N/A: Bom, essa fic é logo depois do sexto livro, portanto se você ainda não leu, PARE AGORA ;) a não ser que queira estragar a surpresa. Espero que gostem, é oneshot. E não é songfic, mesmo que o título seja uma música perfeita dos Stones.

Era como se tivesse um profundo vale aos seus pés. Encarava o horizonte, consciente que dali algumas horas poderia já estar morto. O sangue puro que corria em suas veias não lhe garantiria a vida perante o erro, já que não fizera o que lhe fora designado. Sentando na grama mal cortada, mas ainda sim verde, ele tentava achar um meio de ser perdoado ou ainda... Fugir.

Os cabelos loiros lhe caiam sobre a face suada, e ele não parecia tranqüilo. O pai na prisão por causa daquele mestiço... E a mãe, talvez já estivesse morta. Pobre mulher, ele pensava. Não tinha culpa de nada... Se ele fosse mais forte, poderia fazer o Lorde perdoar à sua família. Mas não tinha culpa, tinha só dezesseis anos. Ao pensar nisso, a voz do seu mestre ecoou em sua mente.

"Se o imbecil do Potter tinha catorze anos quando duelou comigo. Você tem dezesseis anos e suponho que seja muito melhor que ele."

Aquelas palavras habitavam sua mente o ano inteiro. Matar Dumbledore... Era uma missão importante, mas ele falhara, e à luz da aurora, entendia que não havia nada a fazer. Em breve os Comensais o encontrariam e tudo estaria perdido. Talvez nem o levassem a Voldemort, porque o Lorde das Trevas poderia o achar indigno do toque de sua varinha. Seria morto pelo mais rele Comensal da Morte, pois era um fracassado, um traidor. Era difícil admitir, mas ele sabia que era assim que aconteceria.

Mirou o nascer do sol e pensou no pai. Era um homem com ideais bastante claros, e obstinado a servir o seu senhor. Mas errara naquela noite no Ministério, deixara-se apanhar e fora levado à Azkaban. Tudo culpa daquele mestiço nojento... Só de pensar em Harry Potter, os músculos do garoto tremiam de ódio.

Deitou-se na relva e observou o céu arroxeado. Em algumas horas, estaria na mesma posição, deitado, mas morto. Não tinha medo que lhe esperava, pois já estava conformado. Mas pensava na dor que a mãe sentiria. Suspirou e pensou nela.

Era uma mulher loira e alta, muito pálida e bela. O amava demais, fizera Snape realizar o Voto Perpétuo para proteger o filho. Mas de nada adiantara, porque Voldemort não o perdoaria, mesmo com o plano executado. E a solitária mulher teria que amargurar sua vida, sozinha. Um filho morto, o marido na prisão. O garoto sentiu pena da mãe, e lágrimas verteram aos seus olhos. Sabia que ela fizera de tudo para protegê-lo. Mas fora em vão...

Estava ali, solitário, absorto em pensamentos. Passos firmes e rápidos faziam a terra tremer, mas ele pouco se importava. Se fossem os Comensais, ele estava pronto para a morte. Se fosse alguém da escola, lutaria até a morte. Se fosse a mãe... Ele a abraçaria e a mandaria embora, porque não havia nada que o pudesse salvar, e ela não merecia vê-lo morrer.

Sentiu-se rodeado por cerca de oito pessoas com capas negras. Mirou o céu pela última vez e chorou pela mãe.

- Avada Kedavra!

Ouviu sussurrar, seguido de um lampejo de verde.