Autor: Halkfield

Casal: SasuNaru; SaiNaru.

Gênero: Yaoi, Romance, Angst,Comédia?, BDSM – Sexo não consensual.

Pasión

- Prólogo -

-

I'm holding on your rope,

Got me ten feet off the ground

And I'm hearing what you say,

But I just can't make a sound

-

- Claro que não!

- Naruto! – a voz jovial ressoou por todo o lugar, ainda que estivesse um pouco alterada pela raiva que emanava dela. – Você não tem escolha. Nós é que decidimos as regras, vocês só obedecem. Por tanto, não adianta vim com nhenhenhen pra cima de mim.

Isso era ridículo! Para não dizer, idiota. E Naruto sabia perfeitamente aonde aquela conversa iria levá-lo. Suspirou longamente após alguns segundos em silêncio e em um gesto infantil, levantou o braço como se fosse pedir permissão a professora do primário para falar.

- E ao que isso nos leva?

- Bem. – a mulher sorriu, fazendo menção ao moreno sentado ao seu lado. – Sasuke sabe mais detalhes do plano. Seria bom se ambos conversassem. Além do mais, dada as circunstâncias, talvez esse seja o melhor... – ela revirou em sua mente uma palavra que se adequasse a situação. – Método.

- Mas isso não justifica o fato de que eu seja o mais prejudicado! – Naruto levantou-se da cadeira irritado.

Ele não iria contribuir para aquele plano sem cabimentos. Além do mais, não havia nada que comprovasse que aquilo iria funcionar, de qualquer forma. Não seria usado como cobaia daquela mulher insana, não mesmo! Que ótimo, Naruto pensou, quando queria uma missão em que fosse reconhecido, nunca lhe davam, e agora, oh sim, agora eles o faziam com o maior gosto. Teve que conter um grito em sua garganta.

- Tsk dobe, - um moreno de olhos negros, intervier com uma expressão séria, ainda que demonstrasse leves traços de divertimento. – Está reclamando de que? Pelo que eu sei, você sempre quis ser o centro atenções e agora que é, está fazendo uma desfeita dessas?

Naruto sorriu claramente irônico e respirando fundo, se permitiu um momento de reflexão. Se havia aprendido algo em sua vida era que ignorar alguém poderia ser muito mais efetivo do que tentar ir contra suas idéias.

- Mas Tsunade. – Naruto continuo como se não houvesse sequer ouvido uma palavra da boca do moreno. – Não entendo. Por que não manda ao Sasuke, já que, na maioria das vezes, é sempre ele quem tem a liderança?

- Não é questão de liderança ou não. – ela falou, em tom reprovatório, para logo depois apontar de forma quase ofensiva para o mencionado. – Olhe para ele. Sasuke é... bem... homem demais para que conseguir enganar alguém. Seria ridículo!

Naruto franziu o cenho, e olhou para o moreno a sua frente e teve ganas de rir. Logo depois sua expressão se tornou agressiva e seu cérebro pareceu dar voltas e voltas antes que aquelas palavras fizessem sentido.

- Está me chamando de afeminado?

Agora foi Sasuke que se conteve para não rir.

- Não! Não! – Tsunade se apressou a explicar. – É que você tem um corpo perfeito para o papel que queremos que represente. Olha. Eu sei que parece meio... Ããh... Constrangedor, mas, será apenas por duas ou três semanas. Vamos Naruto, você é o único que consegue atuar tão bem. Além do mais, sua característica e sua fisionomia são perfeitas.

Naruto teve que analisar alguns segundos, antes de assentir indignado. Tentaria convencer aqueles dois com algum trato que apaziguasse sua situação humilhante - e ele sabia que não seria fácil, - mas o que era fácil na vida de Uzumaki Naruto? E no momento que olhou para o moreno a sua frente Naruto teve certeza: sua vida seria um inferno a partir daquele momento.

...

Sasuke olhava para o que seria seu próprio reflexo no espelho, incrédulo. Havia sido incumbido da outra parte do plano, só não esperava que precisasse também atuar ativamente no caso. Olhou para seu companheiro. Bem, pelo menos seu orgulho se mantinha intacto.

- Que? – Naruto perguntou, rudemente, incomodo pelas insistentes miradas que seu companheiro lhe dava a cada dez segundos. – Gosta do que vê?

- Na verdade... – Sasuke começou, um sorriso brincando em seus lábios. – Apreciaria mais se estivesse sem essas roupas, mas, como não é o caso: sim.

Naruto corou, virando o rosto para um ponto qualquer da sala, suspirou novamente e se sentou em um dos bancos espalhados pela sala, o mais longe que conseguira de Sasuke.

Minutos depois a porta fora aberta e Tsunade passava afobava com seus olhos brilhantes de excitação. Olhou para os dois morenos a sua frente, em apreciação, analisando suas obras de arte com olhos clínicos, mas admirados. Havia feito um bom trabalho.

- Oh. – ela exclamou feliz. – Olhem só pra vocês. Perfeitos. E tudo, graças a mim.

- Graças a você? - Naruto pareceu indignado. – Estou arriscando meu pescoçinho nessa maldita missão e você ainda tem a cara de pau de dizer que foi tudo graças a você?

- Bem Naruto, pense pelo lado positivo... – começou, Sasuke, logo sendo interrompido pela voz estridente do loiro.

- Lado positivo? Que lado positivo? Porque, por mais que olhe por todos os ângulos, eu não consigo ver um lado positivo nisso tudo! – Naruto estava bufando.

- Não seja idiota Naruto, nem tudo gira ao seu redor. Olhe, eu também faço parte disso e você me vê reclamando, ãh? Acho que não.

- Então troca de lugar comigo! – a ira era evidente em sua voz. – Eu ainda posso sentir minhas pernas ardendo. Você sabe o que eles fizeram? Depilaram a minha perna! A cera quente!

Sasuke duvidou um momento, para logo então soltar uma gargalhada in-usual dele.

Naruto, por outro lado estava estupefato. Aquele maldito bastardo estava rindo dele, não tendo nenhuma consideração por sua atual situação. Manteve os olhos fechados aplicando uma das técnicas que aprendera com sua família, mantendo assim seu controle estável e o bem estar do moreno a sua frente. Suspirou pela terceira. Talvez já não fosse tão boa a idéia de aceitar aquela palhaçada, mas que escolha tinha? Tsunade era teimosa, Sasuke era um bastardo e sua vida era uma merda, mas enfim, ainda havia seu orgulho em jogo e isso era a única coisa que o fazia continuar ali.

- Muito bem. – Tsunade, vendo os rostos animadíssimos de seus agentes, tomou uma posição séria e, em seguida, começou a passar as informações que recebera. – Recebi informações importantes a respeito da escola Krun, uma escola interna conceituada por seu ensino tradicional e por seus excelentes professores. Mas, ao que tudo indica, alguém conseguiu se infiltrar nos computadores centrais da escola e roubar informações valiosas de lá. Aparentemente eles desconfiam que possa ter sido algum professor, porque além deles, ninguém mais tem acesso aos computadores livremente. Exceto pelos alunos, em dias de descanso, mas como isso é completamente descartável, essa possibilidade é inviável. Sasuke e Naruto. – ela anunciou, séria. – Vocês estão encarregados de descobrir quem é esta pessoa e o que está buscando.

Os dois assentiram.

- Sasuke. – ela virou-se para o moreno. – Você será o noivo do Naruto. Aliás: Naru. – o loiro fez uma cara de desagrado, que rapidamente foi substituída por uma de inconformado ao ver os olhares que lhe eram direcionados. – Naruto. Nada de palavrões, manias: isso não são modos de uma garota. – Tsunade espalmou a mão do moreno que estava atrás da nuca, exemplificando. – Nada de Sasuke-teme. Lembre-se que Sasuke é seu noivo e deve ser carinhosa com ele. Aliás, comesse a se acostumar com os termos femininos. Seria horrível se alguém ouvisse você falando "obrigado" "encantado"...

Sasuke olhou de soslaios para seu companheiro, compadecendo-se um pouco por sua condição.

- Sasuke! – ela anunciou. – Isso vale pra você também. Vocês terão cerca de uma semana para treinarem. Devem parecer um casal feliz, como todos os casais felizes, entenderam? – ambos assentiram, novamente. – Muito bem. Comecemos por um pequeno teste. Sasuke, ponha a mão sobre a da Naru, fazendo uma lve caricia. Lembrem-se que esta é uma escola extremamente tradicional, sendo assim, contatos muito íntimos são proibidos. Acho que vocês não terão problema quanto a isso. Vamos, comecem.

Sasuke levou a mão até a do loiro em um gesto automático, quase mecanicamente. Não havia lhe agradado em nada a idéia de ter que ser noivo do loiro e agora teria de ter contato, - ainda que pouco - intimo com ele. Ele era um agente altamente qualificado, não se supunha que teria de fazer estas coisas.

Suspirando em resignação o moreno, retirou a mão do outro, olhando inexpressivamente para Tsunade.

- Que tal?

Tsunade levou as mãos às têmporas, sentindo sua dor de cabeça almentar. Demônios! Aquilo ia ser mais complicado do que pensara. Sasuke mais parecia um robô matando mosquito!

Um único pensamente cruzou na mente de Tsunade naquele momento: aquilo não ia dar certo...

Continua...

N/A: Quaisquer dúvidas me digam, assim eu posso esclarecê-las no próximo capítulo. Õ.Ô... Hasta outro dia!