Essa é uma série de one-shots que escrevo aleatoriamente no dia-a-dia sempre que tenho uma ideia, e resolvi reuní-los aqui. Alguns deles (como esse primeiro) são explanações de frases de "Fifty Sentences: Navery" que escrevi faz um tempo. Os one-shots publicados aqui não tem ordem cronológica nem relação com qualquer outra fic que escrevi antes, então podem ser lidos isoladamente.

Eu não possuo CSI: CYBER. Apenas amo muito brincar com seus personagens.

Espero que gostem!

...

BEIJO

Ele a beijou pela primeira vez no final do dia após um caso emocionalmente desgastante, e quando ela o beijou de volta, Nelson soube que aquela mulher era o seu destino e que não havia caminho de volta.

Foi um dia difícil para todos, mais ainda para Avery. Além do peso de ter o destino do caso em sua responsabilidade (como sempre era), ela ainda havia sido questionada por seus métodos e tido uma quase briga com seu superior.

É claro que atrair o suspeito para a casa da vítima não era uma estratégia convencional, e Nelson podia reconhecer que também não era a mais segura, mas de que outra forma eles pegariam o perseguidor obsessivo que estava aterrorizando a vida daquela pobre mulher? Ele já havia matado sua melhor amiga e seu ex-namorado. Era uma questão de tempo até que a matasse também.

Ele havia se preocupado por ela e por tudo o que aconteceria se aquilo desse errado, mas o plano havia sido um sucesso a despeito das probabilidades. Ele havia estado lá quando Avery abraçou a mulher que chorava convulsivamente, dizendo que tudo estava bem e que agora poderia recomeçar sua vida.

No final do dia, ao entregar o relatório do caso em seu escritório, ele percebeu o quanto ela parecia cansada, e também aliviada. Seu cabelo estava um pouco desordenado, mas ela nunca havia parecido tão linda.

E ele sentiu novamente aquilo. Aquela sensação morna de borboletas no estômago, a boca seca, a dificuldade em se mover e em formar uma frase coerente. Ele estava apaixonado por ela.

Ele pensou em apenas deixar o relatório em sua mesa e ir embora, mas as palavras estavam fora de sua boca antes que pudesse perceber.

- Você agiu muito bem hoje. Era uma ideia arriscada, mas valeu a pena.

Ela olhou para ele e ele viu a mesma ansiedade que sentia em si próprio. A mesma tensão. Ela também estava apaixonada por ele.

Nelson já sabia disso há algum tempo, o que tornava a ideia de nunca fazer nada ainda mais irritante.

- Obrigada. - ela murmura - Todos nós agimos muito bem.

Os sentimentos borbulhavam à flor de sua pele. Um surto repentino de coragem tomou conta dele, e ele se aproximou dela. Talvez fosse a coisa mais estúpida a fazer, talvez ele se arrependesse mais tarde.

Ela não pareceu assustada, como ele esperava. Seus olhos eram selvagens, ardentes, suas pupilas estavam dilatadas. Ela o queria, e estava cada vez mais difícil esconder. Para ambos.

E Nelson resolveu que já bastava. Ele já estava cansado daquela agonia, daquela tensão, daquele tormento sem fim que era desejá-la em silêncio diariamente, a cada segundo.

Quando ele contornou a mesa e a beijou, ela respondeu no mesmo instante. Seus lábios tinham gosto de sal e de batom. O calor de sua boca movendo-se com a dele finalmente calou o turbilhão de emoções que se agitava dentro dele como um furacão.

Pareceu a coisa mais certa que ele havia feito em muito tempo.