E Agora?
Por Mili Black


Que louco era, esse mundo. O meu mundo.

Talvez na verdade, eu era o grande doido dessa história, afinal...

Ela era linda. Perfeita. Uma mulher maravilhosa dentro de um inocente corpo juvenil de dezesseis anos. Quantos anos eu tinha mesmo? Às vezes eu me esquecia...

Vividos vinte e oito anos.

Havia muita coisa de errada aqui, muita mesmo. Mas desde criança, sempre fui assim, tendo preferência pelo perigoso.

Talvez seja por isso que alguns anos atrás – que ninguém saiba disso – eu consegui me casar com duas mulheres ao mesmo tempo. Devo ressaltar que não me faltava uma roupa limpa e nem um colchão macio a me deitar Óbvio que o final não me foi agradável...

Claro que o prazer que senti nessa trapaça, nem se compara ao deste momento... Pelo simples contato com ela.

O que fazer em relação a isso? Dizem que não poderia existir amor de verdade entre diferenças tão grandes de idade, de mundos. Mas talvez seja por isso que eu a ame. Pela completa ingenuidade que ela tem desse ridículo mundo.

Ela passava as mãos delicadas em meus cabelos, enquanto eu passava o polegar em sua bochecha pálida. Seus olhos azuis me encantavam, como o mar; seu corpo esbelto me chamava, como um delicioso prato de comida oferecido.

Inocente...

... Apenas quando ela sorria desse jeito, para mim, deixava de ser. Apenas com um olhar dela, eu ficava quente – sim, ela me tem na palma da mão. Talvez, na verdade, eu seja a vítima disso tudo. Eu seja a preza a ser devorada. Eu seja o indefeso.

E é nesses momentos, que eu retiro toda a pureza do meu pensamento em relação a ela.

Esse jeito tão sensual e tão fatal, que apenas uma garota como ela pode olhar.

Eu sei que sou o culpado pela não-castidade dela, mas tenho certeza que nesse emaranhado há amor. Meu amor por ela.

Muitos perguntariam a esse tipo de homem: "O que você ama? O todo, ou o corpo? Sua mente, ou a situação? Pela sua ingenuidade? Ou ama simplesmente o fato dela ter dezesseis anos?"

Eu admito que seja um pouquinho de cada. E um bocado de todo o resto que nem eu entendo, se é que me entendem.

Suas bochechas coraram levemente quando apertei sua fina cintura, em constrangimento. Ressalto que adoro quando acontece isso.

Ela parecia tentada a falar algo.

- Tenho algo para te dizer, Ichigo. – Minha morena começou receosa, e eu estranhei. Achei que havíamos passado da etapa medo há séculos.

- Hm? – Beijei seu pescoço, tão delicado e delicioso, viciante.

- Eu... – Passei a observar atentamente o movimento dos lábios rosados. Oh, céus, vou para o inferno...

- Diga.

- Meus pais querem te conhecer.

- Como é?

- Eles querem conhecer o rapaz que está namorado a filhinha deles...

Meu Deus, Meu Deus, Meu Deus...

E agora?


N/A: Faz sééééééculos que não escrevo alguma coisa, desde que deixei New World em hiatus. Bom, e aí, gostaram dessa one? Não sei que idéia me deu na cabeça, mas me deu vontade de escrever algo assim... fora do convencional. Reviews, please, façam uma autora feliz! Beijos.