Supernatural© Eric Kripke.

Sem beta, qualquer erro já sabe, né? São seus olhos. =)


Sado Masoquismo

by Mello Evans


Os poros estavam dilatados pelo calor; o suor pingava no corpo definido, amarrado e jogado no assoalho daquela casa abandonada. Estava quente. Contraste perfeito com o frio metálico do cano da arma, com a língua demoníaca que serpenteava pela orelha. Os olhos de Dean Campbell Winchester estavam fechados, as íris esverdeadas se escondendo – como se assim fosse ficar mais seguro, como se a alma de seu irmão voltasse a habitar o corpo que agora era de Lúcifer.

Ato ilusório.

A maldita arma ia subindo, abdômen, tórax, pescoço. Ela subia... Subia tanto que dava náuseas. Era como se o tempo estivesse passando lentamente de propósito, para satisfazer o ego daquele anjo perverso. O loiro transpirava gelo, o cano da arma lhe ameaçando, queimando sua pele com o ar congelante da morte iminente. O sadismo infernal açulando o medo, corroendo as entranhas.

Sado masoquismo.

Sentiu um corpo forte, maior que o seu, lhe prensando libidinosamente contra o chão duro de madeira, o membro teso do outro se roçando na sua vergonhosa excitação – afinal era o corpo de Sammy ali, como não gostar? –, a respiração em seu pescoço, os cabelos castanhos roçando no rosto trêmulo, suado, quente. O irmão mais velho sentia uma ânsia, queria vomitar, estava tudo rodando em formas borradas pelo pânico.

Mas sua boca que secava ao relento foi molhada, umedecida por um beijo. Hortelã.

Silêncio, aquela patética falta de som. O silêncio que prediz a morte. A dor. O desejo íntimo de ser tragado por seu próprio irmão mais novo, no entanto mesmo assim ele queria gritar, queria correr. Mas um movimento em falso... Um clique e então teria o disparo.

A estrela da Manhã, Lúcifer, o anjo pérfido – vestido naquele corpo tentador de Samuel Winchester – iria atirar, a bala atravessaria seu olho esquerdo, seu cérebro, talvez o assoalho e quem sabe parasse no porão, cobrindo-o de sangue, de massa encefálica, de vermelho, entregando Dean mais cor. O tom tétrico da morte. Quem sabe ele fosse alvejado. Seis balas... Cabeça, pulmão, coração, boca, abdômen, mas a primeira indiscutivelmente seria em seu pescoço. Para o receptáculo de Miguel morrer lentamente, afogado em seu próprio sangue. Para Sam – ou o Demônio, como queira chama-lo – ver suas células respiratórias se tingirem de rubro.

Afinal... Aquela era cor era uma pintura em homenagem a Dean. Dean Winchester.

Então os olhos verdes se abriram, encarando o chocolate sádico.

Suor quente.

Sam se deleitava com aquela insignificante criatura a sua mercê. Moveu o corpo para mais contato, para sentir o quanto o outro estava adorando no fundo aquilo tudo, o membro lhe doía no jeans escuro, roçou-se mais uma vez.

Por que não brincar?

Por que não matar?

Direcionou a arma em um ângulo reto. Noventa graus.

Ele tinha que fazer... Porque ele necessitava, porque ele estava duro.

Os dedos livres do moreno serpentearam até o cós da calça, adentraram por dentro da cueca, envolveram o membro teso e gemidos ganharam o silêncio adocicado pelo pânico.

Um clique. Um disparo. Um riso torpe.

Um suspiro frio de alívio.

Apenas uma brincadeirinha sórdida de dois irmãos apaixonados.

Fim.


HAHAHA Dessa eu gostey =B Talvez por que a idéia tenha nascido de uma Samifer/Dean da TaXXTi (é, realmente somos viciadas uma na fic da outra) junto com algumas coisas que a Noah Noose me pediu =)

Dessa eu quero review =3

P.S: Sim, eles estavam brincando! hehehe