Música:
"Refrão de Bolero", Engenheiros no Hawaii.
Eu ou Gene?
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Eu que falei nem pensar
Agora me arrependo roendo as unhas
Frágeis testemunhas
De um crime sem perdão
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- Eu ou Gene?
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Mas eu falei sem pensar
Coração na mão, como o refrão de um bolero
Eu fui sincero
Como não se pode ser
E um erro assim tão vulgar
Nos persegue a noite inteira
E quando acaba a bebedeira
Ele consegue nos achar
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A pergunta que fizera para ela ressoava em sua mente. Como ele pudera?
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Num bar,
Com um vinho barato
Um cigarro no cinzeiro
E uma cara embriagada no espelho do banheiro
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Como pudera duvidar de Mai, a única, além de seu irmão e Lin, que permanecera ao seu lado por vontade própria? Justo a pessoa que o salvara de se encarcerar em um mundinho próprio? Justo a pessoa cujos olhos nunca mentiam? Justo a pessoa que trouxe para ele outra família? Justo a pessoa que lhe dava apoio? Que o iluminava? Por quê? Por que dizer coisas tão cruéis? Por que ser tão tolo?
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Teus lábios são labirintos
Que atraem os meus instintos mais sacanas
O teu olhar
Sempre distante, sempre me engana
Eu entro sempre na tua dança de cigana
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Ele sabia o porquê. Mas... Por quê?
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Eu que falei nem pensar
Agora me arrependo roendo as unhas
Frágeis testemunhas
De um crime sem perdão
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Simples... Era tão mais fácil amar Eugene Davis, que não acreditava que Oliver Davis poderia ser amado. Entre alguém gentil e amigável e alguém frio e indiferente, a escolha era óbvia. A chance de alguém se apaixonar por Oliver era diminuta.
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Mas eu falei sem pensar
Coração na mão, como o refrão de um bolero
Eu fui sincero...Eu fui sincero...
Como não se pode ser
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Mas ela o fizera. E não apenas isso. Ela o envolvera com seu feitiço. Noll estava à mercê dela. Completamente. Porém... Por dentro... Ele continuava sendo o irmão mais novo inseguro. Ele precisava ter certeza. Era tão mais fácil gostar de Gene. Então, ela poderia, simplesmente, se apaixonar por ele e se confundir.
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Um erro assim tão vulgar
Nos persegue a noite inteira
E quando acaba a bebedeira
Ele consegue nos achar
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Os olhos dela não demostravam confusão.
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Num bar
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Mesmo assim, ele a fitou, com aquela maldita máscara de indiferença. E fez a pergunta.
- Eu ou Gene?
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Teus lábios são labirintos,
Eu sigo a tua pista todo dia da semana
Eu entro sempre na tua dança de cigana
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Viu os olhos chocolate se arregalarem. Depois, ameaçaram chorar. E, ainda sim, se afastou. Sabia que não havia esperança. Ninguém se apaixonaria por Oliver Davis.
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Teus lábios são labirintos,
Que atraem os meus instintos mais sacanas
E o teu olhar sempre distante sempre me engana
Eu sigo a tua pista todo dia da semana
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Mesmo que a amasse, sabia que ela estava enganada... Certo? E, com esses pensamentos, o renomado Doutor Oliver Davis, diretamente da Inglaterra, deu as costas para sua secretária. Deu as costas para tudo que ganhara no Japão. Deu as costas para a pessoa que derretera o gelo de seu coração. Deu as costas... Encheu-se de orgulho... E foi-se embora...
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Todo dia, todo dia da semana
Eu sigo a tua pista todo dia da semana
O que eu falei foi sem pensar
Foi sem pensar!
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E isso o impediu de ouvir a resposta:
- Você, Naru-chan, o Cientista Idiota e Narcisista.
Eu tava ouvindo essa música e veio essa ideia. TIVE que escrever. E coloquei a música, já que, de certa forma, ela tem a ver com o que escrevi.
Kurara
