POEMA
Uma fanfic de Harry Potter
Gênero: Slash/ Angst/ Song fic
Shipper: Sirius Black/ Remus Lupin
Início: 18/07/2009
Término: 22/11/2009
"Eu hoje tive um pesadelo e levantei atento, a tempo. Eu acordei com medo e procurei no escuro alguém com seu carinho, e lembrei de um tempo... Porque o passado me traz uma lembrança do tempo em que eu era criança. E o medo era motivo de choro, desculpa pra um abraço ou um consolo. Hoje eu acordei com medo, mas não chorei nem reclamei abrigo. Do escuro eu via o infinito, sem presente, passado ou futuro. Senti um abraço forte, já não era medo, era uma coisa sua que ficou em mim. De repente a gente vê que perdeu ou está perdendo alguma coisa morna e ingênua que vai ficando no caminho, que é escuro e frio, mas também bonito, porque é iluminado pela beleza do que aconteceu há minutos atrás". (Cazuza)
A começar pelo fim
O que mais me dói é não ter nem onde deixar flores para ele. Não há túmulo, nem epitáfio, nem mesmo o corpo de Sirius. Não há nada, ele se foi sem deixar vestígios.
Tudo o que me restou foi a lembrança de seu rosto e o som sereno de sua voz. Todos os dias ao acordar, experimento o frio de sua ausência, e ainda estendo os braços à procura de seu corpo ao lado direito da cama, e recolho-os imediatamente ao perceber que fora apenas mais um sonho agradável, abraçando-me a meu próprio corpo, com a esperança de que esse gesto diminua o vazio em meu coração.
Quando o vi atravessando o véu negro, senti a minha alma estilhaçar-se, sem que eu pudesse ao menos gritar. Ao contrário, tive de mostrar-me forte para acalmar Harry Potter, que gritava pelo padrinho. Engoli as lágrimas, o desespero, a angústia. Tive de cobrar de mim uma frieza jamais existente, para deixar para trás o meu Sirius e continuar uma batalha que para mim já estava perdida.
Três dias após a sua morte, eu ainda sentia como se me houvessem petrificado. As lágrimas escorriam por minha face e eu não as sentia mais. Meus olhos pareciam demasiadamente pesados, mas eu não conseguia adormecer, temendo ter as poucas horas de privação do sono e ao acordar, sentir a dor voltar muito mais forte, ao relembrar que eu o havia perdido... Que nunca mais veria os seus olhos acinzentados dentro dos meus, que nunca mais ouviria a sua voz grave oscilar para um tom mais suave. Eu nunca mais sentiria o calor do seu corpo, ou o seu cheiro... Nunca mais. Sirius passava a ser uma lembrança.
O tempo se encarregou de acostumar-me ao fato de que realmente o havia perdido, mas eu não podia evitar sofrer, ou relembrá-lo a cada nova manhã. E foi mesmo em uma manhã, vazia como todas as outras, que resolvi escrever a nossa história, seguindo o conselho de um velho amigo. Pedi uma máquina de escrever que Arthur Weasley tinha em meio aos seus artefatos trouxas, e escrevi. Escrevi, e descobri que além de desabafar, era um meio de reviver os momentos em que eu fora feliz ao lado de Sirius. Escrevi com todos os detalhes, dos quais me lembro com perfeição. Escrevi, e permiti-me sorrir novamente.
