Yu Yu Hakusho não me pertence. Sem piadinhas dessa vez, mimimimi.

-o-o-o-o-o-o-o-o-o-

"Um beijo", pensou ela desesperadamente, enquanto seus lábios moviam-se com sincronismo perfeito com os dele. Não podia acreditar, apenas não podia mesmo. Sorte que já estava sentada, ou a surpresa teria a derrubado com toda a certeza. "Porcaria, é realmente um maldito beijo. Por que?" Então, de repente, os lábios dele se separaram dos dela delicadamente e veio a troca de olhares.

Vergonha. Leve arrependimento. Silêncio bem constrangedor.

Botan abriu os lábios para falar algo, mas desistiu e abaixou a cabeça. Como assim discutiam algo bobo por causa da festa de aniversário surpresa que organizavam para Kurama e, de repente, se beijavam? Qual era mesmo o assunto? Antes que a guia espiritual dissesse algo, Hiei limpou a garganta, colocou as mãos no bolso do sobretudo negro e deu de ombros.

-Melhor voltarmos pra sala. –Ele disse, enquanto ia andando. – Como ficamos quietos de repente, logo virão aqui pra ter certeza de que não nos matamos.

-Heh... –Foi tudo o que ela conseguiu murmurar. Viu que ele deixara a cozinha e, novamente, seu corpo era salvo pela cadeira; ela se remexeu ali. Se estivesse em pé, teria caído com tudo no chão gélido. Deu uma risada baixa e nervosa, achando que estava sonhando. Beliscou a si mesma e nada de acordar; pronto, era real e surtaria. Mas o máximo que aconteceu foi corar bastante. Reuniu coragem e voltou até a sala.

-Caramba, Botan, saíram no tapa, é? Tá até vermelha! Cansou? –Kuwabara logo atacara, fazendo com que todos a olhassem. Keiko deixou um bloquinho de anotações em cima da mesa e, ainda segurando a caneta, foi até a mulher de cabelos azuis, que corara ainda mais.

-Botan, você está bem? –Keiko perguntou, preocupada e com as mãos nos ombros da amiga.

-Ora, gente, sem exageros, tá bom? Está calor hoje, não sou acostumada a esse clima de vocês, lembram-se? Não é a primeira e, vocês sabem bem disso, não é a última vez que eu e Hiei discutimos por algo. –Então, a moça olhou para o baixinho, que estava estrategicamente ao lado de uma janela aberta. Ela suspirou e sentou-se ao lado da mesinha de centro. Olhou o bloquinho de notas que Keiko deixara em cima da mesa e via a listinha de coisas para a festa sem muito interesse.

Todos ali se calaram sobre aquele assunto e tudo se seguiu normalmente; Yukina sendo cantada por Kuwabara; Hiei olhando Kuwabara com ódio; Botan, Keiko e Shizuru levando aquela coisa de festa à sério; Yusuku colocando lenha na fogueira ao ver Hiei com seu discreto olhar de ódio. Tudo na mais perfeita harmonia; mas claro que os pensamentos de Botan fervilhavam.

"Que saco, por que ele fez aquilo comigo? Por que avançou enquanto eu praticamente gritava com ele e me beijou? Será que era só pra me calar? Não, Hiei não é assim."

Ela ficara pensando em alguma solução até que todos, finalmente, terminaram de organizar aquela festinha surpresa. Todos, aos poucos, iam embora, e ficava apenas Yusuke e Keiko, já que a turma havia se reunido no apartamento deles. Botan andava sozinha pela rua. Antes mesmo daquela reunião terminar, Hiei havia ido embora e já era tarde da noite. Meio desanimada, invocou seu remo e voou para o Reikai, a fim também de deixar Koenma saber da festa. Claro que ele teria de ir para a festa, a guia daria um jeito de convencê-lo.

Lá de baixo, no meio das árvores perto do apartamento de Yusuke, Hiei olhara Botan sumir no céu. Deu um tapa leve no próprio rosto, irritado, e desapareceu.

-Continua.-

Bem, há tempos não escrevo nada sobre YYH, não é mesmo? Pois bem, andei beeeem longe de fanfics, escrevendo de vez em nunca contos originais que jamais publicarei. Alguns estão no meu blog (.com), mas sei lá, quase não recomendo que vejam porque tenho gogonha. :x De qualquer modo, amanhã já posto o capítulo 2 aqui, que será o último, e já está pronto no meu PC. Até. :*