Domo pessoal

Cá estou com mais uma fic pra vocês dessa saga que bem... Não pretendo parar de escrevê-la tão cedo. Mas vou falar um pouquinho dela e ai vocês vão poder entender melhor.

Caminhos Incertos é uma fic em comemoração a um ano de Troca Equivalente. Sim, há um ano atrás em um momento terrível meu, como naufrago na praia grande, estava frio, eu morrendo de tédio, sem o que fazer e querendo que o mundo acabasse, mas que um santo me salvasse arrumando um pc pra mim.

Enfim, foi trágico, mas produtivo, os dois dias 'terríveis' lá renderam uma boa historia e o começo de uma saga que não parou mais. Isso mesmo, nesses dois dias nasceu a fic Troca Equivalente. Na época todos os meus textos eram primários de mais, sem detalhes, com diálogos fracos, bem principiante, mas com essa fic eu comecei a moldar um estilo diferente, mais detalhista, me tornei mais perfeccionista e acima de tudo, passei a estudar as historias originais na saga pra não fazer besteira divulgando informação fictícia e sem sentido, mesmo da parte mitológica sendo uma grande paixão minha e minha maior motivação ao criar as minhas fics, eu tinha de estudar, esse era o único caminho, que por sinal, influenciou muito em todas as outras historias.

Depois de um ano, mais e mais fics nascendo para complementar a trilogia da Troca Equivalente. Resolvi fazer um retorno ao passado. Como vocês sabem, detesto estereótipos de contos de fadas e finais felizes, já disse, isso torna os personagens apenas personagens, e pode parecer loucura, mas quero que eles sejam reais, de que adiantaria passar os nossos sonhos para o papel se eles não se realizassem, de uma forma ou de outra eles tem de acontecer, então, pelo menos os meus estou lutando para realizá-los da melhor forma.

Mas voltando a Caminhos Incertos, essa é uma fic Aishi e Kamus. Contando como foi realmente o começo o namoro dos dois. Já que em Entre Mudanças e Desejos eles já aparecem como um casal estruturado, mas como isso começou? Já que Kamus não ia abandonar seu lado frio de uma hora para outra entre outras coisas mais, embora amasse Aishi.

Essa fic é justamente sobre isso, não vai ser muito longa, apenas cinco capítulos, mas sinceramente espero que gostem. Desculpe se enrolei de mais, mas queria dividir um pouquinho disso com vocês. Então, vamos ao que interessa...

Boa leitura!


Nota: os personagens de Saint Seya não me pertencem, apenas Aishi é uma criação única e exclusiva minha.


N/a: Essa historia se passa dois dias depois o fim de Eris. Antes do aniversário de Kamus. Por isso é uma fic que se passa após Troca Equivalente e antes de Um Dia Especial.


Caminhos Incertos.

Capitulo 1: Primeiras Brigas.

I – Somos o Que?

Suspirou pesadamente, remexeu-se sob o banco de mármore, tentando encontrar uma posição mais confortável. Um vento gelado tocava-lhe a face, como se tentasse acalmar-lhe.

-Não adianta, Zéfiro; Aishi sussurrou. Abraçando as próprias pernas e apoiando a cabeça sobre os joelhos.

Não fazia nem dois dias que as coisas haviam se acalmado no santuário. Ela e Kamus aparentemente estavam bem. Aparentemente.

É verdade que adorava estar com o cavaleiro. Sempre atencioso, gentil, mas às vezes ficava tão frio. Exemplo claro disso era quando vez ou outra encontrava com Saga pelo caminho dos templos e parava para conversar com o cavaleiro. Cinco minutos e neve começava a cair do céu.

Em apenas dois dias...

Um vento quente parecia abraçar-lhe, tentando reconfortá-la. Simplesmente pedia aos céus para não pensar. Que não passasse por sua mente a ínfima possibilidade de arrepender-se por estar ali, mas a cada minuto isso estava ficando mais difícil.

Sentiu um rastro quente correr por sua face. Abraçou-se fortemente, tentando não soluçar.

-Aishi; alguém chamou atrás de si, com certa hesitação. Enxugou rapidamente a face antes de voltar-se para trás. –Algum problema? –Saga perguntou, vendo que a jovem tinha a face corada devido ao choro.

-...; Aishi negou com um aceno, sentando-se direito no banco.

-Não é o que parece; ele comentou, sentando-se ao lado dela. –Quer conversar?

-Adiantaria? –ela perguntou, voltando-se para ele com um olhar triste.

-Porque não tenta? –ele sugeriu.

-Kamus tem ciúmes de você; Aishi respondeu a queima roupa.

-O que? –Saga perguntou, engasgando.

-E ainda não consegue confiar em mim; ela continuou, ignorando a pergunta do cavaleiro. –Infelizmente estou tentada a acreditar que isso não vai ser possível. Pelo menos não nessa vida; a amazona falou, abaixando a cabeça com os olhos marejados.

-As coisas não são bem assim, acho que o Kamus só precisa de um tempo pra se habituar com o termo 'vida normal'; Saga falou. –Mesmo porque, não entendo aonde eu entro nessa; ele murmurou pensativo.

-...; Aishi voltou-se pra ele com a sobrancelha arqueada.

O geminiano arregalou os olhos, compreendendo o ponto que ela queria abordar. Suspirou pesadamente, não acreditava que os recentes surtos do amigo fossem por ciúme... De novo.

-Sabe, ultimamente venho me perguntando se não seria melhor tanto pra ele quanto pra mim se eu fosse embora. Não sei, deixar que ele fique livre para encontrar alguém menos complicada que seja capaz de confiar; Aishi falou, sentindo as lágrimas correrem por seus olhos.

-Aishi; Saga falou, surpreso.

-Ele disse que me ama, mas não é capaz de confiar. Então talvez não possa amar, pelo menos não a mim; ela continuou, respirou fundo, tentando controlar-se, porém era praticamente impossível.

-As coisas não são assim, acho que vocês deveriam conversar antes de tomarem qualquer decisão; ele aconselhou.

Não queria vê-la chorar. A amazona sempre lhe dera a mão e lhe apoiara incondicionalmente, não agüentava vê-la sofrer daquela forma sem poder fazer nada.

-Quando eu perguntei a ele, se em algum momento eu havia lhe dado motivos para duvidar que o que eu sentia por você, não era mais do que um amor fraternal entre irmãos, sabe o que ele fez? –Aishi perguntou, voltando-se para o cavaleiro e serrando os punhos sobre o colo.

-...; Em silencio, ele negou.

-Mudou de assunto; ela respondeu. –Saga eu não agüentou mais; Aishi falou, soluçando. –Não quero que ele mude por minha causa, apenas que entenda que não conseguimos nada sem confiar; ela completou.

-Calma; ele falou, abraçando-a ternamente.

Ouviu o choro aumentar, estreitou os braços em torna da jovem, acolhendo-a. Tentando protegê-la e acalmar-lhe. Deixou os dedos correrem entre as melenas douradas, sentindo-a aos poucos se acalmar.

-É normal que se sinta confusa quanto algumas coisas nessa nova condição. Foram dois anos longe de qualquer tipo de vida e do nada, você vem parar no santuário, exposta a infinitas situações que ainda não esta preparada pra enfrentar; Saga falou carinhosamente. –Questionar-se quanto às escolhas que faz é normal, em si, viver já é um risco, às vezes caímos, às vezes continuamos a seguir, ou simplesmente temos medo de nos levantar, mas não fique assim, aos poucos as coisas vão se acertando, tente conversar com ele, se mesmo assim as coisas não se acertarem, de um tempo, talvez seja disso que vocês precisem; ele sugeriu.

-Obrigada; ela falou, afastando-se com um doce sorriso.

-Não precisa agradecer; Saga respondeu, tocando-lhe a face, apagando o caminho das lagrimas. –Amigos são pra isso mesmo; ele completou.

-...; A jovem assentiu. –Acho melhor eu ir, fiquei de ajudar Saori com a biblioteca; Aishi falou, levantando-se.

-Ta certo, conversamos depois; Saga respondeu, acompanhando-a. –Mas não esquece o que eu disse, ta; ele falou.

-Pode deixar; Aishi respondeu sorrindo mais animada.

Acenou para o cavaleiro, começando a descer as escadas que a levariam para o salão principal.

-Aishi, onde estava? –Saori perguntou, vendo-a no meio do salão.

-Estava no terraço conversando com o Saga; ela respondeu, mas parou, vendo que Saori parecia nervosa. –O que foi?

-Ahn! Kamus acabou de subir até lá para falar com você; a deusa falou, apontando para a porta de entrada do templo que também tinha uma escadaria para o terraço.

A jovem sentiu seu coração disparar, não era possível que as Deusas do Destino fossem tão cruéis a ponto de lhe aprontar uma dessas; ela pensou, voltando-se para trás e indo de volta ao terraço com passos mais rápidos.

-o-o-o-o-

Kamus chegara ao ultimo templo rapidamente, saindo do seu. Resolvera que não treinariam de manhã e Aishi ficara de folga. Aproveitando que acordara de bom humor, decidiu ir convidar a jovem pra dar uma volta, mas ao entrar no templo encontrou com Saori, que lhe dissera que Aishi estava no terraço.

Ansioso por encontrá-la, ele subiu as pressas, mas estancou ao deparar-se com Saga, não esperava vê-lo ali. Deixou os olhos correrem por todo o terraço a procura de Aishi, mas não a encontrou.

-Aishi não esta mais aqui; Saga falou, sentando no alpendre próximo a estatua, ele mantinha-se impassível. –Acho que vocês se desencontraram; ele completou.

-Então ela estava aqui com você? –Kamus perguntou, com ar enciumado.

-Estávamos conversando; o geminiano respondeu, como se já previsse a reação dele.

-Conversando? –Kamus perguntou, arqueando a sobrancelha e cruzando os braços na frente do corpo de forma impertinente.

-É; Saga respondeu, sem voltar-se para ele. –Posso lhe fazer uma pergunta, Kamus?

O aquariano parou confuso, sem entender aonde ele queria chegar, mas apenas assentiu para que ele continuasse.

-A insegurança que você sente com relação a Aishi, é falta de confiança nela, ou em mim? –Saga perguntou, voltando-se para o cavaleiro.

-O que? –Kamus perguntou surpreso.

-Isso mesmo, você não confia na Aishi, ou é em mim que você não confia? –ele perguntou.

-Não sei aonde você quer chegar com isso; o cavaleiro falou cauteloso.

-Sabe sim, só não quer admitir; o geminiano falou com um meio sorriso compreensivo. –Mas eu entendo perfeitamente que quando o assunto é os sentimentos do coração as coisas são completamente imprevisíveis, infelizmente é uma tendência tornarmo-nos pessoas mais egoístas e desconfiadas no começo;

-...; O cavaleiro arregalou os olhos, surpreso. Sentia a cabeça dar voltas, não é que duvidasse dos sentimentos da jovem, apenas não conseguia expor-lhe os seus. Tinha medo de perdê-la e acabava refletindo essa insegurança com hostilidade.

-Aishi é uma garota incrível Kamus; Saga falou, parando na frente dele. –Não deixe que aquele monstrinho da desconfiança destrua o que vocês sentem; ele completou, afastando-se.

-Como pode ter tanta certeza sobre o que ela sente? –ele perguntou. A suas costas, Saga parou, sem voltar-se para ele.

-Aishi é minha amiga, embora você ainda seja um idiota por não perceber isso; Saga rebateu ferino, sentindo o sangue ferver. Porque era tão difícil para aquele idiota admitir que Aishi o amava e que ninguém mudaria isso, mas não, tinha de ficar com essa de orgulho ferido e ainda por cima, magoando a jovem.

-Amiga? –Kamus perguntou, arqueando a sobrancelha.

-Kamus; Saga chamou pausadamente.

Mal o cavaleiro virou-se pra trás sentiu uma forte dor do abdômen que fê-lo cair de joelhos no chão. Respirava com dificuldade, na verdade mal conseguia respirar.

-Se tem tanto medo que eu lhe tire Aishi, deveria pelo menos se mostrar interessado e provar a ela, que a escolha que ela fez em ficar no santuário por sua causa, não foi à errada; ele falou, mantendo-se em pé em frente ao cavaleiro com um olhar gelado. –Mas você está certo em uma coisa, se eu amasse Aishi da mesma forma que você, certamente que você não seria páreo pra mim; ele completou se afastando. Porque pode ter certeza, eu faria o impossível pra ficar com ela;

Aishi subiu correndo as escadas, a ponto de ver Kamus erguer-se do chão e ele e Saga começarem a se atracar. Sentiu os olhos marejarem, de novo os dois estavam brigando.

-PAREM; ela gritou, tentando detê-los, mas nenhum dos dois parecia disposto a ceder.

-Repete isso na minha cara; Kamus ordenou, investindo contra o cavaleiro.

-Você sabe que não pode comigo Kamus, não sei porque tenta; o geminiano respondeu com um sorriso sádico.

-Você é um hipócrita, se fazendo de bom amigo e caindo em cima da minha-...; Ele não pode completar. Sentiu uma descarga elétrica correr por todo o seu corpo. Não só ele, mas Saga também.

Ambos foram lançados um para cada lado do terraço. Ergueram a cabeça, deparando-se com a jovem de melenas douradas.

-Sua o que? –Aishi perguntou, com os punhos serrados, tentando se controlar.

-Aishi; os dois murmuraram surpresos.

-SUA O QUE? –ela gritou, fitando o cavaleiro com tal intensidade que uma nevoa prateada começou a surgir no terraço e a temperatura a diminuir.

-Eu...; Ele começou, sentindo-se completamente desnorteado.

-Previsível; Saga falou balançando a cabeça.

-Não se meta nisso; Kamus rebateu, levantando-se com dificuldade.

-Você não respondeu; Aishi repetiu, respirando pesadamente.

-Aishi; ele falou, aproximando-se, mas a jovem deu um passo para trás recuando, ao possível toque do cavaleiro.

-Viu, isso é culpa sua, que fica se metendo entre a gente; ele voltou-se acusadoramente para Saga, que tinha um olhar impassível.

-Cala a boca, Kamus; Aishi mandou, os orbes da jovem aos poucos começavam a adquirir um tom azulado.

O cavaleiro voltou-se assustado para ela, conhecia seu tom de voz quando estava irritada, ou quando apenas estava avisando que a paciência estava chegando ao fim, mas sentiu seu coração apertar-se ao ouvi-la falar de forma tão fria, como nunca falara assim com ele antes.

-Quer saber Saga, dessa vez você estava errado; ela falou, voltando-se para o cavaleiro, que piscou confuso. –Agora você acabou de ver porque não da pra conversar com o Kamus, minha tolerância já se esgotou, eu vou embora; Aishi completou, dando-lhes as costas.

-Aishi, espera; Kamus pediu, porem a jovem lhe ignorou, continuando a andar em direção as escadas.

Aishi sumiu pelo corredor que levava ao salão principal. Não muito longe de onde eles estavam, ouviram o som de palmas animadas, voltaram-se para o individuou com um olhar mortal.

-E o premio do ano para o maior idiota do santuario finalmente vai ser dividido entre Saga de Gêmeos e Kamus de Aquário; Mascara da Morte falou com um sorriso sádico.

-CALA A BOCA; os dois gritaram.

-Tcs! Tcs! Tcs! –o cavaleiro agitou o indicador, como se disse não. –Sabe, eu ainda me pergunto, qual é o mais idiota entre os dois, mas ai eu paro e vejo uma cena dessas e sou obrigado a concluir, que você Kamus se supera;

-Mascara da Morte; Kamus falou com os punhos serrados, já estava louco pra matar alguém e o cavaleiro de alegre na sua frente não era muito bom para manter a calma.

-Você é patético Kamus, outra coisa que eu me pergunto é como Aishi conseguiu se apaixonar por você. Porque bem, o que ela sente é evidente, mas você sempre consegue estragar tudo; ele continuou, nem um pouco incomodado com o olhar mortal sobre si. –Ela poderia muito bem escolher qualquer mortal por ai menos complicado para passar o resto da vida, mas ironicamente ou não ela escolheu você, ou melhor, ela poderia ter qualquer divindade que quisesse, mas ainda sim, decidiu ficar aqui no santuário, por você;

O cavaleiro abriu a boca, porem não emitiu som algum, sabia que ele estava certo, embora fosse difícil admitir, Mascara da Morte estava completamente certo.

-Agora o Saga, já o acho um idiota nos 365 dias do ano, quanto a isso, Aishi não tem nada a ver com esse meu conceito sobre você; ele falou sádico para o geminiano, que serrou os orbes de maneira perigosa. –Mas a questão é, vai continuar sendo um idiota medíocre pro resto da vida e deixá-la ir embora, ou vai tomar vergonha nessa cara e ir conversar decentemente com ela, em vez de ficar fazendo nevar a cada segundo só porque se sente ameaçado; ele rebateu.

O cavaleiro estava certo, não poderia deixá-la partir. Ou melhor, não se perdoaria por isso. Amava-a de mais, porém suas ultimas atitudes vinham deixando a desejar.

-Suma logo daqui, antes que te mande pro inferno; o canceriano vociferou.

Sem pensar mais, saiu correndo do terraço, indo ao encontro da jovem. Só esperava que não fosse tarde de mais.

-Puff! Sempre o mesmo idiota; Mascara da Morte resmungou, mas parou vendo Saga arquear a sobrancelha e cruzar os braços na frente do corpo. –O que foi?

-Por que fez isso? –Saga perguntou intrigado, não era normal o canceriano dar aqueles 'chás' de moral em outra pessoa, na verdade, nada ultimamente que ele vinha fazendo era normal, mas isso lhe surpreendera.

-O que? –Mascara da Morte perguntou, arqueando a sobrancelha.

-Kamus; ele respondeu.

-Sabe qual é o problema de vocês? –ele perguntou, como se houvesse ignorado a pergunta inicial.

-Não; Saga respondeu, sem entender aonde ele queria chegar.

-Vocês pensam de mais com o ego e não com a cabeça; o canceriano respondeu. –Qualquer coisinha já é motivo pra discussão, porque vocês não pensam com razão. Preferem ficar com o orgulho ferido, a analisar a situação e ver se isso vale realmente a pena ou não, já o problema do Kamus é um pouco mais sério; ele falou.

-E qual seria? –Saga perguntou, arqueando a sobrancelha.

-Ele confia em você, confia em Aishi, mas não confia em si próprio; ele respondeu sério. –E nessa hora, pessoas orgulhosas de mais sempre se ferem e ferem os demais que estão a sua volta;

-Entendo; Saga falou assentindo com um meio sorriso, ele estava certo.

-E você também vai pro mesmo caminho se continuar assim; o canceriano falou, em tom de aviso.

-O que? –o geminiano perguntou surpreso.

-Já te disse que acho você um idiota, mas você esta começando a me provar que é um idiota com baixa auto-estima, continua assim pra ver, vai virar um idiota com baixa auto-estima e depressivo por sinal; Guilherme falou, sem se abalar com a face chocada do cavaleiro. –Alem do mais, o Escorpião vai te passar a perna; ele completou, dando-lhe as costas e saindo do terraço.

Saga engoliu em seco. Não sabia o que era pior, Mascara da Morte colecionando cabeças, bancando o professor do Jack Estripador, ou tentando ser um cara normal e honrando o próprio signo, como um cara sensível e companheiro.

Balançou a cabeça, o dia fora cheio de mais, era melhor voltar pra casa antes que mais uma coisa estranha acontecesse.

-o-o-o-o-

-Aishi, tem certeza? –Saori perguntou pela décima vez, desde que a jovem entrara num rompante pelo salão principal, indo para o seu quarto.

A seguira e vira a jovem jogando suas roupas dentro de uma sacola de viagens enquanto tentava conter o choro.

-Tenho; ela respondeu com a voz tremula, tentando se convencer disso.

-Mas...; A deusa foi interrompida por uma batida na porta. –Quem será? –ela se perguntou.

Aishi virou-se para pedir que ela não abrisse a porta, pois sentira quem era, mas já era tarde. Saori abriu a porta, deparando-se com Kamus, com ar abatido e poderia jurar que seu olhar era meio decepcionado ao vê-la atender a porta.

-Saori, posso falar com Aishi? –ele perguntou, vendo que a deusa não abrira a porta completamente. Não tinha como saber se ela estava lá ainda, tinha medo que ela usasse desse tempo para ir.

-NÃO; Aishi gritou de dentro do quarto, enquanto entrava no banheiro para lavar o rosto e tentar tirar as marcas do choro.

-Ahn Kamus, acho que não é uma boa hora; Saori falou cautelosa.

-Por favor, Saori. Ela vai embora; ele argumentou.

-Eu sei; a deusa respondeu pacificamente.

-E você diz isso com a maior tranqüilidade do mundo? –Kamus perguntou indignado.

-Kamus, as brigas de vocês não são problemas meus, Aishi é uma ótima amiga, eu a adoro, por isso só quero vê-la feliz. Mas se ficar no santuário sofrendo com os seus chiliques e surtos patéticos está fazendo mal a ela, sinceramente prefiro que ela vá embora; Saori falou, lançando um olhar mortal ao cavaleiro.

Abaixou a cabeça resignado. Talvez fosse mesmo melhor que ela fosse, pelo menos não ficaria fazendo-a sofrer como estava.

-Ta certo, obrigado mesmo assim; ele falou, voltando-se pra deusa e numa breve reverencia afastou-se.

Saori fitou-o com um olhar triste. Entendia o porque dele estar passando por aquilo. Desde os primórdios qualquer casal passava por isso, mas as coisas sempre eram mais evidentes entre uniões de mortais e deuses. Nesse caso, embora a jovem fosse mortal agora, essa sombra do passado ainda os assombraria por um bom tempo. Balançou a cabeça, suspirando pesadamente.

-Kamus; Saori chamou, antes que ele se afastasse completamente.

-...; Ele rapidamente voltando-se para a deusa.

-Não faça com que eu me arrependa e tenha vontade de matá-lo; a jovem falou calmamente, porem suas palavras soaram como um aviso perigoso, de que ela não estava brincando.

Ele assentiu, viu-a abrir a porta, saindo do quarto. Deixando-o sozinho para conversar com a jovem.

Continua...

Nota:

Zéfiro é conhecido como o vento Oeste. Nos primórdios, Zéfiro era o vento indomável e devastador, até apaixonar-se por Flora, a rainha das flores, mas ela não queria nada com ele, dizendo que ele apenas destruia as flores de seu reino, já que as mesmas lutavam por todas as estações para sobreviverem, ai chegava ele e em segundos destruia tudo. Como Zéfiro estava realmente apaixonado por Flora, pediu a ela uma chance de provar que poderia mudar por ela. Flora consedeu essa chance a ele, e o ensinou a ser uma brisa suave que acalma e acolhe, que vinha do Oeste pelas tardes de outono, apenas acariciar as flores do campo, sendo gentil e carinhoso. Depois de certo tempo, Zéfiro e Flora ficaram juntos e as flores não mais sofriam com os ventos criados por ele em meio a troca das estações.