Naruto obviamente não me pertence. Se pertencesse...
Capítulo 1
1939, Alemanha. Judeus, crianças, velhos e adultos com vidas que não mereciam ser vividas eram mortos. Apenas a raça ariana merecia viver. Uma raça pura e superior.
Berlim.
O moreno dirigia rápido em direção a sua casa. Trabalhara com o seu irmão até mais tarde. Fazer parte da burguesia passando despercebido para o governo lhe dava certo trabalho.
Fechou a porta com cuidado para não acordar sua mulher. Era tarde, ela deveria estar realmente cansada. Tirou o sobretudo e jogou em cima da cadeira. Começou a despir-se indo em direção ao banheiro.
-Sasuke, é você? – A voz embargada indicava que ela acordara.
-Sou eu sim, Sakura. Vou tomar um banho e logo me deito com você.
-Tem fome?
-Não se preocupe.
Minutos depois, saiu com uma toalha amarrada na cintura em direção ao closet. O corpo incrivelmente branco e os cabelos negros já secos. Vestiu o pijama de calça e mangas compridas e se deitou ao lado da sua mulher.
-Por que chegou tão tarde?
-Estava com o Itachi. Você sabe que aquele Tratado quase nos arruína, sorte que estamos conseguindo estabilizar as coisas.
Sakura lhe mostrou um pequeno sorriso que foi retribuído com um beijo na testa e um boa noite.
O sol nascia, judeus morriam e assim se iniciava mais um dia na Alemanha. A novidade é que o Füher daria um discurso, o qual Sasuke estaria presente.
Vestiu o sobretudo e estava pronto para sair. Itachi o aguardava na porta. Deu um beijo na testa da sua mulher e murmurou um "até de noite" antes de sair. Foram de carro até o local que já estava cheio de gente. Em alguns minutos Adolf Hitler iria falar; estavam todos ansiosos. "Bando de macacos" . Sasuke olhou ao redor. Pessoas gritavam cada vez mais esperando pelo discurso. Algo completamente ridículo falando sobre como judeus são inferiores e os arianos devem dominar o mundo. Típico. Todos se levantaram quando viram o Füher entrar e logo após se sentaram.
-Nosso povo alemão, superior a qualquer outra raça. Arianos, sinônimo de melhor, superior.
Seu discurso se deu todo ao pensamentos de que setistas deveriam servi-los ou morrer. Ao final, algo totalmente absurdo como aquele recebeu aplausos de todos. Menos um. Sasuke permanecia sentado com os olhos fixados em um único ponto. Aquele cabelo de lado e bigode lhe davam azia. Como um único ser pode ser tão desprezível ao ponto de conseguir fazê-lo não se agüentar no mesmo ambiente que ele?
Levantou-se e saiu rapidamente. Aquilo era demais para ele, ouvir todo o discurso e ainda os aplausos. Entrou no carro esperando Itachi. "Heil Hitler" não deixava de ser gritado em nenhum instante. Maldito.
Esperou Itachi que ainda se demorou até que começassem a sair. Encontrou Sasuke sério dentro do carro.
-O que foi?
-Você sabe o que eu penso sobre isso tudo, Itachi.
-Eu sei, mas ninguém mais pode saber. Ou você também quer ir pro campo de concentração? Aposto que iriam adorar a sua carinha bonita no forno.
-Cale a boca. Vamos logo, o Naruto deve estar me esperando.
-Você parece que realmente quer ir pro forno, não é? Você está ajudando um judeu, Sasuke! Te noção da gravidade da sua situação? Se te descobrirem, te matam.
-Fala baixo! – Falou quase num grito. Suspirou – Eu sei o que estou arriscando, Itachi. Sakura não pode sonhar com isso.
Itachi soltou um longo suspiro e ligou o carro.
Saiu do carro e olhou ao redor. Vazio. Entrou no armazém abandonado e pronunciou um "Naruto" em alto e bom tom. O loiro apareceu de um canto escuro.
-Sasuke?
-Sou eu. - Naruto soltou um suspiro e foi para perto do moreno.
-Ainda acho que você deveria me deixar. Você sabe... O que a Sakura acha disso?
Silêncio. Sakura não tinha idéia de que Sasuke era um anti-nazista e ajudava seu amigo judeu.
-Ela não sabe, não é? Sasuke, eu estou muito grato por você estar me ajudando a viver, mas você está se arriscando eu realmente acho que... – não terminou.
-Mas que droga! Por que vocês tem que ficar me lembrando disso o tempo todo? Eu sei o que estou arriscando, sei o valor da minha aposta. Sei que se eu perder, não serei o único a pagar. Mas eu não consigo ficar quieto enquanto vejo um absurdo desses ter apoio em massa e um amigo prestes a morrer porque um idiota diz que não merecem viver. Quem é ele para dizer algo aqui?
Naruto ficou em silêncio, apenas acompanhando enquanto Sasuke falava. Seus olhos se encheram de lágrimas. Agora, mais do que nunca, tinha certeza de que estava certo ao fazer amizade com Sasuke. Só um amigo de verdade se arriscaria de tal modo.
-O avião já está alugado. Você vai se passar por mim, não esqueça da peruca.
-Pra onde eu vou?
-Estados Unidos – deu um meio sorriso – É o lugar mais longe e sem nazismo que eu consegui pensar. Bom, preciso ir. Falei para a Sakura que chegaria cedo que vou contar tudo pra ela, sabe. – Riu sem humor- O avião te levará no mês que vem, não esqueça.
Naruto lhe abraçou sorrindo.
-Obrigado, Sasuke.
Abriu a porta e entrou rapidamente. Encontrou sua esposa sentada no sofá da sala, lendo um jornal concentrada. Tirou o sobretudo e o pendurou sem fazer barulho. Andou em passos lentos e silenciosos até a sala. Sakura só percebeu a presença do marido, quando este surgiu por trás de si, lhe dando um beijo na bochecha. A frieza do moreno era considerado um charme, mas a sua capacidade de ser incrivelmente carinhoso era algo que apenas Sakura sabia da existência. O que a deixava mais boba por ele, claro.
-Sasuke! Quando chegou? – Virou-se para olhar o rosto do marido com um sorriso no seu.
-Nesse instante. Vamos subir? – Deu mais um beijo na mulher.
-Não está com fome?
-Não, eu comi com o Itachi.
Sakura arrumou o jornal e se levantou. Subiu as escadas de mãos dadas com Sasuke. Chegaram ao quarto e ele fechou a porta, sentando-se na cama em seguida. Suspirou.
-Precisamos conversar, Sakura. – Disse sério, olhando-a nos olhos. Sakura estremeceu.
-O que foi, Sasuke? – A voz estava fraca e trêmula.
-Não precisa ficar assim. É só uma conversa. – Tentou acalmá-la.
-Sobre o quê?
-Judeus.
-O que tem aqueles vermes?
-Não os chame de vermes, Sakura. Não fale como se fossemos melhores do que eles.
-Está dizendo que judeus são melhores do que nós, Sasuke? – Disse com uma sobrancelha levantada.
-Não. Nem que nós somos melhores do que eles. Entenda, Sakura. Há alguns anos eu venho guardando isso para mim. Apenas o Itachi sabe. E o Naruto. Mas eu-
-Naruto? Ele ainda está vivo?
-Se me deixasse terminar, você saberia.
-Desculpe.
-Mas, sim; apenas eles sabem do que eu realmente acho do Füher e de tudo isso.
-Isso o quê, Sasuke? Estou começando a ficar nervosa.
-Então, eu não concordo com nada do que está acontecendo, acho ridículo, para falar a verdade. – falou em voz tão baixa que Sakura teve que se aproximar para conseguir ouvir – Naruto é meu amigo de longa data. Seu amigo também, a propósito. E, bem... eu o estou ajudando.
Sakura ficou pálida.
-Desde quando? – Sussurrou.
-Desde o início.
-Tem idéia do que isso pode causar, Sasuke? Você tem noção do que pode acontecer se descobrirem?
-Tenho, Sakura. Mas o Naruto é meu amigo. E eu vou ajudá-lo, sim. E você! – Disse a ultima frase com certo deboche.
-O que tem eu.
-Você é amiga do Naruto há mais tempo do que eu. Vocês são amigos desde que nasceram, Sakura! Me surpreende que justo você o condene por algo tão...
-Eu não sabia nada naquela época, Sasuke.
-E por acaso sabe agora?! – elevou o tom de voz tornando-o incrédulo. – Você acha que entende o mundo porque um babaca metido a Deus diz que quem não for ariano é inferior, deve nos servir ou morrer. Você se mostra muito conhecedora do mundo, mas está se prendendo a princípios tão primitivos e ridículos. Não tem nada neles que os torna inferior. Dinheiro? Tem muitos deles que são bem mais ricos do que eles. Religião? Isso também os dá o direito de ter nojo de nós. – Suspirou. – Você acha que o Füher os ataca por quê? Porque são a minoria. Você acha que ele nos escolheu por que motivo? Porque somos a maioria, Sakura. Esse cara está dominando a Alemanha, e se ninguém impedir será o mundo. Ele nem é alemão, é austríaco!
Sakura ouviu tudo calada. Sasuke estava louco, só pode! Como ele tinha coragem de dizer que aqueles vermes eram iguais a eles? Itachi deveria ter algo com isso. Eles estavam até passando mais tempo juntos.
-Sasuke, eu não vou discutir isso com você. Se você quer dizer que somos todos iguais, eu não vou deixar. Pense, apenas para você, pois a partir do momento em que você torna essa sua opinião pública, nos coloca em risco. – deu uma leve pausa para segurar a mão dele – Fico feliz em você ter me contado. Sinto que você confia em mim. Mas isso não quer dizer que vou apoiá-lo e ajudá-lo. Espero que tenha consciência do que está fazendo, e pare de ajudar o Naruto. Fomos amigos, sim, claro, mas passou. Não quero que nos arrisque por ele.
-Eu sei, eu sei.
Sasuke a puxou pela mão que segurava, colando seu corpo ao dela. Sakura o olhou nos olhos e sorriu. O moreno levou uma das mãos à cintura da mulher e a beijou. Ela levou as mãos até a cintura dele, puxando a camisa de dentro da calça e segurando na barra, tirando, lentamente, a camisa enquanto iam em direção à cama.
Sakura tirou sua camisa com pressa e precisão. Seu vestido foi arrancado pelo moreno sem que percebesse. Sasuke a jogou na cama e tirou suas roupas intimas. Sakura tirou sua cueca e ele a olhou de cima a baixo.O moreno estava por cima e lhe beijava o pescoço. Se posiciou com rapidez entre as pernas da mulher que o enlaçou com estas pela cintura, fazendo-o penetrá-la. Sakura soltou um gemido e Sasuke começou a se movimentar dentro desta com velocidade e cuidado.
Gemidos de ambos eram ouvidos por todo o corredor. Dois corpos suados e unidos apreciavam do prazer dentro daquele quarto até que ambos chegaram ao seu ápice, relaxando o corpo. Sasuke caiu por cima da sua mulher e rolou para o lado, a puxando pela cintura e beijando suas costas. Encaixou a cabeça na cava do pescoço de Sakura e murmurou:
-Boa noite, Sakura
Acordou no dia seguinte com os raios de sol no rosto. Olhou para o lado e viu o moreno dormir tranquilamente ao seu lado. Ele a abraçava pela cintura e tinha o corpo coberto por um grosso edredom até a metade da barriga como ela. Se remexeu um pouco para ficar de frente para ele fazendo-o soltar um muxoxo. Sakura riu. Tocou-lhe no rosto com uma das mãos observando cada detalhe do rosto de seu marido. Nada o tiraria dela. Nada. Nem Naruto, nem Itachi, nem mesmo o Füher. Ele era dela até que a morte os separe.
Continuou a olhá-lo até que um par de ônix miraram suas esmeraldas. Sasuke a encarava com os olhos meio-abertos e com o olhar interrogativo.
-O que foi? – falou com a voz embargada. Sakura balançou a cabeça.
-Não é nada. Só estava te olhando.
-Hm. – voltou a fechar os olhos – Você realmente gosta de observar, não é? – ela riu – Desde que nos conhecemos você tem essa mania.
-Sim, eu tenho. E não pretendo perdê-la. - beijou-o na testa e se levantou, puxando o edredom para se cobrir – Hora de levantar, senhor Uchiha.
Sakura foi em direção ao banheiro e deixou Sasuke do jeito que estava na cama. O moreno se virou, ficando de barriga pra cima. Estremeceu pelo fraco vento da manhã que entrou no quarto. Percebeu que estava despido e foi para o banheiro, onde Sakura se banhava.
-Cabe mais um? – disse e se encostou na porta com os braços cruzados. A mulher o olhou e sorriu.
-Sempre cabe mais um.
O moreno entrou na banheira e se arrumaram, ficando um de frente para o outro.
-O que vai fazer hoje? – Sakura perguntou quando Sasuke se virou e ela começou a lhe esfregar as costas.
-O de sempre. – respondeu com os olhos fechados.
-Naruto faz parte do de sempre?
O clima ficou pesado e Sakura parou de esfregar as costas do marido. Sasuke virou a cabeça e lhe olhou por cima dos ombros.
-Não vejo Naruto todos os dias, Sakura, não se preocupe.
Sasuke se levantou da banheira e saiu. Enrolou-se na toalha e foi para o quarto. Sakura permaneceu na banheira. Abaixou a cabeça e soltou um longo suspiro. Aquilo tinha que acabar. E tinha que ser logo.
Desceu as escadas com um vestido bege e os cabelos presos em um coque elegante. Encontrou seu marido sentado à mesa, terminando de beber seu chá. Sentou-se em frente a ele e o fitou. Sasuke levantou-se e foi em direção a sala.
-Aonde vai, Sasuke?
-Vou sair. Itachi me ligou e disse que precisa de mim no escritório agora. – disse vestindo o sobretudo. Sakura abaixou o olhar sem brilho. – Prometo chegar antes das oito. – lhe deu um beijo na testa e saiu.
Primeira fic em capítulos que posto aqui. :D
Espero que gostem dela, pois eu estou adorando escrevê-la.
Em relação as atualizações, não vou dar datas, já que eu demoro bastante pra escrever rs. Mas vou tentar ao meu máximo.
Comentários são sempre bem-vindos. :B
Até a próxima :*
