Capítulo 1 – Terceiro Ano.
-O que diabos você pensa que vai conseguir, Josie? Josie! Volte já aqui!
Josephine Vargo não deu a menor importância ao apelo veemente da amiga Valeria Bronks que a seguia muito de perto pelos corredores das masmorras frias. Aconchegou-se mais ao casaco velho e puído que fora da sua mãe e seguiu em frente resoluta. Virou o corredor, os cabelos castanhos esvoaçando sem controle, o rosto avermelhado de fúria, e parou subitamente em frente a uma porta de madeira. A sala particular do Professor Severus Snape. Ergueu a mão para bater quando a porta se abriu muito lentamente. Ela esperou sem fôlego, mas ninguém saiu.
-Pelo amor de Merlim, vamos embora Josie, já me meti em confusão demais por um dia! - a garota ruiva sussurrou agarrando o braço da mais nova, mas não obteve sucesso em fazê-la sair de onde estava.
-Não, Alana! Ele não pode tratar você dessa maneira! Aliás, ele não pode tratar ninguém da maneira como trata, esse sonserino arrogante! Vou alertá-lo de que falaremos com o diretor se ele não começar a ter modos! - ergueu o queixo pequeno e para desepero da mais velha empurrou a porta e entrou na sala, trancando magicamente.
Josephinne estava preparada para a reação explosiva do velhos mestre de Poções por sua entrada intempestiva, mas definitivamente não estava preparada para aquilo.
Snape estava apenas de calças, aliás de calças frouxamente abotoadas enquanto enxugava os cabelos recém lavados em uma grossa toalha verde felpuda. O peito sem pêlos, mas coberto de umas poucas cicatrizes pálidas era incrivelmente másculo para um homem tão magro. "Bem, não tão magro assim, posso ver." Um segundo depois, levada por uma curiosidade absolutamente indecente na opinião dela, ousou descer o olhar até uma interessante protuberância que se fazia ver bem abaixo do cós da calça.
-O que você está fazendo na minha sala particular, Vargo? E o que diabos você está olhando?- bradou Snape.
Josephinne ergueu os olhos depressa, tão corada quanto uma tomate, e viu pela expressão do mestre de poções que ele sabia muito bem para onde ela estava olhando. Toda sua coragem anterior se esvaiu como cinzas ao vento ao ver a carranca irada do professor que, a um aceno da varinha, vestira todas as suas habituais vinte camadas de roupas negras em um tempo que ela tinha certeza de que seria um recorde.
-E então, Vargo? Eu estou esperando uma resposta. - falou suave e ela estremeceu. Sabia que o Prof. Snape falando manso definitivamente não era um bom sinal.
-Eu... ãhn... eu... -ela ainda tentava formar as palavras sentindo o fluxo de sangue no seu rosto mais forte do que nunca.
-Sim? -ele a olhava com um sorriso torto no rosto macilento.
-Bem, hã, professor, é que... É que... -ela havia baixado os olhos e olhava para as pontas dos própios sapatos sentindo os olhos negros perfurando o topo de sua cabeça.
-Parece-me, Vargo, que você possuia uma maior capacidade de eloquência enquanto eu estava semi-nú. -observou, maligno e levou a mão até a braguilha ainda sorrindo. - Talvez eu devesse...
-NÃO!- ela estremeceu, colando as costas a porta. - O senhor não ousaria!
-E por que não? -ele fez um aceno com a varinha e a capa negra sumiu.- Estamos nos meus aposentos particulares e você entrou aqui de livre e espontânea vontade.- com mais um aceno curto a extensa fileira de botões que fechavam a frente da veste se abriu deixando a mostra a camisa branca que ele usava por baixo. -Não é prudente entrar no covil de uma serpente, Srta. Vargo. -ele levantou a varinha outra vez, e apontou diretamente para ela, que fechou os olhos apavorada. Até que ouviu o barulho a porta se destrancando atrás de si.
-Vinte pontos a menos para a Lufa-Lufa. E fora daqui! -ele sibilou e ela abriu os olhos vendo que ele estava adequadamente vestido outra vez. Engoliu em seco e correu porta afora.
Snape observou os cabelos escuros da garota sumirem no corredor escuro e resmungou ao sentir seu corpo implorando por satisfação. Maldição! Teria de ir ao Beco Diagonal outra vez essa semana, ou mais exatamente, teria de ir a Travessa do Tranco e dessa vez não por ordem de Dumbledore. Por culpa daquela pirralha Lufa-Lufa acabara por lembrar que havia mais de um mês que não se encontrava com as garotas do Burning Cauldron. Não era viciado em sexo, aliás em tempos de normalidade tendia a vida celibatária, mas, ultimamente, com a tensão da chegada do maldito descendente dos Potter...
Com outro resmungo pegou a capa negra e saiu apressado. Tinha um longo caminho até Hogsmeade. De lá aparataria. Deu um sorrisinho ao lembrar da cara de pavor da lufa-lufa. Ah, sim, ela era bastante atraente e ele definitivamente não se importava de se envolver com alunas, contanto que fossem sonserinas. Ao menos meia dúzia havia passado pela sua cama ao longo dos anos de trabalho em Hogwarts e eram todas da sua casa. Talvez em um ano ou dois ele pudesse abrir uma excessão para uma certa lufa-lufa, sorriu malévolo, um calor no baixo ventre o fazendo apertar o passo. Ainda tinha um longo caminho pela frente.
