Escondida no coração
Por Amanda Catarina
BLEACH e personagens pertencem a Tite Kubo.
Classificação etária recomendada: Para maiores de 18 anos.
Capítulo 1: Prólogo
Sentada na varanda de sua ampla e vistosa mansão, com um shamisen no colo, Suzumi Shihouin elevou o rosto ao céu e fechou os olhos, deixando que sua mente se enchesse com as lembranças do ocorrido na festa de horas atrás.
"Meu coração está trancado para paixões, pois minha Hisana levou consigo a chave dele quando morreu."
Estas foram as palavras que Byakuya Kuchiki lhe disse em face de seu discreto flerte, que culminou numa conveniente proposta de casamento.
– Um tolo arrogante e convencido - acusou ela, porém num tom brando.
E não havia traço de tristeza em sua bela face, tanto que até ela própria chegou a estranhar que não estivesse sofrendo com a desilusão do amor não correspondido, normalmente não era tão fria. Acontecia que, naquele momento, sentia-se muito mais inclinada a se vingar daquele homem do que conquistá-lo.
– Claro, nunca fui o tipo que corre atrás de homens, ainda mais de um que não esteja apaixonado por mim - respondeu a si mesma. – Entretanto este Byakuya Kuchiki conseguiu realmente despertar minha ira com tamanho descaso.
Endireitando o rosto, Suzumi fitou o nada.
– Fazer dele motivo de escárnio entre as famílias nobres não será o bastante. Quero que sofra amargamente. Que sinta na boca o mesmo gosto azedo que me fez sentir: o gosto da rejeição.
Após um longo suspiro, ela se pôs a tocar, primorosamente, o shamisen. Enquanto o som que tanto apreciava preenchia o jardim, banhado pela luz da lua, Suzumi pensava em tudo que sabia acerca do jovem Kuchiki.
– Ele já foi casado, mas o casamento não durou nem cinco anos. Já tem cinquenta anos que a humilde Hisana morreu. E é possível que ele não a tenha possuído. Sim, isso explicaria o fato de ele não ter um herdeiro.
Balançando levemente a cabeça, a nobre curvou os lábios num meio sorriso de malícia.
– Naturalmente, um homem não suportaria tantos anos de abstinência se já tivesse experimentado os prazeres que uma mulher pode proporcionar - disse e bufou com desdém. - Tolo, eu poderia satisfazê-lo muito bem nesse sentido.
Afastando os dedos das cordas do instrumento, Suzumi raciocinou em silêncio um tempo.
– Sua carreira como capitão do Seireitei é o que ele mais preza e a pessoa mais importante de sua vida é a irmã Rukia Kuchiki.
Ela ponderou uns instantes.
– A irmã... - repetiu pausado e estreitou os olhos. - Há três anos soube-se que essa irmã não é irmã dele de fato, mas sim da falecida miserável. E eu ouvi muitas pessoas dizerem que as duas eram muito parecidas...
Fez uma breve pausa, durante a qual sua mente perversa já vislumbrava um terrível ardil.
– Então talvez essa Rukia seja atraente o bastante para despertar os instintos dele. Sim... e quão desonrada seria a memória da amada Hisana se Byakuya deflorasse a querida irmãzinha?
Colocando-se em pé, Suzumi escondeu sob os dedos um sorriso malvado.
– Que grande azar o seu Byakuya Kuchiki, por nossos caminhos terem se cruzado.
Continua...
ooo ooo ooo ooo
Enfim, minha segunda fanfic de Bleach! Espero que gostem! Atenção à classificação, hein!
Notas Importantes:
Shamisen é um instrumento musical de três cordas, parecido com o banjo.
Seireitei: Corte das almas puras.
Sufixos e termos como -san, -chan, -kun, -sama, -taichou, não serão usados neste texto. O que for possível será traduzido e adaptado para nossa língua. Assim o famoso Byakuya nii-sama da Rukia aqui irá aparecer como "senhor meu irmão" Byakuya.
A ordem dos nomes dos personagens será [Nome] [Sobrenome].
Gotei 13 será traduzido como as Treze Equipes de Proteção. Esquadrão pode passar uma noção de grupo militar e as treze equipes não são bem isso. Outra coisa, a numeração das equipes não segue exatamente o padrão ordinal (primeiro, segundo, terceiro), de modo que é mais fiel ao original dizer Equipe Seis do que Sexto Esquadrão. Donde nos vêm esses erros? Dos Fansubs norte-americanos.
Todavia, será mantido: Shinigami, Zanpakutou, Hollow, Soul Society, Seireitei e talvez mais alguma coisinha. A regra é: sempre que o termo traduzido ficar esquisito ou muito longo, será empregado o termo em japonês e em itálico.
Pode até ser que a maioria dos fãs da série a esteja vendo legendada e por isso muitos estejam acostumados com esses termos (e até gostem), mas pode ser também que haja fãs que tem acompanhado a versão dublada da série, onde este esquema também é adotado.
Essas recomendações me foram dadas pela senhora minha irmã, que é formada em Letras pela USP, Português / Japonês, e que, após horas de discussão, me convenceu de que essa é a maneira mais correta de se escrever um texto para o público brasileiro.
Por fim, deixo uma questão para reflexão: Que sentido faz lermos legendas do tipo: "Nii-sama" "Oni-chan" "Getsuga Tenshou"? Se a pessoa não tem problemas de audição, ela já escutou o termo no momento da fala, que necessidade tem de ver ele escrito? Uma legenda assim não está informando nada.
Então é isso aí! O próximo capítulo sai em breve. =^.^=
