou o loiro a se deitar na cama.
-- Você estava lá. Você viu. O choque pode tê-lo feito esquecer, mas você viu.
Draco tampou os ouvidos e virou-se de costas para Snape, decidido a não ouvir mais. Um gesto tão infantil e patético para um Malfoy...
-- Chega! CHEGA! – Draco gemeu. – Chega...
-- Certo. Você vai acabar se lembrando. Por hora, fique aqui. Você recebeu um Feitiço que te torna vulnerável a luz. Se você continuar se expondo a ela, vai morrer. Dentro de alguns dias o efeito passa, mas até lá, fique aqui! Fui claro?
-- Chega... Chega... Não... – murmurava incessantemente.
Snape suspirou, virou-se, as vestes drapejando atrás dele e saiu do quarto.
ÖöÖ
Estava de novo em Hogwarts. Sim, agora as coisas estavam certas. Ele se viu nas masmorras, via alunos correndo e feitiços sendo lançados. Os comensais... Apontou a varinha e desferiu um feitiço. Viu o comensal cair de costas no chão se debatendo. Correu, pulando por cima do corpo. Precisava chegar até Harry, tinha de achá-lo.
Desviou de uma maldição que fizeram seus cabelos esvoaçarem, apontou a varinha e desferiu uma contra-maldição. O comensal bateu violentamente na parede e soltou um grito estrangulado de dor. Um aluno da Corvinal lutava mais à frente com um Comensal alto, as luzes dos feitiços que saiam das varinhas colorindo macabramente a parede, lançando sombras que pareciam vivas. Mas Draco não estava interessado nisso, que se danassem todos em Hogwarts. Ele tinha que achar Harry, tinha de protegê-lo. Tinha de se desculpar...
Chegou ao Hall de Entrada, e as coisas estavam tão caóticas que era um pouco difícil, no turbilhão de feitiços, gritos e corpos correndo e tombando no chão, distinguir aliados de inimigos. Correu o mais rápido e abaixado possível, tentando passar sem ser atingido entre dois bruxos, e um era tão pequeno que devia ser do primeiro ano, que digladiavam ferozmente contra uma outra dupla de Comensais. Ele ouviu um grito esganiçado, e ao olhar por cima do ombro, viu o bruxo pequeno cair, a mão no peito, ensangüentado. Virou o rosto e continuou a correr.
Alcançou as escadas depois de azarar três Comensais que tentaram atingi-lo. Draco nem ao menos se incomodou em parar para brigar: apenas apontou a varinha e murmurou o máximo de maldições e azarações que conhecia. O resultado não foi bom. Pros Comensais, lógico.
Estava subindo em disparada, quando viu um vulto de cabelos vermelhos passar por ele. "Weasley", pensou Draco. Parou e foi ver a situação.
Era Gina. Lançava maldições feito uma louca, derrubando o que podia a sua frente. "Ela luta bem", pensou Draco, teria sido um bom par para Harry... Se ele já não fosse seu. Sorriu, e atingiu um Comensal que ameaçava acertar Gina pelas costas. A garota olhou para Draco. Ele piscou e continuou a subir. Ainda assim, ele pode ouvir quando ela berrou para ele:
-- TORRE DE ASTRONOMIA!
Ele acenou e continuou subindo, mais rápido e ansioso. Agora ele sabia onde Harry estava. Chegaria nele custasse o que custasse.
Subia os degraus com uma pressa sem tamanho. Passava pelas pessoas: professores, alunos, Comensais, sem prestar atenção a elas. Viu de relance McGonagall lutando contra um Comensal, dois alunos as suas costas aterrorizados e feridos. Mais a frente viu Hagrid, arremessando um Comensal contra a parede com tanta força que as pedras estalaram.
Seu peito ardia com o esforço, mas ele não se importava, não dava a mínima para nada: nem para as pessoas a sua volta, nem para sua dor. Não se importou nem quando foi atingido por uma Cruciatus e caiu de joelhos, berrando, sentindo como se milhares de agulhas em brasa atravessassem seu corpo de novo e de novo e de novo. Harry. Não se entregaria, tinha que achar Harry. O Comensal que o torturava apontou a varinha, pronto para desferir a Maldição da Morte, quando ele caiu, incrédulo no chão, um corte feio às suas costas que sangrava. Atrás dele o autor do feitiço. Granger.
-- Você está bem? – perguntou a garota, pondo o cabelo atrás das orelhas, enquanto o ajudava a se levantar.
-- Bem... Obrigado, Granger. – ofegou. – Harry?
Ela balançou a cabeça negativamente e saiu andando, varinha em punho, os olhos atentos.
-- A última vez que o vi estava indo para Torre. Você-sabe-quem estava lá. Eu me perdi deles... Ron e Gina...
-- Eu vi Gina, está no primeiro andar. Não sei do Weasley.
-- Certo... Certo, vai.
Draco assentiu e correu.
-- E Draco? – ele parou e olhou Hermione. – Obrigada por lutar.
Ela se virou e correu na direção oposta, indo para o primeiro andar. Draco ainda ficou encarando suas costas por um tempo, pensativo. Se tivesse se decidido mais cedo, se tivesse aceitado antes... Sacudiu a cabeça para espantar tais pensamentos e continuou sua busca.
Nunca a Torre lhe parecera tão longe. Por mais que corresse, não chegava nunca. O desespero de encontrar Harry, tocá-lo, era tanto que o estava deixando insano.
Estava quase alcançando a Torre quando algo chamou sua atenção. Parou e olhou. Três Comensais. Um estudante. Cabelos vermelhos. Weasel.
Draco pensou, de verdade, em virar as costas e passar discretamente por eles, chegar até Harry. Mas sabia que Harry nunca aprovaria aquela postura. E mais do que isso, Weasel, não, Weasley era amigo dele. Ah, maldição, tudo bem, "fazer a coisa certa". Não era sobre isso que Harry tinha falado?
Draco apontou a varinha e lançou o feitiço. O Comensal mais a esqueda caiu, estuporado. Os dois outros se viraram imediatamente, e Draco se jogou para o lado da parede, fugindo dos feitiços. Até que uma voz fria e arrastada o alarmou.
-- Draco. Saia. Daí.
Lucius.
Draco respirou fundo. Ok, aquilo era ruim. Muito ruim. Não podia atacar seu pai e... Ow, merda se ele sonhasse com ele e Harry estava deserdado. E morto.
Ficou ajoelhado, respirando fundo, tentando encontrar uma saída. Seu coração batia tão forte que o som quase abafava as passadas de seu pai. "Pense, pense!" Seu cérebro gritava, o pânico gelando suas veias. Quase berrou, quando sentiu um par de mãos agarraram seus cabelos e o forçaram a se levantar.
-- O que você acha que está fazendo, moleque? – seu pai sussurrou num tom de voz tão frio e perigoso, que uma onde de choque abalou seu corpo. Tremia.
-- Eu... Eu estava... – sua cabeça estava vazia. Merda! Quando tinha se tornado tão covarde assim?
-- Você me decepcionou, garoto. Eu quis acreditar que o que Bella dizia era... Mas ela estava certa. Você e o nojentinho do Potter...
A voz de Lucius foi se tornando cada vez mais fria e baixa, quase metálica. Draco podia sentir a fúria do patriarca Malfoy emanando dele. E, afinal, ele já sabia de Harry? Como? E... Harry... Ah, Merlin, ele tinha falhado...
Talvez tivesse sentido mais a dor de ser espancado se sua mente não estivesse tão longe. Talvez tivesse implorado por misericórdia, se não estivesse tão comprometido com seus sentimentos por Harry. Talvez tivesse mudado de lado, se não já tivesse feito sua escolha.
Draco foi arrastado pelos cabelos Torre de Astronomia acima, um rastro de sangue marcando o caminho. Estava tão apavorado, tão confuso, que não reagiu e mal sentia a dor. O pensamento mais coerente que conseguia formular era que Harry estava na Torre também. Talvez visse o testa-rachada antes de virar poeira afinal...
Assim que alcançou a Torre, tudo pareceu acelerar, como se o tempo estivesse sendo controlado, como se Khronos estivesse brincando o tempo a seu bel prazer. Viu de relance Harry frente a frente com Voldemort, sentiu o frio que envolvia a sala, viu seu amado apontar a varinha para Voldemort e desferir um feitiço, viu Voldemort bloqueá-lo... Uma escuridão tomou conta da sala. Gritos, Comensais tontos. E então ele chamou por Harry...
Viu o adolescente olhar para ele apavorado. Viu também Voldemort apontar a varinha para si. Sentiu um medo sem precedentes. Não queria morrer, não podia... Não.
Sua vista escureceu, e ele apenas sentiu uma dor sem precedentes. Sentiu seu corpo doer, como se estivesse sendo atingido por um Cruciatus, mas era diferente. Piscou para recuperar a visão, enxergar Harry... E viu.
Harry estava a meio caminho, correndo para Draco quando Voldemort lançou um feitiço. Harry foi rápido o suficiente para lançar também uym feitiço ao mesmo tempo, os feitiços se cruzaram no ar e atigiram os respectivos alvos... Harry caiu numa imobilidade assustadora, os olhos fechados...
Acordou.
Notas e um pouquinho de falação
N'tcha pessoas! Esse é o primeiro de três capítulos de Loveless, fic que como já foi dito acima foi escrita especialmente para a Dany Ceres, no Amigo Oculto do Potter Slash Fics.
Bem, devo dizer que a fic não ficou como eu queria, porque acabou faltando tempo e criatividade para desenvolvê-la da maneira adequada. Então pode-se dizer que essa versão é um demo do que eu pretendo aumentar e continuar. Eu não sei quando farei isso; provavelmente quando eu entrar de férias lá para fevereiro-março. Até lá, espero que esta versão esteja a contento.
Bem, para aqueles que não notaram essa é a primeira fic que eu escrevo. Acreditem, é uma baita responsabilidade. Ainda mais quando é pra presente de alguém que você gosta... Acho que por isso que bateu crise de criatividade... Foi a pressão. XD E a faculdade... Argh! Eu não acredito que minhas aulas voltam dia DOIS de janeiro... DOIS. ºmorreº
Bem, bem, reviews são sempre muito muito bem vindas, então, se quiserem deixar a autora (UAU!) que vos fala feliz... Deixem reviews! XD
Ja nee
