Disclaimer: Nenhum dos personagens me pertence, são única e exclusivamente propriedade da Marvel (com exceção de Thor, por quem estou lutando para ter a guarda e custódia xD).
Esta história está escrita sem intenções de lucro, com a única finalidade de entreter, e de tirá-la de minha cabeça, antes que me fizesse enlouquecer.
Sugestão: Já que esta história está inspirada na canção do Nickelback cujo título é "Far Away", eu sugiro amplamente que ouçam-na antes, durante ou depois de a terem lido. É uma música maravilhosa.
Sem mais, por agora, aproveitem ^^.
N/T: Esta fic também não me pertence, ela é uma tradução da fic de mesmo nome , de Dream Weaver Dili. A autora me deu carta branca para traduzi-la.
FAR AWAY
POV Jane
Havia noites em que o cansaço era tão esmagador, depois de um longo dia de procura, que meu corpo parecia desligar-se no momento em que tocava o travesseiro, permitindo-me entrar em um profundo estado de inconsciência; de lindos sonhos, repletos de azul e dourado.
Mas havia outras noites em que o peso da distância tornava-se insuportável.
Sufocante.
O ar parecia tornar-se uma labareda, ao entrar em meu corpo. Cada respiração, cada batida do coração, tornava-se agonizante.
Todos pensavam o mesmo: deixar de tentar era a solução, render-se e seguir adiante. Não era preciso que me falassem, seus olhos falavam por eles.
Como, afinal, iria encontrar um caminho para o céu quando os próprios deuses não o haviam conseguido, ao estarem na Terra ?
Era um absurdo ! Uma estupidez ! Bobagens impróprias de uma mulher da ciência, como eu.
Mas quem disse que o amor era racional ? O amor é absurdo.
Tão absurdo quanto o número de estrelas e galáxias que vagam pelo Universo.
Tão absurdo quanto a idéia de que exista vida em planetas tão distantes do nosso Sistema Solar.
Tão absurdo quanto pensar que os serres que habitavam estes planetas fossem considerados como deuses na Terra.
Tão absurdo quanto ter a esperança de que um desses deuses pense tanto em você do mesmo modo como você pensa nele.
Então, absurdo é o amor. Mas, nem por isso, menos real.
"Eu juro que vou voltar para você".
Era durante essas noites que eu mais me agarrava às lembranças, às palavras que uma vez eu escutei. Eu tinha fé naquelas palavras, e continuaria a ter, até o dia em que os meus olhos deixassem de ver as esrtelas flutuarem no firmamento.
Era durante essas noites que, depois de enxugar as minhas lágrimas, a minha determinação de continuar a procurar continuava mais forte.
Eu tentaria muitas e muitas vezes, até o dia de minha morte.
POV Thor
Parado de frente para a borda da ponte destruída, eu observava a infinitude do Universo, tentando ver, em vão, um vislumbre de seu rosto.
Heimdall, que tudo vê, me assegurava, todos os dias, o seu bem-estar, mas, por mais egoísta que isso soe, eu não conseguia acreditar que você estava bem, estando longe de mim.
Como era possível que você conseguisse continuar com a sua vida quando para mim, o poderoso Thor, era muito difícil concentrar-me em tarefas tão fáceis como treinar ou comer ?
Os humanos acreditavam que nós éramos deuses, uma idéia totalmente estúpida.
Como era possível que, sendo um deus, eu estivesse enfeitiçado desta maneira por você ? Que tipo de deus deixava-se hipnotizar por um olhar, uma essência e um sorriso sincero ? Você tinha invadido por completo os meus sentidos. Tinha-me à sua mercê.
Eu não me importaria se tivesse de me curvar de joelhos e suplicar por um caminho que me levasse de volta para a Terra. De volta para você.
Tudo podia ir para o inferno se eu pudesse estar ao seu lado !
Eu não conseguia deixar de pensar no quanto eu tinha sido imbecil por não ter me aproximado de você, na última vez em que viajei para a Terra. Muitas vezes eu disse a mim mesmo que tinha sido o melhor, que você estava melhor sem mim, não teria problemas, além do mais, eu estava em uma missão perigosa demais. Sua vida podia ter ficado em perigo, se eu estivesse próximo a você.
Mas o que aconteceu, uma vez que tudo chegou ao fim ? Nada.
Por mais que você desejasse me ver, tanto quanto eu a você, eu tive medo, por isso fugi às pressas da Terra, muito antes que seu avião aterrissasse em Nova York. Eu não queria colocá-la em uma situação incômoda ou perigosa. Não me perdoaria se algo de mal lhe acontecesse.
Por isso eu decidi me afastar, deixando-a para trás uma vez mais.
Certamente você deveria estar me odiando, talvez até tenha se esquecido de mim. Talvez esquecer fosse o mais sensato a ser feito.
Mas eu nunca me destaquei por ser uma pessoa sensata. Eu era um ser teimoso e irracional que não descansaria até vê-la mais uma vez. Mesmo que fosse a última.
POV Jane
O clima estava mudando, podíamos sentir no ar. Minha pele se arrepiava e meus músculos ficavam tensos, como se meu corpo me advertisse de que algo estava prestes a acontecer, mas, naquele momento, eu não sabia exatamente o que era.
O Dr. Selving e Darcy encontravam-se discutindo a respeito de algumas estatísticas que nós havíamos recebido dos satélites da SHIELD naquela mesma manhã, enquanto eu analisava as leituras enviadas por um dos aparelhos meteorológicos que fora construído há alguns anos.
Os dados mostravam que estava se formando uma enorme tempestade, como há muitos anos não se via. Eu não sabia se dava o crédito pela tempestade ao aquecimento global ou a algo mais, porém, sem dúvida, era algo que eu precisava investigar.
- Jane, nós temos de fazer alguma coisa. Se essa tempestade atingir a cidade e os habitantes não estiverem preparados, muitas vidas poderão ser perdidas - disse Erik, parando ao meu lado, com o olhar fixo no monitor do computador - Precisamos advertir a todos, e evacuar as casas o quanto antes.
- Tem razão, nós temos de avisar à delegacia, para que comecem com o plano de evacuação. Darcy, avise ao xerife sobre o que está acontecendo, precisamos de toda a ajuda possível para alertar às pessoas.
- Sim - respondeu ela, tirando alguns papéis da mesa, antes de sair correndo porta afora.
- Nós deveríamos ajudar a alertar os vizinhos, Jane.
- Vou ter de deixar esse trabalho com você, Erik, você sempre foi o melhor com as palavras. Eu preciso reunir mais alguns dados antes de pôr a equipe a salvo. Não podemos nos arriscar a perder todo o nosso trabalho por causa de uma tempestade.
- Você tem razão, então eu deixo-a encarregada do resto. Nos vemos daqui a duas horas, na delegacia.
E, após dizer isso, ele saiu praticamente correndo em direção ao refeitório, onde se reunia a grande maioria dos habitantes da cidade.
Eu ainda continuava assombrada com a velocidade com a qual havia se formado aquela tempestade, e pelo estranho padrão que mostrava ao avançar; eu quase poderia dizer que ela havia chegado de outra dimensão, mas meu coração não estava pronto para mais uma desilusão, por isso eu não iria me aventurar com hipóteses.
Naquele momento, eu precisava me concentrar nos dados que eu tinha, assim como em pôr a salvo a nossa investigação. A procura por outro portal para Asgard podia esperar mais um dia.
Reuni os papéis, as fotos e os documentos e guardei-os em caixas que, mais tarde, levaria até à caminhonete. Todos os aparelhos que eu sabia que não poderíamos levar conosco, eu cobri o melhor que pude com sacolas plásticas, e levei-os para o topo do edifício. Eu rogava para que tudo estivesse em ordem, quando retornássemos.
Eu ainda tinha tempo suficiente para fechar as janelas antes de ir apanhar Darcy e Erik, mas tinha de me apressar.
Caminhei até á porta, para começar a vedar as janelas, quando um alarme em meu computador me avisou que algo não estava bem.
De acordo com os dados, a tempestade havia aumentado a sua velocidade com a qual avançava a um ritmo inacreditável na última meia hora, e encontrava-se a escassos vinte minutos de atingir a cidade. Dirigi o olhar para o leste e pude observar as nuvens escuras a cobrirem o horizonte, enquanto que, nas ruas, as pessoas corriam, aterrorizadas, carregando os seus pertences dentro dos carros.
Algo estava muito mal, aquilo não era normal.
Chamem de pressentimento, se quiserem, mas algo me disse para me dirigir para o olho da tempestade, antes de a mesma chegar até mim, destruindo tudo ao seu redor. Eu não sabia se era curiosidade, um desejo suicida reprimido ou algo mais no qual eu não me atrevia nem mesmo a pensar, com medo da dor da desilusão posterior, por isso, sem nem mesmo pensar duas vezes, peguei as chaves da caminhonete, e lancei-me à caça da tempestade.
Eu nem queria pensar no que Erik diria, se soubesse o que eu estava planejando fazer, por isso liguei o som no volume mais alto e deixei que o meu corpo seguisse por si só, ele saberia o que fazer.
Tentei cercar a tempestade por vários quilômetros, pensando que, se eu me afastasse tanto quanto fosse possível da aldeia, a tempestade se afastaria comigo.
Eu sei, uma total estupidez, mas, por mais insano que soasse, parecia estar funcionando.
Aprofundei-me por vários quilômetros no deserto antes de lançar-me diretamente através da chuva, do vento, dos relâmpagos, do olho da tempestade propriamente dito.
A estrada tornava-se cada vez mais difícil de ser atravessada; a caminhonete derrapava nas poças e cambaleava por causa da força do vento, até que chegou em um ponto no qual ela ficou presa em uma enorme poça, negando-se a continuar avançando.
Amaldiçoei a minha sorte algumas vezes, antes de sair pela porta e me deixar cair no chão encharcado.
Eu sentia que o meu tempo estava acabando, eu tinha de chegar antes que tudo terminasse.
Abri caminho através da chuva e das rajadas de vento que volta e meia me atiravam ao chão, mas nada conseguia fazer com que eu me rendesse. Havia alguém que estava me chamando, me puxando em sua direção, e eu não podia fazer mais nenhuma outra coisa além de continuar.
Como cientista, eu sabia que estava cometendo uma loucura, era uma estupidez andar pela estada a pé, no meio da chuva e da escuridão, mas o meu instinto me dizia que era precisamente isso o que eu tinha de fazer.
Alguns metros mais adiante, eu consegui vislumbrar um pedaço de céu estrelado. Era o olho da tempestade, eu havia conseguido.
Dei os últimos passos para chegar àquele lugar, do qual nem a chuva e nem o vento se aproximavam. Onde havia calma e tranqüilidade.
Parecia-me bizarro só o fato de pensar que, até poucos minutos antes, eu tivera de lutar para me manter de pé, e agora podia observar o céu estrelado, como se nunca tivesse acontecido nada.
Eu fiquei ali, de pé, sob o escuro céu noturno, esperando por algo, um sinal que me mostrasse que eu não estava delirando, e que tudo havia acontecido por uma razão.
Mas nada acontecia.
Me deixei cair de joelhos no chão, enquanto duas grossas lágrimas percorriam o meu rosto. Eu me sentia estúpida por ter acreditado que algo aconteceria se eu chegasse naquele lugar.
Eu me sentia despedaçada por dentro, ao saber que tudo havia sido obra da minha imaginação.
Ninguém viria por minha causa, eu ficaria naquele lugar até que a tempestade retomasse a sua fúria e me levasse com ela, porque eu não tinha vontade e nem forças para retornar.
Quantas vezes eu tinha desejado parar de respirar, para evitar a terrível dor que eu sentia com cada inspiração. Finalmente eu iria conseguir, e, talvez, se os deuses tivessem piedade de mim, eu pudesse me reunir a ele em uma dimensão diferente.
Estando ali, tremendo de frio e de desespero, eu escutei o barulho de um trovão ressoar no céu. Todo o meu corpo tensionou-se como se fosse correr, mas eu não tinha medo.
Algo me dizia que eu já havia escutado aquele som antes.
Levantei meu rosto para o céu e pude observar um redemoinho formar-se a partir do centro das nuvens.
Era um redemoinho de luzes e cores, em cujo centro podia ser vislumbrada a silhueta de uma enorme ave.
- Um falcão...? - sussurrei para a noite.
Como era possível ? Por meses a fio, nós acreditamos que toda a comunicação com outros mundos havia sido cortada, talvez para sempre, causando o desaparecimento dos buracos de minhoca que tínhamos observado durante anos, mas ali estava, reaparecendo bem diante de mim, na forma de uma imensa ave vinda de outra dimensão.
Eu ainda não sabia se isso era bom ou mau; há alguns meses, alguns alienígenas haviam tentado apoderarem-se da Terra por meio de um exército que tinha entrado por intermédio de um portal similar. E se eles tivessem encontrado um modo de retornar ?
Fiquei rapidamente de pé, quando as luzes começaram a girar mais e mais rápido ao meu redor. Os trovões e relâmpagos ressoavam e iluminavam o contorno do animal, dando-lhe uma espécie de aura mágica e misteriosa.
Meu coração batia violentamente dentro do meu peito; bombeava com tanta força que eu estava com medo que ele me machucasse, mas bem no momento em que um relâmpago iluminou o céu, delineando uma figura humana descendo do animal, as batidas pararam por um instante.
Por um segundo, senti que minhas forças tinham me abandonado totalmente; eu não conseguia acreditar.
Ali estava ele.
POV Thor
Meu pai havia me ensinado que uma mente bem preparada podia vencer os músculos mais bem treinados, mas houve um tempo em que o crescimento de minha mente havia ficado em segundo plano, sendo substituído pelas armas, pela guerra e pelo desejo de glória.
Ninguém podia me culpar, eu era então apenas um garoto que não compreendia muitas das coisas mais importantes de vida, mas justo agora, quando todo o meu mundo havia virado de ponta-cabeça e nada parecia fazer muito sentido, eu não conseguia evitar de me culpar por ter ignorado os conselhos de meu pai.
Assim como o meu pai havia dito, algum dia os livros se tornariam a minha maior arma.
Agora, para a surpresa de todos os meus amigos e pessoas queridas, eu passava horas ou dias inteiros trancado na biblioteca.
Tentava desesperadamente encontrar uma resposta para o meu dilema em alguma das prateleiras empoeiradas que cobriam centenas de metros de paredes no quarto.
Eu tinha esperanças de que um daqueles livros me mostrasse um modo de voltar à Terra.
Eu não sabia quantos dias tinham se passado desde que comecei minha jornada à procura disso; podiam ter sido alguns dias ou uma semana inteira, o tempo não era relevante para mim.
Era apenas um lembrete irritante de meu fracasso constante em encontrar uma solução.
De repente, a porta se abriu. Não que me importasse muito quem entrava ou saía da biblioteca, muitas pessoas utilizavam-na para fazer pesquisas ou passar o tempo. Nada que fosse de minha responsabilidade.
O que me interessava, sim, era sabem quem se atrevia a ficar me observando trabalhar silenciosamente.
Eu estava a ponto de lhe gritar que não metesse o seu nariz em assuntos que não eram de seu interesse, quando um enorme e empoeirado livro apareceu em meu campo de visão.
- Sua mãe está preocupada com você há dias que você está sem comer ou dormir bem. Não é algo bom para a sua saúde, sabe ?
- Eu sei, pai, me desculpe, mas não tenho estado com muito apetite ultimamente.
- Mesmo assim, você não pode continuar por muito mais tempo a viver deste modo. Pode ser que este livro lhe ajude a terminar a sua procura um pouco mais rapidamente, apenas me prometa que irá comer algo assim que tiver terminado de usá-lo.
- Eu prometo, pai - respondi cautelosamente, antes de segurar o livro que ele me estendia.
Sem dizer mais nenhuma palavra, ele deu meia-volta e se afastou do local. Perdendo-se de vista entre as velhas prateleiras do quarto.
Olhei para o título do livro com curiosidade: Lugares secretos e magia oculta de Asgard, escrito pelo último rei a ocupar o trono antes de Odin. Meu avô.
Soltei os oxidados fechos de metal e levantei a pesada tampa de madeira forrada em couro. Um cheiro doce e antigo emanava das páginas.
Apesar de sua óbvia antigüidade, as páginas conservavam o seu branco original. Era como se um tecido invisível cobrisse cada uma das letras escritas ali, para protegê-las da passagem do tempo.
Uma frase escrita na primeira página chamou a minha atenção:
"Aqueles seres corajosos
Que procuram respostas e soluções
Não importando o seu nome, mas sim a sua coragem
Neste livro encontrarão a esperança
Porque Asgard é uma terra cheia de magia
Que sorri e abençoa a todo aquele que é portador de um coração íntegro e bondoso"
Meu coração começou a bater em grande velocidade, e um leve formigamento percorreu a ponta de meus dedos. Meu corpo agiu como que por inércia, e começou a passar as páginas, uma por uma, até parar em um capítulo localizado quase no final do volume.
"Veorfölnir", dizia. O falcão que descansa sobre os olhos da águia que vigia Yggdrasil, a Árvore do Mundo.
O texto dizia que este falcão era o único capaz de transportar seres vivos através dos mundos conectados pela grande árvore.
Mas também dizia que fazia milhares de anos que Veorfölnir tinha sido visto pela última vez.
Ali estava a solução para o meu problema. Mas a solução também implicava um novo problema: onde eu encontraria aquele animal mítico ?
Saí correndo da biblioteca, em direção à sala do trono, na qual eu esperava encontrar meu pai. Eu precisava de respostas.
Por que ele havia me dado aquele livro ?
Dar-me esperanças para depois arrebatá-las com tanta facilidade era cruel demais. Meu pai podia ser severo, mas nunca cruel.
- Pai ! O que significa isto ? - eu gritei, enquanto avançava pelo corredor. Ao chegar diante das pesadas portas revestidas em ouro, empurrei-as violentamente e entrei andando a passos largos.
Eu estava confuso e furioso: com meu pai, com minha própria incapacidade de encontrar uma solução por conta própria, mas, acima de tudo, estava furioso com a maldita distância que me separava de Jane.
Eu queria destruir tudo à minha frente, mas um olhar severo porém compreensivo, e um sonoro grasnar detiveram os meus passos.
Levantei os olhos até uma das vigas que sustentavam o alto teto da sala, e me surpreendi ao ver uma enorme ave parada sobre ela. Era um falcão.
- O quê...?
- Estou vendo que você encontrou a informação correta. Sua mãe insistiu para que eu lhe desse uma pequena ajuda, ela estava preocupada por sua causa.
- ... - eu estava em estado de choque, não sabia o que fazer ou o que dizer.
- Você vai ficar aí parado ou vai atrás da garota ? A ave veio aqui porque você assim desejou, mas não vai buscá-la para você do mesmo modo, sabe ?
- Como é possível ? O livro dizia...
- Eu sei o que diz o livro. A ave não era vista há milhares de anos porque não existiu uma razão para que ela aparecesse. Por muitos anos, a Ponte Bifröst serviu como meio de comunicação entre os Nove Reinos, e por este motivo a ave tinha podido descansar dessas longas viagens.
- Veorfölnir... - eu murmurei, observando a imensa ave, e esta me devolveu o olhar.
Com alguns poderosos bater das asas, ele desceu e parou a alguns metros de mim.
- Só quero que você saiba que, seja qual for a sua decisão, este é e sempre será o seu lar. Boa sorte, meu filho.
Aproximei-me lentamente da majestosa ave, que me esperava com as suas asas extensas ao longo de todo o seu comprimento. Quando cheguei ao seu lado, o falcão dobrou as suas enormes asas, convidando-me a subir.
Prendi o Mjölnir ao cinto e subi na sela da ave. Não vi nenhum lugar no qual pudesse me agarrar para não cair, durante o vôo, e por isso eu pressionei minhas pernas contra as costelas do guardião de Yggdrasil, e supliquei para que ele não decidisse dar uma pirueta pelos ares.
Dei um último olhar de agradecimento para o meu pai, antes que a ave levantasse vôo.
Finalmente, depois de estar longe dela durante meses, eu poderia vê-la mais uma vez.
Todo o tempo pareceu ter se congelado, até mesmo os problemas dissolveram-se em minha mente: Loki e seus planos frustrados de conquistar a Terra, a destruição da Ponte Bifröst, nem mesmo a minha ascensão próxima ao trono de Asgard parecia tão importante para mim naquele momento.
A única coisa na qual eu conseguia pensar era que estava prestes a voltar a vê-la.
POV Jane
Eu estava parada ali, no meio do nada, encharcada, confusa e prestes a desmoronar.
Não podia ser verdade que ele estivesse ali, parado a poucos metros de mim. Tão majestoso como sempre.
Era perfeito demais para ser verdade.
Provavelmente eu havia morrido no meio do caminho e agora me encontrava em alguma espécie de paraíso.
Mas até mesmo esse pensamento era bom demais para ser verdade.
Eu havia passado tantos meses sentindo essa pesada opressão em meu peito, que a sensação de liberdade que eu estava experimentando, naquele momento, era extasiante.
Eu sentia que flutuava, girava pelo ar... e depois aterrissei.
- Jane... - eu me dei ao luxo de me perder na calidez dos seus braços, em seus olhos azuis, como um céu a descoberto.
- É realmente você ? - perguntei com voz trêmula, quase em um sussurro. Tinha medo de levantar a voz e acordar do meu sonho.
- Sim, eu voltei para você, como prometi - disse ele, sorrindo calorosamente.
- Por que você demorou tanto ?
- Tive alguns problemas com meu irmão Loki e com a Bifröst, mas já estou aqui. Eu sinto tanto, Jane.
- Eu senti muito a sua falta - eu ri. Por aquela estranha situação, por minhas palavras cafonas e melosas, mas, principalmente, ri porque eu precisava deixar sair um pouco de toda aquela felicidade que tinha tomado conta de mim, ou eu tinha certeza de que explodiria - É tão fácil agora !
- O que é tão fácil ? - ele arqueou uma sobrancelha, confuso.
- Respirar - eu sorri e voltei a olhá-lo nos olhos - , agora eu posso respirar novamente.
Sem aviso prévio, a mão dele cercou o meu queixo e atraiu meus lábios até os seus.
Eu pude perceber o mesmo sentimento de alívio que eu estava sentindo naquele momento nascer em seu peito.
Um beijo, apenas um beijo tinha sido o suficiente para apagar meses de dor, de lágrimas derramadas e de desespero.
Tudo havia ficado no passado. Estava na hora de viver o presente. Este presente no qual ele estava entre meus braços e no qual os nossos corações batiam em uníssono.
- Eu te amo, Thor, e, aconteça o que acontecer, eu sempre te amarei.
- Isso era a única coisa que eu queria ouvir você dizer.
FIM
N/A: Primeira fic de 2013 !
Bem, o que vocês acharam ? Cafona e grudenta demais ? Hahahaha, talvez, mas na verdade a música que já lhes mencionei o merecia, assim como Jane e Thor.
Eu não podia permitir que eles ficassem separados para sempre. Quer dizer se a Marvel não pensava em reuni-los novamente, então eu o fiz. :9 Uahahaha
Quero dedicar esta pequenina loucura a Ray Hayabuza, com todo o meu carinho. Espero que tenha gostado. ^^
Bem, esperarei ansiosa por seus comentários. Mesmo que seja só para cumprimentar ou me dizer que é melhor que eu me dedique a outra coisa, independente do que for, será bem recebido. Lembrem-se de que cada review é como o meu salário (e quem não gosta de ser pago ?).
Continuaremos a nos ler ;)
Dream Weaver Dili
N/T 2: Mais um fandom do qual traduzo uma fic pela primeira vez, desta vez o de Thor. E, sendo assim, a fic tinha que ser uma Thor/Jane, de modo algum podia ser com outro ship.
Gostaram dela ? Espero que sim...
E, se tiverem gostado, postem reviews, pessoal, please.
