Capítulo 1

Eu entrei na sala no exato instante que minha avó, a matriarca da família, saía da cozinha. Tirou o avental, sendo seguida de perto pela minha mãe, e então pareceram me ver. Eu não tinha nem fechado a porta, ainda, e tentava ser silenciosa porque ninguém ficaria feliz com meu atraso.

- Você perdeu o almoço.- era minha avó, como sempre- E você cresceu.

Consegui manter meu rosto impassível, numa técnica praticada por mim desde que me conhecia por gente. E então dei de ombros, revirando os olhos, cansada das exigências, cansada de tudo.

- Desculpe. Pelo menos eu vim.

Elas entenderam, também, minha menção aos meus primos. Meus sete infernais primos. Os que agora cuidavam dos negócios da família e estavam espalhados pelo mundo, seguros, escondidos da guerra. Meus primos que, assim como minha mãe e seus irmãos, deixavam os filhos na casa da praia e vinham duas vezes por mês vê-los. Mas ninguém disse nada. Ninguém nunca dizia. E eu sempre ia, a cada domingo. Mesmo que chegasse atrasada, como hoje. Mesmo que estivesse ferida, como hoje.

Abracei as duas, minha mãe e minha avó, deixando os pensamentos absurdos para mais tarde. Acenei para minhas outras três tias sentadas com meus três em volta da mesa de poquer, e então me aproximei de meu avô. Sempre ele. Nem percebi como meu suspiro foi alto, por causa da dor que ainda sentia na cabeça, até ele falar:

- Você parece cansada.

- Exausta.

Podia falar com ele. Sempre podia, desde que era criança. Sempre havia sido Meadowes, muito mais que todos os outros. Sempre tinha sido igual a ele.

- Trabalho demais, perigo demais. E essa maldita guerra...- continuei, sem olhá-lo, torcendo para ele perceber que não queria falar muito mais do que aquilo.

As crianças estavam reunidas na sala ao lado, eu podia ouvi-las. Eram sete, meus sobrinhos. Filhos de meus dois primos mais velhos. Riam alto, enquanto jogavam bulita, eu imaginava. Fechei os olhos, a imagem da mesa de tampo de vidro arrastada para o lado, e as pestinhas sentadas sobre o tapete impecavelmente branco, sem sapatos, rolando bolinhas uma contra as outras. Uma brincadeira antiga, tão antiga quanto minha própria família, e ainda mantida viva. Continuei de olhos fechados por alguns instantes, para então abri-los e encarar os olhos incrivelmente verdes de meu avô. Um verde absurdamente parecido com o mar da Grécia, com o mar cujas ondas quebravam logo adiante... Um verde claro, mas que nos dias tempestuosos ficavam quase da cor do petróleo, e nos dias calmos se tornavam transparentes como o mar sem ondas.

- Quando o senhor me falava da guerra, quando eu tinha cinco anos, não costumava entender.

E eu desviei meus olhos. Olhos iguais ao dele. Incrivelmente iguais. Os dois muito impressionantes, na falta de uma característica mais concreta. E nossos olhos eram estranhamente destoantes, também. Opostos do azul elétrico do resto da família. Do azul quase violeta de todos os outros Meadowes.

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Eu sempre tinha odiado meu nome. Era a lembrança mais antiga que tinha, o eterno resmungo de "não diga Dorcas, diga Mead". Mead que meus primos idiotas começaram a pronunciar como Mad, "louca", o que me deixava vermelha de ódio. Mais ódio que vergonha, embora minha avó sempre resmungasse "não sinta vergonha de seu nome, Dorcas."

Eu tinha sobrevivido a oito primos homens, sendo a única mulher. Sobrevivera a dez anos de brincadeiras no tapete branco da sala sendo roubada em todos os jogos costumávamos brincar. Nas malditas bolitas. Sobrevivera a noites de chuva e escuras com meus primos inventando história de terror, apenas para depois rirem quando eu começava a chorar. Sobrevivera à tentativas falhas de magias deles, aos duelos que faziam quando conseguiam roubar as varinhas de meus avôs, aos jogos de quadribol em vassouras velhas, às explosões involuntárias de magia que ocorriam com uma freqüência absurda quando estávamos todos reunidos.

Sobrevivera a minha própria família que, durante anos e anos, tinham me mimado de todas as formas mais absurdas que existiam. Eu tinha sobrevivido a lições de piano, tão intensas e rígidas que conseguiram me doutrinar (e só agora isso era claro) – na postura, na delicadeza dos movimentos das mãos, no ouvido para a música, na delicadeza da voz. Não que eu me orgulhasse disso.

Uma família enorme. A avó e o vô, como eu costumava chamá-los. E as quatro filhas, incluindo aí minha mãe. Quatro mulheres que, por alguma razão estranha, haviam mantido nos filhos o mesmo sobrenome delas, "Meadowes", ignorando os sobrenomes dos maridos. Não que minha mãe tivesse precisado convencer alguém, uma vez que o marido tinha morrido antes mesmo de eu nascer. Por isso eu era a única filha única.

Eu estranhamente gostava de meu avô. Desde pequena fora ele que me consolava depois das histórias de terror, depois de ter os pedaços de bolo roubados pelos primos mais velhos, depois de todas as brincadeiras perdidas. E era ele que me ensinara cuidadosamente todas as lições para que eu chegasse onde cheguei hoje. Era ele que lia os livros osbre magia defensiva para mim e me contava detalhes de duelos que eu imaginava épicos.

Minha mãe e minhas tias eram distantes. Passavam a semana na cidade, deixando eu e meus primos sob os cuidados dos avôs, enquanto cuidavam dos negócios da família. Da empresa que fabricava poções em escala quase mundial. E os maridos sempre junto, sempre ajudando-as, sempre coordenando e fiscalizando.

Mas sobrevivi, principalmente, a minha avó. Sobrevivi às críticas diárias, aos panos com que ela batia em mim com força cada vez que eu chorava. Como se não gostasse de mim. Pelo menos foi assim que eu vi, até hoje. E então tinha a forma como ela dizia "postura, Dorcas", cada vez que eu sentava para tocar piano, e a forma como olhava desgostosa para meu estado depois de passar um dia na praia com meu avô e meus primos.

Eu cresci ouvindo meu avô contar suas histórias. Ele costumava me acordar, me levar para passear, me consolar quando tinha pesadelos de noite. Foi ele quem me ensinou a ler, me mostrando os imensos volumes negros de magia avançada defensiva, e só depois de formada me dei conta que saber ler em latim aos sete anos era precoce. Só hoje eu vejo que sempre fui precoce. Como hoje. Quando tenho vinte e nove anos e me sinto com cinquenta.

Por isso decidi que preciso ir vê-lo. Por isso decidi, mais uma vez, abrir mão de minha própria segurança, arriscar até mesmo a segurança dele. Era um ato extremamente estúpido. Os grifinórios viam algo de corajoso nisso, mas não eu. Nunca tinha havido coragem. Sempre fora estupidez, idiotice. E covardia, principalmente.

As vestes negras sem detalhe nenhum cobriram a calça jeans e o suéter verde escuro. As botas de fivelas me deixaram mais alta, mas nem por isso mais segura. E a maquiagem... a maquiagem era sempre uma forma de me disfarçar. De ter a certeza de que o que viam não era quem estava aqui. E essa sempre fora a forma mais estúpida de me proteger que eu havia achado.

Eu sabia dos riscos. Eu sabia de todos os perigos que estaria correndo e que faria ele correr. Mas não me importei. Não quando estava sozinha num domingo. Não quando não tinha mais para onde ir.

Peguei a chave do carro trouxa. Um hábito estúpido. Mais um deles. Poderia fazer uma lista, se tivesse tempo. Abri a porta da sede da Ordem da Fênix, e então saí para a rua.

Ainda era madrugada.

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- Bom dia, querida...

Eu nem me dei ao trabalho de fingir que ainda estava dormindo, naquele dia. O sol intenso depois de duas semanas de chuva tinha me acordado, como se eu pudesse sentir a energia dele. Como se a força com que ele queimava os grãos de areia da praia me chamasse. Meu avô me encontrou sentada na cama, os olhos muito abertas, olhando pela janela à minha esquerda.

- Um belo dia, não?

Eu concordei, animada, e ele abriu meu armário, tirou de lá um vestido rosa claro e me ajudou a vestí-lo, movimentos lentos e calmos.

- Vamos para a praia, depois do café da manhã. E de tarde sua avó quer lhe ensinar a fazer bolos de chocolate.

- Sem piano, então?- minha esperança diária, meu desejo infantil de que houvesse uma mudança na rotina.

- Após o piano, é claro.

- Odeio tocar piano.

Ele tinha terminado de dar um laço no vestido, e não respondeu enquanto me estendia uma escova de cabelo.

- Podemos ir ao meu escritório, de noite.

- Estudar magia?

Ele riu, da forma como os avôs riem, meio devagar, com uma melancolia infinita. Só agora eu percebia como aquela risada dele era triste. Eu gostava de olhar os livros com ele, de vê-lo usar a varinha mágica, porque ele sempre acabava contando alguma história de quando era jovem. De quando era auror.

Saímos do quarto logo depois, e quando chegamos na cozinha muito iluminada e arejada, meus primos já estavam todos tomando café da manhã.

- Bom dia, louca.- disse Charles, que tinha a minha idade.

- Cala a boca!- resmunguei, mas não fiquei brava.

Era culpa do sol. Não iria ficar brava por nada hoje. Não quando havia um lindo dia de sol para aproveitar na beira da praia.

- Quietos!- era a voz sempre energética de minha avó.

Meu avô me passou a torrada e o copo de iogurte, e fiquei em silêncio, saboreando o talento de minha avó na cozinha. Não que ela parecesse se orgulhar disso. Sempre agira como se fosse apenas obrigação.

- Vai levá-los até a praia?

- Todos que quiserem.

É claro que todos queriam. Era maravilhoso. Meus primos gostavam de cavar buracos, entrar no mar e tocar areia uns nos outros. Eu gostava de correr. Gostava de sentir o sol batendo em meu rosto e do vento contra meus cabelos. E do som das ondas quebrando lá longe. Do cheiro de sal que viciana meus pulmões e me deixava embriagada. Não que eu soubesse que era isso que eu sentia naquela época. Só percebi mais tarde.

A praia ser completamente deserta sempre ajudava. E de só precisarmos atravessar algumas dunas para chegar lá ajudavam meu fascínio pelo lugar. E eu nunca consegui explicar. Nunca consegui entender porque gostava tanto daquela mistura.

Saímos logo depois para a praia. Meu avô levava uma cadeira e um guarda sol, e meus primos as vassouras de brinquedo. Eu levava os brinquedos de praia, um baldinho, uma pá, que cavavam e se enxiam sozinhos. O sol brilhava forte, e o chapéu de palha que usava servia para proteger meus olhos claros. O mar ainda estava revolto. As ondas quebravam com tanta violência que parei por alguns instantes, impressionada e assustada, até ser chamada por Charles.

- Pirou de ver, Mad?

Eu continuei caminhando, o som ainda me impressionando, o som salgado do mar me fazendo esquecer de tudo o mais.

Naquela manhã fomos embora quando vovó apareceu na sacada do sótão, gritando para voltarmos que o almoço estava quase pronto. Meus primos protestaram. Eu mesma protestei. Fui chamada de louca mais três vezes, avancei contra Charles e depois de me separar dele, o vôzão pareceu concordar que já era hora de ir para casa.

Lavamos os pés, trocamos de roupa e fomos almoçar.

- Você não deveria brigar como homem com seus primos, Dorcas.

Revirei os olhos, porque odiava aquele nome. Com todas as minhas forças. Meus olhos se enxeram de lágrimas. Porque o fato de haver um motivo para eu ter brigado com Charles nunca parecia ocorrer a ela. Era sempre eu.

- E depois vista seu vestido branco, o novo, para a aula de piano.

- Claro, vó.

Meus primos começaram a rir alto, e minha avó olhou-os brava, para logo depois a mesa ficar em silêncio, também. E eu me peguie olhando a toalha muito branca. Uma das dezenas de toalhas brancas que minha avó insista em manter imaculadamente limpas utilizando uma das poções fantásticas que inventara e ainda insistia em fazer. E eu nunca entendi porque.

A aula de piano foi um tédio. Foi uma sucessão de erros e críticas de minha avó e da professora, uma mulher bruxa de uma cidade ali perto, que sempre levava o filho pequeno, dois ou três anos mais velho que eu, para que brincasse com meus primos enquanto me ensinava.

Fabian Prewett era um idiota. Todos os garotos pareciam idiotas, naquela época, por isso não percebia que eu implicava demais com ele. Além do que devia. A mãe dele era legal como mãe, ou devia ser, mas era uma professora rígida, e meu ódio pelo piano dificultou nossa relação.

- Os ombros, Srta. Meadowes.

Eu resmunguei enquanto posicionava os ombros corretamente, erguendo os cotovelos, deixando as costas ainda mais retas – embora já estivesse cansada e irritada.

- Agora, por favor, delicadeza. Pense no piano como seu bem mais precioso. Você não iria querer machucá-lo, ia?

Pensei em dizer que sim, mas não respondi nada. Apenas respirei fundo e voltei a tocar pela sétima vez a mesma música. Algum compositor trouxa que diziam ser fantástico. Grande coisa.

A melodia foi interrompida pelos gritos que vinham da varanda. No mínimo meus primos estavam brigando novamente por algum motivo idiota. Consegui não perder a melodia enquanto via a vó sair da sala para xingá-los.

E quando terminei – daquela vez apenas três ou quatro notas erradas – a Sra. Prewett aplaudiu, parecendo satisfeita.

- Foi ótimo, Srta. Meadowes. Viu como os ombros fazem diferença?

Concordei, tentando ser educada. Tentando deixar minha avó orgulhosa.

- Ficamos por aqui, hoje. Volto depois de amanhã, no mesmo horário.

Fui até a porta com ela, ver do que meus primos brincavam, e meu avô pareceu surgir do nada, para me acompanhar. Fabian acenou para mim, depois de acenar para meus primos, e acompanhou a mãe dele. E, naquele breve instante, eu senti todos os músculos de meu corpo se contraírem, enquanto os olhos muito negros dele sorriam para mim. E o sorriso dele... um sorriso bonito, que brilhava. Brilhava como o sol.

- Que fiasco, hoje, hein, Mad?

- Mead, por favor!- resmunguei para o Will, meu primo mais velho.

Ele riu, e então minha avó já está me chamando de novo, querendo me ensinar a fazer um bolo de chocolate. Observei triste meus primos continuarem a brincadeira enquanto eu tinha que cozinhar. Como se me importasse com isso, naquela época. Como se isso fosse salvar minha vida.

E enquanto eu mexia aquela massa escura com farinha e chocolate, a vó continuava mexendo em três caldeirões ao mesmo tempo, preparando mais uma de suas poções, experimentando ingredientes e sabores.

Tomei banho antes da janta, com a ajuda da avó, e cheguei na cozinha sentindo o cheiro da sopa que meu avô fazia uma vez por semana. Comi feliz, sem me importar com as piadas de meus primos. Com minha avó reclamando de minha postura. Até me diverti quando mu avô brincou de alcançar facas e pratos com magia, fazendo meus primos rirem enquanto os copos dançavam perto do luste. E então quando terminamos, acompanhei meu avô até seu escritório.

Ele pegou um livro negro imenso, linhas douradas na capa de couro, e sentou-se na imensa poltrona. Eu corri para me sentar em seu colo, e quando ele abriu o imenso livro, perdi o fôlego.

A meia hora seguinte, que para mim sempre parecia mais, muito mais, pela quantidade de coisas novas que descobria, passou muito rápido. E quando vovô fechou o livro e disse "hora de dormir", eu fechei os olhos e pedi:

- Conta de novo, vovô? De quando você era auror? E das poções? E de como você e vovó ficaram juntos?

- Mais uma vez, pequena?

Eu concordei, os olhos fechados.

- Naquele tempo, decidi naõ estudar em Hogwarts, e fui para Durmstang, bem mais perto daqui da Grécia...- contou ele- E sua avó estudava em Hogwarts.

Ele falava no mesmo tom de sempre, meio sussurrando a história para mim. A história que ele me contava no mínimo duas vezes por semana. A história pela qual eu era fascinada.

- Sua avó tinha puxado à família. Era uma incrível preparadora de poções. A melhor, pelo que diziam. E eu queria entrar para o curso de aurores, mas minhas poções eram um verdadeiro fracasso. Por isso, fui para Hogwarts no último ano. E implorei para sua avó me ajudar.

"Não sei direito como aconteceu, mas quando o ano acabou, nós dois estávamos noivos, eu tinha entrado para o curso de auror e ela tinha assumido o controle da pequena empresa de poções da família dela."

- E então?

- Nos casamos. Logo que terminei o curso de aurores. E menos de um mês depois convenci sua avó a investir pesado na empresa, e desde lá tudo cresceu muito. E então quando sua avó engravidou de sua mãe, precisei largar os aurores e assumir a empresa.

- Que sem graça.

O vô riu, mesmo que eu sempre fizesse o mesmo comentário na mesma parte da história.

- Mas você não contou o mais legal- continuei- Não contou dos duelos. De todos os carinhas do mal que você derrotou.

- E nem vou contar, mocinha. Você já sabe as histórias demais. E vai acabar mais parecida comigo do que com sua avó.

- E daí, algum problema com isso?

- Ela não ficaria muito feliz, você sabe.

- Mas ela gosta de você.

A lógica idiota das crianças. Ser parecida com o vô porque vovó gostava do vô. Ele riu, parecendo feliz.

- Você me surpreende, pequena.

- Qual era o nome, mesmo?- eu quis saber, porque queria que ele repetisse. Sempre queria.

- Que nome?

- Do feitiço que você usou. No primeiro duelo.

- Expecto Patronum.- respondeu o vô, e eu repeti as palavras cuidadosamente enquanto ele continuava- E não foi um duelo. Fui atacado por dementadores.

- E você gritou?

- Não! Ninguém grita. Nem de medo. Nem para dizer os feitiços.

- Como assim?

- Aprendemos a fazer magia sem falar em voz alta, é isso. Para nos dar vantagem no duelo.

- Uau! E o que aconteceu? – ele nunca tinha me falado que não falava feitiços em voz alta, sempre tinha imaginado todos gritando alucinados, e isso me deixou assombrada.

- Está tarde, pequena.

- Mas vovô...

- Não tente ser mais adulta do que é, pequena.- ele sempre dizia isso, noite após noite, mas nunca tinha feito sentido para mim. Não até agora.

- Quero ser aurora, também.

- Conversaremos sobre isso mais tarde. Está na hora de dormir.

- Você nem contou de como escapou dos dementados.

- Conto amanhã, se você se comportar. Se você não resolver roubar novamente a varinha de sua avó para assustar seus primos. Isso não se faz, Dorcas.

- É Mead, vovô.- mas eu estava rindo, porque adorava assustar eles, porque sabia que tinha mais magia do que eles.

- Desculpe, Mead.

E então ele estava me colocando em minha cama, vestido a camisola e me cobrindo. Eu tinha adormecido antes mesmo dele apagar a luz. Sonhando mais uma vez com batalhas, com duelos, com uma vida parecida com a do vovô.

Eu tinha cinco anos, na época. E de uma forma estranha eu já sabia como seria meu futuro. Embora não entendesse direito.

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Bom, fazia séculos que não escrevia nem postava nada de HP, mas esses dias quando estava relendo os livros me dei conta de que dificilmente o pessoal da ordem seriam todos colegas em Hogwarts, como na maioria das fics, por isso resolvi fazer essa meio diferente. E bom... tive que colocar a Dorcas, porque, afinal, além da Lily e do James, ela foi a única morta pessoalmente por Lord Voldemort... E eu sempre imaginei o que ela tinha feito para "merecer essa honra".

Deixem uma review, façam uma autora feliz!!

Gaby