A casa estava fria e silenciosa naquela manhã de janeiro. Isabella mantinha os olhos fechados – embora já estivesse acordada há alguns minutos – e tinha certeza de que nevava. Espreguiçando, ela se virou na cama de casal e suspirou, sorrindo um pouco.
Ela estava de férias.
Retirando as cobertas do seu corpo com cuidado, a morena se levantou, dirigindo-se até o banheiro, onde escovou os dentes e lavou o rosto. Depois de prender os cabelos em um rabo de cavalo, ela se dirigiu à porta ao lado.
O quarto de sua filha.
Isabella abriu a porta com cuidado, sorrindo ao ver sua pequena garotinha de dois anos ainda dormindo. Os cabelos castanhos estavam atrapalhados, embolados em meio ao travesseiro. Os olhinhos verdes estavam fechados e ela tinha um sorriso nos lábios.
Linda.
Para não acordar a filha, Bella não demorou muito no quarto, fechando a porta com cuidado atrás de si. Não demoraria muito para que Emily acordasse, então se dirigiu até a cozinha, onde começou a preparar o café da manhã.
Ela realmente não conseguia acreditar que tinha sua pequena. Alguns julgaram cedo quando Isabella ficou preocupada em ter um filho, mas ela não imaginava que fosse se apaixonar um dia e queria ter um filho cedo, para que pudesse brincar com ele, seguir seus passos...
Essas eram as razões que a fizeram procurar uma clínica quando completou seus 25 anos. E agora, ela tinha Emily. O melhor presente que ela poderia pedir.
- Mama? – A voz suave de sua garotinha soou pela casa, fazendo-a sorrir ainda mais.
- Aqui na cozinha, Amy – murmurou Bella, saudando a filha com o apelido carinhoso que dera a ela.
As duas tomaram café da manhã juntas, como sempre. Emily balançava as pernas freneticamente, em sua cadeirinha, enquanto tentava se alimentar sozinha. Bella ria da bagunça da filha, certa de que elas teriam de tomar um banho depois de tudo aquilo.
Emily possuía os olhos verdes – os mais lindos que Isabella já havia visto em toda a sua vida – e os cabelos castanhos. O formato dos olhos era de Bella, assim como o nariz. Mas a boca e os olhos... Eram do pai. Um pai que ela nunca iria conhecer.
- O que você acha de um passeio, Amy? – Isabella perguntou, sorrindo para a filha. – O que acha de irmos visitar o vovô Charlie?
Emily bateu as mãozinhas, animada. O sorriso da mãe se tornou ainda maior, seu coração como sempre se enchendo de amor pela filha. Ela não se arrependera nem uma vez de ter tomado a decisão de tê-la sozinha. Emily era seu orgulho, sua vida.
Ela faria qualquer coisa por ela.
