Título: Doce Insensatez

Autora: Nah

Shipper: Uruha x Ruki / Reita x Ruki (mencionado)

Sinopse: Por um instante eu quis entender exatamente sobre o que ele falava, imaginando como seria dividir e guardar memórias com alguém daquela forma.

Disclaimer: Eles não me pertencem. Mas a fic sim, então nada de plágio ou publicar em outro lugar sem a minha devida autorização.


Capítulo 01

E tudo havia começado da forma mais impensável possível.

Ruki havia tido uma briga idiota com Reita há alguns dias atrás e até onde eu sabia o baixista havia dito coisas a ele que realmente o machucaram. Mas eu não tinha me preocupado em ouvir um dos lados, apenas escutei vagamente um breve comentário de Kai e lembro de ter resmungado algo do tipo: "Ruki é mimado demais então talvez a culpa tenha sido dele ouvir o que quer que seja de Reita."

Não estava falando nenhum absurdo, aquilo não era segredo para ninguém. Ruki sabia ser absurdamente mimado, em especial com Reita. Talvez a culpa disso fosse do próprio baixista. Mas eu não estaria pensando em nada disso ou me preocupando se não me visse metido de alguma forma no meio daquela confusão.

Eles haviam terminado dias antes do nosso último show da turnê e apesar do clima estranho entre eles, conseguiram manter o profissionalismo e de certo modo aquilo não parecia estar afetando o desempenho musical de nenhum dos dois. E ninguém nem sequer perceberia que eles não estavam se dando bem, se não fosse a nem um pouco sutil esnobada que Ruki dera quando Reita havia tentado abraçá-lo no final do show.

Reita havia entrado no camarim tentando disfarçar o desconforto, juntando rapidamente todas as suas coisas, pronto para ir para casa. Então me dignei a me preocupar um pouco com ele, afinal éramos grandes amigos desde crianças. Mas quando estava me aproximando do baixista, Ruki segurou meu pulso, sorrindo como uma criança travessa e já começando a falar sobre o show.

Não dei muita atenção de inicio ao que o vocalista falava, desviando os olhos em direção a Akira que já se despedia de todos com um aceno. Acabei desistindo de ir falar com ele aquela noite e céus, acho que era justamente isso que eu não devia ter feito.

Ruki estava a minha frente, ainda segurando meu pulso, balançando meu braço e tagarelando sem parar sobre o quanto o show tinha sido incrível. Em despeito de todo cansaço, o chibi ficava extremamente agitado após um show, mesclando momentos de exaustão e euforia, o que me fez achar muito natural o fato dele estar agindo daquele jeito comigo.

Mas estávamos falando do pervertido do Ruki.

Eu devia saber – ou ao menos esperar – que por trás daqueles sorrisos inocentes havia segundas intenções.

Ainda assim só vim realmente perceber algo quando me vi a sós com ele no camarim, perigosamente perto e o sorriso infantil tinha dado lugar a um extremamente malicioso, me fazendo perceber claramente o que exatamente ele queria.

Uma válvula de escape.

Claro que eu podia – o mais correto seria dizer devia – ter recusado qualquer aproximação dele, mas acabei me fazendo de desentendido em meio as insinuações do mais novo. E quando vi já estava dando uma carona a ele, aceitando o convite de subir no apartamento com a desculpa de beber um café na intenção de afastar um pouco o cansaço já que iria dirigir de volta para casa.

Mas era óbvio a qualquer um que Ruki não me deixaria ir assim tão fácil e nem vou me dar ao trabalho de negar que estava curioso demais em ver até onde ele iria, acreditando que quando ele fosse mais claro e se oferecesse deliberadamente eu diria não sem muitos problemas.

Porque eu gostava de ver meu ego inflado e gostava mais ainda de ver a reação de alguém ao ser rejeitado. Mas eu sequer tive tempo de dizer não ou qualquer outra coisa. Mal Ruki havia aberto a porta do apartamento já tinha atacado meus lábios com os seus, iniciando um beijo de forma intensa que foi prontamente correspondido.

Sem que eu percebesse minhas mãos já estavam pressas na cintura dele, pressionando-a com força por cima da camisa que ele usava, enquanto Ruki já deixava uma das pernas entre as minhas e pressionava meu baixo-ventre com sua coxa.

Era errado o que deixava tudo ainda mais excitante. Eu estava traindo o meu melhor amigo e provavelmente ferrando com o relacionamento que ele tinha com o vocalista.

Afastei o menor bruscamente, meio ofegante, vendo o volume ainda discreto entre minhas pernas para só então levantar o rosto e fitar Ruki, igualmente ofegante, as bochechas levemente coradas, os lábios inchados e entreabertos.

- Merda, Ruki! O que você acha que está fazendo? – questionei, vendo o sorriso malicioso retornar aos lábios dele.

- Antes que você diga que é errado ou algo do tipo, eu não tenho mais nada com Reita e não há problema nenhum em eu transar com quem bem entender.

- Mas Reita é...

- Eu não me importo, Uruha – me interrompeu, se aproximando mais uma vez, os dedos desabotoando a própria camisa. – E acho que você também não – murmurou, olhando em direção ao visível volume no meio das minhas pernas enquanto terminava de se livrar da camisa, largando-a em qualquer lugar.

E eu não sabia o porquê dele despertar aquela excitação em mim tão rapidamente, fazendo com que a única coisa que passasse na minha cabeça naquele momento fosse a necessidade de ouvir seus gemidos, fazê-lo implorar pelos meus toques.

- Uru... – ele me chamou quase manhosamente ao mesmo tempo em que tocava o próprio abdômen, deslizando a mão para baixo, tocando a ereção semi-desperta por cima da calça em movimentos lentos, assim como costumava fazer nos shows.

Ri debochando da minha falta de capacidade em colocar um basta naquilo. Eu era mesmo um bastardo que não trocava nada por uma boa foda, nem mesmo a amizade que eu tinha há anos com Reita. Eu já desabotoava minha própria camisa e Ruki não esperou mais nenhum segundo para colar os lábios em um dos meus mamilos, sugando-o com força, acabando com a pouca distância que havia entre nós.

E seu eu fosse um pouco mais sensato teria ouvido a vozinha irritante que martelava na minha cabeça dizendo que Ruki só estava procurando um jeito de afogar as mágoas, uma maneira inútil de esquecer a briga que teve com o ex-namorado. Eu podia não me importar em ser usado dessa maneira, porque no final das contas estaria o usando para me satisfazer. Mas eu devia me importa com o fato de que talvez não fosse bem aquilo que Ruki desejava, indo pelo caminho errado e só causando mais dor emocional em si mesmo quando o efeito do orgasmo passasse.

Além de bastardo eu era insensível.

Meu desejo sempre falava mais alto e eu já não me importava com nada disso quando levei Ruki até o quarto, as pernas dele em volta da minha cintura, enquanto seus braços me envolviam, apertando minhas costas. Ele tentava roçar o quadril contra o meu, os lábios em minha garganta, deixando um suspiro contido escapar.

Minha ereção já se encontrava dolorida e eu o larguei na cama de qualquer jeito, ouvindo-o lamentar a falta de contato em um murmuro quase inaudível, os braços abertos me convidando mudamente para deitar por cima dele. Eu sorri mais uma vez, sentando na cama sobre os calcanhares ficando entre as pernas dele. Uma das minhas mãos foi até a calça do mais novo, roçando o sexo dele antes de pressionar suavemente, me deliciando com o gemido rouco que escapou dos lábios do vocalista.

- Uruha... você pode ir mais rápido, huh? – sua voz saiu em um tom impaciente, seu quadril incidindo contra minha mão, buscando mais contato.

Paciência nunca foi o forte de Ruki, mas eu gostava de fazer tudo com calma, apreciando cada momento e não estava disposto a fazer todos os gostos do vocalista mimado aquela noite.

Desabotoei o cós da calça dele com calma, puxando-a até os calcanhares e o livrando dela, vendo-o resmungar alguns impropérios me fazendo rir, tentando ignorar a sensação incomoda da minha ereção ainda presa na calça. Minhas mãos acariciaram a coxa dele, sentindo a pele quente, puxando-as e fazendo com que ele plantasse os pés na cama.

Ruki se apoiou sobre os cotovelos, me fitando, a respiração já meio entrecortada e se sentou, as pernas ainda abertas. Seus braços envolveram meus ombros, antes dele inclinar o rosto e deslizar língua pela minha garganta até o meu pescoço. Eu mordi o lábio contendo um gemido, minha mão indo até sua ereção, tocando-a por dentro da roupa de baixo e foi a vez dele de gemer alto, as pontas dos dedos pressionando com força a minha pele.

Ele colou os lábios embaixo do lóbulo da minha orelha, gemendo dessa vez mais baixo, enquanto tentava se esfregar contra a palma da minha mão. Então ele deslizou as pontas dos dedos pelos meus braços, descendo até o meu abdômen acariciando ali com uma calma que eu sabia que era atípica dele, até que seus dígitos roçaram nos botões da minha calça, soltando-os impacientemente, quase afoito, contrastando com os gestos anteriores.

- Eu quero sentir você bem fundo em mim, Kouyou – murmurou, próximo a minha orelha, sem nenhum pudor e o som de sua voz fez com que minha ereção pulsasse dolorida, qualquer controle ou calma sendo mandado pra qualquer lugar longe.

Quando eu me dei conta já tinha me livrado das minhas roupas com destreza, enquanto Ruki travava de tirar a última peça que restava nele, sentando a minha frente com as pernas abertas de maneira obscena, masturbando a si mesmo com os olhos presos aos meus, me excitando ainda mais. E eu tive que me controlar para não possuí-lo daquele jeito mesmo, sem o menor cuidado.

Me aproximei dele, inclinando o rosto para frente, alcançando seus lábios, pressionando os meus contra os dele e abafando os gemidos que ele deixava escapar. Takanori logo tratou de sentar no meu colo, as pernas em volta da minha cintura, nossas ereções roçando, me fazendo gemer dentro do beijo, que não durou muito visto que o vocalista, afoito, já descia os lábios pela minha garganta.

Eu fiz com que ele voltasse a se deitar na cama, erguendo um pouco as pernas dele para que plantasse os pés no colchão. Me sentei com os joelhos dobrados e me inclinei para frente levando dois dedos entre os lábios do mais novo, me excitando mais ainda com a visão dele sugando os dígitos, sua mão segurando meu pulso enquanto a língua dele deslizava de forma obscena.

E sem me conter mais, afastei os dedos da boca do mais novo, a outra mão apoiada na coxa dele, vendo-o arquear um pouco a cabeça para trás, segurando os lençóis entre os dedos com força antevendo o que viria a seguir. Introduzi o primeiro dedo ao mesmo tempo em que Ruki soltava um gemido lânguido em meio a algumas palavras incompreensíveis, cerrando os olhos. Sorri ao vê-lo tão entregue, ainda que nem tivéssemos chegado ao principal e logo introduzi o segundo dígito, afundando-o no interior dele, preparando-o com a pouca calma e controle que me restava.

Quase sorri novamente ao vê-lo lamentar em um ronronar manhoso quando tirei os dedos de dentro dele. Ruki entreabriu os olhos, me fitando e eu deitei por cima dele, me acomodando melhor entre suas pernas, posicionando minha ereção em sua entrada, sem tirar os olhos dos do vocalista, querendo ver sua reação no momento exato em que o penetrasse.

Ele colocou as pernas em volta da minha cintura, me puxando para mais perto, como se pedisse mais contato e eu obedeci, introduzido meu sexo nele, vendo-o arquear mais a cabeça, os olhos cerrados com força e os lábios entreabertos, deixando um gemido sufocado morrer na garganta. Afundei no corpo dele, sem esperar que ele se acostumasse e foi minha vez de gemer ao senti-lo tão apertado em volta da minha ereção.

Ruki já tinha lágrimas formadas no canto dos olhos ainda fechados, provavelmente devido a dor e ao desconforto inicial. Não me movi, me contendo apenas com a deliciosa pressão do seu interior, que já parecia ser o suficiente em me levar ao ápice. E céus! Se eu soubesse que seria tão bom assim estar exatamente daquele jeito com Ruki eu teria tentado aquilo muito antes.

E quando me dei conta ele já movia o quadril em direção a mim, apertando as pernas em volta da minha cintura, seus braços circulando meus ombros enquanto eu começava a me mover lentamente arrancando suspiros e gemidos roucos dele. Sua ereção roçava em meu abdômen e eu podia sentir o quanto ele estava excitado.

Ele colou os lábios próximos a minha orelha, seus gemidos saindo abafados e a respiração rasa colidindo contra a minha pele, a ponta dos dedos pressionando com força as minhas costas. Nossos corpos colidiam de forma cadenciada e eu mergulhava no êxtase que era poder afundar no corpo apertado do vocalista, sentindo suas pernas se apertando em volta de mim, me incentivando de forma prazerosa.

E como se quisesse aumentar mais ainda o meu prazer, ele arqueou o corpo contra os lençóis, os lábios entreabertos e os olhos cerrados com força me dando a visão de um Ruki perdido em seu próprio prazer.

Prazer esse que eu proporcionava.

Alcancei os lábios dele, não resistindo e pressionando os meus contra os dele com força em um beijo sedento enquanto minha mão envolvia seu sexo, começando a masturbá-lo, fazendo com que ele gemesse dentro do beijo e só nos separamos quando a necessidade de ar se fez presente. Afundei o rosto na curva do pescoço dele mais uma vez, sugando a pele, partindo os lábios quando não conseguia conter um gemido, as costas ardendo com as unhas de Ruki cravadas ali com força, tentando me puxar mais para perto como se fosse possível aumentar o contato dos nossos corpos.

Não demorou muito para que o pequeno molhasse minha mão com seu sêmen, contraindo o interior, deixando minha mente a beira de uma abismo em que eu fazia questão de mergulhar em busca de mais prazer. E lá estava eu me desfazendo dentro dele, após uma última estocada firme, chamando por seu nome sem que me desse conta de imediato, a mente nublada registrando apenas o ápice de segundos atrás.

Praticamente desabei sobre o vocalista, ouvindo meio vagamente os gemidos baixos que ele deixava escapar, as mãos acariciando minhas costas em um carinho gostoso e os lábios colados a minha têmpora.

Não sei dizer por que razão eu sorri com o gesto, me aconchegando mais contra o corpo dele, buscando algo que eu nem mesmo sabia exatamente o que era. Ruki ainda mantinha a respiração meio ofegante, o peito subindo e descendo sem ritmo. Mas eu sabia que não podia ficar muito tempo daquele jeito com ele, por mais reconfortante que aquilo me parecesse.

Sai dos braços dele, me deitando ao lado, ouvindo-o gemer quase inaudível quando me retirei de dentro do seu corpo e deitei com as costas na cama, os olhos ainda fechados, querendo memorizar cada segundo que havia passado.

Mas não demorei muito, lembrando o que aquilo na verdade significava e me sentei na cama, recolhendo em seguida a calça largada no chão, vestindo-a, fazendo o mesmo com a camisa.

Era só sexo afinal e acordar juntos no dia seguinte seria constrangedor demais para nós dois.

Talvez nos arrependêssemos mais tarde do que tínhamos feito àquela noite.

Ruki entreabriu os olhos me fitando. E não havia palavras para trocarmos. Levantei, saindo do quarto, vendo ele se ajeitar melhor nos lençóis provavelmente pronto para dormir. Ele sabia que eu daria um jeito de passar a chave por debaixo da fresta da porta ao sair e trancá-la.

Talvez eu já estivesse arrependido.

Mas eu não iria realmente pensar naquilo, me preocupando apenas em tomar um banho e pegar no sono assim que deitasse na cama.

Mesmo sabendo que a sensação de erro estaria presente durante um bom tempo.

Continua...


N.A: Feita pra passar o tempo. Tempo esse que eu devia estar estudando.
São só cinco capítulos com um romance água com açúcar.
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