"Sasuke havia estado tanto tempo em casa que Sakura se desacostumou com a ausência dele. E bem quando ela realmente acreditou que estava tudo bem, Sasuke precisou partir novamente.
Àquela altura, ela já estava há meses sem ter qualquer notícia dele.
Sakura estava desesperada. Assustada, ansiosa, com saudades. Necessitada. Em saber se ele estaria bem, se ele estaria seguro. Se ele estava pronto para ela. Porque, no fim, a única certeza que ela tinha é que estava pronta para ele. Sakura sempre esteve pronta para ele."
Três meses. Três meses que não via o rosto do homem que amava. Três meses sem ouvir a sua voz, sem sentir o seu toque, sem saber de seu paradeiro. Três meses em que Sasuke teria partido para uma missão e levado consigo todo o coração de Sakura. O que restou, como sempre acontecia, era um buraco fundo, preenchido por agonia e tantos pensamentos intrusivos que não se admitia nenhuma possibilidade de melhora. Não sem receber uma notícia antes.
As pessoas percebiam o seu sofrimento, mas não falavam nada. Elas sabiam que nada no mundo poderia lhe ajudar. Nem mesmo sua filha, Sarada, era o suficiente, tendo em vista que, àquela altura, apegada ao pai do jeito que se tornou, ela também sofria. Somente elas compartilhavam daquele sentimento horrível. E elas se entendiam, mas não muito mais do que isso. Havia compreensão mútua. E só.
As noites eram piores para Sakura. Rolando na cama, agarrando o travesseiro dele. Amaldiçoando qualquer tipo de força divina porque seu perfume não estava mais ali. Os olhos verdes se mantinham inquietos, o coração acelerado. Onde ele está?, Questionava. Quando ele vai voltar? Suspirou. Virou de barriga para baixo. Depois de lado. Meteu-se para fora dos lençóis, e, só depois de alcançar os chinelos, ligou o abajur. Criou um caminho de luz pelos corredores até encontrar o quarto de Sarada e hesitar. E se ela já estivesse dormindo? Com cuidado, e amarrando mais forte o laço do robe de cetim, Sakura avançou até encontrar a silhueta de sua filha. Ressonando levemente, os olhos fechados, seus cabelos bagunçados.
Conteve o impulso de sentar na beirada da cama e abraçá-la. Contentou-se em apenas olhá-la, arriscando, no fim, deslizar a ponta dos dedos pelo formato de seu rosto. Uma mistura brilhante, dava para ver todos os traços dos Uchiha com a mesma facilidade com que se observava todos os traços dos Haruno. Mas havia mais dele. Nos olhos dela, na cor do cabelo, no formato do nariz. A forma como suas sobrancelhas se mexiam e o jeito feroz como olhava. Sarada era uma cópia perfeita dos pais, mas ainda assim, era ainda mais fiel a cópia dele.
Levantou-se. Abandonou o quarto com relutância e com saudade, encaminhando-se para a cozinha, de onde trouxe para o quarto um copo d'água. Colocou na mesa de cabeceira, bem perto do porta retrato que exibia uma foto dos dois. Ela, sorrindo. Ele, olhando para ela. Respirou profundamente. Serpenteou o rosto dele na fotografia, mordiscando os lábios de leve, sentindo falta do calor de seu abraço. Estava chovendo naquela noite. Um barulho tão forte e irritante, diga-se de passagem, que lhe fazia bufar constantemente e balançar o corpo.
Apertou a foto contra o peito. Sasuke-kun... Sakura fechou os olhos. Podia ouvir seus batimentos cardíacos, a forma como seu peito subia e descia era visível. Seu robe estava entreaberto, a camisola erguida. Por um milésimo de segundos, imaginou o que ele faria se estivesse ao seu lado. Sorriu instantaneamente. Sasuke não era o tipo de pessoa cativa ou desinibida. Ele tinha travas, porque a vida foi absolutamente cruel com ele. Ainda assim... Ele ainda era o seu marido, a pessoa que mais amava no mundo depois de sua filha. E agora, depois de todo aquele tempo, Sakura estava muito certa de que havia finalmente aprendido que a sua forma de amar era diferente, mas que tudo bem, não havia problema algum nisso, uma vez que era a forma dele. E Sakura amava cada traço de sua personalidade. Ela havia aprendido a lidar. Havia aprendido a compreender e reparar. Não era difícil agora. Não era difícil reparar quando ele a queria, porque os seus olhos diziam coisas que de sua boca jamais sairia. Não era difícil reparar que ele a amava, porque o toque era diferente, porque a recepção do carinho e do amor, ao contrário de como acontecia com todo o resto, era sempre bem vinda.
Sasuke até podia ser difícil de ler. Mas uma vez compreendido, era sempre extraordinário.
E por Deus, como ele fazia falta.
Principalmente agora. Principalmente agora, em que tudo o que Sakura queria era tê-lo em seus abraços. Ou, melhor: se ter nos braços dele.
O que faríamos se ele estivesse aqui?
Teríamos posto Sarada para dormir. Depois, quem sabe, eu cozinharia para ele. Tomaríamos banho juntos. Viríamos para a cama. Ele me ouviria reclamar do frio e me puxaria para ele, assim, em silêncio, com seu rosto na curva do meu pescoço, a ponta do seu nariz se esfregando em minha nuca. Eu sentiria suas mãos na minha pele, espalmando desde o meu quadril à minha barriga. Eu ficaria quieta, não ousaria quebrar aquele silêncio e acabar desconcertando ele. Ainda assim, eu estaria esperando pelo próximo toque. Ansiando. As mãos de Sasuke não fariam cócegas porque seu toque é firme e cria calor por onde passa. Meu baixo ventre estaria borbulhando agora. Só porque eu estaria sentindo os seus dedos e ouvindo o barulho suave de seu coração. Seu peito estaria colado em minhas costas e eu, internamente, estaria completamente obcecada por mais contato físico. Eu me mexeria, muito levemente, empurrando o meu quadril em direção ao dele. Nossos corpos se encaixariam como um quebra-cabeça e eu escutaria seu suspiro trêmulo. Nesse momento, seu toque ficaria mais forte, posicionando os dedos na minha cintura e me guiando para baixo. Me guiando para ele. Eu empurraria meu quadril de novo. Sei que ele arfaria baixo no meu ouvido, seu cenho levemente franzido e o lábio superior apertado pelo lábio inferior. Suas mãos se moveriam para dentro da minha roupa, percorrendo um caminho lento e doloroso até o meu seio. Sasuke me encontraria rígida e arrepiada. Eu o sentiria duro por debaixo do lençol.
Sakura reverberou no lençol outra vez. Não é sono, é só torpor. E o gosto dos dedos dela a despertava. Chupava o médio e o indicador devagar, a cabeça indo e vindo, indo e vindo, indo e vindo. Eu só queria que fosse ele... Mas não era, e nem poderia ser, então tudo o que lhe restava era continuar com aquele ritual dolorido e necessário. Seus olhos se fecharam novamente e, dessa vez, Sakura fez um esforço maior para se esquecer de tudo. Fez um esforço maior para se despregar de tudo. Tudo o que podia e tudo o que precisava dar ouvidos, agora, eram os seus próprios pensamentos, a sua imaginação, então era exatamente isso o que fazia: voltava para um lugar em que só existia ela e ele.
Sasuke estaria duro por baixo dos lençóis... E de sua calça do pijama. Eu sentiria, porque àquela altura, não daria para esconder. A calça estaria apertada, eu poderia perfeitamente sentir seu pau entre as minhas nádegas, ainda sobre a minha calcinha. Eu me viraria um pouco mais e roçaria minha bunda contra ele. Para cima e para baixo, bem devagar. Isso me causaria uma sensação maravilhosa, uma quentura que me iria subir da cabeça aos pés. E roçaria de novo, mais forte, só para senti-lo ofegante no meu pescoço e pulsando na minha coxa. Sua mão agarraria a minha cintura enquanto que o seu outro braço, aquele que me rodearia, faria sua destra agarrar o meu peito, massageando forte e espalmando por toda a extensão de pele. Minha calcinha estaria melada. Eu sentiria minha boceta pulsar cada vez que ouvisse um gemido escapar da boca dele.
Os dedos molhados de saliva rumaram para o mamilo sensível e rijo. Deixaram-no imediatamente umedecido, porque sua mão apertava, arranhava, pressionava. A mão livre desceu entre as pernas. Encontrou coxas molhadas e uma sensibilidade excessiva por baixo da calcinha. Afastou o pano encharcado e fino para o lado. Em sua cabeça, era o pau de Sasuke que roçava em sua entrada. Na prática, era a ponta dos dedos que se afundava naquele orifício quente, mucoso, escorregadio. Sentia a própria boceta apertada e gemia, imaginando como, supostamente, deveria ser mais difícil e dolorido ser penetrada por ele. Não era. Era sempre mais gostoso, mais eficaz e mais asfixiante.
Levantou o quadril. A boca entreaberta, o peito vermelho e inchado de tanto ser apertado. As pernas estavam afastadas. Sakura pensou que poderia dar quase qualquer coisa para ter a boca de Sasuke ali, chupando seu grelo e invadindo forte com a língua, e só de imaginar a textura de seus lábios pressionando a sua pele, acabou soltando um grito de pura agonia. Mordeu o travesseiro dele para abafar o barulho que fazia. Meteu três dedos, forte, certeiro, as paredes vaginais os apertando com violência, o tesão que escorria e babava a sua virilha.
— Oh, Sasuke-kun... Isso, assim... — era muito fácil projetar os gemidos dele em sua cabeça. E ela se deliciava com aquele som baixo, rouco e manhoso, juntamente com a projeção do barulho das estocadas dele. Repetitivo. Molhado. Suculento.
Sakura sentia o corpo tremer. Sem pensar, temendo gozar antes da hora, ela mudou de posição e enterrou os joelhos no colchão, usando o braço livre de apoio contra o ferro da cama. Apertou-o para liberar a tensão e jogou a cabeça para trás. Empinou a bunda. Agora, eu estaria montando nele. Cavalgando forte. Sentindo uma mão no meu quadril, para me guiar do jeito que ele gosta, e a outra no meu cabelo, me puxando, deixando minha cabeça tombada, liberando para ele uma visão privilegiada dos meus seios úmidos de suor bem em sua frente. Sakura rebolava, gemendo por Sasuke, arfando, soluçando, tremendo. A palma de sua mão friccionava contra o clitóris molhado e isso só lhe ajudava a alimentar a imaginação fértil: Sasuke estaria sentado, comigo ainda quicando em seu colo, o pau dele inteiro dentro de mim, minha boceta se esfregando contra o fim de sua barriga. Os poucos pelos negros dele esfolariam minha carne e estimulariam todos os meus nervos.
— Oh, Sasuke-kun... eu tô tão perto, eu... eu tô quase gozando, Sasuke... — os gemidos eram entrecortados. Seu cabelo pingava. Ela estava suada demais, ainda cavalgando nos próprios dedos, roçando, se contorcendo. O ar faltava à medida que um arrepio percorria todo o seu corpo. E quando uma quentura descomunal borbulhava em seu estômago, ao ponto de queimar o baixo ventre e liberar uma descarga de energia cruel para todos os seus membros, Sakura sentiu a boceta se contrair pela última vez, tão demoradamente que chegou a perder o fôlego, antes de seu gozo escorrer forte pela destra.
Ela se jogou na cama logo depois. Estava exausta e um pouco atordoada, mas, ainda assim, sentiu-se vazia.
Isso jamais se compararia a ele. E ele é tudo o que eu quero...
Choramingou. Depois virou-se para o lado, abraçando forte o travesseiro de Sasuke, imaginando quando, finalmente, seria ele estando ao seu lado.
Eu espero que em breve.
