Último Primeiro Beijo
"Como você escolhe o último dia que vai ter com a mulher que você ama?"
Quando soube desta história, River se sentiu amarga. Ela nunca escolheria, ela não escolhia, ela só... Esperava. E saber que era a última vez... O ultimo beijo para um amor que duraria pelo resto de sua vida. E não era justo. Vê-lo e nunca mais poder... Ela olhou enquanto ele ia embora e soube que seus dias estavam terminando. E agora, tudo que restaria seria a dor inevitável de um amor não-correspondido que teria que esconder.
Mas, ao menos, ela ainda o veria. Ele a conhecia. Eles estariam juntos e seria o suficiente olhar para a cara de bobo dele. Ela o veria se tornar mais jovem enquanto ela se tornava mais velha. Por que ela tinha entrado nisso? E como poderia não tê-lo feito? Era uma dor inacabável que destruía sua alma a cada dia e cada hora que passava esperando. Amando. Desejando. Em silêncio.
A verdade sobre o Silêncio é que eles viviam dentro dela, em seu pobre corpo humano, no amor que ela perdia conforme ele achava. E como seria? E, ao mesmo tempo, como poderia não ser? Ela preferia morrer a não passar por isso, a não tê-lo por perto. Coração partido ou não, ela nunca escolheria não cruzar o caminho dele.
Ela esperaria. Todos os dias. Um telefonema, aquele som inesquecível, toda e qualquer coisa que pudesse significar que o veria novamente. Ela se agarraria a memórias daquele beijo sem jeito, de todo aquele flerte, todas as coisas prontas para florescer nele, quase morrendo nela. Um último primeiro beijo. Uma vida virada do avesso. A vida que ela escolheria de novo e de novo.
Mesmo que a matasse.
(Como mataria. Era inevitável).
