Autor: Ravenclaw's heir

Nome Original: Un Beso Y Una Flor

Tradução: Sweet Nightangel

Betagem: Anna Malfoy


Capítulo 01

Um Te Amo, Uma Carícia e Um Adeus

Quanto tempo faz que o vi pela última vez...Quanto tempo faz que senti suas carícias, seu toque delicado... Quanto tempo faz que o abracei e senti sua respiração, suave, impassível, calma...Quanto tempo faz que provei seus lábios pela última vez...

Passaram-se seis anos desde a última vez que eu, como muita gente, vi seus olhos, seus charmosos olhos verde esmeralda, brilhando com uma sensação indescritível debaixo de seus rebeldes cabelos negros, que gritavam pedindo para serem amansados.

A última vez que o vi, há seis anos na estação, continuava sendo aquele mesmo menino esquivo de onze anos que conheci tempos atrás, tão tímido, calado, e com o coração tão grande que era incrível pensar que existia tanta bondade em seu pequeno corpo. Suas últimas palavras ainda chegam aos meus ouvidos, como um distante eco trazido pelo vento... "Até logo" ...E ainda hoje, continuo esperando que ele cumpra sua promessa.

Ainda me vejo tentando reter essas lágrimas que tanto ameaçam sair, tratando de não emitir som algum para expressar quanta dor senti ao ver meu melhor amigo ir embora da minha vida, assim sem mais, como uma coisa o vento levou.

"Hermione, não chore. É algo que tenho que fazer", me dizia ele, com seu bondoso sorriso e seus olhos brilhando de tristeza, misturada com excitação, pela nova volta que sua vida daria.

"Não... não posso Ha-Harry. Quando você vai voltar?", lhe perguntei um tanto insegura, tentando inutilmente conter as lágrimas.

"Quando tudo acabar, voltarei pra você", murmurou acariciando minha bochecha suavemente.

"Promete?", perguntei sentindo seu toque delicado.

"Prometo. Em um piscar de olhos, estarei junto a você, vendo televisão em uma velha poltrona da sua própria casa", disse tentando me animar, segurando sutilmente a minha mão, acariciando a palma com seu polegar.

"Isso é o espero", disse lhe dando um ligeiro empurrão esboçando um bobo sorriso.

Nos olhamos profundamente, e lentamente, fomos nos aproximando. Podia ouvir as batidas do seu coração e sua respiração, que se acelerava cada vez mais, enquanto fechávamos nossos olhos e nos deixamos desaparecer em um mundo de fantasia, em um mundo onde só nós dois existíamos, um mundo tão alheio a todos, exceto nós mesmo, um mundo que só nós dois podíamos explorar, segurando nossas mãos, absorvendo cada instante de beleza e prazer em nossa memória, e na qual nada poderia entrar.

"Te amo..." me disse e se separou de mim, e me segurando novamente pela mão.

"Eu também te amo... por favor, se cuide", lhe disse, em pequenos soluços.

"Eu vou", respondeu ele, dando um leve aperto em minha mão, e depois vendo os demais, foi se despedir deles. Olhei quando se distanciava, passo a passo, e senti que cada passo era sinal de como ele se distanciava da minha vida, e sentia meu coração oprimido e uma dor inimaginável em minhas entranhas, que não podia ser acalmada com nada.

Se perguntaram porque o chamei de meu melhor amigo, e ainda assim, não nos comportamos como tais, bem, na realidade ele sempre foi meu melhor amigo, e nunca passou a ser mais que isso.

No dia em que nos beijamos pela primeira vez, em que essa "amizade especial" começou, corríamos pelas nossas vidas ao sermos descobertos por Filch depois da meia noite. Estávamos na cabana de Hagrid, visitando nosso enorme amigo. Nós três corríamos em direções opostas para despistar Filch, que procurou perseguir Rony primeiro, nos deixando escapar. Entrei rapidamente no castelo, e me meti em um pequeno armário de limpeza, que estava fechado com chave, algo que eu podia perfeitamente arrumar. Fechei a porta com todo o cuidado, vendo se o caminho estava livre, e ao me virar, tive uma grande surpresa.

"Oi", eu ouvi perto de mim e se ele não tivesse tampado a minha boca, nos teriam descoberto naquele instante. Acalmei-me ao ver que o possuidor daquela voz não era mais que o mesmo que tinha aqueles enormes olhos verde esmeralda, que sempre tinham uma influência secreta em mim, e que eu não me atreveria a desobedecer jamais.

"Harry... o que está fazendo aqui?", murmurei quando ele retirou sua mão de minha boca.

"O mesmo que você", ele me respondeu, piscando um olho. "Me escondendo de Filch".

"Pobre Rony", disse tentando ver entre a abertura da porta algum sinal de vida do outro lado dele.

"É", disse Harry, sentindo remorso. "Nós o obrigamos a ir até Hagrid, e e ele não queria porque já estava muito tarde e seria perigoso".

"Era porque estava dormindo", disse eu, reprovadora. "Não porque estava tarde e podiam nos pegar". Harry riu baixinho do meu comentário. Nesse momento me dei conta que o espaço dentro do armário era realmente pequeno e nossos corpos estavam muito próximos. Ao que pareceu, ele também notou, pela olhada que me deu.

"Ehh... como foi no encontro?", perguntei tentando fazer com que a mente dele esquecesse que nossos corpos se pressionavam um contra o outro.

"Não gostei", ele se limitou a dizer, me olhando muito estranhamente.

"Suponho que não foi paciente, pelo seu 'calmo' temperamento", respondi o observando furtivamente.

"Está bem, eu admito. Foi isso que aconteceu... mas o que odiei foi que ela se comporta como a rainha do mundo só porque está saindo comigo, igual as outras. Sou uma pessoa normal, qual é a diferença?".

"Harry, você é 'O menino que sobreviveu' e muita gente te vê assim", falei como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

"Nem todos me vêem assim", ele comentou, me olhando daquele jeito estranho como havia feito antes.

"É", me limitei a dizer. Permanecemos calados por um tempo, e notei durante esse tempo, que às vezes ele me olhava de esguelha, como se esperasse algo acontecer.

"Que foi?", lhe perguntei um pouco cansada de seus olhares dissimulados.

"Nada, nada", disse ele olhando tudo, menos eu. Depois de um tempo, voltou a falar "É que... eu gosto do seu cheiro", confessou ele um pouco relutante.

O observei perplexa, sem saber se era brincadeira ou não, e a única coisa que me ocorreu foi dar uma gargalhada.Ele me olhou incrédulo e quando parei, ele voltou a falar.

"Terminou?", perguntou ele de mau humor.

"Você está falando sério?", perguntei limpando as lágrimas dos olhos.

"Suponho que sim" ele me respondeu num tom áspero. O observei um pouco confusa, sem saber o que dizer.

"Ehh... desculpe", murmurei com a cabeça baixa. Senti sua mão segurar suavemente minha bochecha e levantar meu rosto, fazendo meus olhos encontrarem seu impressionante olhar. Não me disse nada.Simplesmente se aproximou e passou seu nariz atrás da minha orelha, sentindo meu cheiro, que pra mim não existia, já que eu não usava nenhum perfume ou algo do tipo. A ponta do seu nariz tocou meu pescoço, e senti uma agradável sensação percorrer meu corpo. Momentos depois senti algo muita mais suave sobre meu pescoço e no momento percebi que ele estava dando suaves beijos sobre ele. Fiquei paralisada, sem saber o que dizer, sem sequer pensar, só sentia a mesma sensação de antes cem vezes mais forte penetrando em cada célula do meu corpo, que me entorpecia a mente e não me deixava pensar em nada, só em seus lábios roçando em meu pescoço outra vez. Tempos depois, ouvi-o chamar meu nome e notei que ele me olhava um pouco estranho.

"Ehh?", perguntei incoerentemente.

"Está tudo bem?", perguntou ele levemente preocupado.

"Claro, claro", disse sentindo o sangue correr todo até minha cabeça.

"Eh... desculpe pelo que fiz... é que... queria saber como era a sua pele", confessou como se fosse a coisa mais natural do mundo. O observei confusa e estanha, ainda sentindo aquela agradável sensação em meu corpo que ia se evaporando pouco a pouco.

"Não... não se preocupe", disse tentando formar novamente as palavras em minha mente.

"Há quanto tempo estamos aqui?", perguntei tentando mudar de assunto.

"Não sei", respondeu ele. "Creio que o caminho está livre, eu já não ouço nada faz tempo".

"Ok", eu disse tentando me virar para olhar pela abertura da porta e verificar que não havia ninguém. Lentamente, a abri e comecei a correr o mais rápido possível, com Harry atrás de mim, seguindo meus passos. Rapidamente chegamos até a Torre da Grifinória e a Mulher Gorda que nos deixou entrar. Me sentei numa poltrona em frente ao fogo, que há tempos havia se extinguido, enquanto limpava as pequenas gotas de suor que escorriam pela minha testa. Harry subiu até seu dormitório e momentos depois desceu, com um olhar preocupante.

"Não me diga que...".

"Rony não está no quarto", ele terminou a frase por mim. "Você acha que o pegaram?", ele me perguntou se sentando ao meu lado.

Franzi a testa, preocupada, sem saber o que dizer. Minha mente ainda não estava funcionando direito, e agora com o desaparecimento de Rony eu me confundia ainda mais.

"Com certeza ele ainda está se escondendo de Filch, ele não sabe que nós escapamos", disse tentando dar segurança a mim voz e acreditar nas minhas próprias palavras.

"Espero que você tenha razão", disse ele passando a mão pelo seu cabelo rebelde, como fazia sempre que se sentia nervoso.

Peguei-me o observando, admirando sua beleza. Não me refiro fisicamente, ainda que esta tenha sua graça, mas sim sua beleza interior, que saia como vapor de todo o seu ser, e lhe dava esse brilho especial que eu conhecia bem, e que me cativava.

"Harry...", eu disse alguns segundos depois. "Por que... me disse aquilo... que eu cheirava bem? Não acredito que tenha sido por nada", ele me olhou como só ele sabia fazer, e sorriu docemente, se acomodando para ficar em frente a mim.

"Não sei exatamente, mas sempre que você está ao meu lado, sinto um aroma que não conheço, mas que é estranho e perturbador, e simplesmente queria que você soubesse", disse ele um pouco corado. Sorri um pouco confusa e fiquei calada, sentindo que seu olhar estava pousado sobre mim.

"Posso... provar?", me perguntou de repente, duvidando de suas próprias palavras.

"Provar o que?", perguntei confusa, surpreendida de novo com a sinceridade de Harry.

"Teu cheiro", respondeu ele timidamente. O olhei estranha, sem saber o que ele queria dizer realmente.

"Pensei que o havia feito, com meu pescoço", disse ressaltando.

"Não, provei sua pele, não seu aroma", ele disse como se tivesse sido óbvio.

"Não entendo como vai provar meu cheiro, já que se supõe que é algo inatingível...", comecei a dizer, mas me calei quando ele, em um movimento súbito, ficou na minha frente, olhando meus lábios tentadoramente, uma vez que mordia os seus lábios, dando a entender que ele estava surpreendido de seus inexplicáveis impulsos, mas que não voltaria atrás naquilo. Não disse nada, o olhando com expectativa, dando-lhe a entender que deixava a decisão em suas mãos, e não nas minhas. Ele tomou aquilo como o sinal verde e cortou a distância entre nós, suas mãos frias e tenebrosas segurando as minhas com medo, como um menininho inseguro de estar fazendo bem ou mal. Aí foi o momento em que esse mundo novo, ao qual pertencíamos, apareceu. Compreendi o que ele queria dizer com aroma, já que provei o seu, e era mais doce e esquisito que eu já tinha provado, e que era tão viciante que não pude renunciá-la, e necessitava de mais doses para ser feliz.

Esta nova descoberta que se fez assim, entre nós dois, jamais quisemos levar a outro nível, já que nos contentávamos em estar assim, e além disso, o segredo e o mistério fazia tudo mais emocionante.

Sentia como ele absorvia de alguma maneira meu aroma, me absorvia, com seu beijo tímido que se tornou apaixonado e desenfreado, ao qual eu respondia com o mesmo fervor, em vez que eu o absorvia e ele desejava entrar em mim. Cada vez eu me sentia mais zonza, entorpecida com uma força que ia além das fronteiras e não me deixava parar. À medida que o tempo passava, minha mente se enevoava mais, até o momento em que perdi toda a noção de tempo e espaço, e só sabia que ele e eu existíamos por essa conexão que tínhamos.

Quando senti que meus pulmões pediam ar, rompi o beijo e senti como se meus pés tocassem a terra novamente, tudo voltava a ser como antes.

O olhei na escuridão, com a luz da Lua como a única fonte de visibilidade, e vi que ele me observava, também tomando grandes goles de ar, como eu. Seu olhar era tão penetrante que nesse momento eu me senti nua, exposta como um quadro em um museu a ser julgada por um colecionador, e senti vergonha e me abracei para que ele não pudesse me ver mais.

Nesse momento, o retrato da Mulher Gorda se moveu, e rompemos o contato visual para vermos quem chegava. Rony entrava um pouco agitado, mas com um sorriso triunfante que queria dizer que ele havia se livrado dos problemas. E sem dizer mais, cada um se dirigiu ao seu dormitório, com um sorriso no rosto e um novo sentimento em nós. Antes de entrar pela porta que se dirigia aos quartos femininos, lancei um olhar furtivo a Harry e ele me observava também, e compreendi que ele sentia o mesmo, e que aquilo não foi algo de uma noite, e sim se seguiria até que um de nós dois desse isso por terminado.

Essa foi à causa das minhas desventuras, isso foi o que deu início a um novo tipo de amizade entre mim e ele, e que tempos depois, muito depois, quando ele já não estava mais, me deixou entender que eu queria a ele e a seus beijos, suas carícias pela amizade e de sentirmos o perigo de sermos pegos, e porque na realidade, tinha me apaixonado e se o tinha admitido em vez de negar que desde então, tudo havia sido diferente.

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N/A: Pois bem, minha segunda tentativa de fic, o que parece ser obvio, mas vocês decidem se deixo como só isso ou coloco capítulos a mais. Espero que tenham gostado, o escrevi em um momento de depressão e isto foi o que saiu, e me custa muito compartilhar já que isso é o que senti, mas espero que aceitem positivamente e espero que me deixem suas opiniões respeito, e já sabem, me digam se gostaram ou não, e se eu deveria continuar ou deixar assim.

DEIXEM REVIEWS!

Nota do Grupo:

Essa fic chega para atender a pedidos de uma fic HarryHermione.

Ela está sendo traduzida com o maior carinho por nós e esperamos que vocês gostem.

E não deixem de ler nossas outras fics.

Os Tradutores.