Os cabelos louros brilhavam pela fonte de luz que batia no quarto na fresta descortinada. As cerdas passavam gentilmente em cada mecha. Tentava observar o carinho pelo espelho, mas a delicadeza era o suficiente para lhe fazer piscar demoradamente, sonolento, mesmo tento acabado de despertar.

-Sabe que assim, me fará dormir.

-Não é uma má idéia para mim, ainda mais, por hoje ser tão cedo nesse domingo.

-Acho que hoje faremos o mesmo de ontem, meu amor. – Ouvir o riso melodioso dele, lhe fez sorrir, ternamente.

-Foi um dos sábados mais sublimes que já me proporcionou. – O outro que penteava, se inclinou para frente, o rosto à frente dele, para selarem os lábios em um selinho demorado, apaixonado e muito carinhoso. –Lembro que mal comemos ontem.

-Concordo com você. Mas também... – Tocou no rosto dele, ainda próximo de si. Seu olhar dizia para não separarem-se naquele momento. –O dia todo na cama, namorando, amando você, ouvindo o seu coração quando deitava a cabeça no seu colo... Eu achava que o tempo tinha parado, então dormirmos e o domingo surgiu.

Saga voltou a selar os seus lábios aos dele, como antes. A mão que permanecia aos cabelos dele mantinha o carinho, a outra juntamente com a escova, tocava gentilmente ao ombro dele. –Eu amo você. – Afastou o seu rosto para continuar a pentear os cabelos dele, embora já estivessem penteados, apenas gostava de mimar o seu amor, até nisso.

Kanon voltou a pescar pelas carícias que continuaram. Pouco depois, o mais velho cessou o que fazia. Pousou a escova no colchão. O outro suspirou tanto em desprazer como em alívio. Desprazer, a carícia havia cessado. Em alívio, queria aproveitar o dia com o seu amado, e não dormir novamente.

Virou o seu corpo e suas mãos seguraram o rosto do mais velho, que ficou estático em sua pose para receber um beijo cheio de amor, um toque de malícia e longo. Deixou que Kanon ditasse o beijo, a língua dele massageava a sua.

Era segurado com tanto cuidado e força que acabou cedendo ao colchão. O mais novo também, e assim, deitou ao seu lado depois de cessar o beijo. –Acho que não resisto... – Viu Saga sorrir de forma tão meiga que ficou corado enquanto observava.

-E você realmente acha que há lugar melhor que os seus braços? Seu corpo, você?

-Acho que podemos pedir comida hoje... Assim eu fico aqui...

-Fazendo carinho em você, o dia todinho. – Kanon riu ternamente por ter seu pensamento e idéia completados.

-Amo tanto você, Sa... Tanto. – Enquanto falava, sentiu os lábios dele acariciarem suas bochechas, queixo, demorando-se no pescoço dele.

A boca do mais novo, entreaberta em deleito. Kanon ficou a suspirar e exclamar pelos carinhos, pelos lábios dele passeando por seu corpo, entregue, como o outro se entregava ao perder-se com o seu tato ao corpo dele.