N/T: Pensei bem antes de traduzir a segunda parte da história Blindsided. No final achei que valia sempre a pena, a história é bonita e divertida, eu divirto-me a traduzi-la. Então aqui está a primeira parte de Iluminated. Esta parte está subdividida em 3 partes e achei por bem fazer o mesmo. Então aqui está a Parte Um. Para mais esclarecimentos ai têm o comentário da autora. Enjoy! =D
N/A: Isto é meio embaraçoso. Disse vezes e vezes sem conta que não escreveria uma sequela para "Blindsided". Gostei realmente da história e os efeitos que consegui com ela e não queria estragar isso. Estava certa de que nunca iria pensar em alguma coisa que se adequaria.
E depois, completamente fora de contexto, a parecer como se fosse uma Stephanie Meyer, tive um sonho com Draco e Hermione, (na verdade, no sonho era a minha chefe que se parecia bastante com Mena Suvari, e o Draco, mas quando acordei sabia que seria Hermione! Os sonhos podem ser loucos...)
De qualquer maneira... estava a meio da escrita de uma fic meio antiga chamada "Everything I Need To Know I Learned at Hogwarts" quando o meu gato atirou o ursinho do meu primo (que dormia no sofá) no meu teclado, partindo todo o meu portátil.
Essa foi a terceira vez que tive um portátil a partir-se a meio de uma história. Umas semanas mais tarde, o meio trabalho trouxe-me um mac, mas, não só fiquei totalmente desencorajada e deprimida pelo recuo, como também não achei boa ideia escrever algo a rondar o pornográfico em propriedade da empresa. Por isso essa pobre história foi abandonada.
Entretanto, tive este sonho, um tornozelo partido, e a negligêcia do meu noivo para com a Toshiba...
E meio que talvez escreva uma sequela...
Eu sei que provavelmente já se passaram anos para que houvesse alguém que goste dela e queira mais e continue por perto para a ler, mas se tiveres por ai talvez possas dar uma olhadela por mim? Estou super nervosa quanto a ela e preciso de honestidade.
Não há Voldemort, nenhuma batalha épica, no meu mundo Rowling não matou ninguém que importasse para mim (não que eles apareçam na história...) Draco nunca tentou matar ninguém, Harry nunca saiu de Hogwarts... Tem que se fazer muitas suposições, ignorar muitos canons. Vamos apenas dizer que todos passaram para o 7º ano no modo como todos imaginávamos que seria quando estavamos no capítulo 8 do 1º livro, antes de todo o inferno desabar, ok?
Sim... vai ser outra one-shot, mas como sempre, acabou por ser umas 50 vezes mais longa do que eu antecipei, por isso vou parti-la em 3 partes.
Oh, e, vai ser obesceno. É só um aviso.
Ok, aqui vamos nós... Por favor, digam-me o que pensam.
… … …
Illuminated
… … …
Um longo e nervoso gemido surgiu, involuntariamente da garganta de Hermione. Não estivesse ela completamente sozinha nas frias e escuras masmorras de Hogwarts com certeza que alguém se viraria para ver o que se passava de errado. Felizmente que era tarde demais para alunos estarem acordados e a pé, mas apesar disso, com olhos esbugalhados de pânico olhou em volta, desesperada para ter a certeza de que estava, de facto, sozinha.
Ela encontrava-se numa grande e densa bola de nervosismo. O distintivo de Monitora-Chefe que tinha sido tão cerimoniosamente pregado às suas vestes menos que uma hora antes, estava a abrir um buraco no seu peito de líder. Mas o recente aumento de responsabilidades e trabalhos eram o menor dos seus problemas.
Ela estava amargamente consumida por preocupação que, por se delongar à entrada do gabinete do Mestre de Poções estivesse a pedir por um encontro com ele. Aquele era o seu território no final, e ela não podia simplesmente não se incomodar por ter de lidar com ele agora, não quando estava prestes a pedir para o segundo maior gnomo no seu quintal por um enorme favor.
Não era que ela estivesse com medo! Estava que convencida de que estaria mais que preparada para lidar com aquele idiota. Ensaiou dolorosamente durante dias, até semanas, para saber exactamente o que iria dizer quando o visse outra vez, e certamente que o veria, ele sendo Monitor-Chefe. Precisava de clarear o ar, recuperar a sua dignidade e levá-lo a respeitá-la como Monitora-Chefe. Iriam ter de supervisionar o corpo de estudantes juntos, ora bolas! Mas vendo como ela congelou só por fazerem um mero contacto visual de milisegundos na festa de boas vindas ("Ele estava a olhar para mim tão desavergonhadamente!" relembrou-se com um arrepio, do seu maldito sorriso que era claramente visível do outro lado do Salão) estava só um pouco desencorajada com a sua capacidade de falar com palavras com ele...
"Chega!" irritou-se consigo própria, ficando mais nervosa a cada segundo que desperdiçava denrolando o pedaço de pergaminho na mão e tentando focar os olhos.
Olhava para um papel de inscrição para um Internato do Ministério da Magia do Departamento da Desinformação. Não é preciso dizer que foi uma honra receber uma oportunidade de concorrer, quando apenas os melhores estudantes das três melhores Academias de Feiticeiros eram convidados.
Quando finalmente convenceu os pais de que era equivalente a, senão mais prestigiante, que uma bolsa em Oxford, fazendo o orgulho deles e excitação serem adicionados à sua própria exaltação. O Departamento da Desinformação, com o encargo de lidar com (e por vezes atordoar) trouxas quando o Estatudo do Sigilo é quebrado, colabora com muitos outros departamentos. Especialmente com o Departamento da Regulação e Controlo de Criaturas Mágicas... e quando ela lá chegasse certamente, "Departamento de Relações com Criaturas Mágicas".
Mas ela estava a imaginar-se muito à frente. Ainda não tinha o internato. Antes de tudo, ela tinha de ter certeza de que preenchia todos os requisitos necessários para que a inscrição estivesse completa: a média da sua graduação, a carta de apresentação, e o mais importante; cartas de recomendação. Cartas não só de um Ministro, mas de todos os chefes de casa de Hogwarts.
Artur Weasley, recentemente nomeado Co-director da Secção das Boas Relações com Trouxas (que está a cima da Secção do Controlo do Mau Uso de Artefactos Trouxas), quase caiu de orgulho quando ela lhe pediu a carta na plataforma 9 e três quartos. Ficou honrada de saber no banquete que a McGonagall já lhe tinha escrito uma pelo 6º ano dela, pouco surpresa quando Sprout concordou muito graciosa e gentilmente, e aliviada quando Flitwick, que sempre foi um pouco rancoroso de ela não ter sido mandada para a sua casa, simplesmente perguntou se havia alguma restrição no número de pergaminhos. Era uma bela maneira de começar, sendo a primeira noite em que estava de volta!
E ainda assim, não parecia nenhuma conquista, tendo em conta quem faltava. Snape.
Inspirou fundo, "É melhor acabar logo com isto," pensou, "antes que o Malfoy apareça." adicionou, ignorando a adrenalina que lhe correu nas veias à mensão do nome dele, e bateu desafiante na porta espessa e dura.
"Pelas horas, é importante, presumo?" veio uma voz vibrante e profundo, cheia de sarcasmo.
Desesperada por se libertar do actual estado de ansiedade, abriu ousadamente a porta e, sem permissão para tal, entrou, rezando para que ele a deixasse sair daquela tediosa batalha de sagacidade e ir direita ao ponto.
Sentado no que provavelmente deveria ter sido um elegante braço de cadeirão, os seus olhos procuravam por um rolo de pergaminho. Se ele estava impressionado pela sua audácia, isso estava muito bem mascarado com um aborrecimento inquestionável.
"Professor Snape, peço desculpa pela hora, mas o assunto que me trás aqui hoje envolve alguns prazos-"
"Será seguro assumir que compreende o embaraço por que passarei, se não obtivere um 'O' no N.I.E.M. de Poções, este ano, depois de lhe dar uma carta de recomendação?" perguntou Snape, com os olhos negros nas suas órbitas, sem um vislumbre de emoção neles.
"Eu-" gagejou, surpresa por ele já estar ao corrente das suas intenções, "Claro," ela recuperou-se, "... recebi um 'O' no meu N.O.M." adicionou com amargura, magoada com as implicações levantadas.
"De facto, conseguiste um 'O'," respondeu, sem sequer fingir tar a dar-lhe atenção, "... por pouco..."
Hermione não soube o que dizer, com um nó na garganta. Um 'O' era um 'O', o que importava se foi por pouco? E iria ele não a recomendar por uma nota que ainda nem sequer sabia que ela tinha?
O suspense estava a acabar com ela. Estando ou não o seu internato naquelas mãos frias e sem coração, mas não conseguia pensar em nada para dizer que impressionasse o único professor que sempre tinha sido simplesmente não impressionável por ela. Ele já sabia o porquê dela ali estar, seria possivel que ele já soubesse que lhe iria dizer não?
"Professor Spane?" disse uma voz profundo atrás dela.
Hermione saltou. Não reparou no Barão Sangrento a entrar no escritório.
"Sim, Bruce?" perguntou Snape, indicando uma combinação de superioridade e respeito mútuo.
"A Sala Comunal, Professor."
Snape parecia não precisar de mais nada. "Obrigado, Bruce."
E o Barão deslisou para longe tão silenciosamente como veio.
Snape tomou um longo e lento golo do seu chá, deixando Hermione ali parada tolamente, tentando retomar o ritmo normal da pulsação.
Finalmente com um suspiro ele disse, "Seja uma Monitora-Chefe, vá ver a minha Casa, Miss Granger, e eu posso escrever-lhe a sua carta de recomendação."
Hermione estava incaracterísticamente lenta a perceber,"... a Sua casa?" repetiu sem acreditar.
"Sim" confirmou condescendente, relutantemente concedendo-lhe um desvio da sua leitura e olhando para ela, "Às vezes eles têm problemas em encontrar as suas camas."
Estúpidos insuportaveis, todos eles.
Já tinha passado uma hora desde que as luzes se tinha apagado e, mesmo assim, parecia que todos os Slytherin estavam acordados. A Sala estava num autêntico caos. Ela encontrava-se em cima de um puff, a abanar os braços como um maestro louco, a gritar para os estudantes mais velhos para darem ordens, ao ver que estes encorajavam os primeiros anos,e ao mesmo tempo tentava tirar um aluno do primeiro ano do tecto, que eles faziam flutoar.
"Ridículo" murmurou, encantando o estudante para baixo com a varinha, "Nunca vi tal coisa!"
Metade da multidão vaiava enquanto ela os punha de pé no chão, um por um, e a outra metade ignorava os seus esforços e continuava a rir escandalosamente daqueles que ainda levitavam.
"Tu ai," gritou para um que tinha acabado de ser salvo, "Qual é o teu nome?"
Mas o pequeno rapaz com uma cara triangular apenas se riu estupidamente para ela, sem lhe dar explicações.
"Mas o que é isto?" exasperou-se ela. Não podia suportar aquela vincada insubordinação, especiamente do primeiro ano, Slytherin ou não!
E como que em resposta do seu atordoamente, um som de algo a zumbir passou perto do seu ouvido. Hermione enfeitiçou e chamou o insecto, estudando-o na pama da sua mão.
"Gira-Gira?" embasbacou-se."Vocês sabem o que faz a picada de um gira-gira? Seus idiotas, em que é que estavam a pensar? Os efeitos podem nunca acabar!"
"Oh, não sejas estraga-prazeres, é a primeira noite de volta" rosnou Blaise Zabini, "Quase me fazes sentir mal pelos Gryffindor, com tal fardo como Monitora."
Hermione semicerrou os olhos, "Não sou apenas a Monitora dos Gryffindor,"ela ferveu, "Sou a Monitora da escola inteira, e se não se acalmam todos agora mesmo e vão para os vossos quartos, terão detenção por posse de objectos proibidos!"
"Isso não é justo!" gritou o rapaz de cara triangular, o seu sorriso de orelha a orelha a não combinar com o medo latente na sua voz "Foi um Monitor-Chefe que nos deu!"
"Eu não fiz tal coisa!" gritou Hermione.
"Claro que tu não" disse Blaise com irritação, "Mas o Draco sim."
"Draco? Bem, claro." murmurou sobre a sua má sorte, "Claro que ele vos deu."
"Ele não nos deu,"soluçou o rapaz, com os efeitos do Billiwing ainda presentes mas agora apenas com uma expressão de imbecilidade na cara,"Ele trocou-as por um pouco de whiskey."
"Que maravilha," rogiu, trazendo para baixo aos solavancos, o último estudante, mostrando toda a sua irritação e desaprovação, já transbordantes.
… … …
Sentia-se exausta enquanto entrava outra vez na biblioteca, na zona na qual o seu dormitório ficava mesmo por cima. Talvez, depois de todo o trabalho insano e currículo impossível, esta era a única cortesia que professores lhes proporcionaram; fácil acesso ao material de estudo. Mais cedo, ela tinha tido o pensamento ridículo de ter uma hora e pouco de leitura ainda antes de ir para a cama. Riria da sua ingenuidade se não estivesse tão sonolenta.
"Isto vai ser pior do que eu pensei," resmungou, ainda a tentar digerir que o Malfoy iria ser um cliché, enquanto Monitor, de má influência, dando objectos perigosos aos estudantes e encorajando um caloiro a beber álcool com o seu exemplo. "Claro que ele prefere popularidade do que respeito genuíno.."
Como é que era suposto ela fazer o seu trabalho se ele não fazia o dele?
Hermione parou numa estante de livros, "Talvez apenas um..." pensou, "Para tirar da minha cabeça algumas coisas e dormir..."
Os seus olhos vaguearam para o canto nordeste da Biblioteca. Se o livro que tinha de tirar para abrir a porta do seu dormitório era naquele canto, perguntou-se se o dele também era por ali...
Lembrou-se embarassada que nesse Verão perguntou a Percy Weasley se os rumores de que os dormitórios eram ligados por uma casa-de-banho conjunta eram verdade e, por muito irritante que o seu desdém pretencioso podesse ser, ("Oh, claro que não! Isso seria muito indecente...") sentiu-se aliviada.
Deu um pequena gargalhada à sua própria ingenuidade e percebeu que deveria ter estado a uns poucos, mas sortudos passos atrás de Draco toda a noite para não ter esbarrado com ele nas masmorras, mas de certeza que já estaria na cama naquele momento e ela podia aproveitar aqueles momentos para achar um bom e credível livro sobre o Ministério da Magia ("O melhor é saber tudo o que possa sobre o sítio onde vou trabalhar...") e ir para a cama.
E então, ele apareceu no final do corredor de estantes mesmo quando ela o atravessou, a percorrer com toda a extensão das mãos as prateleiras. Casualmente, mas ainda a bloquear-lhe a passagem.
No segundo em que a sua cabeça loira, a sua camisa desabotuada e os seus olhos cinzentos apareceram no campo de visão dela, Hermione paralisou.
Draco apenas sorriu, enquanto a olhava nos olhos.
Um livro grosso caiu dos seus dedos sem força, ressoando com estrondo no chão, mas ambos o ignoraram.
"M-m-malfoy," balbociou, mordendo os lábios. Não iria continuar até conseguir falar estavelmente. Fechou os olhos e inspirou profundamente. Clareou a garganta e começou outra vez.
"Ainda bem que te encontro," mentiu, "Gostava de falar contigo..."
Malfoy parecia não estar surpreso, permanecendo imóvel e sem mudar a sua expressão. Se alguma coisa mudou, foi o seu sorriso que aumentou.
Não haveria elefantes na sala*. Não iria deixá-lo fazê-la sentir-se desconfortável e estranha o ano todo! Concerteza que ele veria que ela só queria tratar de assuntos importantes se assim o imposesse.
"Queria sincera e oficialmente desculpar-me pelos infelizes acontecimentos do ano passado..."
Malfoy apenas levantou uma sobrancelha, mas não disse nada.
Para ela tudo bem, já tinha posto a primeira para o piloto automático e continuou, "Foi inapropriado, imaturo e uma completa violação dos teus direitos..."
Malfoy deu um silencioso e suave passo em direcção a ela. Instintivamente Hermione deu um passo para trás.
"Eu.. eu arrependo-me da minha decisão de participar num jogo tão infantil." balbuciou, sentindo o estômago a contrair-se e extremamente perturbada com a ambiguidade e o sorriso confiante dele, "e por quaisquer danos ou inconvenientes que tenhas sofrido..."
Imotável, Draco continuou com os seus passos lentos e metódicos, na direcção dela, quem, em troca, andava para trás como se de uma bizarra coreografia se tratasse. A garganta dela estava tensa e demasiado pesada para falar confiante e naturalmente... O que estava ele a fazer? Iria ele bater-lhe? Ocorreu-lhe que ninguém dos Slytherin com que se tivesse cruzado tinha dito o que quer que fosse sobre o incidente entre eles. Será que não sabiam de nada? Iria ele fazer chantagem com ela com aquela informação?
Depois de tomar uma golfada de ar, continuou a tentar acabar de falar, desesperada por lhe mostrar que aquilo tudo não a chateava, ao ponto de poder trabalhar lado a lado com ele, com indiferença,
"Prometo-te, não precisas de te preocupar com problemas desnecessários vindos de mim outra vez, planejo esquecer tudo e dar-"
Nesta altura Hermione viu-se encostada no corredor, sem sítio para onde ir. Voltanto ao piloto automático do choque, continuou debilmente, apesar da proximidade de Draco, "o meu melhor como Monitora-Chefe desta escola e espero que es-estejas p-pronto para fazer o, o, o..."
Com o corpo dele a centímetros do dela, já podia sentir a radiação vinda dele. Ele tinha olhos escrutinantes e um olhar entretido que ela não conseguia decifrar...
"M-Mesmo..." ela suspirou.
Ele olhava-a nos olhos quando finalmente disse, "Cala-te."
Instantaneamente foi pregada entre ele e a parede, com uma das mão dele no fundo das costas e a outra a massajar-lhe a parte de trás da cabeça. O beijo deles queimava com calor e suavidade contra os lábios dela. O pássaro faminto que tinha sido aprisionado no seu peito voou para longe e ela derreteu-se nos braços dele.
Ela abriu os lábios e saboreou-o quando ele juntou a sua língua à dela. Ele puxou-a mais para si.
"Mmmm..." ele gemeu, "Senti a tua falta, Granger."
A ironia da revelação atirou Hermione de volta à realidade.
"Pára," proclamou, "Sai de perto de mim!" disse, pondo as mãos entre eles e empurrando-o.
Draco suspirou como se tivesse entediado, "Sim, sim, eu sei, tu és a linda princesinha boazinha e eu sou o grande homem mão... podemos saltar essa parte esta noite? E irmos directos para a parte onde os dois sabemos que isto vai acabar? Pensei que este Verão tinha sido mau o suficiente mas desde que te vi no jantar esta noite tenho estado à beira da loucura!" e ele alcançou-a para a puxar para si de novo.
"O quê?" ela ficou confusa, mas bloqueando-lhe as mãos, "Esta noite? Os dois sabemos?" repetiu incrédula, "Acho que houve um mal-entendido Malfoy-"
Ele rugiu impacientemente, mas depois falou brincalhão, "Ouve, eu deixo de tentar ir para a cama contigo até estares pronta para ir por ti própria, ok? Vamos apenas continuar de onde deixamos e vemos até onde podemos ir dai em diante."
Ele apanhou-a antes que ela podesse bloqueá-lo e capturou os seus lábios uma vez mais. Mas ela libertou-se antes que fosse assoberbada pelo poder dele.
"Não, ouve tu," reclamou, "Perdeste todo o respeito por mim, eu percebo... a culpa é minha, admito, fico com toda a responsabilidade. Agi como uma cabra e agora, bem, agora pensas que sou uma. Mas não posso deixar que continue. Não sou uma mera mesa de banquete! O que aconteceu o ano passado foi um erro, e como disse, planejo esquecer tudo. Tu também precisas de esquecer. E se não esqueceres, então, não podia importar-me menos. Conta a quem tu quiseres, não quero saber! Ninguém acreditaria em ti mesmo!"
Draco olhou-a, enquanto ainda a pressionava contra o seu peito, "Tu tremes quando mentes," observou, "As pessoas sabem que é a última coisa que queres dizer."
Hermione estava sem palavras, embasbacada e enervada pela capacidade dele de a ler tão correctamente.
"Mas não importa," continuou ele, "Não me importo de contar a quem quer que seja. Só te quero a ti. E quero que desistas de fingir que não me queres."
A língua dele estava na boca dela outra vez, provocando uma corrente de electricidade pelo corpo dela. Ela libertou-se com um arfejo esforçado, "Mas eu não te quero!" insistiu.
Draco riu-se e ela não tentou escapar do abraço outra vez, mas apenas se encolheu em resposta ao formigueiro que corria por todo o seu corpo.
"Então porque estão as tuas bochechas vermelhas?" perguntou, tocando-lhe a face, "e os teus lábios inchados?" e percurreu-os com a ponta dos dedos, "e porque..." inclinou-se para sussurrar no seu ouvido, "consigo eu sentir o quão duros estão os teus mamilos através das nossas roupas?"
Ao ouvir estas palavras, o estômago de Hermione deu uma estranha e excitante guinada.
"Tal como na última vez..." murmurou Draco.
"A outra vez foi uma brincadeira, Malfoy," insistiu, lamentando, "Fui desafiada a beijar-te!"
"Ah, mas fizeste mais que me beijar, Granger, e divertiste-te tanto como eu," observou, colando os seus lábios à volta do maxilar dela outra vez.
Temendo outro beijo de morrer, ela empurrou-o, "Pensa o que quiseres Malfoy, divertido ou não, acabou! És horrível e eu não te suporto!"
Draco ficou rígido, mas sem surpresa. Calmo até.
"Tens a certeza?" perguntou.
"O que queres dizer?"
"Que te sentes assim?"
Hermione olhou atentamente para ele, "... Sim."
Ele deu um pequeno aceno, "Muito bem, então," respondeu. E depois girou e conduziu-a, como se estivesse a dançar.
Foi tão inesperado que Hermione quase se riu, mas depois, algo encostou nos seus lábios, escorrendo-lhe pela garganta e engasgando-a. Engoliu algum do líquido e a sua garganta ficou quente e o seu peito apertado. Estaria a ficar paranóica ou sentiu mesmo aquele clarear de mente?
"Mas que porra, Malfoy?" gritou, tentando tirar a substância que escorria pelo seu pescoço, "O que foi isto?"
"Poção do amor," respondeu com um sorriso, "A minha receita especial. Apenas uma gota é suficiente."
"Tu-!" ela ameaçou.
"Aqui estão os factos, Granger," ele curtou, silenciando-a com um olhar sério, "O que aconteceu entre nós, o que tu me fizeste... não tenho sido o mesmo desde que descobri que eras tu."
"Não é que tenha ficado obcecado por te fuder... Bem essa é uma parte importante, mas é mais que isso," continuou, tornando-se intenso, quase zangado.
"Tenho pensado em ti das maneiras mais estranhas e safadas desde o dia em que nos separamos. Tomaste conta da minha mente. Sinto-me completamente doido. Enfeitiçaste-me. Roubaste-me o meu auto-controlo. E sabes no que se tornou? Uma obsessão de tudo sobre ti. As notas que ganhas, a tua ridícula honestidade, a maneira como ergues a tua mão tão irritantemente direita, a maneira como os teus olhos se parecem com a porra dos olhos do veado daqueles bonecos trouxa, o tipo de pena que preferes, até a porcaria do teu cabelo," exasperou-se, alcançando uma mecha dos cabelos dela.
Ela afastou-se, profundamente confusa, "...Veado?" foi a única palavra que conseguiu dizer.
"A porra do bebé veado com a mãe morta e as doninhas e os pássaros," gritou, obviamente esforçando-se para explicar o que tentava dizer-lhe. "Tu sabes, aqueles olhos grandes e castanhos com as pestanas e o brilho idiota... A maneira como olhas para mim agora mesmo, com toda essa inocência e surpresa."
"O que importa é," disse de novo, seriamente," é que eu..." demorou-se, "Eu estou muito apaixonado por ti."
Ela olhou para ele sem querer acreditar.
"E essa não é um sentimento que eu tenha solicitado. Mas tu, minha querida, és tão... És tão esperta e corajosa e linda... e cavaleira e caprichosa e forte e apaixonada.. e, e... e vais me desejar da mesma maneira como eu te desejo."
Hermione sentiu um tipo de nervoso muito diferente daquele que tinha sentido durante toda a noite.
Depois de uma breve pausa para recuperar fôlego, Draco pareceu recuperar a sua habitual postura arrogante e convencida, "Vais pensar em mim constantemente, vais me desejar sem piedade e vais precisar desesperadamente de estar perto de mim. Vou-te assombrar como me assombraste a mim. Vais me pagar cada segundo que me tiraste. E quanto mais lutares, mais se intensificará."
Hermione não conseguia acreditar que não estava a sonhar. Pestanejou. Estudou-o intensamente. Depois riu-se.
"HA!" gozou, "Esta é a coisa mais estúpida que já ouvi. Só há ervas que criam paixão, ervas que criam luxuria. Poções de amor são uma piada Malfoy, porque achas que ninguém as usa? Em metade delas, o seu efeito passa logo que a pessoa saiba que está a ser enfeitiçado. Achas que não consigo descobrir a tua receita? E fazer uma réplica disto? Há antidotos. Uma pequena pesquisa, algum trabalho, e não é nada."
Draco sorriu, "Não tenho tanta certeza," desafiou, "Mesmo tu sendo brilhante, esta aqui é única, feita por mim."
Hermione teve finalmente algum senso para se levantar e se endireitar.
"Bem, veremos," respondeu.
"Sim," ele concordou, "Veremos. Bons sonhos."
Fim da parte Um
*Não se passava nada de especial.
