N/A Mais uma oneshot u.u Nem me perguntem de onde surgiu essa idéia maluca (história compriiiiiiiiida...). Enfim, eu espero que alguém goste... ou leia...

Disclaimer: Nenhum personagem usado nesta fanfiction me pertence. São todos do Masashi Kishimoto. (PS: por enquanto... è.é).

Obs.1: A fic está meio estranha... Parece coisa de gente psicótica... Mas não se assustem XD

Obs.2: Baronesa, essa é em sua homenagem! /o/ que o Deus dos brinquedos a tenha T.T

Obs.3: Baronesa era a boneca de porcelana que eu tinha aos doze anos e que eu tratava como se fosse gente de verdade, até o dia em que meu irmão e meu primo a atiraram pela janela ç.ç

Obs.4: Dizem que bonecas de porcelana guardam as almas de garotinhas que morreram antes de entrar na adolescência o.o Isso é macabro (mas não sei o que isso tem a ver com a fic ¬¬)

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CAIXINHA

A primeira vez que ele a viu, a sensação que teve foi de que não existia nada mais belo no mundo: olhos perolados, longos cabelos negros contrastando com a porcelana de seu rosto e seu corpo, um vestido ao estilo medieval vermelho-sangue, e uma expressão doce, distante e misteriosa estampada no rosto, sentada em uma cadeirinha branca de ferro, dentro de uma caixinha de plástico transparente azul, com o lacre em forma de rosa. Comprou sem pestanejar – pouco lhe importava o que pensariam se a vissem em seu quarto.

Quando olhou aqueles olhos perolados e distantes, em um rosto muito claro, emoldurado por longas mechas negras, sentiu que seu coração alterava o ritmo das batidas. A mochila jogada às costas, abraçando dois livros, andando apressada, dentro do uniforme surrado da escola, viva. Foi como se tudo ao seu redor tivesse desacelerado. Tão hipnotizado estava que nem percebeu que ela vinha em sua direção – só se deu conta quando ela esbarrou nele com força e começou a cair para trás. Instintivamente, ele passou os braços em sua cintura e impediu que ela caísse.

Os dois se encararam por alguns instantes. Ele, inexpressivo, absorto em analisar a delicadeza dela. Ela, com as faces vermelhas e claramente assustada. Não passaram mais de dois segundos assim – dois segundos que pareciam intermináveis – até que alguém gritou:

- Hinata! – assim que ouviu isso, ela se afastou dele, pegou seus livros do chão, murmurou um tímido e quase inaudível agradecimento e correu na direção de quem a havia chamado.

E ele ficou parado ali, observando-a se afastar até não conseguir enxergá-la mais.

Seus pequenos olhinhos o observavam manipular suas marionetes, inexpressivamete. Sorriu e sentou-se em frente à boneca – uma de suas marionetes tinha acabado de cair no chão e quebrou o braço.

- Não tenha medo. Isso não vai lhe acontecer. – e indicou a marionete quebrada. – Não vou nunca tirá-la daí d dentro, querida, para que nunca corra o risco de quebrar sua linda porcelana...

A boneca continuou fitando-o com seu olhar vago e misterioso. Ele sorriu novamente e acariciou a embalagem azulada.

Enquanto punha o almoço sobre a mesa, olhou para o relógio. Logo ela passaria com sua bandeja em direção à mesa em que costumava sentar-se.

E, assim como ele havia previsto, logo ela passou em frente à mesa dele. Seus olhos brilhavam, um brilho distante e misterioso, quase hipnotizante. Seus longos cabelos negros balançando nas costas como uma longa cortina escura de seda, suas delicadas mãos tremendo de leve com o peso de sua bandeja.

- Ta olhando desse jeito pra Hyuuga por que, hn? – perguntou Deidara, com um sorriso malicioso no canto do lábio.

- Quem? – perguntou Sasori, tentando desviar os olhos dela, sem realmente prestar atenção à conversa.

- Hyuuga. Hyuuga Hinata. Caramba, você se apaixona e nem sabe o nome dela, hn?!

- ...

- Não vai responder não? To falando com você, hn!

- Não estou interessado em conversar. – respondeu, enquanto começava a comer seu almoço.

O pano úmido deslizou suavemente sobre a superfície da caixa. A luz do quarto estava acesa, apesar de serem apenas três horas da tarde, pois a janela estava fechada. Tudo no lugar estava uma bagunça: a cama estava tão desarrumada quanto uma cama poderia ficar, roupas estavam espalhadas por todo o quarto, marionetes amontoadas com seus cordões embaraçados, montes de poeira para todo lado, e várias coisas quebradas e impossíveis de serem identificadas. O único lugar limpo era a mesinha onde ficava a caixinha de plástico transparente azul com a boneca de porcelana dentro.

Mas nada importava para ele. Por isso, continuou limpando o exterior da caixa, enquanto os olhos perolados e quase vivos o encaravam.

Ele passava as mãos na argila com ávido interesse. Apesar de o primeiro e o terceiro ano estarem dividindo a sala de artes, cada turma ficava de um lado. E, enquanto ele esculpia, alguém se aproximou dele e, com a voz baixa e tímida, perguntou:

- P-posso pegar is-isto aqui um p-pouco? - e indicou o pote de tinta azul.

Para ele, foi como ouvir a um anjo. Não existia nada além do som daquela doce – e tímida – voz. Ele assentiu com a cabeça, e delicadamente pôs o pote nas mãos dela, dizendo:

- Pode levar.

Ela corou, e então voltou para a mesa onde se sentava, sozinha. Ele a observou e depois voltou seus olhos para sua escultura, decidindo que faria outra coisa. Não conseguiria reproduzir tamanha perfeição.

Ele segurava a caixa com a boneca dentro, enquanto a acariciava, muito emocionado. O que não seria capaz de fazer para poder tirar a boneca de porcelana da caixa e poder abraçá-la e beijá-la! Mas só o que podia fazer era observá-la e amá-la à distância...

E aqueles olhos vagos de repente pareciam mostrar tristeza e desespero. Porém, com uma expressão melancólica, ele a colocou em cima da mesa e disse:

- Sinto muito, querida, mas é para o seu próprio bem.

Ela estava sentada em um banco, sozinha, e aparentemente triste. Aquela tristeza era ainda mais embriagante do que sua voz angelical. Sasori teve vontade de agarrá-la, mas ela ainda não havia percebido que ele estava lá, por isso, permaneceu quieto, observando-a o mais próximo possível.

Até que ela soltou um longo suspiro, e ele então viu para onde – ou melhor, para quem – ela estava olhando: um garoto loiro de olhos azuis, muito barulhento, que, coincidentemente, era da mesma classe que ela.

- Ah, Naruto-kun, será que algum dia você vai me notar?

E, após dizer isso, levantou-se, caminhando com desânimo para um lugar ainda mais isolado, enquanto Sasori murmurava:

- Talvez, ele não, mas eu sim, Hyuuga Hinata...

Era como uma droga: não viveria sem ela. Sem seu rostinho delicado de porcelana, os cabelos negros, os olhos perolados, e aquela expressão vaga e misteriosa, capaz de hipnotizá-lo. Mesmo que jamais pudesse tocá-la, precisava ao menos vê-la, só para ter certeza de que era real, que aquela perfeição não era apenas um sonho, apesar de que o mais próximo que chegaria dela seria a caixa de plástico transparente azul com lacre de rosa no topo.

E seu olhar de repente lhe disse algo – algo que ele entendeu e o fez sorrir, dizendo:

- Então, é esse seu nome, querida? – porém, novamente, apenas o silêncio o respondeu, e novamente, aquele silêncio foi compreensível para ele, pois continuou: - Também te amo, Hinata querida.

Mas era impossível passar daquilo – da comunicação com o silencio. Pois sua bonequinha de porcelana era tão intocável quanto sua boneca de carne, osso e vida.

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N/A Eu gostei de escrever essa fic, apesar de tudo o.o

Enfim, vamos entender uma coisa: o Sasori projetava na Hinata a bonequinha de porcelana dele, porque a Hinata era, na cabeça dele, mais alcançável do que a boneca. Entenderam? (é que ficou muito confuso).

Eu disse que a fic parecia coisa de gente psicótica o.o O jeito que ele tratava a boneca me deu medo, quase que eu não escrevo (mas a vontade foi maior 8D).

Bom, espero que alguém tenha gostado n.n E deixem reviews o/ para fazer uma criança feliz \o/

Beijos e té mais!