Título:Stars
Categoria: [Projeto Relâmpago] You can't spell revolution without love; Tema: "happiness is only real when shared" ― Jon Krakauer; Canon; Valjean POV; Slash M/M; Character death; Angst.
Advertências: Character death, spoilers do filme.
Resumo: Jean/Javert. Vê-la assim era tudo o que sempre quis. Nunca pensou em sua felicidade, mas achava que quando Cosette fosse feliz, ele também seria, agora percebia que tinha alguém faltando.

N.A: Escrita para um projeto de Les Mis num fórum que participo.
N.A2: Olá. Minha primeira Valvert. *.* Sejam gentis Espero que gostem!

Stars

Toda sua vida Jean havia se esforçado para fazer sua filha feliz, ele devia a Fantine, que lhe confiara tão preciosa tarefa, ele devia a própria Cosette, que lhe dera sua confiança tão completamente.

Só que seu passado o perseguia com insistência ferrenha, lembrando-o que não merecia aquela felicidade toda. E ele tomava a forma de Javert. O homem não desistia. Podia apreciar sua perseverança e, de alguma forma, ela era reconfortante, fazia-o sentir que sua jornada não era tão solitária, principalmente antes de Cosette.

E fora justamente quando ia se entregar a justiça que a garota aparecera. Naquela época ela era um raio de sol para a escuridão de sua vida, entretanto, ele falhara em perceber que já era iluminado por discretas estrelas que o perseguiam por onde fosse e assim se dedicara por completo a garotinha e em fazê-la feliz.

E agora lá estava ela, casada e feliz, com um rapaz bom que também era como um filho para ele. Vê-la assim era tudo o que sempre quis. Nunca pensou em sua felicidade, mas achava que quando Cosette fosse feliz, ele também seria, agora percebia que tinha alguém faltando.

Talvez pudesse ir até o fim de sua vida se enganando, espelhando a felicidade do casal como se fosse sua, mas a dolorosa verdade era que isso era só deles, precisava encontrar uma para si e ninguém é feliz sozinho, não de verdade. O ser humano foi feito para viver junto, ele já passara muitos anos em solidão para ver a verdade nessas palavras, ou talvez não, talvez só agora –talvez esse vazio de agora- soubesse o que era a verdadeira solidão, pois, mesmo antes, na prisão, e depois, em fuga, tinha o olhar de Javert sobre si, sempre a sua eterna procura.

Não tinha mais nem isso. Sentia que o outro não estava mais ali, entre os vivos, e, que se o via ainda, era do céu, literalmente o iluminando como as estrelas. Isso o confortava um pouco de vez em quando, enquanto esperava por sua morte.

Porque, mesmo que não pudesse mais ter uma felicidade verdadeira, podia ter pelo menos a tristeza.

The end.