Xing era quente. A brisa que batia em seu rosto e balançava seu cabelo era quente. O Sol tostava sua cabeça, e às vezes a sensação era de ainda estar vagando pelo deserto. Até mesmo as moças do país, que já deveriam estar acostumadas com o calor, passeavam pelas ruas se equilibrando entre sombrinhas e leques.
O imperador estava no castelo e o esperava. Talvez Lan Fan estivesse ao seu lado, talvez outras pessoas estariam por lá, talvez ele tivesse realizado seu sonho de ajudar todos os clãs.
Talvez a princesa Mei Chang estivesse lá.
Ao pensar em Mei, (in)voluntariamente passou a caminhar mais rápido, quase correndo, pelas ruas de Xing. Deu mais alguns passos e pôde avistar o castelo. Seu coração apertou e de repente, ele imaginou que aquele sentimento era similar ao que ele sentia quando ainda estava na armadura. Quando ele se pegava tentando dormir, tentando sonhar. Quando ele queria tocar alguém e sentir o calor daquela pessoa. Com suas mãos. De verdade.
Quando ele queria sentir o calor da pequena décima sétima princesa de Xing.
Lan Fan o esperava nos portões do castelo.
E ele não viu Mei pelo resto do dia.
À noite, o imperador conversou um pouco com Alphonse sobre Amestris e seus amigos que ficaram por lá. Assim, ele ficou sabendo que Edward e Winry estavam namorando sério, e que Roy Mustang agora era general. E que estava considerando o uso de um bigode, indo completamente contra as intervenções de Ed e da tentente Hawkeye, que agora também não era mais tenente.
Alphonse ficou sabendo que Lin estava trabalhando com vários clãs e que estava muito próximo de um entendimento entre quase todos. Ele também disse que não planejava ter 12423132433 filhos, como seu pai teve.
Depois de um bom tempo de conversa, Lin se retirou e Alphonse ficou sozinho na sala, observando o fogo derreter a vela que o segurava, lentamente.
As noites de Xing eram, no entanto, frias. O vento sacodia as janelas e fazia barulhos estranhos. Ele estava, surprendentemente, com medo. As paredes pareciam estar se juntando, fazendo o quarto menor. O sono tentava o capturar, mas ele não conseguia fechar os olhos. Estava com medo. Um garoto de 19 anos com medo de ruídos e de um quarto. Um garoto de 19 anos que já tinha passado pelo inferno várias vezes, com medo de um quarto.
Alguns minutos depois de se cobrir até a cabeça, Alphonse escutou passos no corredor.
Alguém estava prestes a entrar em seu quarto. Al não sabia se era possível ficar mais assustado.
A porta foi se abrindo e o alquimista fechou seus olhos e tremeu como se não houvesse amanhã. A pessoa, agora, se aproximava de sua cama, com passos leves e ritmados. Al sentiu um peso do outro lado do colchão e sentiu dois pezinhos gelados encostarem em sua canela. Abriu os olhos e se virou para a direita.
Lá, do lado direito da cama, estava a décima sétima princesa de Xing. Ela suspirava pesado, como se estivesse dormindo. Seu cabelo estava solto, e caía como a noite no branco dos lençóis e de sua camisola.
- Seus pés são gelados, Mei-chan – Al sussurrou, abraçando a agora não tão pequena Mei Chang, que sorriu ao sentir os braços de Alphonse em sua cintura – Boa noite.
- Boa noite, Alphonse-sama.
Alphonse não conseguiu lembrar de seus sonhos pela manhã. Acordou com o braço esquerdo dormente, pés descobertos e uma princesa em seus braços.
Nenhum sonho poderia ter sido melhor ou mais feliz.
Não sei escrever fics grandes, mas espero que alguém leia. Quase não vi fics AlMei em português e de repente me deu vontade de escrever uma. Hihi.
Então, se você gostou ou odiou, deixe uma review e me deixe feliz.
Beijos e feliz ano novo.
