Mawaru Penguindrum não me pertence. Algo tão genial e insano só podia ser do Ikuhara mesmo.
– Não é eletrizante? – o homem de cabelos rosados pergunta, um sorriso discreto em seus lábios. Os olhos vermelhos dos meninos-coelhos-negros que sempre o acompanham não deixam sua figura alta e esguia.
– O que exatamente é eletrizante, doutor? – Himari também porta um semblante alegre, embora por tantos outros motivos. Seus dedos delicados não se afastam um instante sequer das ágeis agulhas de tricô.
– O amor, minha cara. Um sentimento de tamanha grandeza pode ser tão rico e imprevisível quanto o próprio destino, não acha?
– Se prefere pensar assim – responde, levantando o rosto e encarando-o. Olhos lilases enxergam o reflexo do rosto que os contém no par de olhos avermelhados que se aproximam.
– Dizem que uma grande paixão pode operar milagres se você realmente acreditar nela – o sorriso de Sanetoshi se torna mais e mais largo ao terminar de dizer tais palavras, sua face tão próxima que a garota consegue sentir o perfume que emana de seu corpo.
O homem à sua frente tem cheiro de paz e de mistério, de doçura e de perigo.
– Talvez seja essa a razão pela qual eu ainda estou aqui, conversando e tricotando como de hábito – desvia o olhar para o lado, passando a observar os novelos de lã que se encontram junto a si. Definitivamente são da cor errada.
– Pode ser. Seus irmãos a amam muito. Você é uma pessoa de sorte.
Uma pausa e a expressão da menina se torna triste, como se algo dentro de si tivesse se quebrado ao escutar tal colocação. A melancolia, no entanto, cede espaço à surpresa num piscar de olhos. A mão enluvada de seu médico toca seu rosto de maneira lenta e suave. Sua textura emborrachada não lhe incomoda e ele encosta na pele pálida somente o suficiente para que Himari não demore a sentir seu rosto enrubescer.
– O amor e o destino andam de mãos dadas. Se você pode alterar um, pode muito bem ser capaz de influenciar o outro. O que pensa sobre isso?
– Não tenho certeza. É algo em que teria de pensar melhor antes de lhe dar uma resposta satisfatória.
Sanetoshi se afasta da paciente pensativa e dá um pequeno rodopio, gracioso e equilibrado. Seu olhar vagueia por todos os cantos do quarto de hospital, passando pelo teto, pelas janelas, pelo chão, pelos meninos de cabelos pretos, pelos novelos, pela própria Himari. Fica sério um instante, ainda olhando para ela.
– Você já sabe a resposta – murmura, sorrindo novamente para ela, antes de fazer um breve aceno e deixar o leito. Os garotos estranhos vão logo atrás.
É somente algumas horas depois, quando Kanba e Shouma finalmente chegam para visitá-la, que Himari entende o que ele quis dizer. E ela concorda, do fundo de seu coração, pois é só o que pode fazer.
[N/A] Eu não tenho muita certeza do que eu queria escrever, mas acho que ficou razoável. Cabe a vocês me dizer isso. 8D
Ah, ignorem o título e o summary. Foi a primeira coisa da qual eu me lembrei ao escrever o bordão do Sanetoshi e nada se encaixou melhor, HAHAHA.
Me mandem reviews, seus lindos. s2
