(As personagens de Card Captors Sakura não são de minha autoria, apenas a nova adversária de Sakura e seu guardião sim.)

Na cozinha, Fujitaka e Touya preparavam o café da manhã. Sakura desceu e deu bom dia a todos, inclusive à sua mãe. Touya como sempre começou a chamá-la de "monstrenga", deixando Sakura furiosa. Fujitaka, acalmando os ânimos, disse que estava ansioso para ir assistir à peça de teatro de sua filha.

_ Outro teatro? – perguntou Touya, desviando a atenção de seu café da manhã – Continuo com a idéia de que se uma monstrenga participa de uma peça de teatro, tudo vai ser um perfeito desastre.

_ Touya! – se enfureceu a garota – Pai, fala para o Touya parar de me chamar de monstrenga!

Fujitaka chamou a atenção de Touya, mas parecia preocupado com algo enquanto assistia televisão.

_ O que houve? – perguntou Touya, curioso.

Todos passaram a prestar atenção em uma reportagem da emissora de televisão: "...A polícia ainda não tem pistas do que causou semelhante acidente e procuram pelo culpado."

_ Uma explosão que atingiu alguns civis em Tomoeda. – explicou Fujitaka ao final da reportagem.

_ Onde exatamente? – perguntou Sakura.

_ No parque de diversões.

_ Oh! – Sakura assustou-se – Muitos feridos?

_ Ninguém se feriu, mas a polícia não sabe ainda o que causou a explosão...

A garota novamente prestou atenção à televisão, desta vez entrevistando uma jovem de longos cabelos negros e olhos castanhos:

_ E então, srta., como está sua estadia na cidade de Tomoeda?

_ Estou adorando esta cidade. Recomendo-a para todos aqueles que procuram paz e tranqüilidade num mundo onde existe tanta pressa e inimizades. – a garota sorria enquanto era filmada – Bom, com licença... Preciso voltar a meus afazeres.

Ela foi se afastando após outro amável sorriso e o repórter falou – E estas foram as palavras de uma das mulheres mais jovens e ricas do mundo..."

_ Eu tive um pressentimento ontem mesmo... – Kero comentou depois de Sakura explicar-lhe o acontecido no parque – Mas eu não senti nenhuma presença maligna. Além do mais, não temos certeza se esta explosão foi causada por uma Carta...

_ Eu sei, mas... sinto que alguém me chama... – disse Sakura, sentando-se na beira de sua cama e apoiando a cabeça nas mãos – O que devo fazer, Kero?

_ Só há uma maneira de sabermos mais sobre tudo isso. Vá ao parque.

_ Está bem. – Sakura concordou – Mas quando?

_ Quando ocorreu a explosão?

_ Por volta das 18:00hs, eu acho...

_ Pois então esteja neste parque às 18:00hs.

_ Sakura, espero que me deixe filmá-la no parque e que use uma das roupas criadas por mim. – disse Tomoyo ao saber dos intentos da amiga.

_ Ai, ai, ai, Tomoyo... – Sakura ficou sem graça.

_ Quando me contou ao telefone sobre o que Kero tinha lhe dito, decidi trazer algumas de minhas criações. Vamos, Sakura... Experimente. – Tomoyo pediu, tirando uma peça de roupa de uma mochila e estendendo-a a Sakura.

Após poucos minutos, Sakura se apresentou à frente da amiga com uma de suas criações: um vestido bege com saia de comprimento até o joelho, levemente rodada; usava sapatinhos pretos e um lindo colar. Sakura ficou vermelha ao se mirar no espelho e mais ainda quando percebeu que Tomoyo já a estava filmando.

_ Sakura, já é tarde. Vamos indo? – perguntou Tomoyo, olhando o relógio de Sakura.

As duas saíram do quarto de Sakura e se despediram de Fujitaka e Touya.

Touya mirou sua irmã com incredulidade, vendo-a trajar uma das criações de Tomoyo, mas nada comentou.

_ Não demorem muito e tomem cuidado... – sugeriu Fujitaka, pensando que as duas amigas iriam à casa de Tomoyo.

_ Sim. – responderam as duas amigas e saíram da casa. Um carro as esperava do lado de fora. Uma mulher que trabalhava para a mãe de Tomoyo abriu-lhes a porta do veículo e fez um gesto para que elas entrassem.

Ao chegarem ao parque semidestruído e vazio não encontraram nada de estranho. No entanto Sakura ficou desinquieta, olhando ao redor.

De repente, Sakura viu algo se aproximar velozmente: uma enorme pedra pontiaguda. Mas alguém tirou as meninas da frente do objeto. Sakura e Tomoyo se viraram para ver quem era o autor do feitio e se depararam com Shaoran e Meilin Li.

_ Shaoran! Meilin! Quando chegaram a Tomoeda? – Tomoyo lhes perguntou.

_ Viemos visitar vocês e senti uma presença estranha... Eu estava checando os arredores e acabamos nos encontrando. – Shaoran explicou.

_ De onde veio aquela pedra? – Tomoyo perguntou.

_ Eu não sei. Até parece que surgiu no nada. – Sakura respondeu.

Todo o local ficou em completo silêncio até que Sakura pegou sua chave mágica e recitou as palavras apropriadas – Chave que guarda o poder da minha estrela. Mostre seus verdadeiros poderes sobre nós e ofereça-os a valente Sakura que aceitou essa missão. Liberte-se!

Mal acabara de falar, outra pedra veio em sua direção. Sakura, que trouxera suas cartas, pegou uma delas e chamou-a – Força!

A carta Força apareceu e despedaçou a pedra, voltando à forma de carta em seguida.

_ Muito bem, Sakura... – murmurou uma voz feminina ao longe.

_ Ahn? Quem é? – Shaoran perguntou.

_ Eu... reconheço esta... voz... – Sakura comentou.

_ É claro que conhece. – retornou a estranha voz. Uma mulher de cabelos negros e olhos castanhos, trajando um quimono vermelho, vinha caminhando sem pressa para perto de Sakura, olhando-a fixamente e a seus amigos.

_ Sim! Você é aquela moça que apareceu na televisão hoje de manhã... Mas como sabe meu nome e o que faz aqui?

_ Como não conheceria a nova dona das cartas Clow? – perguntou a mulher – Permita que me apresente. – disse ela, vendo a confusão de todos. Um tênue brilho começou a envolvê-la, fazendo-a desaparecer na luz por alguns segundos, reaparecendo totalmente diferente após isso: uma moça de longos cabelos branco-gelo e olhos azuis, trajando um longo vestido branco de saia cujo comprimento atingia os pés, com uma fina pulseira dourada no braço esquerdo – Sou Nerina Reed e estive esperando por vocês.

_ Reed? – Shaoran surpreendeu-se.

_ Esperando porquê? – Tomoyo questionou-a, esquecida de filmar qualquer coisa.

_ Imagino que Kerberos deva ter lhes avisado sobre a verdade da explosão neste parque ontem, não? – Nerina sorriu.

_ Sim... –Sakura murmurou – Mas o que tem... Ah! Você causou a explosão?

_ É claro, garota. Kerberos sabia que este momento chegaria, mas não sabia o que a esperava. Quando você explicou a ele sobre a explosão, seu defensor deve ter percebido a verdade imediatamente.

_ Que verdade? – Meilin perguntou.

Nerina não respondeu e passos foram ouvidos. Todos ficaram em silêncio. Um homem de cabelos loiros e curtos, andando a passos lentos, se aproximava. Ele não deu a menor atenção aos garotos, fixando seu olhar inexpressível em Nerina.

_ Finalmente chegou... – Sakura ouviu Nerina murmurar ao recém chegado.

_ Perdoe a demora, srta. – respondeu ele.

Nerina voltou sua atenção a Sakura – Sei que não estão entendendo bem... Mas logo saberão a verdade, aguardem. – ela esticou seu braço esquerdo à frente do próprio corpo e disse com voz firme – Ordeno que todo o poder antigo das trevas seja libertado. Em nome da descendente de Clow Reed!

Sua pulseira passou a brilhar fortemente, transformando-se em uma chave, que começou a flutuar a frente da estranha garota – Chave que guarda o poder das trevas. Mostre seus verdadeiros poderes sobre nós e ofereça-os a valente Nerina que aceitou essa missão. Liberte-se!

Com estas palavras, a chave transformou-se num báculo de cabo negro comprido e na extremidade superior uma esfera dourada toda detalhada em prateado.

_ Você disse que é Nerina Reed? – Shaoran perguntou.

_ Isso mesmo. – Nerina respondeu calmamente.

_ Reed não é sobrenome apenas do mago Clow? – Tomoyo perguntou, confusa.

_ A ele e sua família. – Nerina respondeu, virando-se ao homem que há pouco chegara - Volte a sua forma natural. Earthquak!

Um par de enormes asas brancas envolveram o homem, metamorfoseando-o em um homem de aparentes 25 anos, estatura alta, cabelos azul-escuro comprido e levemente repicado, com uma rala franja; vestia uma túnica azul-marinho, com detalhes em dourado na gola, além de sapatos e comprida capa negros.

_ Afinal, quem são vocês? – Sakura perguntou.

_ E porque utiliza o sobrenome do mago Clow? – Shaoran perguntou por sua vez.

_ Este é meu guardião. Não importa agora quem sou realmente... O que importa é que estou aqui para um teste, Sakura.

_ Teste? Que teste?

_ O seu teste. Earthquak!

O "anjo" armou suas asas e levantou vôo após as palavras de sua mestra.

_ Por que está fazendo isso, Nerina? – Sakura perguntou, jogando seu báculo no chão em seguida – Eu não quero lutar sem necessidade.

_ Não? – Nerina sorriu ironicamente – Não tem problema. Eu lhe arrumarei um bom motivo. – ela apontou seu báculo na direção de Shaoran, Meilin e Tomoyo e uma esfera azulada foi contra eles.

Shaoran e Meilin conseguiram escapar, jogando-se para o lado. Mas a esfera englobou Tomoyo, que começou a flutuar a um metro do chão. Apesar disso, ela continuou consciente e falou algo, mas a esfera não deixava sua voz escapar, então Tomoyo decidiu apenas filmar as aventuras de sua grande amiga, sem medo de nada.

Sakura gritou por ela. Nerina sorriu maldosamente e disse – Nada acontecerá com ela se você conseguir derrotar meu guardião. Do contrário, poderá dizer adeus à sua amiguinha.

_ Como pôde fazer isso? – Shaoran gritou, aproximando-se com sua espada em punho.

Nerina não lhe deu atenção e Shaoran desferiu contra ela um golpe de espada. No entanto, ele foi lançado para longe ao aproximar-se mais. Duas outras esferas saíram do báculo de Nerina e foram contra Shaoran e Meilin. Os dois esforçaram-se para escapar, mas em vão: as esferas conseguiram aprisioná-los e passaram a flutuar ao lado da esfera onde Tomoyo estava.

Sakura falou consigo mesma – Se eu não fizer nada, Li, Meilin e Tomoyo sofrerão as conseqüências... O que posso fazer? Ai, ai, ai...!

O guardião de Nerina a olhou – Só resta uma coisa a fazer. Enfrentar-me.

_ Mas eu não quero!

_ Não há outra opção!

Ele esticou suas mãos em direção de Sakura e algumas pedras levantaram-se do chão, indo contra a menina, que fechou os olhos. Mas todas as pedras se despedaçaram e desapareceram antes de tocarem Sakura. Ela olhou assustada para o lado e viu Kerberos, em sua forma de guardião do lacre, e Yue se aproximando pelo ar rapidamente.

_ Tudo bem, Sakura? – Kerberos perguntou, preocupado.

_ Sim. Mas não com eles. – respondeu Sakura, apontando para seus amigos.

Yue e Kerberos viram Tomoyo, Meilin e Shaoran aprisionados nas esferas, mas no momento em que viram Nerina, se aproximaram dela. Para grande surpresa de Sakura, ambos fizeram uma reverência ante Nerina.

_ Kero! Yue! – chamou Sakura, surpresa.

_ Imaginava quando tornaria a vê-los. – Nerina murmurou, sorrindo.

_ Há quanto tempo... – Kerberos murmurou, parecendo emocionado.

Sakura ficou com cara de boba e se aproximou de seus amigos e guardiões. O guardião de Nerina não a impediu, voando próximo a sua protegida.

_ Afinal, quem é ela? – Sakura quis saber.

_ Sakura... Ela é Nerina Reed. – Yue apresentou.

_ Sim, isso eu sei, mas... Porque ela usa o mesmo sobrenome do mago Clow? – murmurou Sakura.

_ Porque ela é de sua família. – respondeu Kerberos.

_ Eu sou filha do mago Clow... – Nerina falou docemente.