Autora: LuciferSamCass

Classificação: M (NC – 17)

Casal: Inspetor Francis Aberline x Lawrence Talbot

Período: Depois do final do filme.

Gêneros: No-con, Lemon, Slash, violência etc

Avisos: Lawrence não morreu, quem morreu foi Gwen. Inspetor Francis é gay. É Slash, homem x homem, se não gosta, feche a página 8DD.

Notas: Depois de muito tempo, está aí o primeiro capítulo. Aproveitem! Não sei quantos capítulos irá ter, vou decidir isso depois.

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Não, não era isso. Não poderia ser. Estava morto, e agora? O que faria? Não tinha aonde ir, afinal, a Mansão havia pegado fogo. Seus bens foram consumidos pelas chamas. Todo mundo que amava, ou que pelo menos tinha uma ligação, morreu, pronto. Simplesmente morreram de forma trágica e, todos, de certa forma, por sua culpa. Ele não tinha mais nada.

Vagava sem rumo. Cansado, sujo e morto por dentro. O estado de Lawrence não era bom e, qualquer pessoa, no lugar dele, já teria entrado em um quadro grave ou teria sido morto pela demasiada culpa e desolamento. Mas não, ele não. A Besta não permitia, ela queria que o homem carregasse esse fardo pelo resto dos seus dias, que ele apenas fosse uma ''casca'' sem vida que lhe servia de receptáculo vazio, permitindo-a fazer tudo o que quisesse.

Parou quando avistou uma taberna. De frente, ela parecia uma espelunca, com janelas de vidro quebrado e porta quase caindo do seu suporte.

Lawrence entrou.

Ele tapou o nariz um lenço branco de seda. O lugar era muito mal cheiroso, ainda mais para seu olfato apurado. Entrando lá, se dava para ver ratos passeando de um lado para o outro, como se nem se importassem com a presença humana; baratas andando por cima das comidas que haviam sobre o balcão, e homens derrotados bebendo sem parar.

Ele não se importava com isso. Já estava morto, então não ligava como era a taberna, não fazia diferença.

Sentou-se numa mesa qualquer. Quando entrara, ninguém o olhara, apesar de ser um vilarejo no meio nada, com mais ou menos sessenta habitantes e poucas construções populares, como casas – que mais pareciam barracos pobres – e uma igreja caindo aos pedaços. Era um lugar perfeito para um monstro como ele.

Alguns minutos depois, uma moça morena, de cabelos pretos e olhos castanhos claros, atendeu Lawrence.

- Olá. O que vai querer? – Falou ela com voz baixa.

O homem nem ao menos se deu ao trabalho de olhá-la, apenas disse:

- Um uísque, por favor.

A moça, prontamente, foi até o balcão e pegou um copo de vidro com um líquido cor amarelo escuro, meio alaranjado.

- Você teve sorte, foi o único copo limpo que achamos. Como quase todas as pessoas que moram no vilarejo vêm nessa espelunca e não temos muitos copos, principalmente de vidro, não sobram muitos para poder servir as bebidas, pelo menos um limpo. – Ela comentou, tentando puxar conversa, colocando o copo na mesa do lobisomem.

Mas Lawrence não respondeu. Pegou o objeto e tomou um grande gole do uísque. A mulher, vendo que ele não queria conversa, saiu de perto da mesa, não ligando muito para isso. Já estava acostumada com esse tipo de tratamento. Pelo menos eu tentei, pensou ela.

O moreno continuou bebendo. Não tinha nada a perder, então não teria problema em se afundar na amargura e na bebida. Já era comum ele se embebedar até cair no sono. Fazia isso todos os dias.

Enquanto ainda estava em seu terceiro copo de uísque até a metade, em menos de cinco minutos, avistou um homem já conhecido de alguns meses atrás. Ele era alto, a barba loira escura estava mais grossa do que se lembrava; a pele era clara, meia amorenada , os cabelos eram da mesma cor da barba e os olhos eram uma cor azul profundo e claro ao mesmo tempo.

Era Francis.

Desde a última vez que se viram - que fora na noite em que Gwen e seu pai morreram – ele mordera o, até então, inspetor, e o transformara em lobisomem. Não se falaram depois disso.

Os dois cruzaram os olhares, cujos transmitiam a mesma dor, cansaço e agonia. Estavam nas mesmas situações, apenas minimamente diferenciadas por motivos.

Lawrence desviou o olhar. Ele sabia que, de alguma forma, ele era o culpado do sofrimento de Aberline – afinal, ele fizera Francis do que ele é agora, certo? -, como era, também, de todos os outros, apesar de os mesmos terem morrido. Mas será que era por isso que ele transmitia esses sentimentos horríveis? Ele tinha certeza que sim.

Continuou o que fazia. Não fazia diferença se falasse com o loiro. O que iria dizer? Pedir, simplesmente, desculpas? Não iria mudar nada.

Francis, por sua vez, não se abalou ou mostrou qualquer reação que não fosse as habituais com a presença do outro homem. Não tinha o porquê de fazer isso.

Depois de algumas horas, o moreno viu o Inspetor, aproximar-se dele, indo sentar junto com ele em sua mesa, trazendo com sigo uma caneca de madeira, tamanho médio.

Lawrence abaixou a cabeça.

Aberline sentou-se na cadeira à frente do outro homem com dificuldade. Queria conversar com ele.

- O-olá, s.r. Talbot. – Cumprimentou o loiro com a voz embargada.

- Olá, Inspetor. – Respondeu o moreno, tomando mais um gole de seu uísque.

- Tudo bem com você? – Perguntou Francis, mas Lawrence não respondeu.

- O que faz aqui, Inspetor?

- Francis, por favor. Nada, só estava vagando por aí e achei esse lugar. Desde aquela noite, não tenho tido para aonde ir.

O outro homem pensou. Sabia que essa seria a resposta.

Continuaram a beber em silencio. Não tinham mais um assunto que não os incomodassem. Lawrence não entendia o porquê de o loiro ter vindo falar com ele.

De repente, o inspetor o olhou. Seus olhos estavam brilhosos, suas pupilas estavam dilatadas, o azul de suas íris estava mais profundo e escuro, e ele emanava um cheiro muito bom.

O moreno levantou a cabeça. O cheiro do loiro estava extasiando-o. Sabia que Francis estava excitado. Não entendeu isso.

- Lawrence. – Chamou o inspetor. Os dois se olharam. – Me desculpe por isso. Faz meses que não tenho ''contato direto'' com outro humano. Viajei por vários vilarejos e por Londres, mas desde seu ataque, todos, até os cidadãos das cidadezinhas pequenas souberam disso, e agora sabem reconhecer um lobisomem. Estão com medo, e toda a Capital da Inglaterra sabe o que aconteceu comigo. Estão em alerta.

- Entendo. – Respondeu minimamente e percebeu que Francis havia se levantado.

- Precisamos conversar. – Sussurrou o loiro, lambendo o lóbulo da orelha de Lawrence, trilhando caminho com a língua até a boca do outro homem. O moreno se levantou, puxou os cabelos do inspetor e o beijou profundamente. Não ligavam se alguém estava olhando, coisa que não estavam fazendo.

Lawrence não conseguia raciocinar, a única coisa em que pensava era em beijar os lábios macios do Inspetor. Ele gostara do gosto dele. Era doce e ao mesmo tempo amargo, misturado com a bebida que Francis havia tomado.

Se dando conta de que precisava respirar e de que estavam numa taberna, mesmo ninguém, a não ser a servente – mesmo ela não falando nada, apenas olhando feio -, estando ligando para isso, ainda sim estavam, e não podiam fazer aquele tipo que coisa, ainda mais com um homem num lugar desse. Parou o beijo e, mesmo contra sua vontade, saiu de lá.

Não se dera conta do horário. Havia saído do quarto em que estava hospedado às onze e quarenta da noite. Não certeza se queria ir ao encontro do Inspetor, mas precisava conversar com ele. Desde aquela noite, Lawrence não tinha mais sido ele mesmo. Tinha mudado radicalmente.

Parou quando avistou a silhueta de um homem, e logo o identificou – por conta do seu cheiro – como sendo Francis. O que ele estava fazendo ali? Perguntou-se.

- Olá, Francis! – Cumprimentou-o, aproximando- se dele. – O que faz aqui?

- Lembro-me de chamá-lo para conversar, Lawrence. É isso que estou fazendo aqui – Respondeu o Inspetor, sorrindo para o moreno.

- Ah, sim. – Fez uma pausa, não devolvendo o sorriso – Creio que não é sobre o assunto que estou pensando, certo? Não gostaria de falar sobre ele.

O loiro o fitou e desmanchou seu sorriso.

- Lawrence, naquela noite, quando, provavelmente, matei Gwen e todo os meus homens, antes de me transformar, quando o vi caído no chão, pensei que você tinha morrido. Felizmente, ela não o acertou. Confesso que senti um aperto em meu peito, uma tristeza horrível... E então... – Francis suspirou. – Um sentimento estranho se fixou em mim e, depois, me transformei. Sinto muito por tê-la matado. Eu não queria.

O moreno o olhou. Desculpas não iriam adiantar. Meses se passaram e o lobisomem já havia perdoado o inspetor. Sabia que ele não poderia ter feito nada para impedir isso e Lawrence não podia reclamar, afinal, fora ele que mordera o loiro e, provavelmente, o que arruinara sua vida.

- Entendo, Francis. Não precisa me pedir desculpas, sei que a culpa foi minha. – Respondeu – Mas se é apenas isso, irei para meu quarto.

- Não é só isso...

- Eu sei aonde quer chegar, Inspetor, e não me importo. Passou-se pouco tempo, mas mesmo assim, acostumei-me com a situação. Acho que já passei por momentos piores. – Comentou e, em seguida, deu as costas para o loiro e foi para seu quarto que alugara.

Francis não conseguia entender. Viera pedir desculpas para Lawrence, e a única reação dele fora praticamente dizer que não se importava e que já passara por momentos piores.

O Inspetor foi atrás do moreno.

A iniciativa por parte do loiro de se desculpar era egoísta. Ele queria não ter mais esse peso na consciência. Pedindo o perdão do outro homem, poderia finalmente ir embora com a mente livre da culpa. Tê-la em sua cabeça era torturante. Na época, ele quisera simplesmente ajudar, fazer seu trabalho, resolver o caso, ou até mesmo ganhar algum tipo de prêmio. Na primeira vez que conversara com Lawrence, ele havia dito-o que o conhecia, e mencionara que ele havia estado envolvido no caso de Jack, o Estripador. Não tomou conhecimento de como o moreno sabia disso, ficara intrigado com isso. Mas, por fim, naquela tarde, resolvera não perguntar.

Quando conhecera o moreno, ele era outro homem, de personalidade, jeito e aparência diferente. Agora, ele parecia ser outra pessoa totalmente diferente.

Bateu na porta. Tinha que acabar aquela conversa com o outro lobisomem.

- Lawrence, abra, por favor. – Pediu, mas o outro não abriu. – Lawrence, eu só quero conversar. Abra. – Nada. Francis estava começando a ficar sem paciência – Eu vou arrombar! Irei contar até três: um - o moreno não se manifestou –, dois... Três! - E, com isso, o Inspetor tomou um impulso para trás e jogou seu corpo contra a porta, que se foi ao chão.

Francis pensara que isso iria causar alguma reação em Lawrence, mas aconteceu o contrário: o moreno apenas virou sua cabeça e olhou de lado para o outro homem. Não se importou com isso. Sabia o que o loiro queria, e achava isso desnecessário, pelo menos para ele. Também tinha consciência de que simplesmente o outro lobisomem queria pedir desculpas e força-lo a aceitar por questão de se livrar da culpa torturante. Achava isso egoísmo.

- Lawrence... – Chamou Francis, aproximando-se dele, e o abraçando por trás. – Eu realmente queria pedir desculpas por tudo, você entende? – Começou a esfregar-se contra o moreno, que respondera prontamente. – Por favor, desculpe-me... – Disse, agora chupando o lóbulo da orelha do outro homem.

Lawrence se virou e o olhou.

- Eu entendo, Francis. Porém, como já disse, não há nada do que se desculpar. A culpa não foi sua. Não foi de ninguém. Mas, se fosse de alguém, seria minha.

O Inspetor o fitou de volta. Via a sinceridade no olhar do outro. Sabia que havia sido perdoado, e isso o deixava feliz... Pela primeira vez em meses. E em segundos, os efeitos daquelas palavras o deixaram mais disposto e com um calor diferente no peito.

Francis aproximou-se ainda mais. Seus olhos estavam escurecidos de desejo; sua boca salivava e seu coração quase estava pulando de seu peito. Queria Lawrence desde quando ele fora mandado ao sanatório. Precisava tê-lo agora.

Com isso, o loiro beijou o moreno. Amava aquele gosto da boca do outro homem. Era único, nunca havia provado algo assim. Uma boca tão doce e ao mesmo tempo tão amarga. Distinguia-se bem dos outros que já provara.

Lawrence, por sua vez, respondera o beijo na hora, abrindo um pouco sua boca para que a língua quente do Inspetor a penetrasse. Adorava ser beijado pelo outro lobisomem. Para ele, era a melhor coisa até agora, afinal, ele ainda não havia sentido todo o corpo de Francis. Só conhecia sua boca que, para ele, ainda era uma ''recém-estranha-amiga''.

Logo, o loiro estava trilhando um caminho com a língua até o pescoço do Lawrence, chupando e mordiscando a área. O moreno gemia com o toque. Há mais de meses que não era tocado desse jeito, e isso já ia completar um ano. Antigamente, se ocupava muito com os espetáculos e não tinha muito tempo para fazer sexo com homens ou mulheres, por mais incrível que pareça, pois ele era um homem famoso e bonito, além de ser um ótimo ator. Todos o queriam. E, mesmo depois que fora para Blackmoor, longe de tudo aquilo, acontecera o que aconteceu. Não tinha nem como pensar nisso, apesar de que sentia uma forte atração por Gwen, antes de ela morrer.

Francis foi descendo mais ainda, chegando até seu peito. Lawrence ainda estava vestido, o que dificultava o seu trabalho. Tirou primeiro o sobretudo do moreno para, em seguida, retirar, também, sua camisa e calças, o deixando apenas de cueca, cuja dava-se para notar um certo volume por sob a mesma.

Continuou a beijar todo seu peito nu, parando nos mamilos, apenas para mordiscá-los e chupá-los. O moreno continuava gemendo, agora ainda mais alto. O Inspetor estava na mesma situação que Lawrence, pois não era tocado e visse- e - versa, fazia meses, também. Seus motivos eram bem distintos comparados aos do moreno: o loiro não tinha todo esse ''tempo '' que achara – pelo menos antigamente -, que o outro homem tinha. Apesar de que era um ótimo policial e resolvia quase todos os casos em que se envolvia, nunca tinha tempo para isso. E, também, por conta do preconceito das pessoas de sua época, nunca conseguia transar com um homem – que é o que ele sempre gostara. Desde que se assumira, resolvera esconder sua homossexualidade. Para ele, não interessava a ninguém, e não queria ''problemas'' ou algo parecido.

Bom, não eram tão distintos assim.

Desceu mais ainda, enquanto empurrava Lawrence para a cama. Estava apressado, não conseguia para nem se quer um segundo. Não podia parar.

- Ah! – Gemeu Lawrence, arqueando-se quando Francis passou a mão por cima da sua ereção. O moreno queria isso, agora, mais do que tudo. Não tinha mais nada, não tinha mais ninguém. Não havia o porquê de negar isso ao Inspetor. E nem para ele. Sempre gostou do loiro, como gostava de Gwen...Gwen!

Continua...

Notas: Tá, eu sei, parei no lemon qqq Me deu preguiça de escrever o resto. O próximo capítulo será maior, eu acho.

Beijosss