Isabella
Olhava mais uma vez a minha mãe na cama e tentava pensar em algo que fizesse a renda de casa aumentar, os custos dos remédios e tratamento da doença dela cresceram de uma forma que para a nossa família era trágica, eu e minha irmã mais nova cuidávamos do jardim da melhor forma possível para que as rosas ficassem lindas e eu pudesse vender, essa era a única forma de ter dinheiro, eu nunca pude ir a faculdade e hoje em dia alguém apenas formado do ensino médio não consegue emprego em lugar algum, a venda de flores não rendia muito dinheiro as dava para alimentar nos três e pagar mais uma parte do tratamento de minha mãe, ela tinha câncer e como demorou um pouco para ir ao medico e descobrir o que tinha, a doença já havia avançado um pouco, ela ainda poderia sobreviver e eu tinha esperança nisso, Com ela de cama eu tinha que cuidar de tudo, inclusive de Luísa, minha irmã mais nova, ela tinha seus 7 anos e me ajudava em tudo, eu via todas as noites ela chorar na beirada de sua cama enquanto orava para que nossa mãe fosse salva, eu tentava a ajudar e queria que ela entendesse que ficaria tudo bem, mas nem eu mesma sabia se ficaria tudo bem.
Levantei da pequena parte da cama de casal de minha mãe onde eu estava sentada velando seu sono, dei um delicado beijo na testa dela e sai do quarto indo até a cozinha pegar a já tão conhecida cesta de rosas que já estava completamente pronta em cima da mesa e fui para o Central Park, várias pessoas que trabalhavam próximo do meu habitual ponto de venda já me conheciam e sempre compravam as minhas rosas, mas nenhuma delas sabia o real motivo por eu estar ali, eles sempre viam a Isabella cheia de sorrisos que fingia sempre ser a pessoa mais feliz do mundo, quem me via de fora pensava que eu era uma pessoa completamente feliz e eu preferiria continuar assim, não queria a pena deles, queria apenas vender minhas rosas.
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Edward
Como todos os dias ela estava ali, toda sorridente como sempre, eu poderia ficar horas olhando pela janela, olhando para ela, desde que a empresa abriu uma nova franquia em frente ao central park e eu comecei a trabalhar ali eu a observava, todos os dias ela estava no mesmo lugar com a mesma cesta cheia de rosas vermelhas, com sorrisos destinados a qualquer um que chegasse próximo a ela, ficava lá até tarde da noite e sempre que eu a via indo embora percebia que sua cesta estava vazia, não sabia se ela fazia isso por gostar ou por necessidade, só sabia que eu queria conhece-la, queria saber mais sobre ela, depois de meses a observando pela janela parecia que se não a visse ali no seu lugar habitual o dia não faria sentido, já virava parte da minha rotina, era como se eu a conhecesse a minha vida toda, mas só sabia seu nome, todos da empresa a conheciam, alguns compravam as rosas dela todos os dias mas ninguém sabia me informar nada sobre ela.
Seu sorriso era capaz de iluminar todo o parque, seu cabelo castanho sempre preso em um rabo de cavalo ou em um coque, hoje estavam soltos, caindo livremente pelas suas costas, ela era linda, eu não cansava de admira-la, era como um vicio. Na hora do almoço resolvi ir até ela, enquanto chegava perto a ela percebi com mais facilidade do que do prédio suas feições, ela tinha um sorriso que chegava a ser meio infantil, mas seus traços e seu corpo mostravam que ela não era mais uma criança, seus olhos que quando cheguei mais perto percebi que eram de um castanho meio mel
– Olá Senhor, gostaria de uma rosa? – sua voz harmoniosa falou para mim e soou como musica para os meus ouvidos, mas percebi que seu sorriso não chegava aos seus lindos olhos, eu sabia ler as pessoas bem, seus olhos expressavam dor e sofrimento, fiquei tão instigado com o seu olhar que não consegui responder sua pergunta, apenas fiquei admirando ela, e tentando inutilmente de alguma forma descobrir o porquê de seus olhos demostrarem tanta tristeza - Senhor? – perguntou novamente e eu sai de meus devaneios
– Olá, desculpe, quando são?
– Dois dólares cada – falou olhando para a cesta e voltando para mim com aquele sorriso que de longe eu acreditava ser tão real
– Quero todas – falei tirando a carteira do meu bolso
– O que? – falou não acreditando, havia ainda varias flores, umas trinta eu diria
– Eu quero todas
– Senhor isso vai ficar muito caro – falou meio nervosa
– Edward, me chame de Edward – falei e ela assentiu sem falar nada – Quantas rosas ainda tem na cesta?
– Trinta e cinco – falou e eu fiz uma conta rápida e tirei uma nota de cem reais da carteira a entregando, sabia que ficaria mais barato que isso, porem uma de minhas perguntas meio que foi respondia pelo seu olhar, ela não fazia isso porque queria, fazia por necessidade
– Você realmente quer todas? – falou olhando para a nota e depois para mim
– Sim – disse calmamente
– Só um minuto – ela disse e se ajoelhou pegando uma fita no bolso de seu macacão e colocou em volta das flores fazendo um lindo buque e me entregou pegando a nota – Irei pegar seu troco
– Não é necessário – falei sorrindo e ela balançou a cabeça negativamente
– Você já me ajudou muito apenas comprando tudo, eu irei pegar seu troco
– Fique para você Isabella
– Como sabe meu nome?
– Todos sabem seu nome na minha empresa, eles comentam bastante sobre você – falei e ela abaixou os olhos corando de uma maneira tão linda que eu queria poder segurar seus rostos entre minhas mãos e ficar a observando pra sempre – Preciso voltar ao trabalho, te vejo amanhã
– Obrigada mais uma vez Senhor Edward, você não faz a mínima ideia do quanto me ajudou hoje
– Não foi nada, tenha um ótimo dia – falei e sai de perto dela sorrindo comigo mesmo, eu iria descobrir os mistérios por trás daquela garota, eu precisava descobrir.
Devo continuar a postar historia? comentem!
beijoss, gabi :*
