Disclaimer: Cavaleiros do Zodíaco e seus personagens relacionados pertencem ao mestre Masami Kurumada e às editoras relacionadas. Se bem que se eles quiserem me dar o Alberich de presente, eu não vou achar nem um pouco ruim...

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Capítulo I

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Eu volto a sair do castelo... O luar é meu elo...

Ouço moto-solares passando; os servos de Lúcifer caçando-me

Sinto o desespero deles em me encontrar

Mas onde vão me achar?

No fio, no aço, na noite?

No frio, no espaço, na noite que grita: Vingança?

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Ninguém sabia ao certo o que havia acontecido no interior do Valhalla durante o dia anterior. Nem mesmo seus moradores sabiam de alguma coisa, era tudo incerto. De concreto, apenas o fato de que Durval, o governante de Asgard, estava morto.

Não que isso fosse algo a se lamentar profundamente, afinal, Durval era um homem cruel e ambicioso e, com sua morte, sua sobrinha Hilda de Polaris assumiria o posto de governante de Asgard. A jovem princesa era muito querida por todos, extremamente bondosa e justa e dona de uma beleza que a destacava entre as mulheres. Sem dúvida, Asgard reinaria feliz sob seu comando.

O funeral de Durval, apesar dos pesares, corria com todas as honras que um homem de sua estirpe merecia. Homenagens, preces fervorosas e até mesmo as lágrimas de alguns presentes. Porém, havia alguém naquele funeral que não estava satisfeito e não cabia em si de tanto ódio e rancor. Maldito Durval, por que tinha de morrer e deixar Asgard nas mãos da sobrinha? Por que o novo governante não poderia ser ele, filho da mais legítima família a pisar o solo asgardiano?

Perguntas para as quais jamais teria respostas... Furioso, os olhos verdes feito esmeraldas cintilando de raiva, os cabelos cor de rosa caindo sobre sua face, ele deixou o salão do Valhalla e saiu para o jardim, atravessou o gramado sem cumprimentar ninguém e logo alcançou a estrada do bosque anexo ao palácio. Precisava esfriar a cabeça, colocar os pensamentos em ordem.

"Maldita seja Hilda e todos que a cercam! Séculos de devoção a esta terra e o que minha família recebe em troca? O "dever" de continuar a servir o clã desta imbecil!", ele pensava, chutando a neve que cobria o chão. De nada adiantou toda a bajulação em torno de Durval ou as demonstrações de lealdade e inteligência, nada disso teve valor para o desgraçado!

Mas era preciso esfriar a cabeça e pensar, encontrar um meio de reverter a situação. Era certo que Hilda seria a sucessora natural de Durval, porém, isso não estava totalmente garantido. O anúncio oficial se daria dali a uma semana, após todos os eventos fúnebres. Talvez houvesse um modo de tirar a idiota de seu caminho e reclamar o que era seu por direito!

Sim, ele pensaria em uma maneira de destronar Hilda antes mesmo de ela conseguir alguma coisa. E ele, um herdeiro legítimo de Asgard, seria o governante desta terra tão fria e secular.

-Asgard nunca se esquecerá de Alberich... Nunca! – ele proclamou aos ventos, a franja caindo sobre um de seus olhos, que brilhavam perigosamente...

Rindo de satisfação, já articulando planos em sua mente, Alberich notou que os ventos mudaram de direção repentinamente, como se abrissem caminho pelo bosque. "O que está acontecendo?", ele se perguntou, protegendo os olhos com as mãos. Foi então que viu um vulto caminhando pela estrada, quase próximo à entrada do Valhalla.

Não dava para saber se era um homem ou uma mulher, pois usava uma longa capa cinza cobrindo-lhe o rosto. Caminhava a passos largos e vigorosos, a cabeça erguida. Passou rapidamente por Alberich e o rapaz percebeu um olhar sobre ele, como se o estivesse medindo.

Mas a pessoa passou por ele e continuou seu caminho, até entrar no palácio. Curioso e intrigado, Alberich resolveu seguí-la e voltou ao Valhalla. Entrou pelo salão em um momento estranho, estava todo vazio. Ao fundo, o caixão onde repousava Durval. Parado atrás de uma coluna, Alberich ficou observando o que o estranho estava fazendo.

Com gestos altivos e elegantes e muita discrição, o estranho tirou o capuz de sua capa e revelou suas feições delicadas, de traços finos e os cabelos loiros a lhe caírem sobre as costas, lisos e bem penteados. Os olhos cor de rosa não demonstravam nenhum sentimento, pareciam vazios e sem vida.

-Morto... Nunca imaginei que nosso reencontro se daria assim... – a garota disse, pousando sua mão sobre a testa de Durval, encarando o rosto sem vida do homem.

De onde estava, Alberich só pôde ver que se tratava de uma garota e nada mais. Pensou em sair de seu esconderijo e ir até o caixão, mas desistiu ao vê-la dar um pulo de susto e olhar para os lados com desconfiança. Vozes! Alguém vinha pelo corredor lateral!

Rapidamente, a garota vestiu o capuz e despediu-se de Durval com um carinho em seu rosto. Saindo discretamente pelo salão, não passou despercebida por Alberich. O rapaz, em um impulso, saiu de seu lugar e postou-se de frente a ela, barrando seu caminho. Ela apenas o encarou e sorriu, e o rapaz sentiu uma onda de choque percorrer seu corpo, como se um raio o atingisse em cheio.

Perplexo, Alberich não conseguiu articular uma única palavra e a garota acabou indo embora, segundos antes de Hilda e sua irmã Freya entrarem pelo salão. Mas, antes de desaparecer pelo jardim, ela lançou um último olhar para Alberich. Um olhar que prometia um reencontro certo...

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AHHHHH! Primeiro capítulo da tão prometida fic do Alberich! Ai, eu tô amando escrever essa fic, eu amo demais o Alberich e como disse de antemão, eu não vou mudar em nada a personalidade dele ou lhe dar uma chance de redenção... Arrisco até a dizer que o guerreiro deus estará muito mais canalha aqui do que no anime!

A história terá romance, claro, mas nada bonitinho e cheio de momentos românticos, pelo contrário (isso inclui o hentai, já todo encenado aqui na minha cabecinha. Aliás, a cena estará mais para Lemon...).

Outro ponto: a fic se situa entre a morte de Durval (o governante de Asgard no OVA "A Grande batalha dos Deuses") e o domínio de Poseidon sobre Hilda. Os demais guerreiros deuses aparecerão na fic, mas com participações mais restritas. O negócio aqui é mesmo o Alberich!

Ah, outra coisa: O poema que abre o capítulo foi o que me inspirou a fic e também a personagem original que criei para ela. Ele não tem título, mas pode ser encontrado no livro "Angus, o primeiro guerreiro", de Orlando Paes Filho. Para quem gosta de mitologia nórdica, as histórias dos guerreiros vikkings e de como o cristianismo começou a se disseminar entre eles, transformando seus deuses em meros personagens de lendas e histórias locais, eu recomendo!

Este capítulo foi revisado pela Yui Minamino. Valeu pela ajuda, menina!