STREET OF DREAMS

CAPÍTULO 1

I've seen this place before ( eu já vi esse lugar antes)
You were standing by my side ( voce estava ao meu lado)
I've seen your face before tonight (eu já vi seu rosto antes dessa noite)
Maybe I just see what I want it to be (talvez eu só veja o que eu quero ver)
I know its a mystery ( eu sei que é um istério)
Do you remember me on a street of dreams ( você se lembra de mim da estrada dos sonhos)
Running through my memory (na minha memoria)
On the street of dreams ( na rua dos sonhos)
(Blackmore's Night- Street of Dreams)

Akito tinha ido no hospital visitar Kureno e depois Tohru depois de ter ferido Kureno com uma faca e depois de ter visto Tohru desabando de um barraco na hora que ela ia lhe ajudar.. Não conseguia entende-los, havia lhes causado tanto mal e eles simplesmente haviam sorrido e lhe perdoado.

Estava sentada nos jardins chorando quando Momiji havia aparecido e lhe oferecido um lenço e palavras de consolo. Ele já estava livre e não lhe devia mais obediência, entretanto estava ali diante dela sem mágoas nem ressentimentos, sorrindo. Sim, o mundo era um lugar bom para se viver, ainda existiam pessoas boas.

Começava a escurecer quando Akito decide voltar para a sede, caminhava pensativa pelas ruas. Muitas cenas passavam diante de si, muitas coisas haviam acontecido nos últimos dias, tantas pessoas haviam sofrido ao longo dos anos, porque tudo isso? Quem eram os verdadeiros culpados? Ela certamente.

Akito pára diante de um parque e observa as pessoas ao redor; algumas crianças brincam alegremente, pessoas passam apressadas voltando para casa após um dia de trabalho, alguns casais aproveitam a noite quente de verão para passearem de mãos dadas, alguns estudantes voltam das escolas.

Em todos esses anos de prisão na sede havia deixado de viver muitas coisas, havia se esquecido de viver sua própria vida, nunca tivera um carinho de mãe e seu pai havia lhe abandonado cedo demais. Também nunca tivera crianças para brincar, tão pouco fora à escola. Sempre viveu trancafiada, isolada de tudo e de todos, abrindo mão de viver uma vida normal, vivendo uma vida de sacrifícios, renuncia, sofrimento; tudo por conta de uma ilusão. Não havia nada de especial em ser Kami-sama ou o patriarca, agora estava sozinha, todos estavam vivendo suas vidas, menos ela. Era hora de acabar com tudo isso, era hora de mudar as coisas, fazer o que devia ser feito, fazer o que seu pai sempre acreditou que ela faria; liberar-se...

Ninguém nunca a havia amado de verdade e nunca a amariam, quanta injustiça, quanta violência, quantas crueldades, apenas para conseguir manter todos ao seu lado, mas o amor, o que deveria existir desde o começo, ficou perdido.

Nunca tinha tido um namorado para passear de mãos dadas pelo parque, é bem verdade que teve Shigure e Kureno sempre à disposição, mas até que ponto eles a amavam de verdade, ou só estavam ao lado dela porque ela exigia? Ou pior ainda, porque queriam status dentro da família? Não, eles a amavam, pensa melhor, ao menos Kureno, ele sempre havia sido tão gentil com ela, igual seu pai, sim, ele a amava, mas não da forma que pensara por tantos anos, não como um homem ama uma mulher, mas como um pai ama sua filha, como um irmão mais velho ama sua irmã.. Haviam confundido os sentimentos no passado e ela havia se deitado com ele uma vez, uma única vez que tinha destruído e colocado um fim na sua relação com Shigure que tinha sido tão especial para ela, com ele tinha acontecido seu primeiro beijo quando ainda era uma adolescente sonhadora e ainda acreditava que as coisas podiam ser diferentes. Mas Shigure definitivamente não a amava, ele havia lhe traído com a quem mais lhe odiava de todos, Ren.

Volta sua atenção para as crianças brincando, seus olhos se enchem de lágrimas e ela chora. As crianças percebem a presença dela ali, então uma das garotinhas se aproxima dela e lhe entrega uma flor vermelha.

- Não chore- diz a garotinha

Akito enxuga as lágrimas e pega a flor- arigato

A garotinha sorri e volta a brincar. Aquele sorriso puro e inocente da garota acalma seu coração. Akito retribui o sorriso. As outras crianças observam Akito enquanto brincam e sorriem para ela.

Depois de um tempo Akito acena para as crianças e decide ir embora, tem uma coisa que precisa fazer e esse será seu primeiro passo.Caminha apressada ate a sede, chegando lá afixa um anuncio convocando todos os juunishi para uma reunião no próximo domingo.

No dia seguinte, logo cedo, Akito vai conversar com o pai de Kyo pois havia decidido libertar o gato, havia decidido que não iria mais trancafiar o gato como tinha sido feito com todos os outros possuídos. De tarde tinha ido mais uma vez no hospital visitar Tohru e lá havia conhecido as amigas dela, Hana e Arisa, e finalmente havia entendido que tinha perdido Kureno, não tinha tido coragem de entrar mais uma vez no quarto dele, parada na porta só podia desejar que ele fosse feliz.

Caminha mais uma vez pensativa de volta para a sede, já é noite, uma noite fresca e agradável, adentra seu quarto e ali, esperando por ela, está Shigure, justo ele, que mela menos queria ver nesse momento.