Notas da Autora: Essa fanfic é U.A. E eu espero que gostem.
Sangue Divino
Thirteenth Key
Prólogo
A chuva forte se fundia ao vento, causando a impressão de que o mundo estava acabando. Trovões cortavam o silêncio da noite brutalmente e os raios rasgavam o véu negro que cobria o céu.
E, no meio daquilo tudo, uma criança chorava.
Ele estava com medo. Sempre tivera medo de tormentas como aquelas. Para aquela criança, tormentas eram mau presságio. Eram o aviso prévio do desastre.
-InuYasha! –a voz que gritou seu nome o tirou do estado de choque, fazendo-o erguer a cabeça, que escondera junto dos joelhos, no canto de um quarto. –pegue sua mãe e vá o mais longe que puder. Se sentir um cheiro que não seja o meu, corra mais rápido.
-Mas... papai... e você? –as lágrimas que ele segurara corajosamente rolaram naquele momento. –E... está chovendo!
-Sei que você tem medo, filho... –ele o olhou com carinho. –mas a vida da sua mãe depende disso. Vá!
Ele foi.
Mesmo chorando, InuYasha correu até o quarto dos pais. A mãe já abria uma das janelas, o vento forte empurrando as cortinas para o teto. Ao se virar para o seu quarto, de onde saíra, InuYasha gritou.
-Papai! –o quarto estava em chamas.
A mãe o impediu de seguir até o lugar novamente, para ajudar o homem que ficara lá.
-Temos que ir! –ela também chorava. –Ele vai sobreviver. Tem que sobreviver!
Juntos, eles pularam a janela.
A noite fria os acolheu e engoliu ao mesmo tempo. InuYasha correu o mais rápido que pôde. Sentira o cheiro do fogo, mas sentira também um cheiro humano junto do de seu pai. Ele mandara apertar o passo se sentisse outro odor, e foi o que o menino fez.
Ouviu um uivo de cão. Seu pai tomara a forma youkai. O garoto se orgulhava do pai ser um youkai completo, mesmo que por causa da mãe humana ele fosse um hanyou.
As ruas estavam desertas. Quando tomou uma distância grande da casa, agora em chamas ardendo pelo céu inteiro, InuYasha se virou novamente. Acima da construção da qual ele saíra com a mãe se abria um buraco negro.
-InuTaisho! –foi a mulher quem gritou. Izayoi não pode crer no que via. Seu amado estava desacordado, novamente na forma humana, sendo elevado em direção ao buraco no céu.
-Mãe... –a criança chorava junto com ela. –O... o que aconteceu?
-Eles nos encontraram. –sussurrou ela, ajoelhando-se ao lado do filho. Não agüentaria mais ficar em pé.
-Quem? –o garotinho a abraçava com força, tentando amparar e ser amparado. –Quem nos encontrou?
-Não há tempo para explicar. –disse ela, levantando-se rapidamente. –eles estão à caminho.
Daquela vez foi a mulher quem arrastou InuYasha.
Ele assistiu, desesperado, o pai sumir nas sombras do céu noturno. Depois daquilo, parou de chover.
O noticiário da manhã, que ele viu com a mãe no dia seguinte, dizia que o fenômeno da noite anterior fora algo inexplicável. Um dos vários que aconteciam em curtos intervalos de tempo nos últimos três meses.
-Não são fenômenos naturais. –disse ela, antes de desligar a TV. Eles estavam num hotel desde a noite anterior. –São aqueles malditos.
Quando InuYasha perguntou quem eram as pessoas das quais sua mãe falava, ela apenas balançou a cabeça.
-Um dia eu te explicarei, Inu... Um dia.
Até doze anos depois, o dia ainda não chegara.
