Olá! =}
Bem essa é minha primeira fic de fichas. As fichas estarão abertas por tempo indeterminado, mas fecharam no momento em que tiver 13 delas (os doze dourados + Kanon x}).
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Prólogo
Vontade de Athena
Não era um bom dia. Era sabido que não, ela subia até seu templo, apenas os ecos dos passos a acompanhavam, casa por casa, o som batia livre no piso e então no teto e em todas as paredes da casa antes de voltar aos seus ouvidos. Ela andava cabisbaixa, o báculo pesava na mão, a vitória já não era o que esperava, era pesada, maçante e a largaria imediatamente se pudesse recuperar tudo o que perdeu, mas não podia. Perdeu mais vidas do que gostaria, do que poderia.
Athena podia estar acostumada com essas perdas e com as guerras santas. Mas ela não estava, pois ela era Saori Kido. A Saori mimada, que sempre teve o que quis e que nunca aceitou perder, não entedia como aquilo poderia ser chamado de vitória quando de sua legião de oitenta e oito cavaleiros apenas alguns dos de bronze e poucos de prata viviam. Todos morreram jovens, era o destino de guerreiros como eles, mas não era o que ela queria. Saori apenas não entendia o que acontecia a sua volta, os sucessivos ataques, a decisão súbita de alguns deuses de destruir a humanidade, ela não compreendia nada disso. E entendia muito menos as atitudes de Athena dentro de si e o sorriso leve que ela sempre parecia ostentar, parecia satisfeita.
E de tanto pensar, de tanto não compreender, uma teoria macabra passou por sua mente e os pés estancaram nos últimos degraus da escadaria, em frente às portas pesadas do salão do grande mestre. Estaria Athena tramando algo? Algo que a deusa escondera até mesmo dela? Algo que com certeza ia contra tudo o que a garota acreditava? Estaria Athena planejando fazer exatamente o que seus cavaleiros lutaram tão ardentemente pra evitar que os outros deuses fizessem?
"Pensamentos perigosos para uma mortal."
O sussurro lhe esquentou o pé do ouvido, causando-lhe um arrepio que percorreu toda a espinha e parou próximo aos joelhos. O vento soprou quente em seus cabelos, ela olhou em volta e viu-se sozinha, completamente só. Olhou novamente para o portão e lembrou-se que tinha um compromisso. Suspirou fundo, tentou apagar as dúvidas de sua mente e adentrou o salão do décimo terceiro templo. Encontrou-o junto a uma mesa adornada com papoulas onde estavam servidas cestas com frutas frescas, oferendas. O olhar dele parecia ainda mais perdido e compenetrado do que o dela à momentos atrás. Ele passava a mão pela toalha de seda, alisando o tecido, pensativo.
- Julian Solo, - ela chamou como chamaria a um amigo, mas logo sentiu-se tensa ao ver que os olhos que fitaram os seus não eram apenas os do jovem grego, Posseidon estava lá, o olhar era do deus dos mares, ela podia sentir – já podemos conversar.
Ela completou um pouco menos a vontade, ele a cumprimentou com um gesto e a garota o guiou levemente até o jardim onde enfim sentaram.
- Não posso me demorar, Saori. Sorento está me esperando para irmos a um orfanato entregar presentes de Natal. – ele sorriu e dirigiu o olhar para um eucalipto majestoso, cujas folhas balançavam e riam seguindo os movimentos da brisa – Natal... Você não acha estranho? Algumas vidas atrás comemorávamos o solstício.
- Algumas vidas atrás nós lutávamos. – Ela sorriu zombeira.
- Isso foi há alguns meses, Saori. – sorriu – Nunca nos demos bem, não é, querida sobrinha? – ela riu – Bem, vou direto ao ponto, já que não tenho mesmo tempo. Quero os meus marinas de volta. Todos eles, vivos e fiéis a mim, assim como sei que você quer seus cavaleiros.
- É um dos meus maiores desejos, mas não há como...
- Não há? Que tipo de deuses somos nós, se não conseguimos nem mesmo trazer a vida de um mortal de volta?
Os olhos azuis a confundiam, não sabia mais se falava com Julian ou com Posseidon, os dois se misturavam de uma maneira que Athena e ela não conseguiam, pois eram distintas, como água e óleo. Refletiu sobre o que ele dissera, passou a mão pelo cabelo acomodando-o atrás da orelha, o olhar dele ainda era distante.
- Você sabe como?
- Não. – ele suspirou – Mas sei que eu sabia. E você também sabia.
- Mas não sei mais.
- Porque esse poder nos é negado sobre essa forma humana, mas observe Hades. Ele sabe, não importa quantas vezes reencarne, ele sempre sabe.
- Ele é o deus dos mortos, cabe a ele saber. – Saori disse calmamente, sem querer ofendê-lo por estar falando algo óbvio.
Julian suspirou novamente e a olhou fixamente de forma que até a fez corar.
- Eu sei, Athena, que não lembro mais qual é a sensação de ser imortal, mas se pudéssemos conseguir de algum meio o poder divino que é nosso por direito, poderíamos trazê-los de volta e finalmente recompensá-los por todos os anos de servidão.
O sorriso de Athena em seu interior alargou-se e Saori temeu, era como se tudo estivesse correndo como o planejado, exatamente como queria. E aos poucos uma idéia foi escoando lentamente para a mente da garota como uma nascente de rio, uma nascente que vinha de Athena, e essa idéia foi como um dejà vu, como se já a tivesse tido muitas vezes, por várias eras. Essa idéia insistente sobre aquele jardim.
- Os pomos dourados do jardim das Hespérides. Se conseguirmos pegá-los, podemos voltar a ser imortais e teremos nossos poderes divinos de volta, assim poderíamos trazê-los de volta. – seu tom de voz era diferente, o olhar já não era o mesmo, parecia que ela havia esperado a vida toda por aquele momento.
Silêncio, apenas o riso das folhas de eucalipto podia ser ouvido, Posseidon reconheceu a deusa naqueles olhos, finalmente, houve um sorriso cúmplice. E então o som estridente do bip.
- Tenho que ir.
Ele levantou-se, beijou a mão da garota e despediram-se silenciosamente. Outro arrepio percorreu o corpo de Saori quando ele se foi. Teve um mal pressentimento e tudo o que ela mais desejava era estar errada.
Vontade de Saori
Já fazia dois dias desde que vira Julian e um mal estar continuava embrulhando o estomago de Saori, sua cabeça latejava como se a deusa estivesse tentando impedi-la de pensar. Jabu e Seiya discutiam algo a sua frente, enquanto seu olhar se perdia entre as colunas do salão do Grande Mestre.
- Algum problema, Saori? – Shun perguntou com um tom de voz preocupado, mas ela negou lentamente com a cabeça.
Os dez cavaleiros de bronze estavam ali, com exceção, é claro, de Ikki. Falavam com ela sobre assuntos do Santuário, mas sua mente estava longe, próxima a prisão de Atlas, um pouco antes do palácio de Nix. A idéia daquele jardim não lhe saia da cabeça, ficava atravessando seus pensamentos de forma insistente e quando concentrou-se nela, enfim, era quase como se estivesse lá, perante as sete ninfas que o guardam. E então a falha que estava procurando lhe apareceu, mesmo que não se desse conta de que seu semblante pesado era em decorrência dessa procura inconsciente. Eram sete ninfas, sete árvores e sete pomos.
Cinosura e os pomos azuis da onisciência. Ciparissa e os pomos róseos da serenidade, embora possa parecer uma graça pequena em relação às outras é impossível não ficar louco quando onisciente a menos que tenha também a serenidade dos deuses. Egéria e os pomos negros do poder. Hespéris e os pomos púrpuros do conhecimento, que era precisamente o que necessitava para saber trazer seus cavaleiros de volta a vida. Clete e os pomos brancos da saúde. Hespéria e os pomos verdes da juventude. E por fim, Aretusa e Láton, a serpente de Hera, e os pomos dourados da imortalidade.
Era isso, se quisesse realmente voltar a ser uma deusa teria que ter os sete, e não somente o dourado. Como era tola, séculos planejando e o seu plano possuía uma falha tão óbvia e estúpida. Em sua forma mortal nunca antes havia tido um vislumbre do jardim. Como odiava ser mortal. Athena socou o braço do trono chamando a atenção de todos os cavaleiros na sala, até os servos pararam seus afazeres para observá-la assustados. O semblante irritado de Saori era algo raro de se ver. Ao perceber que tinha se exaltado Athena recuou e deixou uma Saori desconsertada com a missão de explicar-se. A garota gaguejou algumas palavras, mas antes que pudesse de alguma dar alguma explicação plausível as grandes portas do salão rangeram abrindo-se lentamente e inundando o recinto com a luz do sol. Uma criatura encapuzada entrou a passos lentos e atrás dela outra, e outra e mais algumas. Todas permaneceram perto da porta, enquanto os cavaleiros perplexos tomavam posição de batalha.
Uma delas levantou a mão e as outras se detiveram onde estavam, ela avançou leve e lenta até ficar próxima ao trono, os cavaleiros de bronze prepararam seus cosmos e Jabu gritou ameaças que foram solenemente ignoradas. Ouve uma reverencia rápida, muito mais singela do que as que Saori tinha se acostumado, fazendo-a ficar arredia. A criatura alcançou o capuz com as mãos brancas e unhas compridas para então mostrar seu rosto albino, de olhos estreitos e lilases e conhecidos traços lemurianos. Os cabelos brancos contornavam a face inexpressiva quase de mesma cor. Ela pendeu os braços junto ao corpo lentamente, como se acariciasse o ar.
- Athena, estou aqui para lhe propor um negócio, se, é claro, você tiver a boa vontade de mandar seus cachorros pararem de ladrar.
Os cavaleiros se exaltaram mais ainda, passado o choque inicial pela aparência delicada da mulher, Seiya teria atacado se não tivesse sido impedido por Shiryu. Os outros quiseram verdadeiramente torcer-lhe o pescoço, mas um gesto de Athena os fez parar incrédulos onde estavam.
- Qual o negócio?
A mulher sorriu e levantou o queixo de leve com um ar incompreensível de batalha vencida.
- Soube que quer trazer seus cavaleiros de volta a vida.
- Sim. – confirmou e fez sinal para que prosseguisse.
- E é claro que como mortal não sabe como fazê-lo. – o sorriso se reduziu a um esboço, mas não desapareceu.
- Não.
- E óbvio que sabe que mesmo que soubesse como fazê-lo, não poderia. – a expressão espantada e confusa de Saori a fez rir de leve – Porque, como sabe – prosseguiu irônica – não pode trazer alguém de volta a vida sem estar de posse do espírito.
Os olhos da garota se arregalaram e ela levou uma mão a boca mostrando claramente que ainda não havia pensado nisso.
- E não acho que Hades vá lhe ceder nada de bom grado. – a menina sentada no trono confirmou com um aceno de cabeça – Bem... – a mulher suspirou e ficou sério fitando a menina dos pés a cabeça – Meu acordo é o seguinte: Eu tirarei as almas dos cavaleiros de ouro do inferno e as trarei para você. – fez uma pausa dramática desviando o olhar da garota para um ponto escuro no salão – Junto com a maçã de Hespéris é claro.
- Como você s... – Saori estava pasma por um instante, mas logo voltou à postura que deveria ter assumido desde o início da conversa – Eu agradeceria imensamente, mas você fará isso a que preço?
- Bem... É uma tarefa um tanto complicada isso de roubar almas do inferno... – a mulher começou a andar despreocupadamente pelo salão.
- Sei que é. Darei a quantia que pedir, não importa quanto dinheiro seja necessário, quero meus cavaleiros de volta. – ela riu.
- Ah, sim. É muito generosa, deusa Athena – pronunciou o nome com desdém – Mas eu não cobro tanto. Na verdade, estou em busca de um bem especifico que está sobre seu poder no momento.
- Qual? – Saori a olhou desconfiada.
- A adaga capaz de matar um deus.
- Saori, não! – Seiya gritou, embora estivesse próximo, isso fez a mulher revirar os olhos – Você não pode, assim você vai correr perigo e...
O japonês parou de falar quando Hyoga pousou a mão pesadamente em seu ombro. Ele olhou para o loiro cuja franja cobria os olhos, que suspirou profundamente e falou em um sussurro.
- Meu mestre está lá em baixo.
- Mas, Hyoga...
- O meu também, Seiya – falou Shiryu calmamente, com pesar.
- Se algo acontecer, nós protegeremos Athena como sempre fizemos. – Shun falou confiante.
E Seiya com alguma relutância se calou. Saori estava cabisbaixa e a mulher havia retornado a seu sorriso e movimentos lentos. Com um olhar e um aceno rápido de cabeça Athena concordou.
- Como posso saber se devo confiar em você?
- Não pode. Mas veja pelo meu lado, eu tenho algo que você quer e você tem algo que eu quero. Sou uma boa mercenária, estou aqui negociando quando poderia simplesmente roubar. – riu.
- Você... – estava indignada, bufou e a encarou com seriedade, calando-se e aceitando.
- Ótimo. – a mulher se aproximou da deusa e estendeu a mão.
Saori levantou e enquanto sua mão se erguia, Athena insatisfeita em sua mente reclamava que não era o suficiente, esperneava ecoando gritos de negação em sua cabeça, mas a garota foi em frente e tomou a mão branca entre a sua, firmando o acordo. Sentiu os dedos tocando-lhe como se fossem feitos em veludo e logo o toque se perdeu e a mulher virou-se andando em direção ao grupo que ainda esperava. Pôs o capuz de volta e saiu sendo seguida pelas outras tantas criaturas encapuzadas e quando a porta enfim se fechou o salão pareceu ter caído em uma escuridão profunda e silenciosa.
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O modelo das fichas é o seguinte:
Nome:
Apelido (elas normalmente não se tratam pelo nome, mas sim pelo apelido, como se ele fosse sua máscara amazona, pode ser algo derivado do nome ou nome de algum personagem – feminino ou masculino - de filme ou livro, se for esse o caso, coloque a referência):
Idade:
Nacionalidade:
Aparência:
Personalidade:
História (pode criar uma história que envolva os cavaleiros, pode inclusive já conhecê-los dos tempos de treinamento ou algo assim, não necessariamente o cavaleiro citado aqui deve ser seu par):
Habilidades:
Par:
A minha vai como exemplo:
Nome: Miluen de Jamir
Apelido: Emma Frost - X-men
Idade: 239
Nacionalidade: Jamir, Tibete
Aparência: Jovem, cabelos brancos, olhos lilases, pele branca, corpo bem trabalhado, lemuriana.
Personalidade: Debochada, arrogante, sorri pouco, ri quase sempre ironicamente, gosta de provocar, pode ser muito cruel ou muito gentil.
História: Ela conhece Shion do tempo de treinamento e conheceu Dohko alguns anos depois no Santuário, pouco antes da guerra santa não qual não quis se envolver. Depois da guerra visitava Dohko de década em década, estava sempre jovem, pois já conseguiu roubar uma maçã do jardim e assim conseguir juventude eterna. Shion só a reviu alguns anos antes quando ela foi ao Santuário entregar a criança que seria o cavaleiro de Áries. Ela é mãe de Mu e salvaria a ele, Dohko e Shion sem pedir nada em troca, mas é muito esperta para tal, tirando proveito da situação.
Habilidades: Telecinese, planejamento estratégico e telepatia.
Par: Shion
Se tiverem alguma dúvida é só deixar uma MP e eu respondo logo que possível.
Beijos!
V. Lolita
