Alvorada

Prólogo

Hum... Ah, sim, tenho que contar uma história.

Nunca gostei de contar histórias, mas preciso escrever.

Acredite, isso não me agrada nem um pouco.

Odeio escrever, principalmente se for sobre mim mesmo.

E não ajuda muito derrubar a tinta na folha, nem furar o papel com a caneta.

Essa é a sexta vez que tento escrever isso, e as outras cinco foram deploráveis.

Isso é irritante.

Provavelmente vão cortar isso quando a história estiver pronta, mas se você está lendo isso sabe como eu me sinto e que tive sorte por não cortarem esse desabafo.

Não que ele seja necessário, mas me sinto melhor escrevendo ele.

Meu tio e o resto do conselho acharam que eu deveria escrever isso, e não adiantou argumentar.

Não gosto de escrever, mas não posso dizer que escrevo mal.

Na escola meus textos eram elogiados, e, por mais que eu rejeitasse a idéia, eram expostos para os outros alunos.

Acho que puxei isso do meu tio.

Quanto ao por que de estar escrevendo isso... Bem, tenho que confessar que não sei ao certo.

O conselho achou melhor, mas não sei o que se passa na cabeça deles.

A questão é que tenho que escrever e estou escrevendo.

Sobre a história, não é um conto de fadas. Não é tudo feliz. É o que realmente aconteceu, é a verdade. E como eu mesmo aprendi, embora tenha sido do jeito mais difícil, a verdade nem sempre é justa.

E se você está esperando ver um beijo no meio de um campo de flores com o sol brilhando, não é nada disso que ocorre aqui.

Quanto ao final dessa história, não direi nada, nem mesmo se o que eu disse agora se aplica ou não.

Bem, acho que tenho que começar a história.