Disclaimer: Lost e seus respectivos personagens não me pertencem, essa fanfiction é totalmente sem fins lucrativos.
Categoria: Humor/Paródia.
Censura: T.
Sinopse: Paródia com "Toma Lá dá Cá!" Duas famílias vizinhas do mesmo condomínio, ex-esposas e ex-maridos, filhos em comum. No que essa confusão toda vai dar? Jana, Skate, Jate, Sana.
Um Natal em Família
Prólogo
Jack e Ana
Jack Shephard e Ana-Lucia Cortez se conheceram na véspera de natal do ano de 1988, ela se mudara para a casa vizinha à dele em Los Angeles, Califórnia. Naquela noite ele a encontrou sozinha em frente a casa dela, usando um lindo vestido azul e chorando lágrimas amargas.
Atencioso, Jack perguntou à vizinha o que acontecera. No início, ela hesitou em responder, mas logo depois se abriu com ele dizendo que declarara seus sentimentos para um rapaz a quem amava e ele debochou dela chamando-a de gorda e bochechuda.
Ele parou para observá-la, sim era verdade. Sua vizinha estava acima do peso e as bochechas se destacavam, mas tinha lindos olhos negros e um belo sorriso. Isso bastava para ele. Começaram a namorar na mesma semana e a cada dia descobriam mais e mais afinidades entre eles.
Com o passar dos anos, Ana-Lucia cresceu e desabrochou. A gordura acumulada transformou-se em curvas generosas pelo corpo inteiro e as bochechas ficaram no lugar certo, Jack sentia-se um cara de sorte por saber esperar. A amava, levou-a ao baile de Formatura da escola, tiveram sua primeira noite de amor neste dia. Depois disso noivaram e fizeram faculdades completamente diferentes. Jack seguiu a carreira do pai, tornou-se médico e Ana-Lucia seguiu a carreira de sua mãe entrando para a polícia.
Casaram-se logo após o término de suas faculdades e tudo ficou maravilhoso. A vida deles era perfeita, tudo planejado minuciosamente. Quando se casaram já tinham onde morar, a mobília da casa e seus respectivos empregos. Ana esperou dois anos para engravidar e ao final do plano estipulado por ela mesma teve Maria Luísa, a menina dos olhos de seu pai. Tirou uma licença de dois anos para se dedicar exclusivamente à pequena e foi aí que os problemas começaram. Ana-Lucia estava sempre presente para a filha, mas Jack não. Dedicava-se exaustivamente ao trabalho no hospital e nunca tinha tempo para sua família, isso irritava Ana demais. Ela estava cansada de tantos planos, queria momentos de loucura e Jack só sabia agir organizadamente, o relacionamento tornou-se frio e distante.
O casamento ainda se arrastou por alguns anos, mas quando Maria Luísa completou seis aninhos, o divórcio foi inevitável, Ana-Lucia estava cansada de dormir e acordar sozinha. Jack quando não estava de plantão no hospital, preferia dormir no sofá. Divorciaram-se. Ele lamentou apenas que o divórcio fosse afastá-lo ainda mais de sua garotinha. Mas a separação, como era de se esperar, foi prevista, organizada e amigável e o casal optou pela guarda conjunta da filha, sem problemas.
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Sawyer e Kate
James Sawyer e Katherine Austen conheceram-se na véspera de natal do ano de 2001 em Talahasee no Teneesee. Já era quase meia noite e Kate como todos os anos estava atrasada para a ceia de natal com seus pais. Parou em um posto de gasolina para encher o tanque e iria aproveitar para ir ao banheiro, estava desesperadamente apertada. No entanto, quando desceu do carro, seu vestido vermelho de tecido fino prendeu na porta e na tentativa de tirá-lo o pano desfiou e ela ficou quase só de calcinha no posto.
Recompondo-se, ela pediu ao frentista que enchesse o tanque enquanto ela ia ao banheiro, mas quando voltou não notou que o pano do vestido tinha desfiado ainda mais deixando-a com as nádegas à mostra, exibindo a minúscula tanga fio dental vermelha que ela tinha comprado para agradar ao namorado Tom. O frentista diante de tão lasciva visão, não se conteve e perguntou:
- Já enchi o tanque madame, agora a senhora vai querer que eu troque o óleo?
Kate voltou-se para o desconhecido e se deu conta de que estava seminua. Mas não sentiu vergonha, o que sentiu foi uma coisa bem diferente, mas perfeitamente explicável. O tal frentista era lindo, um daqueles caubóis de parar o trânsito, loiro, forte, musculoso, suado e cheio de amor pra dar. Kate estava atrasada, mas não se importou em se atracar com o frentista, que ela só soube que se chamava Sawyer porque estava escrito no avental do uniforme sujo de óleo que ele usava. Transaram nos fundos da loja de conveniência do posto até que não agüentassem mais.
Sexualmente satisfeita Kate colocou uma máscara de madeira e foi jantar com sua família. Algumas semanas depois suas regras atrasaram e ela começou a sentir estranhos enjôos. O pobre Tom ficou muito empolgado com a possibilidade de ser pai e Kate não conseguiu mentir para ele, contou tudo sobre sua aventura com o frentista loiro no posto de gasolina. Tom ficou arrasado, pediu a aliança de volta, era uma herança de família e disse que não queria vê-la nunca mais.
Kate fez o teste de gravidez, deu positivo. Sem saber o que fazer voltou ao posto de gasolina e conversou com o frentista. Sawyer nem pensou duas vezes, se ajoelhou diante dela e a pediu em casamento. Duas semanas depois noivaram oficialmente e em um mês já estavam casados.
O início do casamento foi às mil maravilhas, Sawyer era um homem vigoroso, sempre disposto a satisfazê-la na cama e em qualquer outra lugar onde pudessem se escorar, Kate vivia suspirando pelos cantos. Porém, a coisa começou a desandar quando Sawyer mostrou não se importar em arranjar outro emprego para melhorar as finanças da família. Kate tinha dado à luz a James Jr. e o menino, como todas as crianças, precisava de muitas coisas. Fraldas, leite, remédios. Seu pai parecia não se importar com nada, só com sexo, cerveja e futebol. Nem casa para morar eles tinham, moravam com os pais dela desde que haviam se casado e Sawyer não estava nem aí para arranjar outro lugar para viverem.
Kate teve que arranjar mais um emprego além do que já tinha e deixava James com sua mãe. Mas ela odiava essa situação e um dia quando chegou em seu quarto e encontrou Sawyer caindo de bêbado assistindo a uma fita pornô, pediu o divórcio. Ele chorou, implorando que ela mudasse de idéia, que ele a amava mais do que tudo. Mas Kate foi irredutível e exigiu o divórcio até que Sawyer resolvesse dá-lo.
Mas a briga não parou por aí. Os dois entraram no tribunal dispostos a reclamarem por tudo, por James, pela moto que tinham comprado juntos e até pelo cachorro que Kate adorava, mas Sawyer alegava não poder viver sem ele porque era seu melhor amigo. No final das contas, Kate ficou com a guarda de James e a moto e Sawyer com o cachorro.
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A vida era assim, o amor é fulgás, passageiro, passaram a crer os quatro personagens desta história, por motivos diferentes é claro. Ana-Lucia, apesar de seu trabalho exaustivo na polícia e dos cuidados que tinha com sua filha que a mantinham ocupada, sentia muito a falta de alguém. Os anos que passara casada com Jack serviram apenas para alimentar seu desejo de encontrar um homem insaciável e vigoroso que a satisfizesse todas as noites, amando-a, enchendo-a de prazer incansavelmente.
Jack, por sua vez, mesmo passando horas em plantões cansativos no hospital, sonhava em encontrar sua alma gêmea. Uma mulher doce e batalhadora que compreendesse sua responsabilidade enquanto médico e o enchesse de carinhos. Que gostasse de organização e planejamento como ele.
Já Sawyer queria apenas uma mulher bonita e voluptuosa, cheia de energia, que estivesse sempre disposta a rolar na cama ou em qualquer outro lugar com ele e que fosse durona o bastante para fazê-lo assumir suas responsabilidades quando estivesse passando dos limites. Kate, por fim, queria um homem sério, de preferência um médico ou um advogado, que tivesse muito o que fazer, mas que nos finais de semana a levasse para jantar e jogasse futebol com James aos domingos.
Nenhum dos quatro acreditava que seu desejo pudesse se tornar realidade até a véspera de natal de 2005. Nessa noite, Jack resolveu que passaria o natal no hospital, sendo útil, cuidando de seus pacientes. Almoçou com Maria Luísa, comprou-lhe muitos presentes e depois a levou para a casa da mãe. Feito isso, se encaminhou para o hospital e lá ficou trabalhando.
Ana-Lucia queria um natal diferente, deixou a filha aos cuidados da avó e pegou a estrada para San Diego, ia para uma festa na casa de uma amiga. Sawyer passou a antevéspera de natal brigando com Kate para ver quem passaria os feriados com James Jr., depois de muita discussão, ficou acertado que ele ficaria com o filho somente no ano novo, pois Kate queria que ele participasse da tradicional ceia de natal da família Austen.
Uma vez que não ficaria com o filho, Sawyer resolveu aceitar o convite para uma festa na casa de uma prima distante em San Diego, que mal faria encher a cara a noite toda, dançar e até quem sabe arranjar uma garota para beijar à meia-noite? Ele não tinha nada a perder.
Kate, como sempre, atrasou-se para a ceia de natal com sua família. Pegou um engarrafamento na avenida principal e teve que parar em um restaurante porque o pequeno James, no auge de seus quatro anos precisava com urgência usar o banheiro.
- Não dá pra segurar só um pouquinho, baby?- Kate indagou esperançosa para o garotinho, mas o menino balançou as madeixas louras veementemente.
- Quero fazer pipi, mamãe!
- Ai meu Deus!- exclamou Kate parando o carro em uma loja de conveniência. – Nisso esse menino puxou pra mim, tem a bexiga frouxa igual à da mãe, da última vez que fiquei apertada desse jeito me dei muito mal.
- O que você disse, mamãe?- indagou o garotinho colocando a mão entre as perninhas roliças, tamanha sua aflição.
- Nada querido, nessa loja deve ter um banheiro.
Kate desceu do carro, deu a volta e tirou seu filho da cadeirinha, segurando na mão dele e entrando na loja. Perguntou ao balconista onde ficava o banheiro. Entrou com James no banheiro feminino e levou-o à cabine destinada às crianças. Depois que o garoto estava aliviado, Kate disse a ele:
- Meu gordinho, agora espera aqui fora um instantinho enquanto a mamãe vai fazer xixi, tá bom? Não se mexa do lugar!
James balançou a cabeça assentindo. Kate entrou em uma cabine e o menino olhou o espaço ao seu redor. Lembrou-se de que não lavara as mãos e resolveu executar tal tarefa, sozinho. Escalou a pia usando o cesto de lixo como apoio e tentou abrir a torneira. No entanto, o mármore estava escorregadio e o menino se estabacou no chão. Gritou e chorou no mesmo instante.
Kate saiu da cabine alarmada e correu até o filho.
- Ai meu amor, o que aconteceu?- tentou levantá-lo do chão, mas o menino gritou de dor. Uma funcionária da loja de conveniência veio acudi-la.
- Parece que ele quebrou o braço, senhora.- disse ela com pesar.
- Ai não, não, não!- Kate acalentava o filho junto ao peito. – O que eu vou fazer?
- O St. Sebastian fica a duas quadras daqui senhora, pode levar seu filho na emergência.
Kate concordou com a funcionária, principalmente porque James não parava de chorar. Correu de volta para o carro com o menino no colo, arrumou-o como pôde na cadeirinha e partiu para o hospital St. Sebastian ultrapassando dois sinais vermelhos. Quando chegou lá, estacionou o carro de qualquer jeito, completamente torto e adentrou a emergência do hospital ultrapassando a recepção em direção à enfermaria de atendimento com James nos braços sem nem ao menos conversar com a recepcionista.
- Hey senhora, senhora!- ficou chamando a mulher, mas Kate a ignorou e seguiu em frente.
- Onde é que está o médico?- Kate indagou quando adentrou a enfermaria.
Uma jovem enfermeira a atendeu.
- O Dr. Shephard está no segundo andar verificando um paciente. O que houve senhora?
- Meu filho caiu e quebrou o braço.- esclareceu Kate, muito aflita.
A enfermeira ajudou a colocar James em uma cama. Nesse exato momento, o Dr. Shephard entrou na enfermaria, seus olhos pousaram no garoto que chorava e sem nem ao menos olhar para Kate, começou a examinar o menino. Kate, porém, ao vê-lo entrar e ansiosa para que o filho fosse atendido de imediato, voltou-se para Jack antes que ele pudesse chegar perto de James e colidiu com ele à porta da enfermaria.
- Me desculpe doutor, eu...
- Com licença, por favor!- ele pediu um pouco ríspido e se aproximou de James. - O que foi, campeão? O que aconteceu?
- Eu caí!- choramingou o menino.
Jack tocou o braço dele de várias maneiras.
- Está deslocado!- ele voltou-se para Kate. – A senhora é a mãe dele?
Kate assentiu.
- Como foi isso?
- Ele escalou a pia do banheiro e caiu lá de cima.- respondeu ela.
- E onde a senhora estava quando isso aconteceu?
- A alguns passos dele, doutor.- disse ela indignada. – O senhor está insinuando que não sei cuidar do meu filho?
- Não estou dizendo isso senhora, só estou averiguando, vai ter de segurá-lo para que eu possa pôr o braço dele no lugar.
- Isso vai doer muito?- ela questionou.
- Sinto dizer que sim, então é melhor que seja rápido.
Kate segurou James e o abraçou dizendo palavras de conforto enquanto Jack se empenhava na tarefa de pôr o braço do menino no lugar. Quando conseguiu, James gritou e esperneou se agarrando à mãe, enquanto lágrimas molhavam o belo rosto de Kate.
- Vai ficar tudo bem, senhora. Agora eu vou apoiar o braço dele numa tipóia.
Mas Kate não parou de chorar, chorava quase tanto quanto seu filho. Jack ficou intrigado. Pediu à enfermeira que desse um pirulito a James na enfermaria e chamou Kate para tomar um café na lanchonete do hospital.
- Eu sou Jack Shephard, a senhora é...?- indagou.
- Eu sou Kate Sawyer, ah, quer dizer fui Kate Sawyer, me separei e agora eu sou Kate Austen de novo, ah deixa pra lá!- ela respondeu confusa.
Jack sorriu: - Muito prazer Kate. Está atrasada para a ceia de natal?
- Está na cara né?- ela inquiriu. – Olha, eu não preciso de todo esse sarcasmo não doutor, a minha vida já é ruim o suficiente. Eu me divorciei há algum tempo e estou prestes a ficar desempregada porque não tenho com quem deixar o meu filho e o meu chefe não quer mais saber de desculpas, além disso o aluguel vai vencer e eu não tenho como pagar e também não tenho como pagar seus serviços, o plano de saúde do James tá atrasado!- ela falava atropelando as próprias palavras.
- Acalme-se Kate.- disse Jack com a voz aveludada, sorrindo para ela.
O jeito doce como ele falou com ela a deixou ainda mais nervosa e sem perceber Kate derramou todo o conteúdo do seu copinho de café nas calças brancas dele.
- Ai!- Jack queixou-se quando o líquido quente tocou sua pele.
- Ai, meu Deus, ai meu Deus!- exclamou Kate desesperada, pegando um monte de lenços de papel no porta-lenços em cima da mesa e tentando limpar a calça dele, mas no desespero suas mãos roçaram uma parte muito íntima do doutor.
Jack olhou para ela de maneira estranha e Kate afastou-se morrendo de vergonha.
- Me desculpe, eu não quis tocar o seu...
- Tudo bem, tudo bem.- respondeu Jack. – A senhora é um desastre ambulante e eu estou adorando tudo isso!
Kate começou a rir limpando as lágrimas e Jack a acompanhou.
- Você deve me achar patética não é? Por estar chorando, te contando essas coisas sobre a minha vida e cometendo todas essas mancadas com você.
- Não.- falou Jack meneando a cabeça. – Eu não posso considerar você patética porque eu mesmo sou patético! Eu tenho uma filha de seis anos e também estou separado há pouco tempo. Eu poderia estar com ela agora, mas acabei me refugiando aqui no hospital onde eu sinto que sou mais útil!
- Eu não acredito que você não seja considerado útil na sua família! Acho que está equivocado, um homem como você, tão seguro de si quando cuidou do meu filho...
- Eu sou médico, essa é a minha função.
- Oh não, você é mais do que isso.- Kate deixou escapar. – Você me parece um bom homem.
Kate mal terminou de dizer aquelas e foi tomada de surpresa quando o médico cobriu sua boca com a dele num beijo lento e sensual. Ela fechou os olhos, o beijo durou alguns segundos até que se afastaram para retomar o fôlego.
- Eu...me desculpe.- disse Jack. – Não sei o que deu em mim...
Nem Kate sabia, aliás, ela nunca se preocupava em perguntar esse tipo de coisa à ela mesma quando acontecia, só sabia que precisava beijar aquele homem e foi o que fez, cortando as desculpas dele. O segundo beijo foi mais intenso, frenético. De repente, escutaram um pigarro atrás deles. Separaram-se de imediato. Era a enfermeira com James no colo lembrando-os silenciosamente que estavam em um hospital.
Embaraçada, Kate disse:
- Você disse que ia passar o natal no hospital, então, gostaria de vir cear com a minha família após seu plantão?
Aquilo era loucura, Jack jamais agira por impulso antes. Mas o jeito espontâneo e desastrado daquela mulher o cativaram por completo, e a única resposta que saiu de seus lábios foi:
- Sim, seria ótimo!
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Ana-Lucia chegou cedo à festa tradicional de natal de sua amiga Libby em San Diego. Apesar da animação dos convidados ela estava entediada, sentada em um canto tomando tequila e tônica. Ao vê-la com ar de tédio, Libby parou de dançar com seu namorado Hurley e foi falar com a amiga.
- O que foi Lulu? Por que essa carinha? A festa não está legal?
- Sua festa está ótima Libby, o problema é comigo. Estou decepcionada comigo mesma. Hoje eu sou uma mulher livre para fazer o que eu quiser e simplesmente não consigo me libertar da minha vida planejada e cheia de regras para tentar fazer algo bem louco!
- Ai amiga, eu sei do que você está precisando.
- Sabe?- indagou Ana-Lucia.
- Aham.- respondeu Libby. – De uma noite de luxúria.
- Como é que é?
- Isso o que ouviu e parece que você está com sorte. Meu primo James acaba de chegar á festa.
Foi instantâneo, Ana-Lucia bateu os olhos nele e seu corpo inteiro se encheu de calor. Tudo bem que já havia tomado muitos drinks desde o início da festa, mas aquele homem era um presente dos céus para o seu tédio.
Com um jeito desinibido que até aquela noite Ana-Lucia jamais pensou que fosse capaz, aproximou-se do moço e ofereceu-lhe uma bebida. Ele se apresentou como Sawyer, apesar de Libby ter dito que ele se chamava James. Ana gostou do codinome Sawyer, era másculo, sensual. Tomaram alguns drinks juntos e não demorou muito estavam aos beijos na festa. Quando percebeu Ana estava em uma cama seminua com Sawyer entre suas coxas, roçando seu corpo. Só teve tempo de perguntar:
- Você tem preservativo?
- Oh yeah, baby, eu tenho o que você quiser!
Meia-hora depois Ana-Lucia chegou à conclusão de que encontrara o homem de sua vida. O mesmo aconteceu com Kate. Ela levou Jack para jantar com sua família e de pronto ele foi aprovado pelos Austen. Comportou-se exatamente da maneira que Kate considerava que um homem deveria fazer, o oposto de James. Conversou com seus pais amigavelmente, contou piadas sem graça, tocou piano e leu para James dormir. Kate estava vivendo um sonho e não queria acordar mais.
Depois da noite de natal eles começaram a namorar. Jack estava encantado com Kate, ela era tudo o que ele esperava de uma mulher, carinhosa, paciente e compreensiva. Sawyer por sua vez, estava extasiado com Ana-Lucia. Ela era louca, fogosa, sempre disposta a tudo com ele. Estava completamente apaixonado e mesmo sem um tostão furado no bolso pediu-a em casamento, Ana aceitou, não se importava em sustentá-lo desde que ele esquentasse sua cama todas as noites.
Jack também pediu Kate em casamento fazendo-a a mulher mais feliz do mundo. Tudo estava perfeito para ambos os casais, os problemas só começaram quando coincidentemente decidiram por força do destino comprar apartamentos no mesmo promissor condomínio, o Dharma Village.
E a forma como descobriram que isso aconteceu, também foi bastante peculiar.
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Era a primeira noite que dormiam no apartamento, Jack estava muito empolgado. Acordou cedo, beijou sua esposa ainda na cama, tomou um banho e foi buscar o jornal à porta do apartamento, gostava de ver as notícias do dia antes de ir trabalhar.
Sawyer também acordou cedo, mas não porque gostasse de fazê-lo e sim porque Maria Luísa, a filha de sua nova esposa passara a noite inteira alegando que tinham monstros em seu quarto tirando-lhe todo o sono. Gostava da menina, mas ela era muito frágil e mimada, deveria ter puxado ao pai, era a única explicação. Irritado porque Ana-Lucia trouxera a pequena para dormir na cama com eles, resolveu ir até a porta checar se já tinham trazido o jornal.
Pegou um susto quando abriu a porta de seu apartamento e deu de cara com o ex-marido de Ana-Lucia. Jack também se assustou ao ver o ex-marido de Jack diante de si, ambos exclamaram em uníssono:
- Você!!!!!
Continua...
