Sumário: Porque perfeição é continuar tentando.
Capítulos: 1/1
Status: Terminada
Disclaimer: Not mine.
- Keep Trying
-
by L. Ganoza.
to Lady Mirza.
Tu continuas tentando.
Mas ele não é perfeito e sabes disso.
Quando os passos dele fazem eco do teu lado, os orbes escuros jamais pousando em ti, tu finges que ele não te viu, mas ambos sabem que tu sempre estás nessa mesa, teus olhos buscando os dele.
Quando tu o observas pegar a xícara quente – um quarto de leite, três quartos de café, sem açúcar -, surge um sorriso de satisfação ao vê-lo tomar o primeiro gole de algo feito por ti, não há agradecimentos e tudo está como deve ser.
Quando o sol está em pico e ele continua no escritório, a cabeça coberta de leis, decretos e argumentos, tu ofereces o teu almoço. Dizes que fizeste demais, que alguém te convidou para comer fora, que o trouxeste para uma amiga que não o quis. Dizes e compras um lanchinho em um estabelecimento qualquer.
Quando fazes o jantar, teu namorado te pergunta: "Por que sempre usas tanto tomate?". "Eu gosto de tomates", respondes.
Quando olhas nos orbes azuis dele, o sorriso largo de quem vê felicidade, tu tratas de justificar-te, dizes que não pode ser errado, que estão em um relacionamento, que se gostam.
Quando olhas nos orbes ônix dele, os lábios apertados, o cenho franzido, tu tratas de justificar-te, dizes que não pode ser errado, que trabalham juntos, que tu o amas.
Quando lhe entregas uma argumentação, um café, um caso sentes o cheiro almiscarado dele mesclado a algo doce, perfume de mulher. Ouves, talvez, uma voz feminina a pedir retorno pelo telefone, a chamada que ele deixou a secretária eletrônica atender.
Quando o horário passa e ele continua ali, perdido no espaço-tempo, tu ofereces um sanduíche, "É de tomate", avisas, justificando ser o teu preferido. Vês as feições dele suavizarem-se, ele adora tomates e tu sabes.
Quando a claridade da lua perpassa as persianas, vocês dois trabalhando em um caso mais complicado, ele diz que já basta por hoje, que podes ir para casa, que ele ficará mais um pouco, que deves pegar um táxi.
Quando ele deixa essa única frase de preocupação escapar por entre o emaranhado de polidez, tu dizes que ele não deve ficar sozinho, que o esperarás.
Quando vocês entram no carro, o sorriso no teu rosto não pode ser apagado. Os ombros dele estão tensos, tu queres te convencer que se trata de estresse, mas desejas que não seja isso.
Quando ele te deixa em casa, tu sorris e falas que teu namorado deve estar preocupado, desejando que isso o faça ir embora. Consegues. Ele anui e vira-se para o carro, tua mão corre para segurá-lo. "Obrigada", dizes, "até amanhã".
Quando tua mão permanece tocando a dele, vocês ficam em silêncio, observando o contato. Então, ele olha para ti e se vai.
Tu não és perfeita e sabes disso.
Mas tu continuas tentando.
-
Fim.
Nota da autora:
Eu sei, eu sumi. Aliás, esta estória é apenas a prova da minha falta de tempo. Foi escrita para o dia 2 de agosto – O ANIVERSÁRIO DA MIRZA! Sim, isso foi dito na voz mais empolgada que vocês podem imaginar.
Eu escrevi esta estorinha como um presente a Srta. Mirza! E eu entreguei a tempo, ok? Apenas não tive tempo de postá-la, como havia prometido.
Para quem perdeu os pequenos detalhes (afinal, minhas estórias são feitas apenas de detalhes) a Sak namora, sim, o Nar, mas é apaixonada pelo Sas. Ela se preocupa com ele, faz as coisas para chamar a atenção dele. O problema não é apenas o fato de ele não retribuir todas as atenções. É que, quando ele o faz, ela foge, reafirma o relacionamento com o Nar.
Quem diria que tudo isso estaria em um pouco mais de uma página, huh?
Quanto ao estilo de narrativa está a minha real dúvida. Foi a primeira vez que o fiz assim, depois de ter lido um par de estórias no mesmo gênero em inglês. Eu gostei, mas críticas são sempre construtivas.
Bem, kids, that's it.
See ya.
