Título: Chocolate

Sinopse: Uma detenção, um pedaço de chocolate, um beijo... talvez tudo comece assim.

Shipper: Draco/Harry

Classificação: RRR (por todos os avisos de violência, linguagem e etc. disponíveis)

Gênero: Romance

Spoilers: Incluindo Harry Potter e Ordem da Fênix

Capa:http://img501.imageshack.us/img501/7006/capachocolateuu4.jpg

A/N: Essa fic é dedicada a Lumack, pelas cartas, horas de baboseira via MSN, introdução ao fandom DH e bom-gosto musical (feliz aniversário atrasadíssimo!). Intermezzo são pedacinhos de futuro que seguem uma determinada seqüência. A idéia das epígrafes foi retirada de "O Nome da Rosa", do Umberto Eco. Os nomes de personagens e lugares que podem causar confusão entre os leitores se não traduzidos seguiram a proposta de Lia Uáiler, exceto em relação ao apelido de Snape, Snivellus (Ranhoso), por questões pessoais da autora. Essa fic se passa no quinto ano e segue alguns acontecimentos de Harry Potter e a Ordem da Fênix – entretanto, a autora se achou no direito de alterar alguns fatos do livro e espera que ninguém se sinta incomodado com isso... assumam, inclusive, que a máscara dos Comensais é branca, ainda que a JK não cite isso nos livros. Vocês foram avisados P

O Ministério da Saúde adverte: escrever – e ler – fics com comida engorda.


CHOCOLATE

por Ammodytus


01. Prelúdio

Onde os pensamentos são feitos como de cacau...
amargos em sua origem, mas doces se transformados.

Naquele dia sete, primeiro sábado de dezembro, o inverno havia atingido seus dias mais frios – cobrindo os campos com densa neve e congelando o lago de Hogwarts. Os estudantes foram confinados às paredes da escola, preferindo, em sua maioria, passar o tempo livre junto às lareiras dos Salões Comunais a andar pelos gélidos corredores de pedra.

Como muitos grifinórios, Harry, Rony e Hermione decidiram se acomodar no Salão Comunal para fazer as tarefas propostas pelos professores. Hermione incentivava os garotos a revisarem as matérias que cairiam no teste de Poções da próxima terça-feira, enquanto Rony fazia algum esforço para estudar, tentando satisfazê-la. Olhando para os livros espalhados sobre o tapete vermelho, Harry fez o seu melhor para devotar ao dever de Transfiguração a atenção merecida. Manter seus pensamentos na redação sobre Feitiços para Conjurar Objetos Animados era, entretanto, uma tarefa impossível de ser completada.

Ele passara a última semana distraído, para usar um eufemismo. Dera pouca atenção aos amigos e acontecimentos e ainda haveria de suspirar aliviado, dias mais tarde, ao descobrir que o mais importante acontecimento daqueles últimos dias fora um teste de Astronomia, nada que pudesse prejudicar em demasia suas notas.

–...não acha, Harry?

Ao ouvir Hermione chamar seu nome, Harry encarou a garota e soltou um suspiro. Mesmo sem ter ouvido uma palavra do que a amiga dissera, Harry deduziu que estava recebendo um sermão sobre não estar se concentrando o suficiente nos estudos. Ela tinha muita razão, ele reconhecia. Deveria estar discorrendo sobre os tópicos de Transfiguração, sem dar margem aos pensamentos inadmissíveis que insistiam em invadir sua imaginação nas últimas quarenta e oito horas.

Abstendo-se de responder, baixou o olhar para o livro em seu colo e calou-se. Folheando algumas páginas, notou que não conseguia decifrar o significado das palavras, por mais que estivessem escritas em inglês. Depois de alguns minutos, alguém fechou o livro e tirou-o gentilmente de suas mãos. Suspirou, cansado e cheio de desânimo, antes de finalmente encarar os amigos, perguntando-se que tipo de explicação demandariam agora.

– Você não ouviu nada do que a Mione disse, não foi, cara? – Rony lhe perguntou, ainda segurando o livro que dele tirara.

– Não... – respondeu em um tom próximo do normal, tentando esconder o embaraço. – Eu só me distraí por alguns minutos-

– E por algumas horas... – completou Hermione, antes que ele tivesse oportunidade de se desculpar. – Então, quem sabe você não começa a nos contar o que está acontecendo?

Por que ele não conseguia! Não era o suficiente? Como Hermione poderia compreender? Ou como Rony teria alguma simpatia por suas preocupações se as conhecesse? Simplesmente... não aconteceria! Não falaria e sequer perderia mais tempo com esses pensamentos. Ele era Harry Potter, afinal de contas, e não tinha, para ele, algo mais impróprio de se fazer do que devanear sobre o filho de um importante Comensal da Morte.