Disclaimer: Naruto não me pertence. Apenas a criatividade emregada neste trabalho.

N.A.: HELLOU PIPOU! Eu tenho esse projeto engavetado há alguns meses, no google drive. Aí ontem eu resolvi ouvir música e beber uma cerveja e não só continuei, mas como dividi em capítulos e terminei com um final que me agrada. Não é nada demais, eu vou colocar os próximos capítulos assim que eu medir um pouco a receptividade. Vou tocar os outros projetos que eu tenho em aberto também. Faz muito tempo que não escrevo. Espero que gostem!

Rating T por linguagem e cenas leves.


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Colcha de Retalhos

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Por Neko Sombria

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Capítulo 1: Delicada arte de venenos

- O que você gostaria de pedir? - Olhos verdes escanearam o menu rapidamente por trás das lentes dos óculos escuros antes de se voltar para a atendente que esperava sua resposta.

- Eu vou querer uma porção do seu yakisoba especial e uma cerveja preta por favor. - A atendente anotou seu pedido e antes de falar mais alguma coisa, adicionou - Traga junto da refeição, sim?

A atendente lhe sorriu e recolheu o menu da cliente, retirando-se da presença dela ao mesmo tempo.

Sorrindo consigo mesma, Sakura retirou os óculos escuros e observou o lugar a sua volta. Colocou seu acessório sobre a mesa e pegou a revista que havia comprado mais cedo de dentro de sua bolsa. Com o último periódico em medicina de Harvard em mãos, o Harvard Health Journal, a rosada escaneou a matéria da capa com atenção. O letreiro dizia algo nas linhas de uma planta do deserto neutralizar um veneno letal. Sakura riu de como a frase parecia estranha.

Começou a folhear a revista para as primeiras matérias e ficou compenetrada em um estudo sobre genética feito pela doutora Senju até o momento que sua comida foi trazida. Com um sorriso para a atendente, dispensou o copo para sua cerveja e limpou a abertura da garrafa com um guardanapo, tomando um longo gole em seguida.

O sabor doce da cerveja lhe deu uma boa abertura para provar seu prato, que vinha quente e bem temperado, talvez até demais para o seu paladar. Sentindo-se satisfeita com a combinação, pegou de volta a revista e pulou até as páginas da matéria principal sobre venenos.

A descrição complicada do processo de extração do sumo da planta até o delicado processo de mistura de compostos conhecidos para interagir com os componentes curativos estavam todos ali, tudo sumarizado de forma eficiente e sucinta. Sakura olhou as imagens do artigo e se sentiu feliz que nenhuma referência substancial, além do nome, aparecia no artigo. Apenas imagens do composto e da planta, nenhuma imagem sua por apenas fazer seu trabalho.

Não queria que as pessoas soubessem que havia salvado a vida do braço direito do Kazekage da Suna e reconhecessem seu rosto por isso. Já era o suficiente que a equipe do hospital soubesse. Não precisava que o resto do mundo reconhecesse algo que fez meramente para salvar uma vida, coisa que fazia todos os dias.

Tsunade e Shizune já estavam nos seus ouvidos o bastante por conta disso.

Trocando de matéria rapidamente, continuou na seção sobre genética enquanto comia sua comida. Após algum tempo, ouviu uma cadeira ser puxada ao seu lado enquanto ouvia a atendente dizer que traria o-que-quer-que-seja para a pessoa. Bufando irritada, mas sem tirar os olhos da revista por um segundo, apenas comentou:

- Não lembro de ter convidado ninguém a sentar-se comigo. Por favor, retire-se, eu não quero companhia.

Quando não obteve resposta, Sakura folheou a revista para continuar o artigo que estava lendo e tomou um gole de sua cerveja antes de perguntar:

- Não vai responder?

- Talvez, você vai ao menos olhar para mim enquanto fala?

Sakura piscou rapidamente ao reconhecer a voz. Fechou a revista de forma brusca e se deparou com o par de olhos negros lhe encarando. Com um sorriso de canto, tomou mais um gole da cerveja antes de replicar:

- Porque eu demonstraria esse tipo de respeito quando você não demonstrou o mínimo perguntando se poderia sentar? Mikoto-san ficaria horrorizada com seus modos, Ita-chan.

O moreno levantou charmosamente uma sobrancelha diante do apelido que seu primo lhe chamava antes de fechar os olhos e massagear a ponte de seu nariz.

- Nunca vou entender como você e Shisui se dão tão bem.

Sakura gargalhou baixo e permitiu que a atendente retirasse sua louça logo após deixar o pedido de Itachi. Quando fora questionada sobre algo mais, pediu um chá para acompanhar o moreno.

- Em que posso lhe ajudar, Itachi?

O moreno engoliu sua colherada de miso soup antes de responder:

- O que lhe faz pensar que vim aqui em sua procura?

Sakura tornou a rir.

- Não me venha a velha estória de casualmente esbarrar em mim num restaurante que fica completamente contra-mão da sua rota. Isso não funciona, Uchiha.

Itachi deu-lhe um sorriso de canto enquanto pegava mais uma dose da sopa para si. Ao retornar os olhos para a rosada, percebeu que ela se voltara para terminar a cerveja.

- Não acha muito cedo para uma bebida alcoólica?

Sakura revirou os olhos para o assunto. Óbvio que ele ia desconversar por enquanto. Resolveu segui-lo no assunto, ao responder:

- Muito cedo para sakê, entretanto, um ótimo horário para cerveja. Ainda mais quando ela casa muito bem com a minha refeição. E se levarmos em conta quem foi minha mentora, é de se espantar que eu realmente esteja bebendo algo diferente de álcool de arroz.

Itachi sorriu de canto para a rosada e tomou mais um pouco de sua sopa, observando a atendente trazer o chá da rosada. O líquido fumegante em nenhum momento fê-la recuar de seu intento de beber o conteúdo da xícara. E quando teve o primeiro contato com o mesmo, ela expressou seu contentamento com um gemido baixo de satisfação pelo gosto. Sakura era fascinante.

- Sakura, um amigo meu ficou sabendo de um possível estudo médico sobre um veneno neutralizado. E ficou muito impressionado com o nível de habilidade mostrado pelo médico responsável pelo antídoto.

Sakura sentiu seus ombros automaticamente tencionarem. Seu artigo foi publicado há menos de dois dias. Inclusive era por isso que comprara o periódico, para acompanhar a publicação. Não era de conhecimento público o rosto do autor do artigo. E o fato de que Itachi, entre todas as pessoas, ter vindo lhe procurar sabendo que ela estaria ali só poderia indicar que ela estava para ter uma conversa bastante desagradável.

- Nas palavras do meu amigo, é necessário um certo refino para lidar com a delicada arte dos venenos. Ele gostaria de ter uma palavra com você.

O parafraseado de Itachi chamou a atenção da Haruno imediatamente. Delicada arte dos venenos? Um rápido flashback se passou na sua mente de um período de tempo em que estudou fora e fizera um estudo voltado apenas para toxinas, que envolvia desde drogas sintéticas ou não a venenos de todas as modalidades. Um rosto bastante andrógeno e combinado a uma cabeleira ruiva passou por sua mente ao lembrar de seu parceiro de laboratório. Agora as coisas faziam sentido.

- Por acaso esse seu amigo não seria ruivo e conhecido como o Escorpião Vermelho, seria? - Sakura perguntou com um sorriso de canto sem virar os olhos para Itachi.

O Uchiha também sorriu e colocou o cartão do Akatsuna sobre a mesa, empurrando-o em direção da rosada.

- Aqui está o cartão dele. É só ligar. Ele estará esperando.

Itachi se levantou, pronto para sair, quando ouviu uma gargalhada da mais nova.

- Saindo a francesa, deixando a conta paga tanto a minha quanto a sua… Isso é tão Uchiha.

Itachi sorriu de canto.

- E você seria uma especialista no assunto, estou certo? Afinal, nada melhor que a experiência para falar sobre certos assuntos - Ele falou irônico. Uma risada curta perpassou a jovem.

- Ora, Sasuke me ensinou bem os trejeitos da família. Só não sei se a experiência de ser deixado no altar foi exatamente tudo aquilo o que ele esperava de mim… - Sakura deu uma risada seca, embora divertida diante da lembrança.

- Você soube como deixar um bela impressão aquele dia. Mas as fotos que deixou de lembrança certamente foram desnecessárias.

Sakura sorriu marota para ele.

- E ele continuar a me trair com a Karin, inclusive na data do casamento, foi necessário? Eu aposto que não.

Itachi levantou uma sobrancelha para a rosada.

- Você sabia.

- Sempre soube. Mas achei que ele iria parar quando estivéssemos prestes a casar. Quando percebi que não era o caso e que a despedida de solteiro terminou com Karin na cama dele, eu já tinha ajustado os planos para cancelar tudo de última hora. Consegui devolver cada centavo que sua família pagou em nossa festa. Pena que o dinheiro da cerimônia não consegui… Mas isso foi pago pelo Sasuke, então não acho que tenha sido de todo ruim. - Sakura deu uma curta gargalhada, olhando maliciosamente para o Uchiha.

Itachi a encarou por alguns segundos, admirado com as características da rosada. Era uma pena seu irmão ter perdido a garota e a melhor amiga para uma perda de tempo e espaço tão grande quanto Karin.

- Ligue-me Haruno, eu gostaria de sair com você para um café qualquer hora dessas. Certamente deve ser interessante tê-la por perto.

Sakura sorriu para ele antes que ele virasse novamente e falou:

- Eu não tenho seu número, Itachi.

- Se você olhar a agenda do seu celular, você vai descobrir que tem.

O moreno deu-lhe as costas e saiu do recinto, deixando a rosada com seu chá. Em nenhum momento ela checou seu celular. Ela não duvidava das palavras dele.

Continua...


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