Avisos:
Essa história possui elementos de shoujo-ai e yuri (
homossexualismo feminino ) e Gore ( Canibalismo ).
Não
tenho como prever a reação de cada um que for ler isso
aqui, portanto se quiserem seguir em frente, é por sua conta e
risco. Em minha opinião, os temas foram tratados de forma leve
e até não-ofensiva, mas minha opinião pode não
ser a mesma que a sua. '-'
Bem, é
isso.
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Satty tateia uma
caneta vinda de Lightalzen nos lábios. À sua frente,
uma página de pergaminho onde costumava deixar registros de
coisas que lhe aconteciam.
- Satty? - a elfa entrou no aposento e
Satty apenas acenou de costas com uma das mãos para que ela se
aproximasse. Tinha cabelos azuis e tirou sua tiara quando abriu a
porta do quarto.
Fabiano Alves diz:
- Você nem foi dormir
comigo hoje, que aconteceu? Ficou o dia inteiro aí. Quer
escrever alguma coisa?
Satty apenas concorda com a cabeça,
continuando a bater a caneta nos lábios.
- Err...quer
escrever ou quer falar? - a elfa a olhou.
Fabiano Alves diz:
-
Acho que tudo tem a ver com a natureza de cada um. - baixou a caneta
e guardou o pergaminho. - Quer saber o que se passa, Selcia? - enfim
a olhou.
- Eu quero. - ela olhou temerosa, quando Satty falava
sobre a natureza das coisas normalmente falava de forma dura e quase
áspera.
E então, Satty começou.
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Um
dia, meu professor de estudos arcanos, chamado Gorah, falava a nós,
estudantes de magia que a natureza inata das criaturas e das pessoas
não muda. Independente de quanto tempo se passe. De um
cachorro a um ser humano, e hoje, depois de tanto tempo, vejo que ele
tem razão no que dizia.
" Silêncio classe!
Vocês me odeiam não é? Acham que eu maltratato
vocês porque sei que algumas de vocês aqui tem aquilo que
em Prontera se costuma chamar de "maus pensamentos", não
é? Vocês crêem firmemente que por eu ter morado
por tanto tempo em Prontera depois de ter viajado o mundo todo me
tornei um déspota, um pequeno ditador como aqueles que fazem
Prontera uma vergonha, não é mesmo? "
Fez-se o
silêncio na sala.
"Tenho uma novidade hoje para vocês
todas e para os poucos homens presentes. Eu falei com a coordenadora
e com a Encarregada Mana. Felizmente elas não são como
vocês, cheias de achismos por causa da natureza de vocês,
que negam-me por ser diferente de um homem comum de Geffen.
"A
verdade é que vocês não aceitam que eu lhe
lecione. Vocês, se pudessem, me tirariam daqui sem pensar duas
vezes. Bem, tenho novidades para vocês. Boas novidades. "
"Mas
antes das novidades, uma ordem expressa. Quem não obedecer,
será expulso da Academia sem chance de volta. Conheço a
natureza de vocês e sei que vão me odiar pelo que vou
fazer, mas eu não me importo."
Todos na sala olharam o
velho professor.
"Meninas de pé."
A sala
obedeceu.
"Agora, todas as meninas que gostam de meninas,
permaneçam de pé. As que não são assim,
sentem. Quem tentar me enganar está expulsa. Conheço
todas vocês. Todas."
Fez-se um silêncio pela
sala pela audácia do professor. Pupilas trêmulavam de
ódio em direção a ele que nem sequer se
abalou.
"Algum problema? Ninguém vai sentar aqui? Será
que as moças de Geffen são tão mentirosas e
falsas quantas as noviças de Prontera?"
"Eu
pensava que vocês eram diferentes... Sempre me disseram que a
maioria de vocês odiavam noviças porque elas não
eram aquilo que aparentavam. Que isso era da própria natureza
das magas. Terei me enganado ou será que os tempos mudaram?"
Uma moça se sentou.
"Vocês não podem
negar sua natureza. Se negarem, estão mentindo para si
mesmas."
Outra moça se sentou.
"Não
sejam como as pessoas de Prontera. Vejam, vocês manipulam
magia, isso é incomum, não são todos que
conseguem. Geffenia ainda vive sempre que vocês evocam uma
lança elemental de qualquer tipo! Vão matar isso
também?"
Uma outra moça se sentou.
"Mais
alguém vai se sentar?" ele encarou a sala.
Um "não"
foi notado por ele.Ele voltou a sua mesa, olhou para as meninas de pé
e sorriu.
"Nunca se esqueçam do que são. Não
neguem sua natureza. Prontera negou e nega até hoje, e se
tornou aquilo lá. Pobre Tristann, morrerá e seu povo
continuará negando. "
"Sente-se, moças."
A
classe obedeceu, em silêncio solene.
"Eu estou me
demitindo. Façam exercícios de campo pelo resto da
semana. Semana que vem terão uma nova professora de Geffen
para não terem mais animosidades com gente de Prontera. Quanto
a mim, adeus. Talvez algum dia nos encontremos novamente."
Silêncio
em toda a sala. Quando ele saiu, nós nos olhamos. E percebemos
que fizemos algo muito, mas muito errado. Nunca mais ouvimos falar
dele. Deve ter morrido.
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Selcia apenas olhava
curiosa para Satty.
- Isso que ele nos falou...não negar o
que somos...bom, você sabe que eu sou agora uma Mística
em treinamento pela guilda Chama Prateada, não?
A elfa
concordou com a cabeça.
- Conheci uma bela e jovem moça
na Chama Prateada, seu nome é Lilith Ryoka, e é uma
sábia.
- Mais uma, Satty?
Satty apenas sorri.
- Na
verdade, Lilith não é uma moça comum. Não
é nem elfa como você, nem meia-elfa.
- O que ela
é...?
Silêncio.
- Não sabemos.
Ainda...Talvez uma mestiça...- Satty passa a mão pelo
seu braço direito nesse momento.
- Voce gosta dela também,
Satty?
- Eu gosto. Ela não é o tipo de moça
que nega sua natureza. - disse com um sorriso.
- Aaahh...Já
que gosta dela por causa disso...porque não me fica um pouco
comigo hoje? Olha, estou seguindo minha natureza... - deu um sorriso
maroto.
- E porque não? - entregou-se.
Anoitece em Juno.
Satty dorme
profundamente, mas seu sono está cheio de doloridas lembranças
de um passado não muito remoto.
"Você vai fazer
o que eu mandar. Vai prometer."
"...Sim."
Dentes.
"Você
não pode atacar ninguém. Nem o Hermes."
"...Sim."
Carne
sendo puxada.
"Se você continuar assim querida, teremos
a unidade do clã comprometida."
"...Sim."
Carne
sendo arrancada.
"Nunca negue o que você
é."
"..."
Sangue.
"..."
"Nunca
se ofereceram de comida pra mim..."
Satty perde os sentidos.
Só lembrava de estar imersa em um rio de sangue onde outros
condenados se afogavam. Sentiu alguém a puxando para baixo
também, mas, tirando forças sabe-se de onde, não
afundou. Respirava, mas o ar estava carregado. Morreria de qualquer
modo, concluiu.
Então acordou.
"..."
"..."
"..."
sorriu para a menina que portava sua presilha de cura.
"..."
"..."
"..." Estava suja de sangue,
mas parecia satisfeita.
"..."
"...Quero
dormir."
"Claro querida. Vamos." disse Satty com um
sorriso.
Satty acordou e passou a mão pela sua testa.
Estava suada. Viu Selcia dormindo em seu colo, e por instinto,
acarinhou a cabeça da elfa. Então teve medo ao pensar
algo.
" E se ela sentir fome durante a noite...?"
Na
mesma noite, Satty deixou Juno e voltou para Izlude.
