Não há nenhuma referência a personagens, eu escrevi para ser Rin & Sesshy,
mas quem quiser pode imaginar como sendo Inu & Ka-chan.
Boa leitura.
.:My Pain:.
Eu caminho sozinha pelas ruas dessa cidade, tão fria e escura, traçando o mesmo itinerário de todas as manhãs Alguns casais
passam por mim sem me ver, perdidos em abraços e pensamentos felizes. Posso perceber neles os planos típicos da
adolescência despreocupada, aquela ilusão de que tudo é pra sempre. Ilusão que o amor torna muito atraente aos olhos dos
amantes.
Se eu já amei? Sim, eu amei com a maior força que alguém pode possuir (não sei se conjugo o verbo no tempo certo, pode o
pretérito não ser adequado para exprimir a realidade de meu sentimento). Possivelmente seja esse o motivo de eu perceber
tudo de maneira tão soturna, melancólica. O amor tornou-me observadora. Frustrada e triste, como todo e qualquer poeta.
Amei um rapaz que era quase impossível de ser amado, que não queria que alguém o amasse. Fechado em si mesmo,
distante de todos. O amei a ponto de ele permitir meu amor, e se permitir me amar também. Lindos meses, onde percebi ser
impossível resistir-lhe à personalidade, ao seu jeito calmo de sempre conseguir o que queria.
Um dia, quando partilhávamos desses mesmos abraços e sonhos bobos de adolescentes (me é um pouco difícil lembrar com
clareza), apenas vi o vulto saído da escuridão... O estrondo seco e desnorteante do projétil maldito. Senti que o sangue dele
escorria, levando embora uma vida e muitos sonhos. Fora apenas uma tentativa de assalto, disseram-me depois, porque eu
mesma não sou capaz de organizar aqueles acontecimentos de forma compreensível.
Pedi para que ele não se fosse, para que permanecesse ao meu lado, mas até nisso ele foi teimoso. E eu o vi morrer... vi ir
embora aquele que mais amei em toda a minha vida, o único que amei em minha vida.
Ainda me recordo das últimas palavras que ouvi do meu amor... "Prometa que não vai chorar por mim!"
Como ele podia me pedir algo tão impossível? Eu disse que não poderia prometer isso, mas ele insistiu. E como sempre, eu
cedi a ele, fazendo aquela promessa sem sentido. Prometi que não derramaria sequer uma lágrima por sua morte.
Por esse motivo que todas as manhãs eu venho até o túmulo daquele que ainda amo, e dou um grande sorriso para sua
lápide (lembrança fria de uma vida tão amável). Para compensar a promessa feita em seu último momento. E tentar me
redimir, por quebrá-la todas as noites.
Sei que ficou bastante soturna, mas eu comecei a escrever e saiu isso...
Espero reviews de todos os que lerem
Kisus
