Grécia, dia: 12/12
O Diário
I
Eu não sou um cubo de gelo!
Grécia, dia: 12/12
Caro diário. Hoje estava caminhando pelo santuário a fim de encontrar meu pupilo. Os treinos estão ficando cada vez mais puxados e eu procuro ensinar tudo que posso a Hyoga, no entanto, ele parece estar com a cabeça em outro lugar.
Eu andava pelo vale, com meus pensamentos a deriva, quando paro para ver uma pequena discussão. Obviamente, eu pensei em sair, mas acabei ouvindo o meu nome.
Não sei o que aconteceu, mas perceberam minha presença e tentaram disfarçar. No entanto, os seus sorrisos falsos não me despistaram do que eu pensava anteriormente, afinal, conheço Milo e Saga. Lá tinha alguma coisa!
Depois, nós três fomos até o campo de treinamento. Saga foi conversar com seu irmão, que parecia estar concentrado demais no que Aioros dizia, e francamente, aqueles dois têm um caso e não querem revelar. Que bobagem.
E quanto a Milo, este me disse algumas coisas banais e algumas piadas sem graça antes de se dirigir a Hyoga, que conversava com shun. E mais uma vez, eu acho que existe outro casal e não querem se revelar. Que bobagem.
Por fim, Hyoga largou aquele garoto mimado, na minha opinião, e veio até mim. Obviamente apliquei um treinamento severo, e vi que ele estava bastante preguiçoso e se queixava a todo instante. Cansei-me sinceramente, e o deixei, sem mais.
Agora estou escrevendo. Casando e tentando saber o motivo daquela discussão que presenciei sem querer.
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O pequeno caderno de capa dura foi fechado e guardado debaixo do colchão com muito cuidado. Camus respirou fundo e foi andando até a sua penteadeira, pegando um pente prateado para começar a desembaraçar seus cabelos, que ainda estavam úmidos do banho.
Ele se olhava, observando suas curvas, sentindo-se bonito finalmente, pois antes estava em uma depressão, numa baixa estima, que ninguém podia ajudá-lo. E obviamente, Camus jamais revelava a ninguém.
Deixou o pente em cima do móvel feito de mogno, e jogou-se em sua cama, pegando seu pequeno celular nas mãos. Havia sido um presente de seu pupilo no seu aniversário de 25 anos. Estava sentindo-se um velho.
- "Uma mensagem...?" – pensou, achando estranho. Ele a abriu e recebeu um recado estranho.
"Sempre bonito, sempre bonito. Não canso de te olhar"
O rosto de Camus empalideceu de repente. Ele olhou para os lados, sentindo-se observado e então olhou novamente para a mensagem, tocando na tela de plástico de seu aparelho, sorrindo timidamente.
Tinha que admitir que ter um admirador era algo gostoso e novo na sua vida. Todos sempre foram tão pomposos com eles, tratando-o com frieza e distância. Mas Camus, não era uma pedra de gelo, odiava quem o chamassem assim. E também, ele tinha sentimentos, era um homem e queria ter relacionamentos como amor e amizade.
No momento. Na atual circunstância, o santuário estava em paz. As incontáveis lutas morreram como num suspiro doce e rápido, e a ressurreição dos cavaleiros de ouros foi algo marcante.
Athena disse: "Vivam suas vidas. Enchendo-se de amores, alegrias e sonhos".
A partir desse momento o coração de Camus pareceu dar uma batida mais forte. Era como se estivesse morto desde o dia que decidiu ser cavaleiro. E agora, parecia que havia nascido de novo.
Camus procurou responder a mensagem, perguntando: "Quem é você?".
Ele fechou seu aparelho e o colocou em cima da cômoda, depois se levantou e se olhou nos espelho.
- "Sou bonito? Nunca pensei nisso... sempre quis ser forte, mas bonito... o que seria isso? Sou bonito?" – pensou, sorrindo no final – "acho que vou cortar esse cabelo. Nunca cuidei dele mesmo...".
Vários cortes de cabelos foram projetados na mente de Camus. Ele por fim decidiu que iria cortar até o meio das costas e deixá-los repicado, para ficar num tom mais moderno.
- "Pintar?" – pensou novamente, mas essa idéia o assustou – "Ora Camus, não exagere" – disse para si mesmo, em pensamento, mas ficou pensando mais um tempo no assunto.
Ansioso, ele pegou seu diário mais uma vez e voltou a escrever como se fosse um adolescente. Ele pegou sua caneta preta e a deixou parada na primeira linha da página seguinte, pensando no que escrever. E a caneta deslizou como num sonho, sua tinta preta ia riscando o papel, formando letras, palavras e por fim frases.
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Grécia, 12/12
Caro diário, lhe escrevo novamente. Tinha que relatar. Recebi uma mensagem o quanto estranha. Ela dizia: "Sempre bonito, sempre bonito, não canso de te olhar".
Será que estou sendo fútil demais? Será que não posso pensar na minha beleza ou ter vaidade? Afinal, eu mesmo nunca me preocupei com minha vida, com meu corpo ou com minhas roupas. Mas é claro, que a apresentação sempre foi simples, pois sempre andava com minha armadura. Mas agora não há essa necessidade, pois Athena colocou um escudo na Terra, e qualquer mal que se aproxime será avisado e nós poderemos agir com mais calma e cautela.
Às vezes queria alguém para conversar. Não queria falar com um caderno, não mesmo. Acho tão infantil, mas me senti bem ao fazê-lo. E meu caro, lhe digo que ninguém aqui acha que eu sou humano.
"Cubo de gelo", "robozinho", "sorvete", "metidinho" e "homem de gelo". Quantas vezes não ouvi isso? Até mesmo de meu amigo mais próximo, Milo. E sinceramente, isso me fere sempre. Sempre e sempre!! Estou fazendo garranchos. Creio que seria minha frustração.
Será que alguém está me vendo por trás dessa muralha de gelo, que todos dizem? Eu fico feliz. Espero que sim, que alguém possa vim até mim, me conhecer, me descobrir... ah! Que ansiedade, creio que vou comer algo logo.
Ah! Já ia me esquecendo. Descobri algo de mim! Nunca pensei que teria medo de engordar!
ps: isso foi aterrorizante!
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O diário ficou aberto. Camus sentiu vontade de rasgar aquelas páginas, sentindo-se um idiota por escrever aquilo, mas no fundo eram seus verdadeiros sentimentos, e por isso mesmo se envergonhava.
Um cavaleiro não era uma máquina. Era um ser humano, com sonhos e vontades. Era uma pessoa com desejos e riquezas que ninguém poderia ter semelhante. E apesar da postura rígida, isso não queria dizer que não podiam ser fúteis, vaidosos, sonhadores, infantis e apaixonados como todas as pessoas.
A noite estava passando. Camus abriu a janela para deixar o vento entrar, ele olhou para a lua que estava cheia, brilhando para ele de uma forma enigmática. Ele viu as nuvens pairando pelo céu, mas eram poucas e as estrelas não deixavam de aparecer. Isso significava que amanhã iria fazer outro dia quente.
O pescoço de Camus, como de quase todos. Estava queimado pelo sol, e os treinos estavam ficando insuportáveis. E os noticiários eram pessimistas, dizendo que o tempo iria ficar mais quente. O que para Camus significava a morte, pois apesar de tudo, odiava o calor.
Depois de refletir, Camus jogou-se na sua cama. Ele ficou olhando um tempo para seu aparelho celular e então pegou um livro que já estava quase lido pela metade. E começou sua leitura, com concentração.
Horas mais tarde. Camus estava com os olhos fechados, havia dormido com os livro deitado em seu peito.
No dia seguinte. O céu estava ensolarado e uma brisa fresca era presente, para ajudar a todos a suportarem a temperatura alta. Na costa, o mar estava mais azul e vivo que nunca, com o reflexo do céu azulado. E a vegetação apesar de um pouco seca, estava verde e visivelmente bonita.
Camus acordou com seu despertador. Ele acabou se surpreendendo pelo fato de não ter acordado antes. Ele se levantou, sentindo seu corpo doer, pois havia dormido de mau jeito. Ele colocou seu livro em cima da cama e arrumou seu despertador.
O armário do quarto foi aberto. Camus ficou um tempo escolhendo sua roupa, ele pensou um pouco e colocou uma sandália de couro sintético na sua cor natural, e depois uma calça branca bem larga e fresca. Por cima, colocou uma regata pouco aberta da cor azul escuro. Seus cabelos foram presos num rabo de cavalo um pouco alto, mas não chegavam a meio da cabeça e muito menos o deixava feminino. A franja de Camus ficou em seu rosto, não tinha como tirá-la e ele nunca usaria uma tiara como alguns cavaleiros de prata usavam. Ele pegou seu relógio de pulso e saiu do quarto, passando por um corredor de mármore.
Uma empregada muito simpática o cumprimentou com um sorriso que foi devolvido pelo anfitrião. Ela até estranhou a simpatia de Camus, mas logo foi começar seus afazeres.
Entrando na sala de jantar. Camus encontrou sua mesa do café arrumada, ele olhou para seu outro empregado e lhe cumprimentou, para logo depois se sentar e começar a desfrutar todas aquelas frutas que tinham um formato de coelhinho.
Um sorriso desenhou-se nos lábios de Camus ao pegar uma maçã cortada no formato de um coelhinho. Ele sentiu dó de comê-la, mas não resistiu e acabou fazendo. Para logo depois sair da mesa, pronto para mais um dia.
O vento morno daquele dia avançou em Camus assim que ele saiu de sua casa zodiacal. Ele começou a descer, vencendo o vento que tentava empurrá-lo para trás, e quando passou pela casa de escorpião, este estava parado em um degrau das escadas.
- Camus – Milo sorriu ao vê-lo, e também achou que ele estava estranho. Camus estava com os cabelos arrumados, vestia-se bem e ainda por cima tinha um olhar animado.
- Bom dia, Milo. Tudo bom?
- Sim – disse, estranhando o amigo – e você?
- Sim. Vamos?
- O que aconteceu? O PIB do país aumentou? A bolsa de valores ta em alta? – indagou Milo, rindo alto.
O olhar alegre de Camus morreu. Ele pensava se era tão chato e enfadonho como Milo tinha o prazer de mostrar.
- Então. Ou então... o efeito estufa está sendo mantido? – continuou a perguntar, rindo sozinho, mas já estava acostumado a isso, pois Camus nunca mostrava nada. No entanto, ele não sabia o que se passava... dentro dele.
- Não sei, não li o jornal – disse baixinho, abaixando a cabeça ligeiramente. Sentindo uma tristeza lhe abater – "Sou tão enfadonho assim? Tão... enfadonho... enfadonho..." – pensava.
- Não? – indagou, parecendo surpreso – Por Athena! Hoje vai chover. Camus, tome cuidado com os raios, já que você não sabe onde eles podem cair hoje!
E os dois continuaram a descer as escadas. Camus desejava ficar sozinho, pois Milo estava conseguindo fazê-lo ter vontade de ir se matar. Ele sentia-se tão idiota, tão bobo, chato e certinho que queria morrer.
- Milo... – Camus o chamou, interrompendo outra piada.
- O que? – indagou, contendo seu acesso de riso.
- Eu sou tão chato assim?
Milo parou de repente. Ele olhou para a face de Camus, vendo que ele estava sem aquele olhar alegre de antes, e ele não entendendo o porquê disso. Depois pensou um pouco e disse:
- Claro que é!
- Mesmo?
- Camus... – Milo parou de repente – claro que não. Senão não andaria com você! – disse por fim, vendo que suas palavras estavam sendo ouvidas e assimiladas com atenção por ele.
- Às vezes parece que ninguém me suporta – desabafou, desejando que Milo não fizesse piadas e que conversasse com ele.
O rosto de Milo estava calmo, ele sorriu de canto e respondeu rápido.
- Bobagem. Quem iria ter raiva do cubinho de gelo? Camus, você não faz nada para ninguém. Não fala nada. Não comenta nada. Não se move. Não entrevem nas coisas. Não faz nada, então não se preocupe.
O mundo de Camus estava se fechando. Ele queria sair correndo agora. Seus olhos ficaram vermelhos pelas possíveis lágrimas que desejavam sair por seus olhos.
- Não faço nada... nunca falo nada... acho que sou o culpado realmente... – falou para si mesmo – se eu morrer, que falta faria?
- Camus... não estou te ouvindo, repete – pediu Milo.
- Nada, pode ir indo na frente.
- Esqueceu alguma coisa? Logo você? – indagou surpreso.
- Logo eu? Por que logo eu?
- Ué... Camus, você sempre tão perfeito.
- "Perfeito, sem atitude, enfadonho... um perfeito cadáver!" – pensou Camus, sentindo seu peito ser alfinetado.
Milo parou de repente, puxando o antebraço de Camus. Ele olhou em seus olhos, vendo que ele estava arrasado.
- Camus. O que foi?
- Nada – disse, com um sorriso irritado – estou irritado por não ter lido o jornal hoje! – e comentou por fim, com a voz carregada de raiva – acho que vou lê-lo!
- Camus... eu não entendo – disse.
- Claro que não. Quem entende o cubinho de gelo? O francês metidinho?
Milo franziu o cenho e ficou a olhá-lo, sem entender o motivo dele estar tão irritado. Camus fez força para se soltar e conseguiu se ver longe das mãos de Milo.
Ele começou a subir as escadas, mas foi puxado novamente pelo escorpiano, que o segurou pelos ombros.
- O que aconteceu?
- Nada – disse, com um sorriso cínico – por que? Você viu algo diferente?
- Sim. Vi. Você está estranho.
- Ah! Eu não devia mostrar emoções, não? É mais legal ter um amigo que não demonstra nada. Não é Milo? Ai você pode ficar fazendo brincadeirinhas com ele, e no final sempre sabe que ele irá fazer tudo para te ajudar.
- Camus! Pára! Agora me diga. O que deu em você? – indagou exasperado, não suportando ouvir aquelas palavras afiadas.
Nesse momento, Saga estava saindo da sua casa zodiacal, ele encontrou aquela cena a sua frente a estranhando. Ele foi descendo até eles, parando ao lado dos dois.
- O que está acontecendo aqui? – indagou, olhando para Milo.
- Nada Saga – disse Camus, friamente.
- Como assim, nada? Camus fale agora o que está acontecendo! – disse Milo, irritado. Mostrando um olhar diferente.
- E se eu não o fizer? O que vai fazer? – perguntou provocante.
Saga até ficou assustando com o jeito de Camus e depois olhou para Milo que fez um aceno com a cabeça, tentando mostrar que o outro estava bastante estranho.
- Camus, vamos conversar. Milo, solte-o! – pediu Saga.
Milo o soltou e Camus respirou fundo, sentindo seu coração bater mais forte. Ele não queria ser interrogado, não queria ouvir mais palavras para lhe ferirem, ele estava cansado de sempre ser ignorado.
- O que houve? – indagou Saga.
- Nada.
- Não quer falar agora? Quer conversar a sós?
- Não! – disse mais alto – não quero nada. E eu vou embora, e se me seguraram novamente eu não me responsabilizo por meus atos.
Os dois cavaleiros foram deixados para trás. Saga e Milo se olharam assustados, não entendendo como o calmo e pacífico cavaleiro de aquário ficou tão enraivecido.
Enquanto Camus voltava para sua casa zodiacal, seu olhar estava ficando cada vez mais triste. Ele olhou para cima, vendo Shaka, Shura e Kanon descendo.
- Bom dia – eles disseram em uníssono.
Camus apenas ergueu seu olhar arrasado e passou reto por eles, fazendo os três cavaleiros pararem para olhá-lo, curiosos com a atitude do francês, logo ele que nunca demonstrava dor ou alegria. Ou na verdade, eles sequer notavam se ele realmente mostrava.
Quando entrou na sua casa, Camus foi direto para seu quarto, fechando com força a porta. Ele foi até o banheiro e lavou seu rosto rapidamente, erguendo-se em seguida para se olhar no espelho, vendo seus olhos começarem a brilhar e ao mesmo tempo sentia uma dor incômoda na garganta. Por que não chorava? Por que segurava? Porque lhe ensinaram há não demonstrar emoções, não lhe ensinaram que podia sorrir sempre.
No entanto, ele era humano. Mais humano que qualquer outra coisa, mais humano que guerreiro, e na atual realidade, não havia mais guerra. E sem contar, que não havia nenhum inimigo na sua frente, nenhum sequer, para que ele reprima seus sentimentos.
Uma tristeza absoluta carregada de uma solidão esmagadora invadiu Camus. Ele correu até a janela de seu quarto, vendo o campo de treinamento ao longe. Ele podia ver os cavaleiros conversando uns com os outros, coisa que poucos faziam com ele. Sempre que vinham falar com Camus, era alguma coisa inteligente, comentário objetivo, uma reclamação, ou até mesmo alguma sugestão; Mas nunca o convidavam para tomar uma cerveja.
Ele acabou saindo da janela, sentando-se na sua cama. Mas logo se levantou e pegou seu diário, abrindo-o lentamente, sentindo-se perdido por só ter um pedaço de papel para com quem falar. E ele logo foi aberto, e com a mão trêmula por segurar as lágrimas de sua tristeza, ele começou a escrever.
Grécia, dia: 13/12
Por que estou tão chateado? Ora, pare de fingir Camus, você queria ser diferente do que realmente é. Queria ser chamado, notado... você queria... eu queria... eu quero que me olhem diferente. Quero tanto.
Nem contei o que aconteceu. Deixe-me contar. O Milo falou coisas tão desagradáveis, mas eu sei que... eu quero acreditar que não seja intencional. Afinal, ele é meu melhor amigo. Nossa! E se ele for à pessoa que mais me entende, então... ninguém me entende.
Eu tenho vontade de chorar, de fugir, mas para onde? Para quem eu fugiria? Para que lugar? Eu tenho uma casa? Tenho família? Tenho... amigos? Não.
Hyoga deve estar procurando por mim agora. Será? Será que ele está perguntando por mim? Querendo me ver? Eu gostaria de saber que alguém ao menos estivesse me procurando.
É meu caro diário, meu ouvinte silencioso. Eu tenho que ir, pois afinal, eu tenho obrigações. Agora vou por minha máscara fria, não... ah! Mas se eu não colocá-la, vão ficar perguntando se eu estou doente. Seria frustrante ouvir os comentários de Mu e Shaka, estes com certeza me alfinetariam. Por mal? Não sei se seria por mal.
Vou-me embora agora. Desejo não ter que recorrer a você, meu caro ouvinte.
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Camus fecha o diário e o guarda embaixo do colchão novamente. Ele vai novamente até o banheiro, lavando o rosto, fingindo para ele mesmo que não viu aquela pequena lágrima no canto dos olhos.
Estava saindo do quarto, quando seu celular tocou de repente, fazendo-o voltar. Camus pegou o aparelho, vendo que havia uma mensagem. Ele logo abriu sua caixa de mensagem e leu:
"Ficar um dia sem ver seu rosto é muito triste. Saia logo dessa toca, para que possa lhe ver. Ver você, que está sempre belo. De seu admirador secreto."
Um sorriso desenhou-se no rosto de Camus, quebrando toda aquela tristeza. Ele responde rapidamente a mensagem:
"Quem é você? Venha até mim."
Ele ficou olhando para o celular, que mandou a mensagem. Em seguida, num impulso ele manda outra, para o número desconhecido:
"Por favor."
Camus coloca o aparelho na sua cômoda e fica um tempo olhando para ele, incerto se o seu admirador iria lhe responder novamente. Mas ele não respondeu nos próximos cinco minutos, fazendo Camus sair de casa rapidamente.
Ele queria ver todos que estavam no campo, queria encontrar aquela pessoa que lhe mandava mensagens. Tinha vontade de poder conversar com alguém que tinha uma outra opinião dele. Quando chegou no campo de treinamento, ele olhou para os lados, vendo que alguns cavaleiros de ouro e prata estavam ali.
Seu olhar correu todo o lugar, vendo rostos conhecidos, desejando saber quem era o seu admirador, querendo conversar com ele. No entanto, nada parecia suspeito aos seus olhos. Nada ali lhe chamava atenção, ninguém ali poderia ser essa pessoa.
- Mestre?
A voz de Hyoga invade seus ouvidos, ele olha para trás, vendo que o seu pupilo estava sentado numa pedra.
- Bom dia, Hyoga – disse.
- Bom dia. Por que se atrasou? – indagou, achando estranho seu mestre se atrasar.
- Apenas um contratempo – disse, dando um sorriso em seguida. Estava com um bom humor agora, apesar de tudo.
- Milo e Saga disseram que você não estava muito bem – comentou, levantando-se – e você está bem?
- Ah! Sim, estou – disse.
Hyoga deu de ombros e sorriu, dizendo:
- Certo.
Camus iniciou o seu treinamento, pedindo para que Hyoga concentra-se ao máximo em fazer o zero absoluto sair normalmente do seu cosmo. Ele não poderia demorar muito para fazê-lo. Tempo, no mundo dos guerreiros, significava: vida.
Os olhos atentos de Camus estavam percorrendo todo o ambiente, notando as pessoas que lhe olhavam, mas nada estava fora do lugar. Ele havia sido chamado diversas vezes por Hyoga e outros cavaleiros, mas estava distraído demais.
A tarde estava avançando rapidamente, os treinamentos pararam desde então. Hyoga havia ido para um canto, cuidar de sua vida, enquanto Camus resolveu dar uma volta pelo local. No entanto, o francês não ficou muito tempo sozinho, pois Milo veio rapidamente ao seu encontro.
- Camus!
- Oi! – olhou para trás, vendo escorpião se aproximar, com aquele olhar atencioso que não deixava escapar nenhum movimento.
- Eu queria falar com você.
- Diga.
- Sobre hoje de manhã – disse, parando na sua frente – você parecia aborrecido.
Camus ergueu uma sobrancelha, pensando em como Milo era "esperto" e "perspicaz" para logo em seguida o olhar com desdém.
- Ah! – pronunciou, olhando-o sem interesse.
- O que houve? Você parecia incomodado.
- Impressão sua! – disse, desviando seu olhar.
- Impressão? – indagou, cruzando os braços.
Camus não disse mais nada e apenas ficou a olhar para o cavaleiro a sua frente, que parecia que não sairia dali tão cedo. E após um longo suspiro, Camus resolveu desviar-se daquela "pedra" que estava no caminho, deixando Milo para trás.
- Hei! Por que você não me diz nada? – indagou o escorpiano.
- Porque... – Camus parou de andar e pensou um pouco, mas não sabia o que dizer – "Porque eu sou um fraco..." – pensou, mas não disse nada mais, continuando a andar.
Camus deu uma volta e logo voltou ao campo de treinamento encontrando alguns cavaleiros que estavam saindo juntos para irem beber no barzinho que existia na vila. Ele olhou para Aldebaran e Mu que estavam rindo alto, chamando outros cavaleiros que estavam a sua volta para irem juntos comer alguma coisa numa nova lanchonete que havia sido aberta.
- "Hum... o que acontecerá se eu ir lá? Eles irão me convidar?" – pensou – "mas eu vou me aproximar do nada? Hum... ah! O Milo está lá... ótimo".
Aquário foi andando lentamente na direção de Milo que ergueu uma das suas sobrancelhas, estranhando a aproximação repentina do francês que agora pouco estava fugindo dele. Quando ele finalmente se aproximou, Milo apenas o encarou em silêncio, esperando que ele dissesse alguma coisa.
- "E agora, o que eu digo?" – pensava, enquanto olhava para Milo.
- O que foi Camus? – indagou o escorpiano, curioso.
- Nada, só estou cansado.
- Estou percebendo. Acho que você precisa dar um tempo, sabe?
- Um tempo?
- Sim! Dar uma viajada, coisas do tipo – disse, sentando-se numa pedra que estava há um passo atrás dele.
- Acha mesmo? – indagou, pensando seriamente na idéia.
Milo ia dizer mais alguma coisa, mas foi interrompido por Aldebaran que passou o seu grande braço pelos ombros de Milo, lhe dando um forte tapa em seguida.
- Vamos lá, Milo!! – disse touro – vamos molhar o bico com uma cervejinha!
Milo apenas sorriu, fazendo um "sim" com a cabeça. E então, os dois cavaleiros ficaram olhando para Camus, pensando o que eles diriam.
- Hum... Você não quer ir, não é mesmo, Camus? – indagou Aldebaran, esperando um "é claro que não" como resposta, mas para sua surpresa, os lábios de Camus moveram-se rapidamente, dizendo:
- Sim.
Milo e Aldebaran arregalaram seus olhinhos e então se encararam com perplexidade e deram de ombros. O que poderiam fazer? Se Camus estava querendo ir, eles não iriam impedir.
E sem demora, os cavaleiros saíram andando, descendo da arena para a vila, conversando alto e se exibindo para alguns moradores que os olhavam com um brilho anormal nos olhos.
Aioria andava a frente com seu irmão e Kanon, que não se afastada de Aioros e vice-versa. Logo atrás estavam Mu e Shaka, conversando sobre algumas obras literárias, para depois terem Milo, Aldebaran e Camus atrás. Camus não falava nada, apenas ouvia os dois conversando sobre algumas bebidas e músicas alternativas.
Não demoraram a chegar e quando Camus viu o lugar até o achou aconchegante. Era um barzinho pequeno feito de madeira com muitos quadros que retratavam a música dos anos 60, tendo muitos artistas famosos na capa. Os acentos eram grandes sofás de plástico que rodeavam as mesas fazendo o formato de "U", onde muitas pessoas poderiam se sentar juntas. Eles logo se sentaram na melhor mesa do lugar que estava reservada a eles, apenas mais uma cadeira foi adicionada para que Camus senta-se.
Quando se sentaram os olhares pararam em Camus, que estava distraído, olhando toda a estrutura do lugar, mas logo voltou a si quando percebeu que era o centro das atenções. Ele não disse nada, apenas recuou, olhando com neutralidade para todos eles, não querendo demonstrar sua excitação por estar saindo com alguém.
- E então, o que achou daqui, Camus? – indagou Shaka.
- "Ok, está na hora de você mostrar que não é um certinho chato" – pensou o francês, sorrindo em seguida, dizendo:
- Gostei bastante... gosto de um visual mais antigo.
- Hum, que bom! Não pensei que você gostaria – disse Milo, dando um tapinha nas suas costas, para logo em seguida piscar para a garçonete, que veio até eles.
- Boa noite, cavaleiros. O que vocês gostariam de beber?
Eles fizeram seus pedidos e ela logo se retirou. Camus acabou pedindo um chop escuro junto com Mu. Quando as bebidas chegaram, três porções foram postas por conta da casa na mesa, para agradar os famosos cavaleiros de ouro.
- O que você achou da nova divisão de trabalho, Camus? – indagou Shaka, tentando puxar conversa, pois o francês estava muito silencioso.
- Hum... depois falamos disso Shaka – disse, não querendo falar coisas sérias no momento, fazendo todos olharem abismados para o francês.
No final, Milo deu espaço para seu amigo entrar na conversa, fazendo Camus animar-se. A noite caia rapidamente e outro cavaleiro juntou-se a eles, sentando-se ao lado de Camus, era Saga, que acabara de terminar seus afazeres.
No final, todos dividiram a conta e saíram meio cambaleantes do bar. Camus estava um pouco alegre, mas tomou cuidado para não beber muito, tinha vergonha de falar qualquer coisa que fosse fora do seu padrão, ao contrário de Aldebaran que ria alto, falando algumas piadas pornográficas de fazerem Camus ruborizar-se.
Quando chegaram na grande escadaria, cada um foi para sua casa. Quando Milo chegou em sua casa, ele puxou Camus para dentro sem cerimônia, praticamente arrastando seu colega, que tentava se esquivar. Os dois foram até o quarto de escorpião, que trancou a porta, jogando a chave em cima de uma poltrona de couro, perdendo-se na sua costura.
- O que foi, Milo? – indagou, implorando por um banho e uma cama. Toda sua roupa, inclusive seu cabelo estava cheirando a cigarro e ainda por cima havia derrubado um pouco de cerveja na sua perna.
- Ver você alegre é divertido – disse. Milo estava sóbrio e era muito difícil ele ficar sequer alegre.
Camus foi andando até a poltrona, tentando procurar a chave, mas acabou desistindo, sentando-se na mesma e fechando os olhos.
- Achei estranho você ir conosco.
- Por que? – indagou, sem a mínima vontade de conversar.
- Você nunca demonstrou interesse nisso e aliás, sempre olhou com desdém para esses tipos de compromissos. O que fez você mudar de idéia? – indagou, curioso, indo até uma mesa, onde havia uma jarra com vinho. Ele pegou duas taças e as encheu, entregando uma delas a Camus, que apenas a segurou, não sorvendo nenhum gole.
- Outros tempos. Eu acho que não tem nada demais sair um pouco – respondeu, mexendo o copo em movimento circulares, vendo o vinho se mover.
- Que bom! E eu não acreditei que você não falou nada de serviço! então, saia conosco da próxima vez – disse, retirando sua camisa, jogando-a no chão, e indo até seu armário para pegar seu pijama, que na verdade era apenas uma bermuda de algodão azul-marinho.
Camus acabou bebendo o vinho da sua taça lentamente, enquanto Milo se trocava. Quando percebeu, a taça estava vazia e logo foi enchida novamente pelo escorpiano, que virou a sua taça também, mas ao contrário de Camus, Milo não sentia nenhum efeito com a bebida.
- Hei, o que aconteceu hoje de manhã? Você parecia chateado – Milo tocou na assunto, puxando uma poltrona, colocando-a na frente de Camus, que estava com os olhos fechados.
- Nada, só estava mal humorado – disse, sem querer dar continuidade ao assunto.
- Não parecia estar assim quando o encontrei – disse, olhando a taça de Camus, que estava quase vazia, para enchê-la novamente, e o fez quando o francês deu o último gole.
- Ah... não foi nada. Milo, eu preciso ir, estou caindo – disse, levantando-se rapidamente, mas quando fez isso, tudo a sua volta pareceu rodar e ele acabou caindo para trás, sentando-se novamente, colocando a taça na mesinha ao lado.
- Você está bem? – indagou o escorpiano.
- Não devia ter bebido vinho – disse, olhando para a taça que continuava cheia.
- Você não bebeu quase nada, olhe – disse, apontando para a taça.
- Porque você a encheu novamente – disse o óbvio, tentando levantar-se novamente. Milo levantou-se também, dando um leve empurrão no francês, para que caísse novamente.
- O que você quer Milo?
- Apenas conversar, sem que você saia correndo – disse, seriamente, cruzando os braços, e vendo a cabeça de Camus cair para trás, exibindo todo seu jugular.
Milo colocou sua taça de lado e puxou o francês pelo braço o levando até a cama, jogando-a na mesma. Camus sentou-se logo em seguida e ficou olhando para Milo, que estava em pé na sua frente com um brilho estranho em seu olhar.
O escorpiano aproximou-se lentamente, jogando seu corpo em cima do corpo do francês, sentindo ser empurrado para trás, mas Milo não se moveu e então sussurrou na sua orelha.
- Sempre lindo, Camus.
Camus arregalou os olhos e ficou em silêncio sem saber o que dizer e então sentiu os dedos de Milo passear por sua cabeça, brincando com suas madeixas azuladas.
- Você? – indagou o francês, sentindo-se perdido. – "então era você, Milo! Justo você que me fala um monte de coisas... você que me ignora... justo você!" – pensava, sem saber o que acontecia.
O quarto inteiro rodava, Camus queria sair dali correndo, mas Milo fazia força para que ele continuasse onde estava. O francês podia sentir o pênis do escorpiano ser pressionado contra o seu, que estava começando a enrijecer lentamente, por causa da fricção entre os dois corpos.
- Por que não eu? – indagou o escorpiano. Estranhando o jeito que Camus falava.
- Milo... deixa-me pensar, sai de cima de mim... – pediu, implorando. Não conseguia se mover e sentia-se sufocado e ainda por cima, sua cabeça estava lhe matando de dor e sua visão estava irritada por causa da fumaça de cigarro que preencheu todo aquele barzinho.
- Não mesmo – disse o escorpiano com um sorriso sedutor, fechando sua boca na orelha de Camus, mordendo-a lentamente, penetrando sua língua úmida no seu ouvido, sentindo os pêlos de Camus arrepiarem-se e seu corpo tremer levemente, sentindo cócegas.
Os lábios de Milo não ficaram por ali por muito tempo, pois logo foi deslizando pela pele de Camus, indo até aqueles lábios secos e ligeiramente abertos em busca de oxigênio. Milo os olhou por um segundo, vendo o olhar desesperado de Camus para logo em seguida tomá-lo num beijo ardente, impondo sua língua dentro daquela pequena cavidade, exigindo passagem, saboreando aquele mundo desconhecido que estava tão ansioso para provar.
Camus ficou exasperado. Seus esforços não significavam absolutamente nada, Milo não se movia um milímetro sequer e mesmo que estivesse sóbrio, ainda assim seria impossível se mover, pois a massa muscular do escorpiano era bem maior do que a sua. E cansado de resistir, Camus relaxou seu corpo, deixando aquela língua saborear sua boca, e agora o francês podia sentir seus braços sendo puxados para o alto de sua cabeça, onde Milo os prendia pelo seu pulso, mas logo ele os soltou e deslizou suas mãos ávidas por toques mais intensos pela parte interna da coxa de Camus, que estremeceu.
Um gemido fraco deixou a garganta de Camus, deixando Milo mais exaltado. O escorpiano sentou-se no baixo-ventre do francês e o olhou por cima, vendo o estado de Camus que estava com os lábios vermelhos e molhados; e seu peito descia e subia rapidamente, tentando respirar direito, mas estava sendo impossível.
Milo não ficou admirando por muito tempo, ele tratou de arrancar aquela regata, rasgando uma das alças, ouvindo uma reclamação de Camus, que entrou pelo seu ouvido e saiu pelo outro, pois logo em seguida tratou de arrancar suas calças e sandálias.
- "Por Athena... isso não está acontecendo!" – pensou o francês, vendo-se completamente nu embaixo do seu grande amigo, que estava usando apenas um short de algodão que não era capaz de ocultar a saliência que despontava no seu baixo ventre.
- Milo... – o chamou, mas não sabia o que dizer.
- O que foi, Camus? – Milo indagou, sussurrante, ocultando parte do seu rosto com sua grande franja, dando-lhe um ar misterioso.
- Isso... Não está certo – disse, apoiando-se nos seus cotovelos, erguendo seu tronco, mas não conseguia se levantar com Milo sentando no seu quadril.
Milo sorriu de canto, exibindo um sorriso sedutor e logo em seguida empurrou o francês para trás, fechando sua mão em um de seus maMilos, apertando-o com força, torcendo-o, judiando dele até que ficasse vermelho, para logo pegar o outro. E o corpo do francês ia reagindo a cada toque.
- Pare de resistir – pediu Milo, fechando sua boca num dos maMilos, chupando-os com cuidado, fazendo um pouco de carinho após tê-los machucado.
Camus sentiu seu coração parar uma batida quando viu o short de Milo voar para longe do seu corpo. Agora ele sentia o seu membro bater nas suas coxas. O francês olhou para baixo, vendo o olhar felino de Milo, sentindo todo seu corpo reagir a ele, e foi então que Camus acabou levando sua mão até a face de Milo, tocando-a lentamente, sentindo como estava quente, retirando algumas mechas dos seus olhos, encarando-o com um olhar perdido, vendo uma beleza que sempre admirou e que agora se revelava mais exorbitante que nunca.
Milo sorriu e levou suas mãos para baixo, abrindo as pernas de Camus, encaixando-se no meio, e logo em seguida dobrando seus joelhos, colocando-os em cima dos seus ombros. Agora olhava para baixo, pegando o membro do francês, que se encolheu um pouco na cama, chamando a atenção do escorpiano que apenas sorriu e com a outra mão pegou o seu próprio membro, balançando-o, fazendo o francês apoiar-se pelos ombros para ver o que estava acontecendo mais abaixo. Camus não podia negar que suou frio ao ver o que ia acontecer, ele puxou suas pernas para trás, tentando fechá-las, mas Milo as segurou, fazendo carinho nas mesmas tentando acalmá-lo e quando conseguiu, voltou ao que fazia, pegando seu membro que já tinha algumas gotículas de sêmen para fora e passando pela entrada do francês, sentindo como o pequeno buraco se fechou com o contato.
- Tente relaxar, Camus – pediu. Milo foi colocando seu membro lentamente na entrada, abrindo mais aquelas pernas, empurrando-se para dentro do francês, que jogou todo seu corpo para trás se agarrando aos lençóis.
O peito de Camus ergueu-se, curvando seu corpo, enquanto sentia aquele grande membro entrando lentamente em seu corpo, que parecia não ter espaço para ele. Sua boca estava aberta, buscando ar, enquanto não conseguia segurar seus gemidos, e eles se intensificaram, quando Milo segurou o pênis do francês, movimentando-o para fazê-lo relaxar, mas Camus apenas ficou mais tenso.
Milo moveu-se um pouco mais, indo até o francês, dando beijos por seu peito suado, lambendo seus maMilos que estavam durinhos com toda a excitação. E por fim, buscou a boca de Camus, avançando mais seu corpo, entrando totalmente dentro daquele corpo e conseguindo abafar o grito de Camus com um beijo ardente.
- Milo... – Camus gemeu alto, agarrando o escorpiano pela cabeça, fechando sua mão no seu cabelo, enquanto sentia o membro de Milo entrando e saindo de dentro do seu corpo.
Os dois ficaram se movendo por um tempo. Camus abriu mais as pernas e Milo às empurrou para que seus joelhos ficassem encostados no seu peito e ali ficaram por um tempo, até que Camus não agüentou mais se segurar, colocando seus pés no colchão, sentindo suas pernas tremerem junto com seu corpo que se movia para frente e para trás. A força que Milo usava era suficiente para fazer a cama balançar e os movimentos pareciam ficar cada vez mais rápidos e intensos; o escorpiano fechou sua mão no pênis ereto de Camus, masturbando-o até que conseguisse retirar todo o líquido que estava preso, recebendo um longo gemido de prazer como prêmio.
Agora que Camus havia conseguido seu prazer, Milo se concentrou no que fazia, conseguindo fricção suficiente para ter o mesmo destino que o aquariano. Quando terminou, ele movimentou-se mais algumas vezes dentro do francês, antes de cair exausto em cima dele, deitando sua cabeça no seu peito que descia e subia aceleradamente.
-
Camus abriu os olhos lentamente, sentindo uma forte dor de cabeça. Ele olhou para o lado e deu de cara com um par de olhos azuis cobalto, que lhe observavam.
- Milo? – indagou, olhando para quarto que se encontrava, sentando-se rapidamente, sentindo todo seu corpo doer.
- Está com dor de cabeça? – indagou o escorpiano, sentando-se ao seu lado, passando a mão pelo peito do francês, que o olhou com surpresa – não se lembra? Não me diga que você é um daqueles bêbados que não lembra do que aconteceu, Camus!
- Ah... por Athena! Eu não fiz isso!! – disse desesperado, colocando a mão na testa, fechando os olhos logo em seguida, lembrando-se de cada cena.
Milo sorriu e se levantou indo até seu armário, vestindo uma roupa de treinamento. Ele olhava para Camus que continuava na mesma posição.
- Já são nove horas – disse Milo – temos que descer.
- Milo... eu... Desculpe-me por ontem – disse, sentindo vergonha de encará-lo.
Milo sorriu e andou até ele, tocando no seu queixo, erguendo-o lentamente, vendo o olhar envergonhado de Camus. O escorpiano deu um selinho em seus lábios e disse:
- Passou, agora vamos levantar. Tome um banho primeiro, eu lhe espero.
- Onde estão minhas roupas?
- Ali! – Milo apontou para um monte de panos rasgados que se amontoavam no chão.
Camus levantou-se, sendo observando por Milo que tinha a chance de admirar aquele corpo esbelto.
- Não acredito – disse o francês – o que eu faço?
- Eu te empresto. Você deve vestir um número menor que o meu, só vai sobrar um pouquinho – disse, indo até seu armário.
- Não! Eu não vou usar suas roupas – disse – o que eu vou dizer aos outros?
Milo sorriu e não disse nada, deixando Camus preocupado. O francês parou um pouco para pensar e disse:
- Empreste-me algo para ir até minha casa.
- Tome um banho primeiro – disse – você está cheirando a cigarro.
Camus sabia disso, mas no momento só queria trancar-se no seu quarto e ficar um pouco sozinho para refletir.
Milo aproximou-se dele furtivamente e o abraço por trás e logo o arrastou até o banheiro, fechando a porta logo atrás.
- Tome um banho, vista uma roupa que vou deixar na cama e depois vá até sua casa. Tudo bem?
- Sim... – disse, incomodado por sentir os braços de Milo lhe apertando.
- Até mais, então – disse o escorpiano, saindo do banheiro.
Camus ficou olhando para o grande espelho que estava fixado na parede do banheiro, ele arregalou seus olhos ao ver marcas de unhas e dentes no seu tórax. Felizmente havia apenas uma pequena mancha rocha no seu pescoço, nada que um curativo não resolvesse. O francês desviou sua atenção para o chuveiro, ele abriu a torneira e se enfiou debaixo da água morna, sentindo as gotículas correrem por seu corpo, molhando-o por inteiro.
- "Eu queria que algo acontecesse, mas... O que foi tudo aquilo? Desde quando Milo sente isso? Então... então... era ele que mandava essas mensagens! Eu preciso conversar com ele, preciso saber o que ele sente e por que fez isso" – pensou, enquanto lavava seus cabelos.
Camus tomou um banho rápido, ele saiu rapidamente do banheiro e encontrou uma muda de roupas deixada em cima da cama. Ele as vestiu e saiu, procurando pelo anfitrião da casa, mas não o encontrou.
- "Ah, Milo me deixou sozinho! Droga, preciso ir para minha casa, urgente!" – pensou.
Camus elevou seu cosmo e partiu, usando a velocidade da luz ele chegou em sua casa zodiacal agradecendo aos Deuses por não ter encontrado nenhum cavaleiro no meio do caminho. Ele foi até seu quarto e vestiu suas roupas habituais, ele prendeu seu cabelo num rabo de cavalo, e já estava prestes a sair do quarto, quando um barulhinho familiar chamou a atenção do francês.
- "O que? Uma mensagem?" – Camus pensou, pegando o celular vendo que havia duas mensagens.
A primeira mensagem:
"Eu gostei de ver você sorrindo e bebendo. Senti vontade de estar ao seu lado"
A segunda mensagem:
"Você ainda não chegou aqui no campo! Queria lhe ver... ver aquele sorriso de ontem. Tão bonito e sedutor!"
Camus ficou um tempo pensativo, ele olhou para o horário das mensagens. A primeira mensagem havia sido enviada à uma hora da manhã, nesse horário ele estava na cama com Milo. A segunda mensagem havia sido enviada às nove horas e dez minutos.
- "Então... não é o Milo! Se eu estava o tempo todo com ele... apesar de estar muito alto ontem à noite. E Milo acabou de descer para o campo, não tem necessidade de sentir a minha falta porque... porque ele acabou de me ver... então..." – pensou surpreso com sua mais nova descoberta.
Camus respirou fundo e então sentiu uma forte pontada na sua cabeça, ele saiu do quarto deixando seu celular na cômoda e foi até a cozinha, procurando a caixa de remédios. Ele procurou algum remédio para dor de cabeça e enjôo e o tomou em seguida. Ele pegou uma banana que estava no cacho e a comeu, enquanto saia da sua casa zodiacal. Estava atrasado, ele olhou para seu relógio, vendo que eram quase dez horas.
Quando Camus chegou na arena de treinamento, ele sorriu aliviado ao ver que alguns cavaleiros estavam chegando. Afinal, todos haviam bebido bastante na noite passada. O francês avistou seu pupilo e caminhou até ele, tentando desviar seu olhar do de Milo a todo custo.
- Mestre! – sorriu – como vai?
- Ah, bem. Desculpe o atraso – disse. Afinal, estava se atrasando demais nesses últimos dois dias.
- Você está bem? – indagou, vendo os olhos vermelhos de Camus, juntamente com seus cabelos desalinhados.
Camus deu um longo suspiro. Ele realmente estava bem? A sua vida estava uma loucura ultimamente, ele mesmo não sabia o que estava acontecendo e alguns sentimentos novos invadiram seu peito. Ele queria ser mais bonito, queria ser notado, queria paquerar e estava louco para conhecer esse admirador secreto. Seus sonhos estavam cada vez mais perturbadores, sempre imaginando quem seria essa pessoa misteriosa. E sem perceber havia dormido com seu melhor amigo. Será mesmo que o famoso cubinho de gelo estava bem?
Continua
O que acharam desse lado mais humano e inseguro do Camus? Acho que se déssemos um diário para cada personagem íamos descobrir o que eles realmente sentem. Por fora são tudo machões destemidos, mas e por dentro?
Eu gostaria de comentário e sugestões para a continuação. Eu mesma não me decidi quem vai ser o admirador secreto. Alguma sugestão ou desejo?
Espero saber a opinião de vocês! Continuo?
Com relação aos erros... realmente preciso de alguém que revise meus trabalhos.
Obrigada pela atenção e por lerem.
Esse capítulo foi concluído em 8/2007, entretanto estou publicando-o agora ou nunca irei fazê-lo.
