Doía. A pequena criança respirava com dificuldade e lágrimas desciam silenciosas por sua face. Doía. A agulha marcava o pequeno braço salpicado por sardas. Doía. Ele abria lentamente os olhos castanhos tão parecidos com os seus e mesmo sofrendo, Hugo simplesmente sorria.

A porta do quarto abriu e Viktor entrou com um dragão de pelúcia nos braços, seu semblante carregado suavizou ao encontrar o afilhado acordado.

- Olá Hermione, olá garotão. Entregou o brinquedo para o menino. - A Anna quer conversar contigo, eu fico com Hugo.

- Obrigada, eu já volto. Beijou a testa do filho e saiu.

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- Como sabe Hermione, seu filho sofre de Leucemia Linfoide Aguda e nas últimas semanas ele parou de responder ao tratamento. Informou Dra. Anna Krum, esposa de Viktor. - Não podemos mais evitar, você precisa procurar o pai de Hugo, ele é o mais provável dos doadores.

Hermione Granger fechou os olhos e as lágrimas não demoraram a descer, sentia uma angustia tão profunda em seu coração, era tão difícil enfrentar mais esse desafio.

- Você e Viktor vão cuidar bem do meu bebê? Indagou enquanto secava as lágrimas. - Sabe que não confiaria em mais ninguém.

- Meu afilhado será extremamente bem cuidado e muito amado, vá em paz Hermione e se necessário arraste aquele Weasley imbecil pelos cabelos. Anna levantou-se e abraçou a amiga, era uma mulher muito bonita de longos cabelos loiros e olhos verdes.

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O abraçou delicadamente, seu filho parecia tão frágil, apesar da força que sabia existir dentro do menino de sete anos.

- Então você vai buscar meu pai?

- Sim, e só volto com ele. Respondeu firme. - Ele vai salvar sua vida, meu bebê.

- Já sou grandinho, mamãe. Hugo revirou os olhos. - Tente não matar o papai, ainda preciso de um doador.

Ela riu suavemente. - Vou me esforçar, eu te amo.

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Em doze horas resolveu todas as burocracias necessárias e ativou a chave de portal para o Ministério Britânico, tremeu ao pisar em sua terra natal e foi preciso alguns minutos para emoção deixar seus olhos. Cobriu o rosto com um capuz de veludo e caminhou rapidamente entre os bruxos, tinha apenas um destino e precisava chegar nele com urgência.

Ao avistar a fachada da loja, suas mãos tremiam tanto que precisou de muitos minutos para se acalmar, relembrou tudo que precisou reconstruir dentro de si para voltar a viver. Dra. Irina ficaria orgulhosa dela. Entrou na Gemialidades Weasley e foi direto ao balcão, um homem alto e ruivo de apenas uma orelha ria de alguma piada quando seus olhos encontraram os castanhos de Granger.

- Puta que pariu, é você mesmo Hermione?!

- George. Sorriu tensa. - Eu preciso conversar com Fred, é vida ou morte.


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