O Colecionador de Almas

Capítulo Um

A noite estava serena e sombria. Não se ouvia nada no silêncio na noite, a não ser o barulho feito pelas cigarras. Quem adentrasse na floresta do InuYasha, com certeza veria que aquele não era um local comum. Normalmente, as florestas, embora nas noites fossem um lugar tenebroso, não emanavam um temor tão grande quanto aquela. Naquela floresta, havia duas coisas que a diferenciava das outras. Uma delas, era que ali fora aprisionado um hanyou chamado InuYasha, o qual deu o nome para a floresta. Ele e uma sacerdotisa chamada Kikyou foram enganados pelo, também hanyou, Narak, pelo qual agora, depois de despertado, o procura para vingar a morte de Kikyou, que agora vive uma semivida.

Também, naquela mesma floresta, há um poço. Não é um poço comum, pois, é por aquele poço que uma menina, com seus quinze anos de idade, pele clara como a lua cheia, cabelos pretos como a noite, olhos azuis como um imenso mar e lábios rubros como o mais vermelho dos sangues, consegue voltar quinhentos anos e ir para a Era Feudal. Ela se chamava Kagome, e é a reencarnação de Kikyou. Ela, juntamente de InuYasha, Sango, uma exterminadora de youkais, Mirok, um monge um tanto pervertido e Shippou, um pequeno filhote de raposa, viajam em busca dos fragmentos da jóia de quatro almas, que Kagome acidentalmente quebrou.

Kagome estava saindo do poço. Olhou a sua volta e se deparou com a floresta sombria. Sentiu um leve arrepio percorre-lhe a espinha, mas começou a andar, em grandes passos, para o vilarejo que ficava ali perto. Conforme seu medo ia aumentando, mais rápido corria, até que chegou no seu destino e foi direto para a cabana onde vivia a sacerdotisa Kaede.

Desculpe-me o atraso. Minha mãe não me acordou, e acabei dormindo até tarde.Disse Kagome olhando para todos a sua volta.

Feh! Devia acordar sozinha! Você tem se atrasado muito.

Não é minha culpa se você quebrou o meu despertador, InuYasha!

Ora, e você está dizendo que a culpa é minha?Disse o hanyou como se pudesse explodir a qualquer momento.

Vocês querem parar com essa briga! Mais que coisa, InuYasha! Será que não pode ser mais educado com a senhorita Kagome? Afinal ela só veio hoje porque você pediu, senão ela só teria vindo amanhã. E além do mais, ela veio sozinha pela floresta.Disse Mirok tentando acalmar InuYasha, mas isso só fez aumentar sua ira.

Por que você sempre defende as mulheres e nunca a mim? Perguntou InuYasha num grito estrondoso.

Porque elas precisam que alguém as proteja, além disso...

Ah, Sango... Vamos pra nossa cabana? Eu não estou a fim de voltar a discutir com o InuYasha.­Pediu Kagome para sua amiga aos cochichos.

Vamos logo.Respondeu a garota.

Boa noite, Shippou, boa noite meninos, boa noite vovó Kaede.Disseram Kagome e Sango em uníssono.

A onde você pensa que vai, Kagome?Perguntou InuYasha.

Pra minha cabana e da Sango, por quê?

Fazer o quê?

Dormir, o que você acha?Perguntou a garota um tanto desconfiada.

Dormir? Mas você não disse que dormiu a tarde toda?

InuYasha, o que eu faço ou deixo de fazer não é da sua conta!Berrou Kagome.

Claro que é!Retrucou InuYasha no mesmo tom de voz.

E eu posso saber o por quê? Perguntou a garota, agora com um quê de raiva na voz.

Porque se algo acontecer com você, não poderemos mais saber onde encontrar os fragmentos da çou Kagome em um tom calmo e gentil.Senta! Senta! Senta! Senta! Senta! Senta!

Kagome, pára com isso!! Gritava InuYasha, porém em vão. A colegial parecia querer matar o InuYasha por agredi-la tão fatalmente com tais palavras. Foi preciso que Sango a arrastasse para a cabana delas e tampasse sua boca para fazê-la para de falar "Senta!"

Kagome, o que deu em você? Perguntou Sango preocupada.

Não é nada, Sango. Esquece isso.­

Ora, não pode ser "nada". Você não diz "senta!" à toa!

Deixa isso, Sango. Responde Kagome com um tom um pouco triste na voz, o que Sango percebeu na hora.

Diz pra mim o que foi. Vai se sentir melhor. Insistiu a amiga.

Sango,Começou a garota você sabe o por quê eu não queria voltar hoje?

Não. Respondeu a garota prontamente.Por quê?

Bem, é que antes de eu voltar pra minha era, eu vi o InuYasha e a Kikyou juntos na floresta... não posso negar que fiquei com um pouquinho de ciúme... Sango deu um triste sorriso. Eles estavam planejando se encontrar outra vez. A Kikyou queria encontrar o InuYasha hoje, à noite de novo. Então eu resolvi voltar pra minha era e passar uns três dias só pra me acalmar um pouco e me esquecer desse encontro, mas o InuYasha quis que eu voltasse hoje e eu voltei. Não queria, mas voltei. Até porque, eu tinha pedido à ele uma vez, pra ficar sempre perto dele, e ele disse que eu podia, portanto não pude negar o pedido.

Kagome, eu não sabia...

Tudo bem. Como você mesma disse, me sinto bem melhor agora que desabafei.

Vamos dormir, então?Perguntou Sango. Já deve ser bem tarde.

Tudo bem. Concordou Kagome.

Elas arrumaram, cada uma seu saco de dormir, e deitaram.

Kagome mal deitou, começou a sonhar, porém, nunca chegou a saber com o que sonhara, pois alguém invadiu sua barraca

Ahhhh!! Hentai!!!! Gritou Sango ao ver quem entrara na barraca. Sai daqui Mirok!!

O InuYasha. Começou ele, fingindo não ter escutado Sango. O InuYasha não está mais na nossa barraca. Ele sumiu!

É verdade! Disse Shippou. Ele não está mais lá! Mas Kagome fez-se indiferente perante a situação.

Não precisam se preocupar. O InuYasha foi se encontrar com a Kikyou. Disse a colegial.

A esta hora da noite?! Depois eu que sou o hentai da história! Exclamou Mirok, aproximando-se de Sango.

PAFT!

Ai!!!!Berrou Mirok.

Idiota! Saia daqui agora e não nos perturbe mais! Gritou Sango.

Ah, Mirok... Quando será que você vai aprender? Se perguntava Shippou enquanto acompanhava Mirok até a cabana deles.

Kagome... você 'tá bem? Perguntou Sango, depois de se certificar de que Mirok já havia ido embora, ao ver a cara triste da amiga.

Estou ótima. Vamos voltar a dormir.

Em algum lugar da floresta, InuYasha e Kikyou conversavam sob as estrelas.

InuYasha, sinto ter que partir em breve. As almas de que me alimento, que me dão forças para me manter neste mundo, estão se acabando. Já não encontro tantas com facilidade.

Kikyou... eu não vou deixar... eu não vou deixar você partir... como você mesma já tinha dito, sua vida me pertence, eu não vou perdê-la de novo. Eu não quero.

InuYasha, você me ama?

Claro que eu te amo! Respondeu InuYasha como se a resposta fosse óbvia.

Então, por que você não deixa esses seus amigos KikYou fez careta ao pensar em Kagome e nos outros. e continua sua vida comigo?

É que...

É aquela garota, não é? Kagome...

Bem,... é que eu não posso deixá-la assim,... ela sempre esteve ao meu lado sempre que precisei.

E eu? Eu também estive ao seu lado quando você precisou! Disse Kikyou afastando-se de InuYasha, com cara de indignação

Mas com ela é diferente.. Eu me sinto feliz, e calmo.

Então, você não se sente feliz quando está comigo? Quer dizer então que você gosta mais dela do que de mim? Você a ama mais do que a mim?

Não, Kikyou! Você está interpretando mal...

Não, InuYasha, você que está interpretando mal. Para mim já basta. Vou-me embora, mas não se esqueça: sua vida ainda me pertence, InuYasha. Adeus! Dizendo isso, os youkais carregadores de alma da Kikyou apareceram e a levou para longe, para um lugar onde somente ela sabia qual.

Kikyou... Sussurrou InuYasha. Voltou, então, para o vilarejo onde estava hospedado, com novos pensamentos, agora, latejando em sua mente.

Na manhã que se seguiu, Kagome acordou com uma má disposição. Encarar o fato de que Kikyou passara a noite anterior todinha com InuYasha não era uma das tarefas mais fáceis de se fazer. Mesmo assim, ela tomou cuidado para ninguém reparar no seu desânimo.

Bom dia! Disse ela a Sango que acabara de acordar.

Bom dia! Respondeu a garota. Parece que você está bem melhor hoje.

Estou sim! Vamos tomar café logo. O InuYasha vai passar a tarde reclamando se nós sairmos daqui tarde... Sango concordou com um aceno. Arrumaram suas coisas o mais depressa possível e foram fazer o café da manhã.

Kagome estava morrendo de fome. Não jantara na noite anterior, porque estava atrasada para voltar à era feudal, e muito menos comera ao chegar lá. Decidiu, antes de comer, levar um pouco de comida a InuYasha. Encontrou-o em cima de uma árvore no meio do vilarejo.

InuYasha, você não quer comer?

Não estou com fome. Respondeu o hanyou friamente.

Tem certeza? Eu...

Já disse que não estou com fome! Gritou InuYasha.

Tudo bem, então. Dizendo isso, ela se retirou. Vários pensamentos vieram à sua cabeça: "Será que eu fiz algo errado?" , "Será que ele discutiu com a kikyou? ".

Prosseguiram a viajem em silêncio. Ninguém falou muito aquela tarde, somente o necessário. À tarde pararam para descansar um pouco. Shippou reclamava de dores nas pernas, Sango queria tomar um banho, Mirok estava com fome e Kagome, bem, ela não reclamou de nada durante todo o dia.

Bem, eu vou fazer um almoço e depois vou tomar um bom banho! Disse Sango começando a preparar a comida.

Tudo bem, Sango, deixa que eu faço isso. Não tenho nada pra fazer mesmo.

Não, Kagome, não precisa...

Sango, vai tomar o seu banho. Eu vou fazer o almoço.

Já que você insiste. Disse Sango.

Pode ir. Eu fico de olho no Mirok enquanto você toma banho e a Kagome cozinha. Disse Shippou.

Sango pegou algumas coisas para o banho, e foi em direção onde ouviu barulho de água corrente. Kagome, por sua vez, começou a preparar o almoço. Ia fazer o prato preferido de InuYasha: ramen, para ver se ele comia alguma coisa. Ao terminar, todos se sentaram, formando uma roda para comer, com exceção de InuYasha. Kagome, ao perceber, levantou-se antes de começar a comer e levou um prato de ramen a InuYasha.

Não quero.

Mas, InuYasha, é ramen!

Já disse que não quero! Pára de me encher! Disse o hanyou com rispidez.

Novamente, Kagome se retirou e não comeu. Ficou apenas observando os seus amigos enquanto se deliciavam com a comida que ela fizera.

Você não vai comer, Kagome? Perguntou Shippou

Eu não estou com fome. Respondeu a garota.

Mas você não tomou café da manhã! Disse Sango espantada.

Eu sei, mas não estou com fome. Tenho uns biscoitos e sucos na minha mochila. Se eu sentir fome, eu como.

Finalmente a noite chegou. Depois de terem andado durante um dia inteiro sem sinal de nenhum fragmento da jóia e muito menos de Narak, eles decidem parar para montar acampamento e dormir. Já estava tarde, e nenhum deles queria se perder. Kagome, embora não estivesse cansada, queria deitar-se também. Depois do almoço, tentou falar com InuYasha diversas vezes, mas ele sempre lhe dava respostas grossas, que a fizeram desistir. Depois que todos dormiram, inclusive InuYasha, foi que Kagome adormeceu também.

Ela começou a sonhar. Um sonho estranho. Ela estava dentro de uma caverna um tanto arrumada. Nela haviam um tapete, bem no meio da caverna, em cima deste, havia uma mesinha que parecia ter sido toda talhada à mão, e em cima desta, havia um cálice de ouro amarelo, com um desenho de um dragão em ouro branco que contornava todo o cálice e os olhos do dragão eram feitos de ouro vermelho. Haviam também duas cadeiras, uma delas ocupada por um homem, que Kagome não conseguiu ver o rosto. Ele disse.

Kagome, reencarnação de Kikyou, em breve sua alma, forte e pura, pertencerá a mim!!!

CONTINUA...

E aí? Gostaram?

Espero que sim. Eu estava muito animada quanto a essa fic. Já tinha toda a estória na cabeça havia tempo, mas só agora pude escrevê-la.

Mandem review!!!

Arigatou,

Nadeshico.