Amores da minha vida; não me matem!

Essa fic tava aqui na minha cachola e eu tinha que colocar ela aqui antes de viajar, sim eu vou viajar. Então essa é a última atualização antes do ano que vem! Eu estou indo passar o meu Ano Novo no Rio de Janeiro, comemorem comigo *-* E como dia quatro de janeiro é meu niver, peço encarecidamente como presente: REVIEWS! x)

Espero que gostem, bom fim de ano ;*

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N/A: Twilight não é meu, infelizmente!

Prólogo

Valeu aí não-independência.

Sabe, às vezes ser dependente dos meus pais pesa na minha. Eu queria sair por ai sem dever satisfações a ninguém ou chegar às cinco da manhã sem ter ninguém sentado na sala espreitando você, que quando acende a luz quase morre de susto quando descobre sua mãe sentada no sofá com cara de poucos amigos, quase nenhum. Mas também era ótimo saber que quando eu chegasse em casa eles estariam me esperando de braços abertos, que alguém certamente iria sentir minha falta e se preocupar comigo, que eles pagariam minhas contas e eu não me importaria com essas coisas chatas e burocráticas.

Mas hoje, certamente, eu queria muito ser independente.

Sai do transe quando ouvi minha mãe falando pra eu me apressar, que todos estavam me esperando no carro. Joguei meu último casaco dos três que eu havia separado para a viagem e joguei na mala sem me importar se ia amassar ou não. Tive que sentar - literalmente - na mala para ela fechar, roupas de frio fazem muito volume. Frio, bufei com o pensamento.

Desci minha mala da cama em direção ao chão sem nenhuma cordialidade, puxei a alça e sai arrastando ela pela casa com o desanimo estampado na cara sem vergonha nenhuma - todos sabiam que eu estava sendo obrigada a ir com eles.

Encontrei meu pai segurando a porta do porta-malas para mim com um sorriso brincando nos lábios, que eu ignorei. Lancei a minha mala sobre as outras que já estavam lá e me arrastei até o meu assento, empurrando meu irmão com o ato.

'Ei!' Ele reclamou, mas isso era tão comum que eu fingi não ligar. Ele continuou brincando com o seu avião e fazendo aqueles barulhos infernais tentando imitar o ronco do motor. Procurei na minha bolsa pelo meu santo iPod, colocando-o no máximo para evitar ouvir os grunhidos de Josh, o irritante irmão mais novo.

Mamãe olhou pra mim e sorriu, mas eu fechei a cara e ela deu de ombros. Estavam todos cientes do meu sofrimento, mas ninguém se importava. Cretinos, estavam acabando com a minha vida social.

O Natal havia sido um porre, mas eu entendo que é uma data muito especial que deve ser passada com os parentes, com todas aquelas tradições - troca de presentes à meia-noite, peru de natal e meias na lareira. Mas poxa, o Ano Novo também?

A galera tinha combinado de passar na praia, na casa da Sophie, mas meus pais não deixaram. Disseram que tinham alugado um chalé nas montanhas e que queriam a família toda reunida, alegando também que eu não tinha idade suficiente para fazer viagens sem um responsável - muito menos na praia, já que eu poderia me afogar e blábláblá. Gr!

Eu coloquei meus óculos escuros assim que meu pai virou a esquina e o sol ofuscou minha vista, sorri com aquele momento - seria a última vez que eu veria o sol brilhar desse jeito nessa semana.

O som da música que eu conhecia de cor inundou o carro, me fazendo tirar os fones de ouvido.

' Ei Haley. ' Sophie tentava falar em meio a um monte de vozes atrás dela, que eu reconheci sendo do pessoal que deveriam estar se reunindo para ir pra praia.

' Sophie.' Cumprimentei-a sem ânimo nenhum.

' Tava ligando pra confirmar, você não vem mesmo?' Ela parecia triste por eu não acompanha-los.

' Não, eu não vou. ' falei seca. 'Sabe como é, eles me amarraram e me colocaram no carro.' Olhei para o meu pai pelo retrovisor e lancei um olhar raivoso, fazendo o rir. 'Agora eles estão me levando para a minha tortura, com o objetivo de acabar com a minha adolescência. Vou sentir sua falta Sophie. ' A última frase saiu como um murmúrio, eu estava mais triste do que eu pensava.

'Que pena. Haley, eu tenho que desligar, ok? O pessoal todo já tá aqui e a gente vai sair já já. ' Ela tentava esconder sua felicidade de mim, mas falhava. 'Ah, o Rob tá mandando um beijão, disse que vai sentir sua falta. ' Eu ouvi um som que parecia alguém batendo nela. 'A claro, ele prometeu se comportar e mandou você ter juízo. ' Eu ri.

'Tudo bem, mande outro beijo para ele. Tchau Sophie, divirta-se por mim. '

'Tchau. ' Com um click a ligação foi cortada e eu bufei. Coloquei meus fones novamente e encostei a cabeça no vidro da janela.

Robert me mandou um beijo. Um sorriso brincou nos meus lábios, mas eu o desmanchei antes que alguém notasse. Eu duvidava plenamente que ele se comportasse, mesmo ele dizendo isso. Que garota não cairia de quatro por ele e aquele corpo definido dele? Todas as garotas da escola me olhavam torto por ele ficar comigo, mesmo não sendo uma coisa séria.

Ele era o típico garoto que só ligava para o seu corpo, coisas fúteis e não tinha quase nada na cabeça, mas eu não pertencia ao mundo dele. Era estudiosa, mas não do meu jeito. Não ficava 24h com a cabeça nos livros, aliás, era raro você me ver estudando para a escola, eu aprendia fácil - sem querer me gabar. Passava meu tempo lendo romances, mas não acreditava em amor - nem eu me entendo. Achava que isso só havia nos livros, garota se apaixona por garoto, garoto se apaixona por garota e eles têm um final feliz. A realidade é bem diferente dos livros, o que dificulta para as coisas acontecerem de acordo com eles.

Eu e ele não tínhamos nada em comum, mas ele tinha uns olhos verdes que me faziam perder o rumo quando olhava diretamente. Eu também não sei o que ele viu em mim, mas eu não vou reclamar da minha vida amorosa. Nós tínhamos um relacionamento aberto - não ia ser otária de ter algo firme com um garoto daqueles, era certeza ele me chifrar - conversávamos muito, mesmo ele não tento tanto papo e na maioria do tempo a gente estava com as bocas coladas, o que impedia ele de falar merda e acabar com o clima.

Voltei à realidade quando meu pai freou o carro bruscamente. Tirei os fones para poder entender o que estava acontecendo. Não havia percebido que o cenário envolta de nós já havia mudado, estávamos subindo a serra com árvores altíssimas nos cercando e a temperatura abaixava cada vez mais.

Meu pai tirou o cinto e abriu a porta, eu o imitei. Ouvi Josh tentar fazer o mesmo, mas mamãe o impediu - e eu vi logo por que.

Quando cheguei perto da frente do carro vi um animal morto no meio da pista todo ensangüentado. Pela sua posição ele havia fugido de seu predador, mas não sobreviveu muito mais, desfalecendo ali no meio da pista. O cheiro que exalava dele me fez torcer o nariz, a morte estava empregada no local. Um arrepio subiu pela minha espinha quando olhei para o único ferimento do veado: duas fendas em seu pescoço.

'E agora pai?' Perguntei meio incerta.

'Entra no carro querida, vou ver se consigo passar por ali' Ele apontou um lado da pista onde não havia árvores por perto, permitindo o carro passar pela grama. 'Quando chegarmos no hotel vou pedir para ligarem para a guarda-florestal'

Voltei para o carro e seguimos viajem. Tentei afastar o máximo que pude aquela cena horripilante da minha cabeça, mas sabia que de noite seria quase impossível não ter ela em meus sonhos - pesadelos certamente.

Quando pude avistar pela primeira vez o tal hotel que se escondia pelas árvores me aliviei. Havia uma casa de três andares bem rústica na entrada seguida por dezenas de chalés espalhados pelo terreno. Pude ver uma quadra coberta e um salão onde tinha uma placa o identificando como 'salão de jogos', tinha também um restaurante ao lado.

Aparentemente, o hotel estava sem muito movimento. Claro, quem viria passar o Ano Novo nesse fim de mundo? Ah é, meus pais. Gr!

Descemos do carro e fomos em direção ao nosso chalé enquanto meu pai ia na recepção, que era na primeira casa. Briguei pelo beliche de cima com Josh, que teimou que queria dormir em cima, mesmo sabendo que mamãe não iria deixar. Abri minha mala e busquei pelos meus companheiros de viajem: os livros.

Não olhei o título e arranquei um qualquer, sabendo que fosse qualquer um, eu iria gostar. Abri a porta e senti o vento gelado arrepiar cada parte do meu corpo, gemi com o pensamento de estar sob o sol quente da praia e voltei para buscar um casaco.

'Mãe, vou dar um volta por aí!' Gritei enquanto batia a porta e me dirigia para o local que era denominado como salão de jogos. Ouvi o barulho de minhas botas rangendo sobre a relva molhada, Ugh! Vestígios de neve, droga!

Abri a porta do salão e senti o ar quente do aquecedor, me sentei em uma poltrona e estiquei meus pés na mesinha de centro que estava na frente. Certamente era um salão de jogos, tinha uma mesa de sinuca, uma de ping-pong e uma mesa redonda com um pano verde por cima, poker. Sorri com as lembranças das partidas com Rob, ele sempre roubava e acabava perdendo. Eu ri sozinha.

Olhei para o livro que estava em meu colo, mais diretamente para o título - Romeu e Julieta. Um clássico que eu já tinha lido e re-lido umas quinhentas vezes, mas nunca me cansava. Abri a capa e me dediquei a mais um dos meus romances favoritos.

Só percebi que havia escurecido quando ouvi um barulho de carros lá fora, me fazendo olhar para a janela e ver que já era noite. Me levantei e fui em direção da porta, pensando no sermão que iria levar por ficar tanto tempo fora.

Quando eu abri a porta foi instantâneo, os olhos de sete pessoas encontraram os meus, me fazendo congelar.