Nome: Fique comigo
Descrição: A delicada situação que Hermione terá de enfrentar despertará o cuidado que Ron tem por ela... e talvez o amor também.
Disclaimer: Harry Potter não me pertence.
Shipper: Ron/Mione


Once Again

"Por Merlin... Mais um aluno sem pais! Quando isso acabará?"
McGonagall releu a carta para ter certeza do que tinha lido e quando percebeu que não restavam dúvidas, tomou coragem e foi informar — novamente — a um aluno que seus pais haviam sido assassinados.

Hermione, por sua vez, ocupava sua mente com frustração e raiva. Se sentia frustrada por Harry ter encontrado aquele maldito livro e conseguir ir melhor que ela em Poções. Amava seu melhor amigo mas o gênio do trio sempre fora ela e Hermione se sentia totalmente bem com tal posição. Porém, sua "birra" com Harry não era maior que o ódio que sentia da dupla ruiva/loira bem em frente a ela durante as aulas de Snape. Não prestava atenção em nada ao redor, somente no quanto gostaria de poder lançar um feitiço estuporante nos dois, e por isso só escutou McGonagall chamando quando esta gritou na porta da sala.
— GRANGER! Oh, perdão, Snape, por atrapalhar sua aula, mas o que tenho que dizer a Granger é algo muito sério.
Hermione já sentiu seu estômago revirar e o sentimento só piorou:
— Senhorita Granger, por favor me acompanhe. E Weasley! Seria bom que o senhor viesse também.
A garota explodiu de raiva só de pensar em ter que ficar na mesma conversa que Ron e saiu apressada da sala mas seu coração apertou quando viu os olhos vermelhos da professora McGonagall. Já fora da sala, McGonagall pediu que ela ficasse calma e, quando ía prosseguir com o assunto, foi interrompida por Hermione:
— Harry está bem, não está? Aconteceu algo grave?
Hermione sabia que sim, porém pedia aos céus que estivesse tudo bem.
— Harry está perfeitamente bem, Hermione. Mas aconteceu algo em sua casa. Sinto muitíssimo em lhe informar, mas comensais invadiram sua casa e, infelizmente, sua mãe estava lá. Ela foi encontrada morta no chão da cozinha.
Hermione abafou um grito com as mãos e seus olhos ficaram marejados. A professora se afastou para a garota ter um tempo a sós e logo Ron disse, com a voz embargada:
— Mione, eu…
Ele não teve tempo de terminar a frase pois Hermione passou seus braços pela cintura dele e começou a chorar em seu pescoço. A raiva que sentia do garoto sumiu no momento em que precisou mais dele e Ron percebeu isso. Juntou-a mais a seu corpo e passou a mão pelos cabelos cacheados de Hermione.
— Eu… Eu sabia, Ron. Sa-sabia que poderia acontecer. Mas nunca imaginei que… Ah, Ron, minha mãe!
Ele secou algumas lágrimas dela e disse:
— Eu sei que você está, ou estava, não sei, muito brava comigo. Mas eu te juro que vou ficar do seu lado e te ajudar com tudo que precisar.

Apoiou os lábios na testa de Hermione e voltou a segurá-la perto de seu corpo. O horário de aula acabou e os corredores já começavam a ficar atulhados de alunos. Lavender correu pra fora da sala, procurando aos berros Ron e a "vadia aproveitadora". Assim que escutou do que Lavender a chamou, Hermione escondeu seu rosto no pescoço de Ron e chorou tanto a ponto de molhar um pouco sua pele.
— LAVENDER! Seu diabo loiro! Isso é coisa que se fale?
Lavender viu Hermione abraçada a Ron e começou a gritar pelo corredor:
— EU NÃO DISSE? QUE ELA ESTAVA AQUI COM ELE? VADIA!
Ron ficou vermelho de raiva, tirou a varinha do bolso e aponto para Lavender. Hermione segurou rápido sua mão e sussurrou "Ela é como Malfoy, Ron; não vale a pena". O garoto sorriu levemente e abaixou a varinha. Então, olhou fuzilando para Lavender, arrancou o colar de seu pescoço e, jogando nela, gritou:
— ACABOU! A VADIA É VOCÊ! NUNCA MAIS SE APROXIME DE MIM OU DE MEUS AMIGOS!

Lavender olhou com raiva para os dois e saiu correndo chorando. Ao mesmo tempo que a garota saía, Harry chegava correndo e os amigos deram um abraço em Hermione, que chorava compulsivamente. Segundos depois, as pernas da garota bambearam e ela desmaiou. Ron carregou-a com ajuda de Harry rapidamente até a enfermaria.
Alguns minutos depois, ela acordou com os olhos cuidadosos dos dois melhores amigos cravados nela e pegou a mão de ambos.
— Eu amo vocês.
Como voltou a chorar, Madame Pomfrey percebeu que estava acordada e lhe deu um revigorante.
— Minha querida… em poucos minutos você estará melhor e voltará à sua sala comunal. Lá, estará a espera de vocês três o professor Dumbledore, que lhes darão as instruções necessárias.
Hermione sorriu fracamente e agradeceu pela preocupação. Madame Pomfrey passou a mão por seu rosto e se afastou; como disse, Hermione se encontrava mais disposta minutos depois.

Então, Harry, Ron e Hermione foram à sala comunal da Grifinória, a garota sempre no meio dos dois amigos. Assim que chegaram lá, amigos de Hermione vieram dar-lhe abraços e dizer que sentiam muito e que se pudessem, estariam no enterro. Dumbledore aguardava os garotos no sofá, secando pela última vez os óculos de meia-lua que embaçavam pelas lágrimas e levantou-se do sofá para abraçar Hermione. A garota achou engraçado o fato de Dumbledore expressar tanto carinho com ela, mas logo o sentimento passou pois ele começou a falar de como eles regressariam a Londres.
— Weasley e Harry com certeza irão com você, já que essa parece ser sua primeira pergunta.
Hermione assentiu silenciosamente e Dumbledore prosseguiu:
— Vocês devem fazer uma pequena mala para levarem e o mais depressa possível. Aparatarão comigo até a estação King's Cross, onde seu pai esperará por nós.
Ao lembrar de seu pai sozinho, o coração de Hermione encheu-se de memórias do último verão que havia passado com a família e antes que pudesse chorar mais, aconchegou sua cabeça ao ombro de Ron.
— Você precisa de algo mais?
Hermione sorriu ao diretor e agradeceu dizendo que eles estavam sendo muito atenciosos e zelosos. Dumbledore fez um aceno com a cabeça e disse que encontrava com eles em seu escritório, para aparatarem.

Assim que o diretor saiu, Gina se aproximou da amiga e passou o braço por seus ombros.
— Ron, Harry, vou levar Hermione até lá em cima e ajudá-la com tudo. Vocês tratem de irem logo ao seu dormitório, ok?
Hermione deu uma leve risada e disse que não sabia como Gina ainda não havia dado jeito no irmão e em Harry. Ele piscou para Hermione e Ron lhe deu um beijo na bochecha:
— Estarei de volta antes que perceba.
E subiu as escadas.

Gina foi com Hermione ao dormitório e preparou tudo para a amiga. Gina conversava com Hermione o tempo todo e até conseguiu tirar mais alguns sorrisos da amiga.
— Gina… É tudo culpa minha, não é?
Gina imediatamente largou o que estava fazendo para sentar-se ao lado de Hermione e abraçá-la.
— Não pense jamais nisso! Sua mãe sabia que você está aqui porque isso te faz feliz e eu tenho certeza de que, se você está feliz, ela também estava. Aliás, está.

Ambas desceram e a sala comunal estava deserta, pois ainda restavam alguns horários de aulas. Ron e Harry já estavam esperando por ela. Gina abraçou-a mais uma vez e disse que se ela precisasse de qualquer coisa, era pra lembrar dela e de sua família. Hermione agradeceu e mais uma vez saiu acompanhada de Harry e Ron.