Era uma vez cinco flores, todas dançavam alegres embaixo dos raios solares.
Uma era roxa, a mais orgulhosa.
Outra vermelha, tão feliz.
Uma branca, que na verdade era preta.
Outra azul, sempre calma, mas agressiva.
E uma amarela, sempre triste...
Um dia uma dama as pegou, e as colocou em um vaso.
Uma morreu.
Outra se arrependeu.
Uma reviveu.
Outra viu a verdade.
E uma se lembrou.
Prólogo
O vento uivava ferozmente fora da janela, a paisagem que antes demonstrava uma serenidade branca agora era hostil.
A vela timidamente iluminava o aposento, mal dava-se para escutar seu choro, era uma voz perdida no meio daquela noite, em uma cama lá estava ela, uma dama de cabelos tão frios quanto a chuva cristalina daquela noite, em seus braços está uma pequena menina.
Seu rosto corado lhe faziam ainda mais adorável, a senhora sorria sem parar com o acontecimento, a pequena havia acabado de chegar ao mundo.
- Então querida... – dizia calmamente o jovem – que nome você dará a ela?
Anna ainda ofegante disse em poucas e roucas palavras:
- Melissa...
Capítulo 1 - A Flor orgulhosa da sabedoria.
Mal havia nascido o dia e Prontera já estava agitada, mercadores de todas as partes chegavam para vender seus tesouros, já dava-se para ouvir o barulho forte das martelas dos ferreiros, muitos forjavam na rua mesmo, atraindo a atenção de curiosos.
Toda a economia girava em torno desta metrópole, pessoas de várias nações, classes, cidades se encontravam aqui em busca de algo, o mesmo era para os aventureiros.
Mesmo com a movimentação, Sophia não parecia incomodada com isso, como sempre estava concentrada em sua leitura.
A água que era despejada pela fonte, fazia com que seus cabelos verdes ficassem destacados, apesar de vestir as poucas roupas das sábias, ela tentava timidamente esconder seu busto com a pequena capa que o uniforme possuía.
Assim que Sophia terminou de ler o capitulo longo daquele livro, ela se retirou do local.
Enquanto andava, a sábia reparou em uma pequena aglomeração, curiosa foi lá ver o que havia, foi então que viu uma odalisca. Ela dançava graciosamente, apesar do seu físico ser mais parecido com o de uma monja do que uma odalisca em si, ainda sim algo a fazia exuberante.
Sophia a encarava muito admirada, foi que percebeu que uma piscadela virera da dançarina, Sophia achou o fato estranho, pensou que aquilo fosse mais uma alucinação de sua mente, mas novamente a jovem piscou.
A senhorita sábia ficou parada e esperou até o show terminar.
O sol do meio-dia já brilhava no céu, o calor cada vez mais forte chagava aos poucos, logo seria a estação das chuvas e muitos se preparavam para o início da semeadura.
Payon era uma jóia em meio ao verde, esta cidade, diferente das outras, sobrevivia especialmente da colheita anual, apesar de ser uma cidade localizada em meio as planícies, muitos viajavam lá em busca de frutas e verduras frescas. Mas outra coisa que movia sua economia era os trabalhos oferecidos pelos caçadores em troca de recompensas.
Sophia mais uma vez estava ajudando nos afazeres da casa, enquanto seu pai ficava o dia inteiro na lavoura, a garota e sua irmã ficavam em casa ajudando sua mãe.
Enquanto Cecília lavava as roupas, Sophia e sua irmã Himiko preparavam o almoço, ambas gostavam de fazer aquilo, para elas era o mesmo que brincar de casinha, mas com ingredientes de verdade.
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-Himiko, você poderia mexer aqui enquanto descasco as batatas? – perguntava para sua irmã.
-Claro, afinal estou aqui para isso! – respondendo com um sorriso.
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Ambas possuíam um forte laço afetivo, uma sempre completava a outra, quando uma ficava triste a outra estava lá para consolá-la, Himiko era a irmã caçula, tinha os cabelos curtos e negros, que se mantia em um charmoso chanel que a fazia adorável.
Apesar de ser a mais nova, ela estava crescendo, já estava quase alcançando a altura da irmã, esta no entanto não cresceria mais, pois já havia alcançado sua maturidade. Sophia nos seus pequenos um metro e cinqüenta e cinco, ainda dava leves batidas na cabeça da irmã, sempre alegando que logo não poderia mais fazer isso.
Sophia tinha as madeixas com a mesma cor das folhas, eles pendiam até a metade de suas costas, seus olhos possuíam um tom violeta bem intenso, que davam um ar de mistério para aqueles olhos, diferente da irmã que tinham os olhos ocres da mãe.
Sophia não se importava muito com as vestimentas, sempre vestia algo simples, que não chama-se a atenção das pessoas, Himiko no entanto adorava vestir roupas diferentes, até mesmo para limpar a casa se vestia com estilo.
A refeição para o almoço já estava anunciada, logo Cecília estaria chegando para servir a mesa com as garotas e Takashi logo também estaria presente.
Assim que a mãe de ambas adentrou o aposento, via-se que não seria mais necessário sua ajuda, tudo já estava certo nos seus devidos lugares, Takashi também já estava dando sua presença.
- Mas vejam só! – dizia o pai com entusiasmo – Cecília, acho que você já perdeu seu posto na cozinha – olhando para ela.
- Heh, acho que sim querido – sorrindo Cecília.
- Bem, acho que só olhar não basta, vamos logo nos servir! – sentando-se na mesa.
Assim todos se serviram, como sempre o cozido de batatas com carne de lunático estava deliciosa, assim como tudo sobre a mesa. Durante a refeição Takashi comentou sobre um bardo que estava visitando Payon, mas que não ficaria muito tempo, logicamente as meninas ficaram interessadas em fazer uma visita até ele.
Após a refeição Cecília levou a dupla até o bardo, como de costume, ao seu redor havia uma pequena platéia, o bardo tinha uma aparência interessante o que era outro costume para os bardos.
Uma pequena franja pendia sobre seu rosto, cobrindo seu olho esquerdo, estas mechas eram castanhas como o de um forte carvalho, seus olhos pequenos mas afiados lembravam os mesmo olhos dos desenhos das nove caudas que havia em Payon.
Com uma folha em sua boca e um fone em sua cabeça, lá estava ele contando histórias e mais histórias sobre Rune-Midgard. Sophia e Himiko se sentaram timidamente em um canto da multidão.
-Então?! – gritou o bardo – quem será que vou escolher para me dar um tema? Vamos veeer...hmm...você! – apontando para Sophia – me dê um tema para eu, Deja Vu, conte para vocês.
Sophia por um momento corou, então sem pensar muito escolheu sobre as classes de Rune-Midgard.
-Aaaah siiim – disse Deja Vu descontraído – Então a pequena dama quer ouvir sobre as classes? Bem se assim deseja madame, lhes direi sobre as classes.
Assim Sophia ouviu sobre as várias classes que habitam aquele mundo, ela ouviu sobre classes que não quiseram mudar, sobre alguns que defendem a honra com a lâmina da espada, aqueles que vivem nas sombras, sobre aqueles que criam tudo apartir do nada e sobre aqueles que vivem da arte.
Cada vez que o ouvia, mais ficava fascinada, queria saber mais sobre eles, mas ela se conteve em uma única classe, os Sábios.
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