Título: Amor é um jogo de azar
Fandom: Harry Potter
Autora: Chris Ann
Classificação: PG-13 - Humor/Romance/Drama - yaoi
Ship: Ron/Draco, Harry/Draco, Ron/Hermione
Avisos: Mpreg!
Disclaimer
: Tudo pertence à J.K. Eu só brinco com os personagens.
Nota1: Para todo mundo que foi infernizado com um "o que é que você acha?" enquanto eu escrevia a fic, e para Beatriz, que impediu a bichinha de ir para o limbo.
Nota2: Desconsidera HP7. Ou pelo menos o epílogo.

Prólogo

"Eu preciso entrar!"

"Eu já disse" – começou a medibruxa enquanto se encaminhava para a porta, com a paciência visivelmente se esgotando – "que ninguém é permi..."

"Mas eu..."

"Eu já disse que não!" – ralhou ela, irritada, passando pela porta e fechando-a no nariz de Ron.

Ele ficou olhando estupefato para a porta trancada e, por alguns segundos, considerou seriamente mandar às favas a proibição da mulher e arrombar a porta, até que se lembrou de que não estava sozinho naquele corredor.

Respirou fundo antes de se virar, quase desejando que Harry não estivesse mais ali, mas estava, pálido e ainda com um olho roxo onde Draco o socara. Eles se encararam por algum tempo, e Ron, inconscientemente, mexeu a mão para perto do bolso onde estava a varinha, mas Harry não queria um confronto. Não mais. Isso ficou claro quando ele desviou o olhar e sentou-se no banco, com as costas curvadas numa atitude derrotista que se propagou pelo corredor silencioso.

Ron engoliu em seco, pensando se devia se aproximar ou não. Uma parte dele dizia em voz clara que não, de jeito nenhum, que se falasse alguma coisa agora pioraria ainda mais a situação. Nunca estivera numa situação assim com Harry desde... aliás, achava que nunca estivera numa situação tão ruim com ele assim antes. Seria melhor ficar calado. Outra parte dele, porém, dizia em voz bem alta que, se não falasse com ele naquele momento, seria quando estragaria tudo mesmo. Aquela era a hora.

Não conseguiu tomar uma decisão e ficou ali parado, entendendo pela primeira vez o significado de um silêncio opressor. Harry continuava quieto olhando para a parede.

Não havia sido culpa dele, tentou se convencer. Não havia sido culpa dele nem de Draco. Não havia. Repetindo esse mantra e tentando tomar coragem, aproximou-se de Harry e sentou-se ao seu lado. Abriu a boca duas vezes para falar, mas não conseguia verbalizar o que queria dizer. Harry sequer deu mostras de perceber sua presença.

"Nós precisamos conversar" – disse Ron em voz baixa na terceira tentativa, sentindo o nervosismo voltar em ondas.

Harry se virou para encará-lo, os olhos com um brilho muito peculiar.

"É" – disse ele, num tom de voz que ressoou pelo corredor – "Eu sei."