A Lembrança da Flor - Rurouni Kenshin Fanfic

por Tomoe Ayanami (rei_tomoe_himura@hotmail.com)

Podem pular esta parte...:

Nihao! ^-^' Como estão vocês? (=P) Bom, eu resolvi fazer um fic de RK porque... ahn... além de eu tá afim (normal u.u") eu tive um sonho (=P ) e esse sonho me inspirou (Uau! =P~)... além dessa musiquinha meiga que tá tocando aqui agora deixar o clima perfeito pra escrever... ^-~# (Her Most Beatiful Smile - RK) Ah, e essa outra também... (Sound Of Snow Falling - RK) T.T Ahh como isso é triste...! Eu chorei no OVA (em todos, por acaso... u.u" Que vergonhoso)! Admitoo! Snif...

Ah, seguinte: Eu sou MUITO "puxa-saco" da Tomoe (Tomoe-sama #D!), eu adoro ela... =P~ E acho que vai dar pra perceber isso no fic... Peço desculpas àqueles fãs da Kaoru (Ei! Não obstante! Eu gosto da Kaoru-dono também! koff koff E eu também não cozinho muito bem... sei como ela se sente... =P) que simplesmente não gostam da Tomoe (não me perguntem porque, pois a Tomoe é perfeita! _), mas eles não sabem o que estão perdendo! XP Bom, tudo o que eu espero é que vocês não tenham perdido totalmente a vontade de ler meu fic por causa desses meus comentários... u.u"

Obs: Erros de ortografia, acentuação e similares ocorrerão com uma freqüência espantosa...(Férias da escola dá nisso... neurônios mal-acostumados... não posso evitar!)

Ahn... de onde eu tirei a inspiração? Ah, nem te conto... =P

Além do meu sonho, andei lendo muitos fics por aí... dois deles, particularmente me motivaram ainda mais a escrever... "Gotas de um Passado em Sangue" por Mica-chan (mica@Aoshi-sama.zzn.com) que (apesar do fic ser curtinho... uma pena, eu adorei!) por acaso escreve MUITO bem... muito mesmo! Além de vários outros fics bons aki ó:   Ah! Também tem um fanfic óóótimo de Ranma ½ lá! A tradução para o português do fic de Rurouni Kenshin pode ser encontrada no site:  (junto com muitas outras coisas legais, além de links pra sites MUITO bons! Ara ara... Acho que me alonguei muito aqui, ne?

^-^"

Tá, tá... sério, parei... agora leiam, por favoor... isso vai me deixar tãããooo feliiiiz... =^-^'= (qualquer erro que vocês possam encontrar, por favor, me avisem! Obrigada.)

Todos os personagens, direitos, etc de Rurouni Kenshin pertencem a Nobuhiro Watsuki, Shuiesha, Sony Music Entertainment, etc... Direitos reservados., blá, blá, blá... Os personagens foram usados neste fic sem a permissão do autor.

************* Descrição ******************

"Falando"

'Pensando'

_ Flashback _

[Eventuais intromissões minhas]

Esta história se passa depois do final da série de anime... é, eu acho que é mais ou menos isso... =P Até porque, se não me engano, o anime não tem um final... assim... marcante, né? ^-^v

Crawling in my skin...

These wounds, they will not heal.

Discomfort, endlessly has pulled itself upon me.

To find myself again my walls are closing in.

There's something inside me that pulls beneath the surface.

This lack of self control I fear is never ending.

Fear is how I fall, confusing what is real.

Against my will I stand beside my own reflection.

A Lembrança da Flor

[Capítulo 1 - A Brisa]

Era uma manhã de outono particularmente calma. Não havia muitas pessoas andando pelas ruas, talvez por causa do tempo... Uma suave garoa caía, ora mais forte, ora mais fraca... sendo levada pela brisa. O céu era de um azul pálido, profundo, fazendo com que aquela manhã em especial tivesse uma tonalidade quase sombria. Enquanto o sol brincava, escondendo-se e, em seguida, reaparecendo entre as nuvens esparsas, dois amigos caminhavam por uma pequena estrada, próxima a um bosque.

"Ei, Kenshin, o que houve? Parece que você mal sabe aonde vai! Você anda muito distraído ultimamente." Sanosuke quebrou o silêncio quase absoluto que havia no lugar.

"Oro? Ah, gomen ne, Sano... Sessha não sabe ao certo, mas certas lembranças têm voltado muitas vezes à minha mente..." Disse o homem ruivo.

"Hm, sei... Mas tenta ficar mais atento! Se não, é bem capaz de você atropelar uma árvore..." Sano esboçou um sorriso e deu um tapinha nas costas do amigo. 'Deve ser muito difícil pra ele...'

"Aa... Arigatou." E Kenshin sorriu. "Melhor nos apressarmos... Kaoru-dono não vai gostar se demorarmos pra voltar..."

"Claro que não vai..." Com essas palavras, Sano fez uma careta. 'No mínimo ela vai gritar tanto conosco que vamos ficar surdos por um bom tempo...'

Viraram os rostos para o caminho à frente e seguiram em silêncio. Sano estava preocupado com a situação de Kenshin... Ele, que normalmente era atento e possuía reflexos rápidos para tudo, estava retraído, parecia perdido em pensamentos o tempo todo.

'O que será que tá acontecendo? Eu sei que ele não pode fugir ou esquecer o passado... mas isso já tá me deixando preocupado...'

E a brisa balançava suavemente as folhas das árvores...

Kaoru e Yahiko estavam no dojo treinando. Dia comum, rotina de treinos. Tudo absolutamente normal.

"Yahiko! Segura direito isso! Eu já te disse que não é assim!"

"Então pára de gritar e diz como é!"

"Olha como eu seguro e faz igual! Não pode ser tão difícil!" 'Ah esse garoto não presta nenhuma atenção no que eu digo...' "Pronto, vamos tentar de novo. Ataque!"

E a sucessão de golpes continuou. A cada erro, Kaoru fazia Yahiko voltar ao começo. Assim, depois de um tempo, Kaoru percebeu que Kenshin ainda não tinha voltado. 'Mas... ele não deveria demorar tanto... ou sou eu que estou com pressa? Mas é o Kenshin, ele deve estar bem..'

Os pensamentos da garota foram interrompidos por uma distinta sensação. 'Doooor...'

"Kaoru! Gomen! Eu não queria acertar a sua cabeça... " Yahiko se abaixou pra ver se sua mestra estava bem.

"Aaaiie! Yahiko! Toma mais cuidado!" Disse ela, enquanto passava a mão na testa.

"Cuidado? Você que não tava prestando atenção!"

"O quê? Eu só... você não acha que o Kenshin tá demorando?" Kaoru se levantou e respirou fundo, a mão ainda na testa, ainda inchada.

"Hmm... deve ter encontrado umas garotas bonitas e tá lá com elas..." Formou-se o conhecido sorriso sarcástico no rosto do garoto.

"Nani?! O Kenshin NUNCA faria isso!"

"Ah, se as garotas forem bonitas mesmo eu não sei não... deve ser duro pra ele agüentar uma feiosa como você o dia todo! Ele precisa de uma folga, algo pra relaxar..."  Obviamente, Yahiko se preparou pra correr.

"Ora seu...!!" Kaoru saiu correndo e gritando atrás do menino. "Vem cá, garoto! Vai apanhar!" 'Ele não faria isso... faria? Não!'

"Tenta me alcançar, feiosa! Com tudo aquilo que você come você nunca vai conseguir! Tá muito pesada!" Com isso, Yahiko acelerou e virou à direita, sumindo da vista da garota. Em poucos instantes ele estava em cima do telhado, olhando para uma Kaoru enfurecida que procurava por ele.

"Apareça garoto! Vamos! Lute como um homem!" Quando Kaoru estava dobrando à esquerda do dojo, ainda correndo, esbarrou numa mulher. As duas caíram no chão.

"Kaoru! O que você está fazendo? Não olha mais por onde anda?" Megumi realmente não estava das mais cordiais, nem Kaoru...

"Gomen nasai! Eu olho sim, demo... ah eu to procurando o Yahiko e... O que você tá fazendo aqui?" Kaoru se levantou e estendeu a mão para Megumi, ajudando-a a se levantar.

"Eu vim falar com o Kenshin e... com o Sanosuke." Disse a mulher enquanto limpava a roupa.

"Ahhn... o Sano, hein?" Kaoru deu um sorrisinho que dizia tudo. Megumi ficou levemente vermelha, mas a expressão séria no rosto fez com que a garota mudasse rapidamente de assunto. "Eles não estão. Foram comprar algumas coisas para o almoço e ainda não voltaram. Por quê?"

"Não é assunto seu e, de qualquer forma, eu estou com pressa." Megumi virou-se mas logo se voltou para Kaoru. "Ah! Quase me esqueci, fiquei de lhe entregar isso." A mulher deu um pequeno envelope a Kaoru, depois se despediu. "Até mais, e diga para o Sano e o Kenshin que eu preciso falar com eles."

"Mas que..." Kaoru olhou o envelope distraída, mas não havia indicação de quem escrevera. No exato momento em que ia abri-lo uma shinai colidiu contra a sua nuca.

"Nan da kore, feiosa?" Yahiko gritou de cima do telhado. Aparentemente ele ouviu e viu todo o rápido encontro com Megumi.

"Yahiko! Então você estava aí! Desça agora!" Kaoru pegou a shinai do chão.

"E porque eu deveria? O que tem nessa carta?" Yahiko ficou de pé, próximo a extremidade do telhado.

"Eu logo vou saber, mas primeiro..." Kaoru estendeu o braço e com a shinai conseguiu 'pescar' o garoto distraído de cima do telhado.

"Me solta sua horrorosa!!" Yahiko se debatia, mas não conseguiu se soltar pois a shinai estava enroscada firmemente na gola da sua roupa.

"Agora vem cá... eu vou te ensinar algumas boas maneiras..." Kaoru foi andando de volta para a sala de treinos com o pequeno envelope na mão esquerda.

De volta a pequena estrada na orla do bosque, Kenshin e Sano faziam uma curva que subia, para logo depois descer numa inclinação suave. Mesmo assim, eles não podiam ver o que vinha à frente. Mas tantas vezes eles passaram por ali que isso seria a última coisa a preocupar algum deles... ou não.

Kenshin parou de súbito, com uma expressão desconfiada no rosto. Sano parou também ao ver a reação do amigo. A suave brisa, que os acompanhara até aquele ponto do caminho, parara de soprar. O silêncio só era cortado pela respiração dos dois homens.

"Ke-Kenshin...?" Sano olhava para o amigo, uma expressão tensa em sua face. 'Mas... que diabos ele percebeu??'

Kenshin respondeu ao amigo apenas com um gesto de sua mão, dizendo para que parasse e fizesse silêncio. Por alguns instantes ele ficou ali... parado olhando para frente. A leve brisa recomeçou a soprar, fazendo com que seus cabelos ruivos balançassem suavemente com ela. A brisa estava a favor deles.

Após alguns momentos a tensão ainda pairava no ar. Era fácil perceber a impaciência do lutador... sendo assim, o espadachim só disse uma palavra em resposta.

"Sangue." A frieza em sua voz surpreendeu Sano.

A brisa soprou mais forte a favor deles, fazendo as folhas amareladas no chão deslizarem suavemente sobre os pés dos dois.

O homem mais alto olhou em volta, mas não viu sangue em lugar algum. 'Hein? Será que depois de tantos anos ele tá ficando louco?'

Instantes depois, Kenshin falou, já com a voz doce e familiar do andarilho... "Deve ter sido impressão deste servo, já passou. Vamos seguir agora."

O lutador Sanosuke ainda estava parado, no mesmo lugar olhando fixamente para o homem ruivo. "Matte, Kenshin! O que foi que você quis dizer com aquilo? Agora você têm que me explicar!" Havia a óbvia expressão de preocupação em seu rosto. 'Se ele disse sangue... mas... como? Aonde?'

"Desculpe, sessha só... achou... ter sentido o cheiro de sangue..."

Os olhos violetas do homem logo perderam um pouco do brilho. Durante anos em seu passado sombrio, ele adquiriu muitas habilidades. Uma das mais simples, achava ele, era a de sentir o cheiro de sangue... mesmo de longe, por mínimo que fosse. Não se orgulhava disso, realmente não... Foram tantas mortes, e ele nunca se livraria disso... e ainda mais por... a lembrança mais dolorosa...

'Doushite...'

A que voltava, todos... todos os dias em sua mente...

'Dame...' trazendo saudade... e dor...

'Por quê...?'

Receio de repetir o erro.

'Dame... dame...'

*_

A única imagem... o delicado rosto de uma linda jovem... a maciez da pele... os sedosos cabelos negros ao vento... A brisa. O suave aroma de um perfume de flores... Os olhos... o olhar mais penetrante que já vira. Era certo pra ele que aqueles belos olhos escuros podiam penetrar em sua alma... e em seu coração... Despertar nele... despertar ele próprio e fazê-lo esquecer do mundo. A sensação da vida... o brilho em seus próprios olhos que ele mesmo não poderia ver... mas sentia.

'Se for um sonho...' Mas ele não sonhava há muito tempo... 'Se for um anjo... é, bem que poderia ser... Um anjo... mas por que um anjo no meio desse inferno? Um anjo em meio a uma...' Um arrepio correu-lhe pela espinha.

'...chuva de sangue.'

"Não você..." Ele sussurrou. "Nunca."

_*

A expressão de dor correu-lhe claramente pela face. Kenshin respirava quase que com dificuldade. Mas o semblante de dor..., principalmente nos olhos dele, foi o que mais preocupou Sanosuke.

"Kenshin?!" O lutador aproximou-se para olhar melhor o amigo. "Daijoubu?" Ele abaixou-se para olhar no rosto de Kenshin.

"Por favor..." O homem ruivo respirou fundo e fechou os olhos por um instante. "...esqueça. Já passou, não foi nada." Dizendo isso, pode-se ver um sorriso quase forçado formar-se nos lábios de Kenshin. "Daijoubu de gozaru ne,  Sano. Sessha acha que já perdemos um bom tempo, assim não vamos chegar com as coisas a tempo de fazer o almoço..." Lacrando a lembrança no fundo da alma, com um pouco de si mesmo, ele tentou parecer inabalado. Mas os olhos ainda tinham a mesma expressão dolorosa.

"Shikashi..." Ele hesitou.

Sano sabia que insistir no assunto poderia deixar a situação mais complicada, mas sua personalidade não era a de deixar as coisas assim... sem explicações. Apesar disso... 'Vamos abrir exceções hoje...' Com esse pensamento ele somente disse "Vamos logo, se não Kaoru é capaz de decidir fazer o almoço ela mesma..." 'Argh... e isso REALMENTE não seria nada bom.' Nem para ele, nem para Kenshin.

"Aa."

Os dois seguiram em frente, com passos calmos, cada um ocupado com seus próprios pensamentos e indagações. Ainda não tinham feito a curva, ela estava ali, logo a frente. Uma curva. Só isso...  A brisa parou de soprar. Kenshin, que estava alguns passos a frente, congelou subitamente. Todos os músculos do corpo enrijeceram-se e os olhos arregalaram-se. De onde ele estava já era possível ver o caminho que seguia, ver a leve inclinação da estrada.

"Kenshin!" Sano logo estava do lado do amigo, e a par da situação... Teve a mesma reação. Músculos rígidos, olhos arregalados e, nele, percebia-se a clara expressão de espanto no rosto. "Mas que diabos...!" Ele não sabia o que dizer. O lutador piscou os olhos algumas vezes, achando que o que via era uma ilusão. 'Mas porque...? Aqui? Mas que diabos tá acontecendo aqui?' A brisa soprou novamente, um pouco mais forte.

A visão era, no mínimo, surpreendente. Não havia dúvida alguma do que era aquele líquido vermelho, escorrendo por entre algumas árvores e folhas caídas, formando uma poça que lentamente expandia pelo chão. O cheiro agora era muito óbvio para ambos. Kenshin estava certo, havia sangue... e não pouco... Cada vez mais sangue. Muito sangue. Mas o que estaria fazendo ali? Sangue fresco... no meio do ocioso caminho. Realmente não era o que eles esperavam encontrar naquela manhã cinza de outono.

Sem dizer uma palavra, o espadachim andou até a mancha vermelha que obstruía a estrada. Abaixou-se, ajoelhando-se no chão e estendeu a mão em direção ao sangue. Tocou-a com um dedo.

'Quente...' Aproximou o dedo do rosto para poder sentir melhor o cheiro. '...humano.'

Quente. Qualquer um a quem pertencesse o sangue, estava perto, e fora recém atingido, atacado, seja lá o que tivera acontecido. De súbito, o jovem homem ruivo virou-se em direção às árvores, olhando de onde o sangue vinha. Levantou e deu alguns poucos passos naquela direção. Em seguida virou para o amigo, que o observava com um olhar confuso.

"O que é isso!? N-não..." Ele sacudiu a cabeça para clarear as idéias. "Quero dizer... O que ISSO tá fazendo aqui??"

"Sessha não sabe. Este servo não consegue imaginar o que..." Houve um súbito silêncio assim que a brisa parou de soprar. Um gemido, quase um sussurro, vindo do meio das árvores chegou aos ouvidos de Kenshin.

"Kenshin!" Sano parou na frente do homem ruivo, antes que esse pudesse avançar. "Me explica! Não... não pode ser... ahn... Você sabe! Deve ser de algum animal... essa gente maluca que caça... e..." Ele congelou. Era fácil perceber, pela expressão mais do que séria no rosto do espadachim, que aquilo não era brincadeira... era MUITO sério. 'Humano.' "Demo...! Você pode ter se enganado... Quero dizer, não há como saber com certeza... e..."

"Aa. Sessha espera estar enganado. Vamos descobrir." Com essas palavras secas e diretas, Kenshin seguiu a trilha de sangue, entrando no bosque. Um pressentimento. 'Talvez isso explique o que vêm acontecendo comigo. Todas essas lembranças... e, talvez... É, ...quem sabe ela queira me dizer alguma coisa. Quem sabe...'

"Chotto matte!" Sano logo se juntou ao amigo. Ele estava muito apreensivo, seus olhos percorriam todas as sombras, a procura de algo que obviamente não estava ali. O som dos pés no chão completamente coberto de folhas secas e a respiração forte do lutador contrastando com a leve do espadachim era tudo o que havia para ser ouvido.

"Não há nada aqui, Sano. O que quer que exista neste bosque está mais a frente." Conforme seguia, a trilha de sangue aumentava. Os pés do espadachim logo estavam encharcados do líquido vermelho... que ele conhecia muito bem. Kenshin podia sentir o sangue ainda morno... ouvir o som de seus pés enquanto caminhava sobre a trilha vermelha. Não era uma sensação ruim, mas também não era nada boa. Era estranho. Quase uma sensação de nostalgia.

O lutador, ao contrário do outro homem, preocupou-se em não pisar na trilha vermelha que se estendia continuamente pelo trajeto. Era muito fácil desviar do sangue, havia todo o resto do chão seco ao lado. Ele estava surpreso por Kenshin não ter se importado em pisar ali. Ele era a última pessoa que Sanosuke podia imaginar que fizesse aquilo. 'Mas por que ele tá fazendo isso? Eu pensei que ele tinha esquecido... esse lado da personalidade dele. Eu não entendo, isso só me deixa mais preocupado.'

"Começou." A voz dele era fria, sem emoção alguma. O espadachim hesitou por um segundo, e logo continuou a seguir na mesma velocidade de antes. Seus olhos de um profundo violeta percorriam rapidamente vários pontos entre as árvores.

Sanosuke logo percebeu o porquê daquela palavra e o que fez seus olhos perscrutarem entre as sombras. Via-se claramente uma mão decepada à esquerda um pouco a frente deles. Uma espada quebrada jazia perto. Tudo coberto de sangue. Os olhos do lutador arregalaram-se, mas ele seguiu em frente sem parar. Logo uma chuva de cadáveres caídos encheu os olhos dos dois homens. Por todos os lados, sangue e corpos. Partes de corpos, principalmente.

A carnificina continuou por mais algum trecho, sempre aumentando em termos de crueldade e sangue derramado. Os olhos de Sano delatavam o quão espantado ele estava. 'Quem quer que tenha feito isso... se for uma pessoa só, o que eu acho impossível, devem ser doentes... Algum louco, maníaco... sedento de sangue. Como pode ser tão cruel!?'

Conforme as árvores tornavam-se mais esparsas entre si, as folhas  secas no chão diminuíam de quantidade. O som dos pés sobre as folhas tornou-se mais fraco. Isso foi o suficiente para que um gemido fraco pudesse ser captado pelos ouvidos de ambos os homens. Eles pararam de caminhar no mesmo instante. Não ouvia-se mais nada... nem o som das folhas balançando ao vento, nem de pássaros ou animais, até mesmo a respiração deles próprios estava quase inaudível. O silêncio reinava. Nem mesmo a brisa os seguia.

"Eles vêm!" Kaoru gritou para Yahiko.

"Que foi?" Disse Yahiko, com uma expressão emburrada no rosto. Certamente ele não gostou de ter sido 'capturado' por Kaoru e ter agüentado o discurso dela. Os ouvidos chegavam a doer.

"Misao! Talvez Aoshi... Mas Misao vem nos visitar!" Ela saiu correndo sem motivo algum, depois voltou e olhou para Yahiko. "Que foi? Isso não é uma ótima notícia?"

"Ah, a melhor." Os ouvidos ainda doendo... MUITO. "Quando?"

"Ahh... Hoje! Nossa, eu tenho que preparar o quarto! Mas... que horas será que ela vem...?" Kaoru andava de um lado para o outro.

"Mas por que isso agora?" Disse Yahiko, que estava olhando Kaoru ir e voltar carregando coisas de um lado para o outro.

"Não sei... Ela não disse o motivo na carta! Provavelmente Okina quer uma folga dela... Mas eu estava com saudades! Vai ser ótimo ter a companhia dela por aqui!"

"Ah, ótimo. Assim você se distrai e não me incomoda tanto o tempo todo." Pensando assim até que era ótimo mesmo.

"O que foi que você disse?! É obvio que eu prefiro conversar com a Misao do que aturar um garoto mal educado como você!"

"Sorte minha." Yahiko se levantou e foi andando a caminho da porta.

Kaoru parou de arrumar as coisas e perguntou "Yahiko! Onde você vai?"

"Vou dar uma volta por aí. Não demoro, volto na hora do almoço..." '...se o Kenshin cozinhar, é claro.' Yahiko deixou o dojo e andou, seu único objetivo: visitar uma certa menina no Akabeko. 'No caminho eu arranjo um pretexto...'

Nhaii, que coisa, acabou o primeiro capítulo! =P

Bom, espero que tenham gostado e perdoado meus erros... tanto de ortografia quanto de lógica 'O.o' e sobre a história.

A parte do flashback... corresponde aquela hora que o Kenshin diz pra Tomoe que nunca mataria ela se ela tivesse uma espada na mão. ('Not you. Never' - Aaaaaaahhh!!!! Surta É exorbitantemente meeeeigo, demasiado perfeeeito!!! Eles são tão meigos juntos... *.*#)

Ah! Nem tentem me perguntar como o Kenshin saberia diferenciar sangue humano de outro tipo... u.u" Sei lá, quem sabe com a prática dele como assassino... Eu nunca cheirei meu sangue, sabe... nunca me passou pela cabeça quando eu me corto... ¬¬"

A música no inicio ali... é a famosa Crawling, do Linkin Park. ^.^" (A letra tá fora da ordem...)

Não perca, no próximo e emocionante episódio... (¬¬")

Traduções:

Sessha: Semelhante em japonês para 'este servo', que é a forma com que Kenshin se trata, evitando usar o pronome 'eu'. Sempre que possível, eu usarei 'sessha' ao invés de 'este servo', mas algumas vezes a língua portuguesa impede isso.

Arigatou: Obrigado

Oro: ... Oro é Oro!

Gomen (nasai): Desculpe

Nan da kore: Algo como 'O que é isso?'

Shinai: Espada feita com tiras de bambu, usada em treinos de kenjutsu/kendo.

Shikashi: Mas

Nani: Literalmente 'quê', 'o quê'.

Matte: Espera

Dojo: Academia de artes marciais/kenjutsu.

Doushite: Por que.

Daijoubu: Tudo bem

Demo: Mas

Aa: Sim (mais informal que 'Hai')

Dame: Não/chega.

- de gozaru: 'Sufixo' que Kenshin adiciona, muitas vezes, ao final de suas frases. Algo como uma forma mais respeitosa de falar. (Além de ser extremamente meigo ouvir ele falando "Sessha wa Himura Kenshin de gozaru." ^-^#)

Chotto matte: Espere um pouco.

[Capítulo 2 - Anjos que caem]

Kenshin e Sano encontram a causa de todos os assassinatos, e não poderia ser mais imprevisível! Estranhas mensagens começam a chegar ao dojo, todas interessadas a um espadachim ruivo... Seriam fragmentos do passado que aos poucos vão voltando para tomar seu devido lugar no presente...?

Interessante? Bem, sendo ou não, vai estar no capítulo dois! ^-^

Lembrem-se: qualquer sugestão, reclamação, ameaças, declarações e similares são bem vindas!

=^-^°=

Para entrar em contato comigo é só me mandar um e-mail (rei_tomoe_himura@hotmail.com), ou me procurar no ICQ (256531776)

A-ri-ga-tou,

Tomoe Ayanami.