Hellsing e seus respectivos personagens são da exclusiva autoria de Hirano Kouta. Esta é apenas uma história fictícia que possui uma única intenção: Entreter.
Esta é uma história baseada na série Hellsing, desconsiderando o Mangá (porque eu não o vi). Baseia-se no Universo Alternativo. Diferente daquele apresentado no anime. Mas as personalidades dos personagens vão manter-se a mesma (ou em outras palavras: eu vou me matar para mantê-los os mesmos!).
Boa leitura. (???)
Entre a Cruz e a Espada.
Chuviscava intensamente naquela noite. As gotas finas e transparentes aumentaram seu ritmo deixando a aparada grama verde mais escorregadia e pegajosa. Seus sapatos negros de couro fino estavam ligeiramente sujos e molhados. Seu terno cinza umedecera e seus cabelos tornaram-se mais lisos.
Seu rosto claro e aristocrático escondia-se sobre o pequeno chapéu conservador e coberto que transpunha na cabeça. Esforçava-se para mantê-lo neutro, ardendo em um autocontrole que precisava transparecer.
Intensificou o aperto de seus punhos e diante das suas dispendiosas luvas de seda algumas gotas de sangue deslizavam manchando a nobreza da pequena vestimenta.
Ela era Integra Fairbrook Wingates Hellsing e não emitia um único ruído de dor. Este era desprezível diante da verdadeira comoção que inundava sua alma determinada, corroendo membros e orgãos… Tornando seu sistema cardiovascular descompassado e carregado. Seus dentes cerrados, meus olhos úmidos e sóbrios e sua postura alva e erguida, zelava os sentimentos humanos dentro de si, não transmitindo-os pra fora. Aguardava-se diante o epitáfio escrito de letras grossas e antigas da escrita inglesa.
"╔ Que aqueles que jaz se perdem,
encontrem no céu divino
a calma e paz que merecem.
Deus te abençoe e te guarde".
Celas Victoria Hellsing
1986-2006
Não havia tempo de injurias, lamentações, assombros e justiças…
Apertando mais as mãos, inflamando a frágil carne, ela intimamente jurou solena diante o túmulo trabalhado e frio de Sir. Victoria que sua morte bárbara e desumana não perpetuaria em vão. Não terminaria ainda.
Levaria cada um daqueles malditos seres degradantes de volta ao inferno que jamais deveriam ter deixado.
Que Deus tivesse piedade de suas almas… Pois ela não teria.
-Hellsing-o-Hellsing-o-Hellsing-o-Hellsing-o-Hellsing-o-Hellsing-o
One – Elocução.
Walter Kum Dorne. Um dos únicos homens que conquistara definitivamente a mais completa confiança de Integra Hellsing. Sua maneira de ser condizia com a forma que trabalhavam e conviviam. Sua personalidade era discreta, leal, cortez, habilidosa e minuciosamente racional. Tinha-o como um segundo pai, respeitava-o demasiado e orgulhava-se de seus singelos e preocupados conselhos.
Conhecia-a mais que qualquer outro homem, acolhera como única filha que zelava e conotava grande respeito e admiração. Por conta desta empatia constituída por tantos anos… Não faltava-lhe o efeito de preocupar-se com seu estado emocional e psicológico.
Sir Integra afundava-se entre o árduo trabalho de sua empresa (que fundou-se no ramo de atividade de gestão de investimentos e seguros) Abraham Hellsing Company; Fazendo de Intrega em 2005 a mulher mais rica do mundo. E seu aborrecimento diário entre as maiores elites de agentes do país, esforçando-se e ordenando que investigassem, procurassem, encontrassem, todos eles. Todos os assassinos ordinários que furtaram da vida de uma jovem senhora tão singela, delicada e honesta…
Sir. Victoria. Jamais a esqueceria. Lamentava-se amargamente o fim trágico que tivera. Orava que encontrassem os responsáveis… Considerava que Integra não descansaria até isto fosse feito.
Não suportava vê-la safar na febre de justiça e vingança truncada. Temia que adoecesse tamanho seu descuido com a própria saúde. Tamanha a mente perturbada. Tamanho os sentimentos e emoções subordinados, engolidos na garganta e na face sóbria.
Em razão disso, ia tê-la em uma conversa justa que sabia não agrada-lá. Suponha que seria severamente repreendido, mas tentaria assim mesmo pelo puro amor fraternal que sempre sentira.
Carregando hábil uma bandeja fina de cristal, adornada a mão, transmitindo paciência e elegância, e vestido com suas usuais roupas demasiado formais, Walter bate a porta entreaberta antes de caminhar até uma pequenina mesa de chá inglesa, quase encostada a parede mais ou menos distante onde retinha a mesa de escritório onde Integra ocupava-se fazendo algumas anotações precisas e digitando rapidamente nas teclas do computador de ultima geração.
Deixado à bandeja encima da mesa, Walter prepara para servir-lhe o chá da tarde. Chá forte, sem açúcar e em temperatura amena, como preferia. Dirigiu-se então, fitando-a sempre até sua mesa e pediu-lhe licença.
- Sir. Integra. Está na hora do chá.
- Obrigada, Walter.
A senhora Hellsing desvirou-se da tela do computador e aceitou a xícara oferecida. Encostou-se melhor na cadeira alta de couro e degustou silenciosamente, apenas um pouco, antes de colocar o recipiente em algum canto da mesa e voltar seu olhar claríssimo para seu nobre auxiliar. Percebia certo... Receio jamais visto antes vindo diretamente dele; preocupou-se.
- Há algo errado?
A pergunta direcionada a ele foi feita friamente, mas já a esperando, aproveitou para intervir no assunto delicado.
- Senhora Integra, teríamos um momento para conversar?
Levemente surpresa pelo pedido, já que este não necessitaria de modo algum, principalmente em relação a Walter. Mas ainda sim, assentiu, dizendo que poderiam ser rápidos. Logo precisaria encontrar-se com alguns agentes em uma demorada e exaustiva reunião.
- Creio senhora, que os serviços prestados pelos agentes não estejam mostrando-a os resultados esperados.
- Onde deseja chegar com isto, Walter?
- Me preocupo com sua saúde, sir. Integra. Por isto mesmo, me atrevo lhe aconselhar uma sugestão que parecerá absurda, mas que poderá ajudá-la nesta caçada intricada.
Integra afasta as costas do apoio na cadeira e passa a apoiar-se com os cotovelos na mesa, encostando os lábios entre as mãos fechadas, em seu conhecido costume.
- Sabe mais que ninguém o quanto detesto rodeios. Não perca mais tempo e diga de uma vez o que realmente quer.
- Alucard Tsepesh.
Seu rosto continuou impassivel, mas seus olhos contraíram-se surpresos pela pertubação e aversão que aquele simples nome lhe trazia aos ouvidos.
Alucard Tsepesh – o sanguinário. Era assim que um famoso jornal britânico o havia nomeado posterior a sua captura pelos Agentes do Serviço Secreto de Inteligência britânico – SIS- na sigla em inglês.
Apenas seis meses haviam se passado quando soube que finalmente prenderam aquele que já foi tido como a própria reencarnação do Anti-Cristo na terra. Acusado de incontáveis homicídios, estelionatos, seqüestros, tortura, furtos elevados e de supostos casos de canibalismo.
Alucard Tsepesh, este nome chegava a lhe dar arrepios; Longe de temê-lo, reconhecia apenas o asco de semelhá-lo aqueles que feriram e perecerão da vida de sua única família, há apenas sete semanas atrás.
Não compreendeu de inicio onde Walter desejava chegar ao mencioná-lo.
- Explique-se.
- Sir. Integra, creio que este senhor poderá nos ajudar.
- Walter... Você levantou-se bem esta manhã?
- Senhora, antes de prendê-lo por seus incontáveis crimes e delitos, reconheciam-no entre os agentes, um senhor que prestava... "serviços" por puro deleite, um bravíssimo profissional.
- Ele não passa de um maldito assassino, Walter!
- Sim, minha senhora. Perfeito para o que a senhora deseja.
- Retire-se. E não me incomode mais com este assunto.
- Sim senhora Integra. Com licença.
Apesar das asperezas conhecia-a melhor que si mesma e acreditava que assim que estivesse sozinha, conscientemente, refletiria sobre o que lhe falara.
Quando chegasse o momento oportuno, lhe chamaria se assim o quisesse. Por enquanto, preocuparia apenas em preparar sua reunião com os ditos agentes e futuros investidores.
Integra Hellsing estava à procura de uma vingança fria, calculada, dolorosa e que não deixasse quaisquer vestígios; E o senhor Alucard Tsepesh era perfeito para o serviço. Acreditava plenamente nisso.
Continua.
