Ignorância.
Não há outro pecado além da estupidez. (Oscar Wilde)
Seu corpo era tão perfeito que era inútil tentar não perder-me nele.
Eu pensava, por horas a fio, como me deixei envolver no pecado que tinha um nome tão gracioso e um jeito doce de me provocar: Lavander.
Não sei ao certo quando esse envolvimento começou, foi um pouco depois de eu te salvar da morte, pouco tempo depois de eu deixar de pensar e agir. Agir para que seu corpo não caísse inerte ao chão, agir para que você não morresse, pois eu sabia que seu destino não deveria ser a morte, mas sabia que o meu era te salvar.
Eu não fui tola, não deixei que o sentimento de rivalidade que carregávamos me impedisse de te salvar, pois você, o ama como eu amo. Você já provou dos lábios dele como eu provo. Você, Lavander, já foi dele como agora eu sou, mas agora são nossos corpos que se chocam, sem pensar em Ron, sem brigas, sem amor, sem nada. É só carinho e desejo que paira entre nós. É só estupidez.
É ignorância nossa fazer com que nossos lábios se choquem em um beijo delicado, é ignorância em jogar o seu corpo contra a parede e tomar seu sexo com um frenesi caótico que nenhuma de nós sabe da onde veio. É estupidez, pois não é para sempre, é um pecado efêmero, que morre em nossas despedidas e renasce em nossos encontros.
É somente nosso esse pecado, de mais ninguém. Um pecado feito de delicadeza, ignorância e efemeridade.
N/A: Drabble para a Maratona Ocasional, do OL.
